Uma das lições que aprendemos na escola é pegar uma borracha e apagar. Apagar os rabiscos, as garatujas, o que não está certo conforme o professor. Quando o caderno está rabiscado, pegamos a borracha e apagamos…
Quando enfrentamos um problema, tentamos apagar da mente, só que muitas vezes não conseguimos apagar, para assim poder recomeçar. Quando nossas vidas estão rabiscadas com quedas, fraquezas e decepções, queremos logo apagar; não queremos esperar que um professor nos mande apagá-las.
A experiência dos erros é tão importante quanto a experiência dos acertos; com os erros podemos aprender… e não voltar a repeti-los. Não há aprendizado que não passe pelos erros. Erros não necessitam ser fonte de punição, culpas ou vergonha, mas um norte para o aprendizado. E assim, aceitar cada página da vida como uma oportunidade única para acertar. E que bom que está ao nosso favor mais uma página em branco, sinalizando que podemos sempre recomeçar.
O tempo todo, sejamos crianças, adolescentes, adultos ou idosos, estamos na autoria de um texto… um texto que é a própria vida.
Todas as regras de pontuação estão a nosso favor; são a nossa retaguarda: a vírgula, as reticências, a interrogação, a exclamação, o ponto final, o travessão e até podemos virar a página. E o bom é que podemos escolher como vamos pontuar esse texto, ou seja, o nosso livre-arbítrio.
A vírgula: isola expressões explicativas que podemos dar, ou oportunidades para explicar algo e também enumerar o que imaginamos; são as pausas…
As reticências: há quantas coisas poderia dizer e não disse… ou quanta coisa ainda posso dizer, ter a oportunidade de dizer… faltou desabafar… faltou dizer que te amo… dúvidas… hesitações… inquietações… engoli até “sapos”.
A interrogação: o que devo fazer? Por que fiz? E/ou por que não fiz? Por que aconteceu? Poderia ter evitado? Por que esse sentimento? É culpa minha? É do outro? São inúmeros questionamentos que a todo instante fazemos.
A exclamação: admirar, horrorizar, enternecer, escandalizar, indignar-se, emocionar-se, surpreender-se, condoer-se, alegrar-se, suplicar, orar…
O ponto final: ah, acabou. Pronto. É hora de recomeçar. Oh, não devia ter acabado, pois era bom demais. Ou então, graças a Deus que acabou, pois foi muito ruim. E quantas vezes não queremos que acabe, não queremos que chegue ao final? Outras vezes, pedimos coragem para pôr um ponto final.
O travessão: dialogar – ouvir o outro(a) – aconselhar – escutar – como é bom ouvir o outro – como é bom ter uma palavra para dizer na hora certa.
Pois é, neste caderno que é a vida, podemos escrever lindas histórias. Não deixemos que ninguém escreva por nós, que alguém pontue por nós. Pois sobraria apenas detalhes. Faça a sua história.
Maravilhosa reflexão! Sempre precisamos desses ensinamentos de vida.