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Educação Especial e Inclusão: Manual para os pais

Descubra os benefícios da Educação Especial e Inclusão com este manual simples de entender para os pais. Aprenda como incentivar seu filho a ter sucesso e como lidar com desafios específicos.

Educação Especial e Inclusão: Manual para os pais


O QUE É EDUCAÇÃO ESPECIAL?

Educação Especial é uma modalidade de ensino que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades especiais, condutas típicas ou altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as necessidades específicas de seu alunado.

O QUE É A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA?

É aquela que apresenta, em comparação com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua interação com o meio físico e social.

QUEM É O PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?

É o educando que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando por isso, de recursos especializados para desenvolver plenamente seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades.

O QUE SÃO CLASSES ESPECIAIS?

A Classe Especial é uma sala de aula preferencialmente distribuída na educação infantil e ensino fundamental, organizada de forma a se constituir em ambiente próprio e adequado ao processo ensino/aprendizagem do educando portador de necessidades educacionais especiais.

Na Classe Especial tentamos encontrar caminhos e meios facilitadores para a aprendizagem dos educandos com necessidades educacionais especiais, através de uma política de ação pedagógica, recursos educacionais mais individualizados e conta com o professor especializado.

O QUE É ESCOLA INCLUSIVA?

Na escola inclusiva, o processo educativo deve ser entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal.

O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade.

Uma escola inclusiva deve ser uma escola líder em relação às demais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional.

O seu principal objetivo é fazer com que a escola atue através de todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem parte.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO?

Embora ambas constituam formas de inserção do portador de necessidades educacionais especiais, a prática da integração vem dos anos 60 e 70, e baseou-se no modelo médico/clínico da deficiência. Neste modelo, os educandos portadores de necessidades educacionais especiais precisavam modificar-se (habilitar-se, reabilitar-se, educar-se) para tornarem-se aptos a satisfazer os padrões aceitos no meio social, familiar, escolar, profissional, recreativo, ambiental.

A prática da inclusão vem da década de 80, porém consolidada nos anos 90, segue o modelo social da deficiência, segundo o qual a nossa tarefa consiste em modificar a sociedade (escolas, empresas, programas, serviços, ambientes físicos, etc.) para torná-la capaz de acolher todas as pessoas que apresentem alguma diversidade, portanto estamos falando de uma sociedade de direitos para todos.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS RESISTÊNCIAS PARA A INCLUSÃO?

Tanto no âmbito escolar, profissional, familiar como em outros setores, as principais resistências têm como origem o preconceito, a falta de informação e intolerância a modelos mais flexíveis.

O medo do novo, do desconhecido nos educadores tem origem na formação acadêmica a qual não os habilitou para o trabalho com a diversidade, nem tão pouco o engenheiro que projetou um prédio sem rampas, e demais profissões que não preverão uma sociedade para todos.

Durante muito tempo, a Educação Especial funcionou com um sistema paralelo e não como parte integrante do sistema geral de educação e ela mesma foi criando um mito de que é muito difícil trabalhar com o educando portador de necessidades educacionais especiais. Sabemos que não é fácil, mas não exige nenhuma “hiperestrutura” nem nenhum “supereducador”.

O QUE PRECISAMOS FAZER PARA ESTE QUADRO SER MODIFICADO?

Através de ações de sensibilização da sociedade, convivência na diversidade humana, dentro das escolas inclusivas, das empresas inclusivas e dentro de políticas públicas são os eixos fundamentais para alicerçar o processo da inclusão.

O mais importante é socializar as informações sobre os modelos de inclusão para que as teorias se aproximem revelando verdadeiramente a realidade.

COMO DERRUBAR OS PRECONCEITOS DA INCLUSÃO?

Os preconceitos em relação à inclusão poderão ser eliminados ou, pelo menos, reduzidos por meio das ações de sensibilização da sociedade e, em seguida, mediante a convivência na diversidade humana dentro das escolas inclusivas, das empresas inclusivas, dos programas de lazer inclusivo. Resultados já existem que comprovem a eficácia da educação inclusiva em melhorar os seguintes aspectos: comportamento da escola, no lar e na comunidade; resultados educacionais, senso de cidadania, respeito mútuo, valorização das diferenças individuais e aceitação das contribuições pequenas e grandes de todas as pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem, dentro e fora das escolas inclusivas.

COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL?

No país inteiro, vem acontecendo uma série de discussões a respeito do que seria a Inclusão e o Sistema de Ensino tentando se adaptar a essa nova realidade.

A educação inclusiva, embora tenha sido bandeira da educação especial, não implica somente em incluir o portador de deficiência no sistema regular de ensino. Diz respeito a um sistema educacional que dê respostas educacionais com qualidade ao conjunto das pessoas.

QUAIS AS VANTAGENS DA INCLUSÃO PARA UM EDUCANDO SEM DEFICIÊNCIA ESTUDAR JUNTO COM UMA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA?

O desenvolvimento da consciência de cidadania não pode restringir-se à questão de direitos e deveres das pessoas em geral, mas deve abranger as questões referentes aos grupos excluídos ou rejeitados pela sociedade. A escola, enquanto agente que educa crianças, jovens, adultos e idosos, precisa oferecer oportunidades para este tipo mais abrangente de formação de cidadãos. Mais do que isso, a escola precisa oferecer oportunidades de desenvolvimento de comportamento e atitudes baseados na diversidade humana e nas diferenças individuais dos seus alunos.

Quando os educandos dos mais diferentes estilos estudam juntos, podem se beneficiar com os estímulos e modelos comportamentais uns com os outros. O ser humano necessita passar por esse tipo de experiência para se desenvolver integralmente.

A convivência na diversidade humana pode enriquecer nossa existência, desenvolvendo, em variados graus, os diversos tipos de inteligência que cada um de nós possui. O fato de cada pessoa interagir com tantas outras pessoas, todas diferentes entre si em termos de atributos pessoais, necessidades, potencialidades, habilidades, etc. é a base do desenvolvimento de todos para uma vida mais saudável, rica e feliz.

COMO OS PAIS PODEM AJUDAR O FILHO/A FILHA?

Aceitando a deficiência. Se os pais não aceitarem a deficiência de seu filho, dificilmente ela será aceita pelos outros membros da família e terá maior dificuldade na integração social, escolar, etc. Quando os pais aceitam a deficiência, a família pode começar a fazer planos para resolver os problemas de uma maneira justa e construtiva.

Quando os pais rejeitam a deficiência, o ajustamento dos irmãos, amigos, etc, torna-se problemático.

COMO OS PAIS PODEM ACEITAR A DEFICIÊNCIA DO FILHO/DA FILHA?

Não se culpar, mesmo que tenha existido alguma forma de negligência com a criança, e por conta disso colaborou para piorar o quadro comportamental ou da deficiência. O que vale a pena saber é que precisará enfrentar a situação de uma forma ou de outra.

Se penalizar só irá contribuir para mais dor e sofrimento, e acarretará mais dificuldade em encontrar ajuda correta e eficiente para os pais e para a criança.

O diagnóstico médico da criança é um fator importante para esclarecer os pais: sobre uso de medicação se for o caso, exames, escola e cuidados adequados, etc. Auxilia também a evaporar crendices, pensamentos mágicos, buscas de terapias alternativas que não tenham nenhum cunho científico, isto só leva os pais a se cansarem, ficarem desmotivados, achando que o filho não tem jeito.

Saber as possibilidades reais do filho e atendimentos adequados é o que efetivamente irá ajudar os pais.

COMO LIDAR COM A INSEGURANÇA E ANSIEDADE DOS PAIS, DOS EDUCANDOS E DOS EDUCADORES NA CLASSE ESPECIAL E NO SISTEMA DE INCLUSÃO?

Os sentimentos de insegurança e ansiedade têm origem no medo do desconhecido, geralmente o pensamento é preenchido por ideias, fantasias, expectativas frente à situação nova que deverá ser enfrentada, via de regra sentida como ameaçadora e perigosa.

Os pais, os educandos, os educadores e pessoas em geral costumam sentir isto em situações que requerem novas adaptações e modificações da forma de pensar sobre a questão ou fato.

Quanto mais seguro e calmo o educador estiver frente a qualquer que seja a situação, a ansiedade dos pais e do educando se dissolverá com facilidade. Para isso, o educador deve se sentir respaldado, informado e sensível, evitando posturas radicais, imposições, descasos, resistências, etc. O modelo de comportamento do educador influenciará decisivamente o comportamento dos pais e dos educandos.

É sempre bom lembrar que cabe ao papel do educador ser o mediador da situação, nunca ser o ditador (achando que sabe o que é melhor para o educando) ou ser um juiz (julgando os comportamentos de forma moral, quer seja dos pais ou do educando).

O papel de mediador exige postura compreensiva, diálogo, flexibilidade e delicada firmeza.

Salientamos também que cabe aos pais procurarem informações e situações que acolham suas dúvidas e medos, permitindo uma aproximação saudável e equilibrada sobre a nova situação. Essa postura favorece sensivelmente o apoio ao filho e a acomodação benéfica para todos, evitando desgastes e conflitos.

SOMENTE MEU FILHO OU FILHA PRECISA DE TRATAMENTOS ADEQUADOS?

Não. É um engano pensar que só a criança precisa de tratamentos, quer seja médico, escolar ou psicológico, os pais geralmente precisam de alguma forma de apoio.

Os pais sentem-se fragilizados, assustados, inseguros, e muitas vezes a culpa, a revolta, a raiva, sentimentos de depressão ou negação perduram por muitos anos contribuindo para sofrimento familiar.

Essa situação só colabora para adiar um atendimento adequado e com maior sucesso de intervenção precoce para a criança.

Orientações terapêuticas ou grupos de pais são excelentes formas de apoio e surtem efeitos benéficos na relação do casal, na relação com o filho, demais filhos e da família como um todo.

O QUE É O ATENDIMENTO DE ORIENTAÇÃO PARA PAIS?

A Diretoria de Educação Especial tem o serviço de atendimento de Orientação aos Pais que faz parte do PROJETO ESCOLA INCLUSIVA.

É uma proposta piloto de inclusão entre pais, educandos, funcionários, educadores e escola como um todo.

Está realizado em etapas nas unidades educacionais, sendo este o trabalho que desenvolvo como psicóloga.

No âmbito escolar:

1. Será oferecido suporte técnico psicopedagógico aos educadores, palestras e capacitação às necessidades do grupo escolar.

2. Acompanhamento caso a caso da inclusão dos educandos portadores de necessidades educacionais especiais.

O atendimento de Orientação aos Pais tem como objetivo:

1. Ajudar os pais a se sentirem acolhidos em sua individualidade.

2. Serem ouvidos atentamente através da mediação entre o casal.

3. Facilitar a troca de ideias, problemas e soluções.

4. Encontrar trocas, experiências, modelos por outros pais que também possuam problemas parecidos.

5. Ajudar de maneira equilibrada os pais a fazerem uso de informações atualizadas pela medicina, psicologia, genética, medicações, etc.

6. Procurar encaminhar para especialistas, avaliações, etc. quando necessário for para o melhor atendimento aos pais, ao portador de necessidades educativas especiais e da família como um todo.

7. Desenvolver uma autoimagem positiva dos pais através do reconhecimento de sua contribuição com seus filhos.

8. Promover uma melhor interação entre pais e filhos.

Pode ser útil distinguir a diferença entre Psicoterapia e Orientação de Pais. Ambos atendimentos têm essencialmente os mesmos objetivos de intervenção (por exemplo, autoexploração, autoconhecimento e mudança de comportamento, relacionamento entre o profissional técnico e as pessoas envolvidas).

A Orientação trata de problemas e conflitos emergentes, enquanto a Psicoterapia abordaria problemas mais profundos da estrutura e saúde mental da pessoa.

A Orientação acentua mais o presente (aqui-agora), enquanto a Psicoterapia valoriza conteúdos do passado revividos e atualizados no presente.

A Orientação acentua mais a mudança e resolução do conflito atual, enquanto que a psicoterapia acentua o discernimento e elaboração da situação conflitante.

A Orientação destaca os valores e os sentimentos da pessoa, enquanto a psicoterapia trabalha os valores e os sentimentos na medida que for aparecendo no processo psicoterapêutico.

A Orientação tem um caráter mais focal e em curto prazo, enquanto a Psicoterapia mais global e em longo prazo.

O papel do Orientador atua mais como um especialista da área, enquanto do Psicoterapeuta é considerado mais um parceiro.

O QUE CAUSOU O PROBLEMA NO MEU FILHO/FILHA?

A notícia de uma deficiência obriga a família, particularmente os pais e os irmãos, a reverem seus sonhos e expectativas para a criança deficiente e para a família como um todo.

O período de adaptação em que cada um dos elementos da família levará para “aceitar” o problema variará individualmente. Em algumas famílias, o processo pode ser longo e difícil, em outras, poderá ocorrer com mais facilidade.

Todos da família enfrentam tensão, estresse, depressão, raiva e negação. É importante neste momento procurarem alguém para acolher seus desapontamentos (especialista, psicólogo, amigo, um parente) com o objetivo de serem ouvidos, compreendidos e conseguirem pensar sobre o assunto de maneira mais clara, buscando uma solução adequada.

DE QUEM É A CULPA PELA DEFICIÊNCIA?

A busca de culpados é muito frequente, como já comentamos, esta forma de manifestação emocional vem como uma tentativa de justificar de maneira concreta uma causa evidente, uma tentativa de “empurrar para o outro toda responsabilidade” que julgo ser incapaz de sentir e buscar alguma forma de reparação ou mesmo de negar o que está acontecendo. Estas saídas buscam diminuir a dor e o sofrimento, porém não são eficazes. Podem durar muitos anos e o tempo perdido poderá ser precioso para os cuidados adequados para a criança.

Para mais informações sobre a inclusão e a educação especial, você pode visitar Educação Especial e Inclusão Escolar.

Além disso, para ajudar no desenvolvimento de crianças com deficiência, considere investir em brinquedos educativos que podem ser muito benéficos.

O que é importante lembrar é que a inclusão é um processo contínuo e que todos têm um papel a desempenhar.


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