Pensar em instrumento de avaliação remete-nos a uma reflexão anterior, ao Projeto Pedagógico. Projeto este que resulta da visão de educação e da clareza quanto à missão educativa da instituição dentro de determinado contexto social.
O conjunto de princípios que compõe o Projeto Pedagógico orienta e conduz, quotidianamente, o comportamento de todos os trabalhadores envolvidos no processo educativo. Deste trabalho surge a marca registrada, a identidade da escola, que se apresenta à comunidade não pelos registros, mas pela prática dos profissionais que nela atuam.
A visão epistemológica assumida pela escola determina as relações professor-aluno-conhecimento. No caso do conhecimento como algo a ser construído, cabe ao professor instrumentalizar-se para colocar o aluno diante do objeto de conhecimento de tal forma que a interpretação deste seja resultado de uma mediação da ação docente.
Ao professor cabe estar presente, acompanhar, orientar, mas não ingressar no processo de interação do aluno com o conhecimento.
Aos componentes curriculares cabe refletir sobre seus objetivos como disciplina e a maneira de serem operacionalizados dentro deste contexto de modernidade em que se encontram inseridos, uma vez que os conteúdos devem ser vistos como conceituais, atitudinais e procedimentais. Portanto, o enfoque dado ao conteúdo pelo professor determinará mais sua postura do que a metodologia usada, indicando assim o nível de coerência com o Projeto Pedagógico assumido pela instituição.
Segundo Vasco Moretto, “a nova visão é a de que existem dois profissionais frente a frente: o do ensino e da aprendizagem. E entre estes dois profissionais há uma relação ética. O aluno deve ter consciência de que a aprendizagem é de sua competência, dependendo de seu esforço e de sua motivação, de sua decisão pessoal de aprender ou não aprender.
Ao professor cabe criar condições que possam favorecer a aprendizagem, mas que garantam a aprendizagem. É preciso fazer o aluno falar, invertendo a ideia de que quem fala é quem sabe, o professor, e quem escuta é o aluno. Há de haver cuidado: a aprendizagem não é idiossincrática, com cada um aprendendo o que quer, porque o conhecimento é sempre uma produção social.
Para sustentar a coerência da ação com a visão de educação, se faz necessário planejar. Entende-se planejar como a antecipação mental da ação que será realizada. É uma proposta do ideal ser conduzido pelo real. Para tanto, se faz necessário um comprometimento com aquilo que foi enquanto plano, transformando-se em ação consciente e intencional.
Planejar é tentar amarrar os acontecimentos futuros à nossa vontade. Para isso, é fundamental o conhecimento da realidade a fim de usufruí-la ou transformá-la. Partimos sempre da realidade e nela retornamos, só que já transformada.
Todo este processo reflete-se no instrumento de avaliação usado pelo professor. É através dele que a proposta de trabalho espelha a ação do aluno, mas principalmente do professor.
É necessário conceber a avaliação como uma prática incorporada ao cotidiano, apresentando-se em todas as fases do processo ensino-aprendizagem, de maneira menos formal, mas nem por isso assistemática e não registrada. Desta forma, ela assumirá uma de suas funções mais importantes, que é de servir de apoio ao processo ensino-aprendizagem.
Na prática diária, a avaliação encontra-se presente, retomando a necessidade de planejamento, reformulação e ampliação de objetivos e estratégias de trabalho.
Elaborar instrumentos de avaliação exige do professor comprometimento com o projeto pedagógico e competência profissional. Portanto, é necessário:
- clareza do que e como foi realizado o trabalho na turma;
- objetivos claros e definidos;
- redação clara, precisa, concisa e ao nível de entendimento dos alunos;
- conhecimento da estrutura do conteúdo e domínio dos aspectos a serem avaliados;
A aplicação de um instrumento de avaliação tem como finalidade verificar se os objetivos trabalhados, num determinado período, foram atingidos. Assim, é importante muito cuidado desde as diferentes etapas de planejamento, organização e aplicação do instrumento, para garantir a validade de seus resultados.
Sugerimos que o professor forneça algumas orientações aos alunos, objetivando uma redução da ansiedade e aumentando a confiança do aluno em relação ao seu desempenho.
1. Ler com atenção todas as instruções;
2. Marcar cuidadosamente na folha de respostas (se houver) ou na própria questão;
3. Cuidar da apresentação geral do instrumento, evitando rasuras e uso de corretivos;
4. Iniciar pelas questões onde tenha certeza da resposta;
5. Responder todas as questões, mesmo que não tenha certeza na resposta;
6. Revisar bem antes de entregar.
Profª Ignez A. Maraninchi
Filosofia e Pedagogia Habilitação Supervisão Escolar
Especialista em Educação Pré Escolar e Supervisão Escolar
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