Meio Ambiente: o lixo nosso de cada dia
Saiba mais sobre o lixo que produzimos no nosso dia a dia e como isso afeta o meio ambiente. Descubra como reduzir o lixo que produzimos e contribuir para a preservação do meio ambiente.
Quanto tempo a natureza leva para absorver:
- Jornais 2 a 6 semanas
- Embalagens de papel 1 a 4 meses
- Cascas de frutas 3 meses
- Guardanapos 3 meses
- Pontas de cigarros 2 anos
- Fósforos 2 anos
- Chicletes 5 anos
- Nylon 30 a 40 anos
- Latas de alumínio 100 a 500 anos
- Tampas de garrafa 100 a 500 anos
- Pilhas 100 a 500 anos
- Sacos e Copos Plásticos 200 a 450 anos
- Garrafas e frascos de vidro/plástico Tempo Indeterminado
O papel do papel
Cada tonelada de papel reciclado evita a derrubada de 20 a 30 pés de eucalipto ou de 10 a 30 árvores. Em média, essa mesma tonelada de papel economiza 2.5 barris de petróleo usados em sua fabricação (com menos poluição no ar).
Para fabricar uma tonelada de papel utilizam-se 100 mil litros de água e 5 mil KW/HR de energia elétrica; na reciclagem, esses números caem para 2 mil e 2,5 mil, respectivamente.
A reciclagem de papel reduz os custos de transporte na deposição do lixo.
Reciclando papéis, diminui-se a quantidade de lixo em aterros sanitários, aumentando o tempo de uso desses locais. Para saber mais sobre a importância da reciclagem, veja este artigo.
Se lixando para as latas
Em 1997 foram fabricadas 8 bilhões de latas de alumínio.
Expectativa de produção de latas para o ano 2000: 15 bilhões (em 3 anos, quase o dobro).
São necessárias 60 latinhas de cerveja para fazer 1kg de sucata.
Em 1998, 63% das latinhas de alumínio vendidas no Brasil retornaram ao mercado depois de recicladas. Segundo a Associação Brasileira de Alumínio, esse número de reciclagem de latinhas já está em 70%.
Cada tonelada de latinhas de alumínio é vendida por cerca de R$ 700,00 para as empresas de reciclagem.
Em 1993, cada brasileiro consumia cerca de 10 latinhas/ano.
Hoje, cada brasileiro consome cerca de 53 latinhas/ano.
Poluição das águas
As águas podem ser contaminadas por poluentes de muitas origens:
- descargas de resíduos industriais;
- de esgotos urbanos;
- da atmosfera por precipitação;
- dos solos de onde são arrastados pelas águas das chuvas, etc.
Contudo, os acidentes com petroleiros são as causas mais importantes de poluição aquática marinha.
Os esgotos urbanos, das fábricas de papel, da indústria alimentar, por exemplo, estão carregados de materiais orgânicos, originando assim a poluição orgânica.
Os compostos orgânicos concentrados na água são uma fonte nutritiva que conduz ao aumento das populações de microrganismos como, por exemplo, bactérias e fungos.
À este fenômeno denominamos eutrofização. Esse aumento populacional provoca um consumo elevado do oxigênio dissolvido, criando dificuldades à vida de outras populações, como os crustáceos, os moluscos e os peixes.
Um dos exemplos flagrantes entre nós é o da proliferação de bactérias Salmonella (causadoras de doenças, como a febre tifóide) em águas eutrofizadas, que vão contaminar outras com utilização balnear ou onde são capturados mariscos.
Uma grande quantidade de substâncias químicas poluentes é lançada na água, constituindo a chamada poluição química. Entre estas substâncias distinguem-se, pelos seus efeitos nocivos, o petróleo, os detergentes e os fertilizantes.
Existem dois tipos de poluentes químicos nas águas doces e marinhas: uns são decompostos ao fim de algum tempo (mais ou menos curto) pela ação de bactérias – são biodegradáveis (casos do petróleo, dos fertilizantes, dos detergentes e de certos inseticidas). Outros mantêm-se por longo tempo no meio ambiente e nos organismos vivos – são persistentes. Entre estes destacam-se certos metais pesados, como o mercúrio e alguns inseticidas que foram bastante utilizados (como o DDT).
Os detergentes são dos principais poluentes que se encontram nos esgotos urbanos. Além da sua toxicidade, eles contêm fósforo, um nutriente que quando se encontra em excesso nas águas favorece a sua eutrofização. O mesmo efeito têm os fertilizantes (adubos).
Efeito Estufa
Estudaremos, aqui, as limitações de uso das fontes convencionais de energia, e principalmente, os danos que acarretam ao meio ambiente, o qual, à par de quaisquer outros, agravam o problema do “efeito estufa”.
Mesmo considerando um rendimento de 100 % na reação de combustão dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão, xisto), teríamos uma elevação do teor de CO2 na atmosfera, além de outros gases:
A queima de combustíveis fósseis, agravada pelo acelerado e generalizado processo de desmatamento, está causando um aumento irreversível e já assustador do teor de dióxido de carbono na atmosfera. Antes da era industrial, este era sensivelmente constante.
Essa pequena concentração de CO2 é benéfica quando:
- a) Tanto o CO2 quanto o vapor d’água retêm parte da radiação solar, impedindo assim um excessivo resfriamento da superfície da terra.
Trata-se do denominado “efeito estufa” ainda de intensidade favorável à vida na terra. - b) A existência de carbono na atmosfera é condição necessária para a vida vegetal e, por conseguinte, para a vida animal, posto que é fixado pelos vegetais clorofilados através do mecanismo da fotossíntese.
O efeito estufa ocorre em razão de que tanto o CO2 quanto o vapor d’água são transparentes às radiações de pequeno comprimento de onda (ultravioleta) e opacos às radiações de grande comprimento de onda (infra-vermelho) fazendo com que a radiação incidente não seja liberada para fora da atmosfera terrestre.
Entre 1850 e 1950, com o advento da era industrial, o teor de CO2 na atmosfera passou de 270 a 310 ppmv e desde então tem continuamente aumentado, a menos de pequenas flutuações sazonais.
Em 1987 alcançou 350 ppmv e, a continuar esta tendência de elevação, poderá ultrapassar os 600 ppmv dentro de 50 anos.
Antes da era industrial, a quantidade estimada de carbono na atmosfera era da ordem de 550 x 109 toneladas e, hoje, é da ordem de 700 x 109 toneladas. Esse incremento deve-se, essencialmente, à queima de combustíveis fósseis, a qual é ainda mais agravada pelo desmatamento de grandes extensões de florestas. Esse aumento da concentração de CO2 trará, como já se observa, um aumento da temperatura média da terra com inevitável descongelamento das regiões polares cujas consequências nefastas não são difíceis de prever.
Assim, é chegada a hora de serem tomadas medidas de curto prazo para sustar a crescente expansão da queima de combustíveis fósseis, e utilizá-los de formas mais racionais.
Não parece lógico que se use uma molécula que a natureza levou milhares, quiçá milhões, de anos para sintetizar e armazenar e, em fração de segundos, transformá-la em CO2. No xisto e no carvão, principalmente, já existem compostos que poderiam ser usados como intermediários na produção de fármacos.
Segundo dados do artigo “Le gas carbonique dans l’atmosphère” de G. Lambert na revista La Recherche 189/1987, as emissões de CO2 em um ano, através da queima de carvão e de petróleo, ascendem a 5000 x 106 toneladas de carbono. Artigo de igual teor foi publicado na revista TIME INTERNATIONAL no qual o valor registrado é de 5320 x 106 toneladas de carbono, ou seja, essencialmente iguais.
Além disso, este artigo indica que o total de carbono resultante da queima de florestas tropicais (Amazônia, África Equatorial, Sudeste da Ásia, Indonésia) corresponde a apenas 1660 x 106 toneladas, desse total a Amazônia contribuindo com 340 x 106 toneladas.
Sem pretender subestimar o agravamento do “efeito estufa” pelo desmatamento da Floresta Amazônica (prato principal da mídia internacional e dos ecólogos de plantão), temos que nos alertar contra o vilão principal de toda essa estória que é, justamente, a queima dos combustíveis fósseis, cuja maior fração (80%) corresponde aos chamados países industrializados e civilizados (civilizados???).
No Brasil, esse valor corresponde a um insignificante 1%!!!
Chuva ácida
Não existe chuva totalmente pura, pois ela sempre arrasta consigo componentes da atmosfera. O próprio CO2, que existe normalmente na atmosfera, como resultado da respiração dos seres vivos e da queima de materiais orgânicos, ao se dissolver na água da chuva já a torna ácida, devido à reação: CO2 + H2O => H2CO3. Como o ácido carbônico formado é muito fraco, a chuva contaminada tem pH = 5,6. A situação se complica em função dos óxidos de enxofre e dos óxidos de nitrogênio, existentes na atmosfera.
O SO2 natural é proveniente de erupções vulcânicas e da decomposição de vegetais e animais e o artificial é proveniente principalmente da queima de carvão mineral e do petróleo. Na atmosfera, o SO2 reage com a água da chuva formando o ácido sulfuroso, que é um ácido fraco, mas quando o SO2 é oxidado a SO3, este reage com a água da chuva produzindo ácido sulfúrico, que é um ácido muito forte.
O NO existe naturalmente na atmosfera. Em dias de tempestade, os raios provocam a reação N2 + O2 => 2NO. Os óxidos de nitrogênio são produzidos naturalmente por decomposição de animais e vegetais, por bactérias do solo e artificialmente nas combustões dos motores de automóveis, aviões, etc. Na atmosfera, o NO é facilmente oxidado a NO2. O NO2 é responsável pela neblina de cor castanha que se observa nas cidades em dias de muita poluição.
Além disso, o NO2 reage com a água da chuva, produzindo o HNO2, que é um ácido fraco, e o HNO3 que é um ácido forte. Aliás, o próprio HNO2 se oxida a HNO3.
Em grandes cidades, devido às indústrias e ao número de automóveis, e em regiões muito industrializadas, o ar acaba se carregando de H2SO4 e HNO3, e a chuva conduz esses ácidos para o solo, dando origem ao fenômeno chamado CHUVA ÁCIDA, cujo pH é menor do que 5,6, podendo chegar a 4,5 e até 2 em regiões populosas e industriais. Como exemplo, 80% dos lagos na Noruega já são ácidos. Isso pode provocar a destruição da vegetação aquática, a morte de peixes em lagos, morte de árvores em florestas devido à destruição das células respiratórias, e empobrecimento de solos, pois a acidez retira do solo muitos nutrientes tais como cálcio e magnésio. Cerca de 67% das florestas inglesas já foram destruídas desta forma. Nos prédios podemos observar a corrosão do concreto e do ferro utilizado nas construções. Os monumentos, como o Cristo Redentor, também são atingidos, principalmente os de mármore e outras pedras calcárias. As estátuas de cobre e outros objetos deste metal vão lentamente se cobrindo de verde de malaquita.
A camada de ozônio
Do total da energia que nos chega do Sol, cerca de 46% correspondem à luz visível; 45%, à radiação infravermelha, e 9%, à radiação ultravioleta. Essa última contém mais energia e, por isso, é mais perigosa para a vida dos animais e vegetais sobre a superfície da terra. O ultravioleta é a radiação que consegue “quebrar” várias moléculas que formam nossa pele, sendo por isso o principal responsável pelas queimaduras da praia.
Na atmosfera terrestre, entre 12 e 32 Km de altitude, existe a camada de ozônio (O3) e que funciona como escudo, evitando que 9% da radiação ultravioleta atinja a superfície da Terra.
No início da década de 60 verificou-se que a camada de ozônio estava sendo destruída mais rapidamente que o normal. O problema foi agravado pelo aumento do número de automóveis, aviões a jato, aviões supersônicos, foguetes, ônibus espaciais. Em 1984 verificou-se uma perda de 40% da camada de ozônio sobre a Antártida. Calcula-se que a camada de ozônio vem diminuindo 0,5% ao ano, e que uma redução de 1% na camada de ozônio corresponde a um aumento de 2% da radiação ultravioleta que chega à superfície terrestre, o que trará problemas como câncer de pele, catarata, cegueira, queima de vegetais, alterações no plâncton e reflexos em toda a cadeia alimentar marítima.
O ozônio pode ser destruído pelo NO: NO + O3 => NO2 + O2. Depois o NO2 pode reagir com oxigênio atômico presente na atmosfera formando mais NO: NO2 + O => NO + O2, resultando em uma reação em cadeia.
A floresta amazônica
A Floresta Amazônica é o foco de uma das grandes polêmicas que têm motivado a opinião pública mundial contra o nosso país e governo.
A princípio, é extremamente necessário contestar a noção de que a Floresta Amazônica é o “Pulmão do Mundo”. Somente pessoas desinformadas ou levianas, ou ainda, pessoas que defendem interesses escusos, defendem tal argumento como defenderiam a última das verdades, pois elas acreditam ou nos querem fazer acreditar que a Floresta Amazônica está continuamente produzindo oxigênio e, simultaneamente, absorvendo CO2, em grande parte gerado pelos países industrializados. Essa noção é totalmente falsa e vazia de qualquer base científica e por isso deve ser totalmente rejeitada.
Numa floresta considerada “estacionária”, como a Floresta Amazônica e as demais Florestas Equatoriais, a massa total, expressa em termos de madeira, celulose, seiva, etc., permanece praticamente constante e por esta singela razão, estas florestas estacionárias não contribuem para alterar a composição da atmosfera terrestre.
Durante o dia, por ação da radiação solar, ocorre a fotossíntese. Por outro lado, na ausência de luz, que é determinante na fotossíntese, a Floresta libera, pelo fenômeno da respiração celular, uma certa quantidade de CO2, a qual vai se juntar ao CO2 continuamente liberado pela decomposição da matéria orgânica (resíduos, folhas, etc.).
Se a floresta permanece “estacionária” (e a Floresta Amazônica assim permanece por milênios!) com um volume praticamente constante, isto se deve a que ela já alcançou um estado de equilíbrio (Lei de Lavoisier).
A troca global de carbono entre todas as florestas e a atmosfera é da ordem de 120000 x 106 toneladas/ano, em ambas as direções, ou seja, das florestas para a atmosfera e vice-versa.
Somente no caso de florestas artificiais, isto é, florestas racionalmente cultivadas, pode a concentração de CO2 na atmosfera ser reduzida. Por outro lado, o desmatamento por queimadas, que causa a destruição total da floresta, acarreta um aumento da concentração de CO2 na atmosfera e por essa razão ele contribui para o incremento do denominado “efeito estufa”, bem como acarreta a extinção de centenas de espécies animais e vegetais e, eventualmente, sensíveis alterações climáticas.
Assim, devemos avaliar a posição daqueles que, às expensas da ignorância dos humildes habitantes da floresta, vivem em confortáveis e luxuosos escritórios, no dito Primeiro Mundo, de onde articulam e determinam qual, quando e quanto da floresta deverá ser destruída para em seu lugar colocar gado, cuja proteína, certamente, não vai parar na boca da faminta população do dito Terceiro Mundo.
Como demonstrado, a Floresta Amazônica não é o “Pulmão do Mundo”, porém, a sua destruição contínua trará consequências catastróficas para a vida na terra, pois acarretará um considerável aumento da massa de CO2 na atmosfera e o concomitante aumento do efeito estufa.
Esse acréscimo da concentração de CO2 já foi calculado em cerca de 30 vezes maior do que o acréscimo que ocorreria se todas as já conhecidas reservas mundiais de petróleo fossem utilizadas com fins energéticos. Este seria, sem dúvida, o dia da Hecatombe Mundial!!!
Autor: Guilherme Moraes