INTRODUÇÃO
Atualmente, várias são as escolas de Educação Infantil que agregam atributos extremamente pesados ao desenvolvimento infantil, visando apenas à formação escolar da criança, contribuindo dessa forma para a morte prematura do melhor momento de sua vida: a infância. Por isso, é importante trabalhar também dentro da escola a continuação da infância, por mais subjetiva que seja, e dar à criança a possibilidade de estar em contato com aquilo que a satisfaz: o brinquedo, a brincadeira, os jogos e a convivência com os colegas. Sendo assim, este é o ponto chave: empreender o lúdico dentro da Educação Infantil de forma segura e contribuindo de maneira significativa no desenvolvimento geral das crianças. Para mais sugestões de atividades lúdicas, veja 25 sugestões de atividades psicomotoras.
BRINCAR TAMBÉM FORMA CIDADÃOS
Podemos ressaltar que a construção da capacidade de ação simbólica sobre o mundo social e natural possibilita às crianças representarem esse mundo através de símbolos. Elas nascem com um código num nível elementar biológico e, progressivamente, através das interações com sujeitos da cultura, vão incorporando esses sistemas de símbolos e signos, utilizando-os, transformando-os e desenvolvendo essa função mental superior.
Desse modo, são os adultos e outros que interagem com a criança que atribuem significado a um movimento seu, tornando-o gesto; dão significados aos seus balbucios, tornando-os fala; aos seus rabiscos e garatujas, tornando-os desenhos ou escrita. Estruturam-se, assim, o pensamento verbal e as múltiplas linguagens, que funcionam de forma interdependente, sedimentando outra forma de as crianças, como sujeitos sociais, se relacionarem com a cultura.
O brincar, a imitação, a repetição, a imaginação, a interação com os colegas, a exploração e a experimentação são características da ação infantil, utilizadas para compreender e transformar o mundo em que estão imersas. É necessário enfatizar o brincar como forma privilegiada de as crianças dessa faixa etária se conhecerem, se expressarem, bem como de compreenderem, significarem e transformarem o mundo.
Entretanto, suas possibilidades de aprender e se desenvolver são determinadas pelo tipo de experiência e pela qualidade das interações que estabelecem com a sua cultura. Nesse sentido, os espaços educativos coletivos, como as creches e pré-escolas, desempenham um papel fundamental para possibilitar esse desenvolvimento. Para mais informações sobre brincadeiras na educação infantil, confira Brincadeiras na Educação Infantil: Benefícios e Importância.
Precisam, para tanto, conhecer as crianças concretas que vêm para essas instituições, isto é, conhecer os saberes, valores e práticas nos quais elas estão se constituindo, bem como conhecer as especificidades e necessidades das crianças da educação infantil, levando em conta esses conhecimentos na organização de suas propostas pedagógicas. Além disso, para contribuir com a aprendizagem de todo e qualquer objeto de conhecimento, é necessário que conheçam o objeto a ser ensinado.
O papel da instituição passa a ser determinante, ajudando a criança a inserir-se na cultura, compartilhando com a família a responsabilidade pela formação humana de seus filhos. Assumir essa nova dimensão das creches e pré-escolas é promover os cuidados necessários à preservação da vida, contribuindo efetivamente para o aprendizado do autocuidado, ligado às necessidades básicas de alimentação, sono, higiene e saúde.
Esse aprendizado se estende até o conhecimento das leis mais gerais que regem a natureza e a cultura, passando essencialmente pelo aprendizado do brincar, exercitado cotidianamente nos jogos de faz de conta, que possibilitam a ela a compreensão e a transformação dos demais aspectos. Além disso, nesse processo, é papel das instituições de Educação Infantil fazer a mediação entre a criança e a cultura, possibilitando seu acesso às fontes de conhecimento.
BRINCADEIRAS FAIXA ETÁRIA DE 5 À 6 ANOS.
CAXINHA SURPRESA
As crianças deverão estar sentadas em círculo. Ao som de uma música, passa-se uma caixinha de mão em mão. Quando a música pára, quem estiver com a caixa irá retirar uma ficha, sem olhar, indo ao centro do círculo para falar sobre a palavra e a figura correspondente através da intervenção da professora (Que figura é esta? Começa com que letra? Termina com que letra? Quantas letras têm a palavra?…). Termina a brincadeira quando todas as crianças tiverem recebido a caixa.
BRINCADEIRA COM AS FICHAS DOS NOMES
Organizam-se as crianças sentadas no chão. A professora mostra a ficha coberta com outra branca e vai puxando de modo a mostrar uma a uma as letras da palavra escrita, instigando as crianças a reconhecerem o nome do coleguinha escrito na ficha. Repete-se com todas as fichas dos alunos da turma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, temos de dar prioridade aos trabalhos voltados para a construção da autonomia da criança, na perspectiva do autocuidado; para a vivência dos movimentos no espaço, estruturando sua corporeidade; para a exploração do mundo físico e social, compreendendo e ampliando a cultura na qual está imersa; para o desenvolvimento do brincar, das linguagens oral, corporal, visual, musical, que, juntamente com a linguagem escrita, e de modo interdependente, contribuem para a estruturação do pensamento e possibilitam a relação da criança com a cultura. Portanto, as ações pedagógicas relacionadas à linguagem escrita deveriam ser consideradas como mais uma das múltiplas dimensões a serem levadas em conta na organização das rotinas diárias e dos planejamentos mensais e anuais das creches e pré-escolas.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
FERREIRO, Emília. Reflexão sobre alfabetização. Editora Cortez. São Paulo. 2001.
Autor: Adriana Aparecida de Andrade Manrich
Conheça os brinquedos que estimulam a criatividade e a concentração das crianças.
Escreva um comentário