INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS – DEFICIENTES VISUAIS E SÍNDROME DE DOWN
O que vem a ser um Portador de Necessidade Especial.
Caracteriza alguém que não é necessariamente portador de alguma deficiência. É um termo abrangente e define a pessoa como “a que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando, por isso, de recursos especializados para desenvolver mais plenamente o seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades”. (Brasil, 1994, p22 in. Cidade, Freitas, 2002, p11).
Justificativa
Antes de montarmos nossa pesquisa, havia muitas dúvidas a serem esclarecidas sobre um P.N.E. Mas durante o projeto e montagem de nossa pesquisa, aprendemos a identificar, valorizar e avaliar um P.N.E.
Agora, com a conclusão deste trabalho, pretendemos trabalhar voluntariamente com diversos portadores de necessidades especiais.
No início de nosso trabalho, tivemos algumas dúvidas que gostaríamos de saber as respostas, cujas quais foram esclarecidas e solucionadas durante a pesquisa de nosso trabalho, como pode ser visto ao longo deste.
Toda pessoa tem seu potencial, não importa o grau de suas dificuldades ou de sua condição; temos de efetuar mudanças no sistema educacional e social para que possamos gerar respeito na sociedade.
Introdução
A falta de entendimento das diferenças entre os seres humanos no decorrer da existência das civilizações fez com que os diferentes sempre fossem tratados de forma relativamente agressiva e confusa, por sua vez, usados rotulados, segregados, discriminados, excluídos e, em alguns casos, exterminados. Outras vezes, pela mesma falta desse entendimento, a própria pessoa diferente assume atitudes muito particulares, como auto punição, isolamento e agressividade.
Relatamos em nossa pesquisa como são as causas e os problemas genéticos que podem ocorrer durante a gravidez e no uso de entorpecentes que venham a gerar uma criança portadora de necessidades especiais.
No nosso trabalho, relatamos sobre a inclusão de um P.N.E. nas escolas especiais e normais, na sociedade, no mercado de trabalho, sua valorização, como avaliar e métodos de aulas de Educação Física com P.N.E.
Neste trabalho, citamos somente deficientes visuais e Down.
As Deficiências da Necessidade Especial
- deficiências mentais, auditivas, visuais, motoras e múltiplas;
- condutas típicas de síndromes neurológicas, psiquiátricas ou psicológicas (com manifestações comportamentais que acarretam prejuízos no relacionamento social);
- altas habilidades (qualidades de superdotados);
- problemas de comunicação, fala e linguagem;
- dificuldade de aprendizagem.
Então, após tomarmos conhecimento do conceito de portadores de necessidades especiais, da proposta de inclusão, das causas e tipos, vamos dar ênfase no estudo de duas necessidades especiais, sendo elas:
- necessidades visuais;
- síndrome de Down.
Visando mostrar os resultados obtidos após nossa pesquisa nesses dois tipos de necessidades.
A avaliação psicológica da pessoa com SD
O motivo da avaliação psicológica pode variar; mas, geralmente, a solicitação é feita por médicos, terapeutas (por exemplo, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais), pelas escolas ou instituições. Nestes casos, os pais costumam referir-se ao motivo apontado por esses profissionais, não trazendo seus próprios motivos. A situação dos pais ou da família diante da queixa deve ser investigada, para que eles possam se posicionar diante do que é apontado.
Considerando a deficiência mental presente na SD, a avaliação psicológica, em qualquer idade, envolve entrevistas com os pais, devido à dependência existente. Geralmente, pais recentes mostram-se muito suscetíveis, necessitando, desde a fase de avaliação, de uma abordagem muito cuidadosa. Na fase do diagnóstico, eles estão vivenciando o processo de significação, de forma que o profissional pode obter informações a partir do relato da situação presente. O significado atribuído à síndrome nesta etapa e a forma como eles se adaptarem à situação influenciará, como já foi mostrado, o desenvolvimento da pessoa portadora da síndrome. Pais de crianças em idade escolar, adolescentes e adultos costumam apresentar relatos emocionados dessa fase e, através disso, também mostram como a experiência influenciou sua vida e as ressonâncias atuais do diagnóstico.
A imagem que os pais formam da SD proporciona ao entrevistador uma indicação da maneira como eles se relacionam com o filho(a) que tem a síndrome; perguntas diretas costumam obter respostas genéricas que informam pouco sobre a experiência pessoal.
De forma que os relatos livres pontuados pelo entrevistador podem mostrar o estilo de relacionamento e a ligação afetiva entre os pais e a pessoa com SD.
Além da atenção no que refere à fase inicial, a entrevista psicológica com os pais segue os critérios de outras entrevistas, de acordo com a orientação do profissional.
A observação da situação familiar é uma parte importante da avaliação psicológica. A estrutura da família e o tipo de interação existente entre os membros são fatores que influenciam o desenvolvimento e o comportamento da pessoa com SD, de forma que este aspecto e sua contextualização dentro da comunidade em que a família vive ajudam a compreender melhor a situação como um todo.
A avaliação psicológica de crianças com SD pode seguir os mesmos padrões da avaliação de outras crianças. Entretanto, algumas vezes, um atraso significativo no desenvolvimento está presente, sendo necessário que sejam feitas algumas adaptações, principalmente quando a quantidade de brinquedos utilizada. O material usualmente utilizado na observação lúdica (família de bonecos, animais, material gráfico, blocos de montagem) pode constituir excesso de estímulo para algumas crianças. A entrevista com os pais, antes do contato com a criança, pode dar indicações sobre as adaptações necessárias.
O desenvolvimento psicológico pode ser avaliado a partir do QI, medida que expressa a posição da pessoa avaliada comparada ao desenvolvimento “normal”.
Apesar de ser uma medida limitada, que não informa sobre os diversos fatores envolvidos na inteligência, a utilização dessa medida ajuda a perceber a influência dos fatores ambientais.
A comparação entre os resultados de pessoas portadoras de deficiência que viviam institucionalizadas e aquelas que viviam com suas famílias mostrou que o segundo grupo apresentava resultados mais favoráveis. Comparando os dois grupos, Carr (1985) constatou que pessoas que viviam segregadas apresentavam um QI médio de 37,3, enquanto as pessoas que viviam na comunidade chegavam até 52,1. Os resultados globais variavam entre 20 e 85, o que mostra que os portadores da SD podem situar-se num nível de deficiência severa, mas podem também chegar a um nível próximo à média. Também foram encontradas diferenças em relação ao gênero: pessoas do sexo feminino apresentam resultados melhores do que as pessoas do sexo masculino.
Outro aspecto observado nos resultados é que o QI tende a diminuir com a idade.
Assim, pessoas com SD têm resultados inferiores aos anteriores à medida que se desenvolvem. Rogers e Coleman (1994) afirmam que o resultado se deve à forma como a avaliação é realizada. Nas avaliações, as crianças com SD são comparadas a crianças sem a síndrome com a mesma idade cronológica, desconsiderando seu ritmo de desenvolvimento mais lento. Cunningham (1995) considera que o declínio se deve ao desenvolvimento mais lento em relação à idade cronológica. A causa do declínio não tem uma explicação definitiva, embora o fato seja aceito pela maioria dos pesquisadores.
Atualmente, a avaliação psicológica em termos de o que é cada vez menos utilizada.
Informações qualitativas sobre a pessoa que está sendo avaliada são mais relevantes e permitem que, a partir delas, seja feito um planejamento adequado ao atendimento de suas necessidades.
Não há instrumentos específicos de avaliação psicológica para a pessoa com SD, de forma que o procedimento é o mesmo utilizado para outras pessoas. A diferença situa-se na interpretação dos resultados, que devem considerar as alterações presentes na síndrome.
Estudos sobre o desenvolvimento cognitivo constataram a necessidade de a criança com SD se familiarizar com o ambiente antes de se “expor”. Wishart (1988) observou que, somente após a sexta sessão de testes, a criança efetivamente mostrava seu potencial.
Os instrumentos de avaliação, como as escalas Bayley e Gesell, testes como o WISC, Terman, Matrizes Progressivas e Bender, são úteis, assim como os desenhos e testes de personalidade. Porém, é muito importante a sensibilidade do profissional para perceber como a pessoa com SD se coloca diante desses instrumentos, interpretando os resultados a partir de uma observação dinâmica.
A Inclusão do P.N.E. na sociedade.
É uma proposta baseada no modelo social, que estimula e trabalha o portador de necessidade especial e a sociedade a conhecerem e juntos buscarem meios para conviverem e solucionarem suas necessidades individuais e coletivas. Como o foco está direcionado no conviver social, onde se estimula a sociedade a modificar-se, para ser capaz de viver e compartilhar com todas as pessoas, por mais diferentes que sejam, reconhecendo-as como integrantes e produto dessa sociedade em constante modificação, este trabalho vem a reforçar e comprovar que a inclusão é possível.
A inclusão do P.N.E. nas escolas
A falta de iniciativa, autonomia e reflexão dos alunos acerca das atividades propostas, bem como de sugestões para motivá-los a buscar referências teóricas pertinentes, alternativas, com o objetivo de diminuir a distância entre o que se aprende e o que se ensina e o que de significativo, este conhecimento contribui para a sua vida como cidadãos.
A autonomia precisa ser entendida como possibilidade de autogestão, poder de decisão, de participação, de refletir, interagir, saber fazer, agir e pensar. Sendo assim, conceituada, é um dos princípios básicos para a formação do ser. Desta forma, surge nova questão: qual é o papel do professor? O professor, conhecendo-se, vai desafiar seu aluno a descobrir-se e conhecer-se e terá uma melhor convivência e interação com o seu meio; poderá desenvolver com facilidade competências e sentir prazer na sua função.
Entendemos que esse processo será possível através de uma avaliação constante de nossas práticas: alunos, professores e pais, onde a utilização do Portfólio provocará o questionamento, a discussão, a análise e a reflexão e a sua ação transformadora.
A realidade onde este projeto foi desenvolvido destina-se a um grupo de alunos com deficiência mental e/ou múltiplas deficiências (visual, física, etc.). Há novas ações, para encontrarmos a escola ciente da importância da formação destas pessoas, da dificuldade que encontram de participação na sociedade, da discriminação social e que nosso aluno, para mostrar que é capaz, precisará romper a visão que a sociedade tem dele, vendo-o como alguém improdutivo, dependente, sem condições de desenvolver um trabalho que represente realização e a visão familiar que, na maioria das vezes, o vê como uma criança sem autonomia de ação.
O projeto também está baseado na filosofia de que a autonomia se constrói a partir do autoconhecimento, na interação com os adultos, na realização de tarefas do dia a dia, na participação de eventos sociais e no trabalho produtivo e com parceria junto à comunidade, no desenvolvimento de habilidades e competências e na valorização da vida.
Desta maneira, se propõem alternativas para descobrirem-se autônomos, capazes de participarem, intervirem, viverem, agirem e reagirem com responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum, garantindo-lhes o direito de cidadão.
A Educação inclusiva
Os alunos frequentam classes comuns com colegas não deficientes da mesma faixa etária.
Este princípio assegura aos alunos deficientes e não-deficientes a oportunidade de aprenderem uns sobre os outros e reduz o estigma experienciado por alunos que estavam separados anteriormente.
Escola da vizinhança
Os alunos frequentam uma escola comum em sua vizinhança ou aquela que a família escolheu por uma razão particular.
O professor ensina a todos os alunos.
Em escolas inclusivas, o professor tem a responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquelas com deficiência. Tem também a responsabilidade de assegurar que o aluno deficiente seja um membro integrante e valorizado da sala de aula.
Currículo adequadamente adaptado
Educação inclusiva significa que os alunos com deficiência estão sendo ensinados no mesmo contexto curricular e instrucional com os demais colegas de sala de aula. Materiais curriculares comuns podem precisar ser adaptados, mas somente até o nível necessário para satisfazer as necessidades de aprendizagem de qualquer aluno.
Métodos instrucionais diversificados.
São aplicáveis às classes de hoje, marcadas pela diversidade humana, os seguintes métodos: instrução multinível, a comunicação total, a aprendizagem por cooperação, aprendizado baseado em atividades.
Colaboração entre professores e outros profissionais.
A tendência para uma maior colaboração e apoio mútuo entre professores e a preferência dos terapeutas e consultores em oferecer apoio na própria sala de aula, em vez de retirar os alunos de lá, beneficiam a prática educativa em geral e a educação inclusiva em particular.
Inclusão do aluno na vida social da escola.
São partes importantes da educação inclusiva os relacionamentos e interações sociais. Assim como os demais alunos, aqueles com deficiência também precisam participar da vida social da escola, como, por exemplo, conduzindo visitantes pela escola, ajudando no gerenciamento de equipes e trabalhando no escritório da escola.
Quanto mais presentes estiverem esses componentes, maiores serão as chances de que a escola incluirá crianças e jovens portadores de deficiência.
Atitudes Inclusivas Fundamentais Em Educação.
Todo educador comprometido com a filosofia da inclusão…
- …está mais interessado naquilo que o aluno deseja aprender do que em rótulos sobre ele.
- …respeita o potencial de cada aluno e aceita todos os estudantes igualmente.
- …adota uma abordagem que propicie ajuda na solução de problemas e dificuldades.
- …acredita que todos os educandos conseguem desenvolver habilidades básicas.
- …estimula os educandos a direcionarem seu aprendizado de modo a aumentar sua autoconfiança, a participar mais plenamente na sociedade, a usar mais o seu poder pessoal e a desafiar a sociedade para a mudança.
- …acredita nos alunos e em sua capacidade de aprender.
- …deseja primeiro conhecer o aluno e aumentar sua autoconfiança.
- …acredita que as metas podem ser estabelecidas e que, para atingi-las, pequenos passos podem ser úteis.
- …defende o princípio de que todas as pessoas devem ser incluídas em escolas comuns da comunidade.
- …sabe que ele precisa prover suportes (acessibilidade arquitetônica, atendentes pessoais, profissionais de ajuda, horários flexíveis etc.) a fim de incluir todos os alunos.
- …está preparado para indicar recursos adequados a cada necessidade dos alunos, tais como: livros, entidades, aparelhos.
- …sabe que a aprendizagem deve estar baseada nas metas do aluno e que cada aluno será capaz de escolher métodos e materiais para aprender as lições.
- …sabe que, nos programas de alfabetização, os seguintes métodos são eficientes: redação de experiência com linguagem, histórias e outros textos sobre temas que o aprendiz conhece; alfabetização assistida por computador;
- material disponível no cotidiano do público; leitura assistida ou pareada usando livros convencionais e livros falados; debate após atividade estralasse; coleção de histórias de vida dos próprios alunos; uso da lousa para escrever um texto em grupo; colagem com recortes de revistas, entre outros.
- ….fornece informações sobre recursos externos à escola e intermédia a conexão com pessoas e entidades que possam ajudar o aluno na comunidade.
- …estimula outras pessoas importantes na vida do aluno a se envolverem com o processo educativo.
- …é flexível nos testes de avaliação, pois sabe que os testes, provas e exames provocam medo e ansiedade nos alunos.
- …utiliza as experiências de vida do próprio aluno como fator motivador da aprendizagem dele.
- …indaga primeiro o aluno deficiente se ele quer partilhar dados sobre sua deficiência e só em caso afirmativo passa essa informação para outras pessoas.
- …é um bom ouvinte para que os alunos possam falar sobre a realidade da vida que levam.
- …adota a abordagem centrada no aluno e ajuda os estudantes a desenvolverem habilidades para o uso do poder pessoal no processo de mudança da sociedade.
ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA NAS PRÁTICAS INCLUSIVAS DAS ESCOLAS
Ocorre envolvimento da família nas práticas inclusivas da escola quando:
1. Existe, entre a escola e a família, um sistema de comunicação (telefonemas, cadernos, etc.) com o qual ambas as partes concordam.
2. Os pais participam nas reuniões da equipe escolar para planejar, adaptar o currículo e compartilhar sucessos.
3. As famílias são reconhecidas pela escola como parceiras plenas junto à equipe escolar.
4. As prioridades da família são utilizadas como uma base para o preenchimento do Plano Individualizado de Educação (PIE) do seu filho, base esta que será completada com partes do conteúdo curricular.
5. Os pais recebem todas as informações relevantes (os direitos dos pais, práticas educativas atuais, planejamento centrado na pessoa, notícias da escola, etc.).
6. Os pais recebem ou têm acesso a treinamento relevante.
7. Os pais são incluídos no treinamento com a equipe escolar.
8. Os pais recebem informações sobre os serviços de apoio à família.
9. Existem à disposição de membros das famílias serviços de apoio na própria escola (aconselhamento e grupos de apoio, informações sobre deficiências, etc.).
10. Os pais são estimulados a participarem em todos os aspectos operacionais da escola (voluntários para salas de aula, membros do conselho da escola, membros da Associação de Pais e Mestres, treinadores, etc.).
11. Existem recursos para as necessidades especiais da família (reuniões após o horário comercial, intérpretes da língua de sinais, materiais traduzidos, etc.).
12. A escola respeita a cultura e a etnicidade das famílias e reconhece o impacto desses aspectos sobre as práticas educativas.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ESCOLAS INCLUSIVAS
1. Um senso de Filosofia e visão de que todas as crianças pertencem à escola e à comunidade e de que podem aprender juntas.
2. Liderança: O diretor envolve-se ativamente com a escola toda no provimento de estratégias.
3. Padrão de altos resultados educacionais refletem a excelência nas necessidades individuais dos alunos.
4. Colaboração e envolvimento de alunos em estratégias de apoio mútuo (ensino de iguais, sistema de companheiro, aprendizado cooperativo, ensino em equipe, co-ensino, equipe de assistência aluno-professor, etc.).
5. Novos papéis e responsabilidades: os professores falam menos e assessoram mais, psicólogos atuam mais junto aos professores nas salas de aula, todo o pessoal da escola faz parte do processo de aprendizagem.
6. Parceria com os pais: são parceiros igualmente essenciais na educação de seus filhos.
7. Acessibilidade: todos os ambientes físicos são tornados acessíveis e, quando necessário, é oferecida tecnologia assistiva.
8. Ambientes flexíveis: espera-se que os alunos se promovam de acordo com o estilo e ritmo individual de aprendizagem e não de uma única maneira para todos.
9. Estratégias baseadas em aprendizado cooperativo, adaptação curricular, ensino de iguais, instrução direta, ensino recíproco, treinamento em habilidades sociais, instrução assistida por computador, treinamento em habilidades de estudar, etc.
10. Novas formas de avaliação: dependendo cada vez menos de testes padronizados, a escola usa novas formas para avaliar o progresso de cada aluno rumo aos respectivos objetivos.
11. Desenvolvimento profissional: aos professores são oferecidos cursos de aperfeiçoamento contínuo visando à melhoria de seus conhecimentos e habilidades para melhor educar seus alunos.
TRECHOS DA DECLARAÇÃO DE SALAMANCA (UNESCO, 1994)
Educação inclusiva: capacitar escolas comuns para atender todos os alunos, especialmente aqueles que têm necessidades especiais.
Princípio da inclusão: reconhecimento da necessidade de se caminhar rumo a um lugar que inclua todos os alunos, celebre a diferença, apoie a aprendizagem e responda às necessidades individuais.
Toda a pessoa tem direito fundamental à educação e a ela deve ser dada a oportunidade de atingir e manter um nível aceitável de aprendizagem.
Todo o aluno possui características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que são singulares. Os sistemas educacionais devem ser projetados e os programas educativos implementados de tal forma a considerar a ampla diversidade dessas características e necessidades.
As escolas devem acomodar todos os alunos independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. O desafio para uma escola inclusiva é o de desenvolver uma pedagogia centrada no aluno, uma pedagogia capaz de educar com sucesso todos os alunos, incluindo aqueles com deficiências severas.
O princípio fundamental da escola consiste em que todas as pessoas devem aprender juntas, onde quer que isto seja possível, não importando quais dificuldades ou diferenças elas possam ter. Escolas inclusivas precisam reconhecer e responder a necessidades diversificadas de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando educação de qualidade para todos mediante currículos apropriados, mudanças organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com suas comunidades.
Os currículos devem ser adaptados às necessidades dos alunos e não o inverso. As escolas devem, portanto, oferecer oportunidades curriculares que se adaptem a alunos com diferentes interesses e capacidades.
A fim de acompanhar o progresso de cada aluno, os procedimentos de avaliação devem ser revistos.
Aos alunos com necessidades educacionais especiais devem ser oferecidas diferentes formas de apoio, desde uma ajuda mínima em classes comuns até programas adicionais de apoio à aprendizagem na escola, bem como a assistência de professores especialistas e de equipe de apoio externo.
Exemplos de Métodos de Aulas com Down.
Objetivo Geral:
Desenvolver habilidades, competências, conhecimentos, crescimento pessoal, social e a autonomia dos alunos envolvidos.
Objetivos Específicos
1. Confeccionar com cada aluno o seu Portfólio.
2. Investir na construção da autonomia do aluno.
3. Rever-se, professores, alunos e pais a partir da autoavaliação.
4. Mobilizar as famílias para participação, reconhecimento, valorização e aplicabilidade da produção e crescimento dos filhos.
5. Desenvolver o hábito de registrar as produções e analisá-las para dar continuidade ao processo de aprendizagem.
6. Elaborar projetos que correspondam ao interesse e necessidade dos alunos, subsidiado pelo conhecimento sistematizado.
Metodologia (atividades)
- Ensino centrado no desenvolvimento da criança
- Uso do portfólio onde a criança e a família serão o centro
- As atividades serão desenvolvidas em contato com a natureza após ampla exploração do seu corpo no espaço natural. O conhecimento será sistematizado em sala de aula e oficinas
- Todo o trabalho será realizado num clima agradável que privilegie a afetividade e a qualidade das relações que incidem diretamente no desenvolvimento funcional
- O educando é visto como um ser integral com necessidades específicas e o trabalho se desenvolverá no sentido de atendê-las
- Respeitar as experiências vividas pela criança e seus conhecimentos anteriores
- Privilegiaremos o processo e os meios que a criança utilizará para resolver os problemas propostos.
Durante o processo de desenvolvimento do projeto, as atividades propostas e realizadas, bem como sua avaliação, estão organizadas nos resultados obtidos através da sequência abaixo, e relatamos também, a elaboração do portfólio, sistematizados no monitoramento.
Sistemas de Aulas com Down:
01- Objetivo – Rolar o corpo, percebendo a sua ocupação no tempo e espaço e exercendo o controle.
Atividades: Aula passeio em contato com a natureza (chácara) Exercícios de rolar, percepção do corpo.
Exercícios – deitados no gramado:
1°. Alongamento
2°. Movimento de rolar em círculo com os olhos acompanhando um objeto.
3°. Rolar de braços abertos; Rolar braços acima da cabeça para direita e esquerda.
4°. Identificar as partes do corpo; Aplaudir.
02- Objetivo- Desenhar o corpo e suas partes.
Atividades – Deitado em um papel do tamanho do seu corpo
1°. Contornar o corpo do outro que deve estar deitado no papel.
2°. Identificar as partes do seu corpo e do seu colega.
3°. Desenhar ou recortar essas partes, completando o corpo contornado.
03- Objetivo: Ser capaz de demonstrar uma postura adequada ao sentar-se
Atividades – Conversação sobre postura correta de sentar-se em locais diferentes (cadeira, sofá, etc).
- Conversação sobre a importância do equilíbrio.
- Percepção do corpo e controle dos movimentos em locais diversificados: cadeira giratória, em dupla de mãos dadas, sentar e levantar ao mesmo tempo, sentar no joelho do colega.
- Relaxamento, percepção dos sons do ambiente.
04- Objetivo: Envolver as famílias nas atividades desenvolvidas pelos filhos.
- Atividades – Andar ereto, equilíbrio, coordenação ampla dos movimentos. Aula passeio Sentindo as partes do corpo: pés, braços, tronco, cabeça, pescoço…
- Retomada dos objetivos propostos no projeto.
- Conversação sobre os resultados do trabalho percebidos pelos pais e envolvimento dos mesmos para continuidade do projeto.
- Relaxamento utilizando um CD, onde os pais, alunos e professores realizam os exercícios solicitados deitados no gramado/sentados/em pé.
05- Objetivo – Estimular a capacidade de engatinhar com as mãos e os joelhos de maneira uniforme e coordenada.
Atividades:
- Rastejar para frente e para trás.
- Engatinhar brincando. Formar um trenzinho e engatinhar.
- Engatinhar em cima de bancos.
- Buscar objetos determinados pelo grupo.
- Relaxamento.
06- Objetivo: Desenvolver através do andar, equilíbrio e coordenação.
Desenvolver os exercícios de forma livre, prazerosa, objetivando também a relação harmoniosa entre os envolvidos.
Atividades: Aula passeio, caminhada para fora do espaço da escola; observando a natureza e comentando sobre o que estão vivenciando.
1°. Exercícios diversos, envolvendo o corpo, sua ocupação no espaço, andando, sentindo os movimentos e percebendo irregularidades físicas do terreno explorado.
2°. Caminhada: À vontade pelo espaço sugerido, com as pontas dos pés, com os calcanhares, com a borda lateral e borda medial dos pés, com as pernas afastadas, sem fazer barulho, fazendo barulho com os pés, fazendo paradas e voltando a andar, em círculos (brincadeiras de roda), em zig-zag, brincando de trenzinho, livremente pelo espaço.
3°. Andando, observando a natureza e percebendo as variações corporais; ouvindo os barulhos da natureza.
4°. Retornando à escola, ouvir e executar exercícios de relaxamento, seguindo as instruções do CD de relaxamento.
07- Objetivo: Desenvolver a habilidade de correr por um caminho com e sem obstáculos.
Atividades:
- Começar a correr devagar no mesmo lugar.
- Correr entre filas de bancos.
- Correr em volta da escola apontando consigo mesmo em volta do campo, etc.
- Correr saltando um obstáculo.
- Corrida de cachorro: o aluno galopa correndo para frente com ambas as mãos sobre o chão e os joelhos levemente dobrados.
- Delimitar uma área de corrida para correr e agarrar uma bola de futebol enquanto corre.
08- Objetivo: Desenvolver a capacidade de arremessar um objeto com grau razoável de precisão.
Atividades: O aluno deve ser capaz de jogar uma bola para outra pessoa, de modo que a bola possa ser apanhada.
- Jogar papel: o aluno amassa bolas de papel e as arremessa dentro de uma cesta.
- Atirar uma bola ou arremessar para derrubar uma pirâmide de caixas de leite.
- Arremessar uma bola de basquete para uma pessoa, de modo que bata uma vez no chão.
- Dois alunos correm para um alvo enquanto arremessam um para o outro e apanham um saquinho de feijão.
09- Objetivo: Desafiar o aluno a transpor obstáculos simples sem cair.
Atividades: Saltar juntos de frente para o aluno.
- Saltar sobre uma linha: o aluno pula para trás e para frente, por um número determinado de vezes.
- Saltar com um pé só.
- Pular da cadeira para uma linha desenhada indicada no chão.
10- Objetivo – Estimular o aluno a saltitar por orientação, imitação e participação.
Atividades – Saltitar com um e dois pés em toda direção.
- Nomear um bicho e realizar os seus movimentos.
- Saltitar elevando os joelhos.
- Saltitar acompanhando a batida das palmas.
- Saltitar para trás: as crianças pulam para trás, seguindo um caminho pré-estabelecido. Em sala: Seleção de revistas, jornais, panfletos, etc., pelo professor e alunos, onde serão recortadas e coladas gravuras de paisagens que lembrem o passeio e pessoas realizando exercícios.
- Desenhar, manipular argila, massa de modelar, etc., tendo sempre como referência o ambiente do trem e paisagens da viagem.
- Realizar exposição do material para conhecimento de toda a equipe da escola e possíveis visitantes.
11- Objetivo – Movimentar o corpo de acordo com a música, aula de maneira coordenada.
Atividades: Crianças sentadas; batendo palmas de acordo com o ritmo.
- Movimento livre; os alunos se movem livremente com os braços para cima da cabeça.
- Criar movimentos seguindo o ritmo da música. Os alunos juntam as mãos em círculo e seguem as instruções do professor para seguir a música.
- Usar um lençol, segurado por várias crianças, acima de suas cabeças para ensinar movimentos eurítmicos.
12- Objetivo – Identificar e emparelhar objetos, tocando-os e sentindo-os.
Atividades – Explorar a textura da lama, a areia molhada, tinta para pintura a dedo, argila úmida, água, etc.
- Examinar a textura da areia seca, poeira, pedras, cimento, tijolos, madeira, tecido e papel áspero e liso, etc.
- Examinar com o tato a textura, o tamanho e a diferença de formato de maçãs, bananas, pêras, batatas, tomates, uvas, etc.
- Colocar cubos de gelo sobre os braços e corpo; descrever as sensações envolvidas.
- De olhos vendados, a criança coloca as mãos dentro de uma caixa surpresa e retira um objeto, apanhando-o e diz o que é, de que material é feito.
13- Objetivo: Captar e diferenciar estímulos auditivos e visuais.
Atividades – Colocar um relógio de pulso perto de cada ouvido da criança, alternadamente, e treiná-la a escutar e a levantar a mão quando não ouvir mais o tique-taque.
- Dar ordens baixinho para cada criança, variando as direções para cada ouvido.
- Relacionar a gravura ao som correspondente.
- Selecionar o material selecionado pela professora.
- Reproduzir o mesmo ruído apresentado pela professora a partir de variados instrumentos.
14- Objetivo – Interagir respeitando as interações estabelecidas consigo, com as pessoas próximas e com o meio.
Atividades – Visitas e passeios para troca de experiências e vivências.
- Informações sobre como lidar com os problemas do dia a dia;
- alimentação, exercícios físicos, lazer e técnicas utilizadas para relaxamento da mente e do corpo.
- Participação e valorização de situações que envolvam a combinação de algumas regras de convivência em grupo e aquelas referentes ao uso individual dos materiais e do espaço, enquanto pertinente.
- Conhecimento, respeito e utilização de algumas regras elementares de convívio social; respeito, solidariedade, justiça, disciplina e liberdade.
15- Objetivo – Expressar através da dramatização seus sentimentos de medo, raiva, tristeza, alegria e amor.
- Efetuar os movimentos realizados durante o desenvolvimento do projeto.
- Dramatizar ao som da música, representando os movimentos desde o nascimento, sua evolução: rastejando, engatinhando, andando, dançando, exercitando o seu corpo no espaço, percebendo os seus limites e suas possibilidades.
Atividades: Alunos ensinam danças e os movimentos aos demais colegas. Reunião de pais para finalização e apresentação do número de dança e avaliação do projeto junto às famílias.
Conclusão
Em nossa sociedade, existem muitos jovens e adultos com deficiência mais comprometidas que permanecem por muitos anos na condição de incapazes de aprender e produzir. No passado, isto era permitido diante do diagnóstico e prognóstico que nossos instrumentais avaliativos e nossas referências teóricas mais avançadas nos indicavam.
Hoje, conhecendo as descobertas propiciadas pelo paradigma da inclusão e tendo acesso à teoria das inteligências múltiplas, não temos mais o consentimento das próprias pessoas com deficiência e de outras socialmente excluídas para continuarmos adotando os critérios de avaliação, as metodologias didáticas e demais recursos educacionais que não mais atendem aos interesses, às aspirações e às necessidades, acima de tudo ao potencial até então ignorado de tantas identidades individuais.
A busca do potencial nas identidades individuais precisa percorrer um novo caminho, o paradigma da inclusão. Professores, pais, terapeutas e familiares, e as demais pessoas da sociedade, precisam adotar os princípios do empoderamento, da deficiência, da equiparação de oportunidades, da rejeição zero, da cooperação e colaboração, da diversidade humana e das diferenças individuais.
Toda pessoa tem seu potencial, não importa o grau de suas dificuldades ou de sua condição. Temos de efetuar mudanças no sistema educacional, desenvolvimento social, etc.
Mudanças são necessárias. Então vamos mudar! De nada adianta termos atingido uma nova visão de pessoa, de potencial humano, de sociedade, se não a utilizarmos para efetuar mudança.
Nossas crianças, adolescentes e também os adultos não podem mais continuar sendo sacrificados levando uma vida de baixa qualidade por causa de nossa incapacidade de responder aos estilos de aprendizagem e às múltiplas inteligências de cada um deles.
Não há um atendimento com ampla oferta, embora este “campo” esteja crescendo muito nos últimos tempos, pois o P.N.E. está sendo visto com outros “olhos” diante da sociedade, o preconceito está sendo deixado de lado para abrir caminho à compreensão e à valorização do ser humano como pessoa.
Existem escolas especiais que abrem caminho no mercado de trabalho para um P.N.E. Exemplo: Escola Especial Nilza Tartuce (ensina o artesanato, plantações e panificação).
Hoje em dia, a sociedade está fazendo mídia para colocar o P.N.E. no mercado de trabalho. Ex: Universidade Tuiuti do Paraná (Campus Champanhat).
Tratar igual uma pessoa desigual é, no mínimo, desumano. (Getúlio Vargas)
Bibliografia
Inteligências múltiplas na educação inclusiva. Texto de Romeu Kazumi Sassaki.
Secretaria de Estado da Educação do Paraná Departamento de Educação Especial.
As inteligências múltiplas e seus estímulos. Celso Antunes – 3ª edição, 1998.
Cidade, Ruth E.A; Freitas, Patrícia S. de – Introdução à Educação Física e ao Desporto para Portadores de Deficiência. Ed. UFPR, 2002.
Brito, Ari – Jornada de Esporte Educacional. ed. Ulbra, 2001.
Síndrome de Down de José Salomão Schwartzman
Autor: Adriano Simioni
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