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Construindo Igualdade de Gênero no Espaço Escolar

Explore como a igualdade de gênero pode melhorar a vida estudantil e acadêmica para todos, criando um ambiente de sucesso.

Construindo Igualdade de Gênero no Espaço Escolar

É absurdo pensar que é preciso divulgar um concurso para chamar a atenção da comunidade escolar sobre um assunto tão polêmico que assola nossa sociedade. É um assunto que deveria ser trabalhado sempre em sala de aula, para a conscientização dos alunos quanto a essa desigualdade, e, quem sabe transformar essa realidade cruel que exclui as mulheres de uma melhor qualidade de vida.

Todo o mundo tem consciência do número de mulheres admitindo e liderando pessoas, comprando, vendendo e tomando decisões de peso. Entretanto, muita gente se esquece que homens e mulheres atuam e decidem de formas diferentes, deixando a ética de lado. O homem sempre menospreza o potencial da mulher, mostrando que não estão preparados para a ascensão da mulher no poder.

A desigualdade entre homens e mulheres, tão comum no mercado de trabalho, revela-se maior quando o assunto é a representação política. Nesta área, aliás, as diferenças são muito mais significativas. Nem mesmo a inclusão na lei eleitoral brasileira de uma cota mínima de mulheres candidatas aos cargos eletivos foi suficiente para provocar algum avanço.

Se analisarmos bem, veremos que a participação feminina na política evolui mais devagar do que previam as lideranças, primeiro porque há muita dificuldade em superar barreiras impostas pela formação educacional e pela cultura brasileira, e segundo porque não preparam as mulheres para a disputa política nem para o poder.

Precisamos nos conscientizar de nossas responsabilidades para com a sociedade, precisamos ser preparadas para a luta em favor de uma sociedade mais igualitária, pois existem muitas qualidades que colocam as mulheres em vantagem sobre os homens, como por exemplo, em meio a tantas denúncias que envolvem os homens do poder público, a mulher sempre aparece como uma alternativa para combater a corrupção. Entretanto, a liderança feminina mexe com o brio masculino e eles não aceitam que mulheres se posicionem em grandes cargos.

Podemos analisar também que a mulher com um nível educacional mais alto, geralmente tem mais capacidade de melhorar sua qualidade de vida e a de sua família. Por isso, o efeito da educação na vida da mulher é fundamental para a tomada de decisões sobre assuntos como: a fertilidade, maior participação na vida pública, relações de independência financeira, autonomia nas decisões pessoais, a não sujeição à violência domiciliar e outros.

Além disso, um grau maior de escolaridade da mãe envolve a permanência do filho por mais tempo na escola, seja pelo exemplo que serve como incentivo, seja por ter uma condição econômica melhor ou por exercer um papel pedagógico, supervisionando e ajudando o filho nas tarefas escolares.

Nas questões ligadas à sexualidade humana, as relações de gêneros estão inevitavelmente presentes e nesta perspectiva pais e professores devem trabalhar a vivência da sexualidade, orientando os jovens na busca de formas mais seguras para os relacionamentos sexuais e amorosos.

Outro assunto polêmico é o homossexualismo, muitas discussões surgem sobre o assunto, porque é uma realidade da nossa sociedade, mostrada na TV e revistas como um comportamento normal, mas sabemos que não é aceitável unanimemente, hoje causa polêmica entre brasileiros católicos, protestantes e conservadores alegando que legitimaria uma união imprópria, que ameaça a manutenção da família, grupos organizados de gays; alguns parlamentares simpatizantes com a causa defendem os direitos civis de gays e lésbicas. Contudo, não podemos esquecer que temos uma cultura enraizada nos ensinamentos católicos que vê o homossexualismo como um pecado, e conseguiram desenvolver em nossa sociedade uma homofobia, ou seja, uma aversão ao homossexualismo.

As causas da homossexualidade são muito complicadas, acredita-se que tanto a homossexualidade quanto a heterossexualidade não são opções. As pessoas formam sua sexualidade por volta da pré-puberdade, até então ele não sabe o que é homossexualismo. Entretanto, se esse indivíduo sentir atração por uma pessoa do mesmo sexo, estará sujeito a sofrer críticas e preconceitos até mesmo da própria família. Isto se dá porque a sociedade em geral é preconceituosa, não tem informação e formação capaz que os faça entender que o homossexual não é um ser diferente por opção, ou “sem vergonha” como muitos dizem, e que devemos aceitar as diferenças do ser humano.

Contudo, sabemos que ainda existe um longo caminho a percorrer para eliminar a homossexualidade da lista das palavras proibidas, mas, o surgimento de grupos organizados de homossexuais no Brasil e no mundo luta em busca de direitos iguais, contra as expressões de homofobia e a favor de uma organização para defender seus plenos direitos de cidadania.

Um trabalho de orientação sexual feito com seriedade dará aos nossos jovens uma maior compreensão do respeito mútuo. Com relação à aceitação ou não da homossexualidade pode-se trabalhar sobre a ascensão de outros países nesse sentido, sobre as leis que vigoram no nosso país e os projetos de leis que estão em andamento, no sentido de fazê-los entender que o ser humano vive em busca da felicidade e que cada um tem sua maneira de ser feliz.

Na questão das mulheres e os meios de comunicação, tanto na televisão como nas revistas e em outros meios é notável que a maioria das propagandas sejam feitas por mulheres bonitas, com ar provocante, e às vezes semi-nuas com o objetivo de seduzir o consumidor, entretanto, não percebem que estão sendo deflagradas em sua integridade feminina.

E não é só nesse aspecto que a mulher é inconstantemente violentada, existem casos extremos de violência contra a mulher. Já existe a Delegacia de Mulheres para aquelas que são violentadas e não têm coragem de procurar a polícia, por medo do parceiro ou por vergonha da sociedade, mesmo porque a maioria destas mulheres vive em situação de dependência e não conseguem se libertar do parceiro ou de outra pessoa com quem convive e as maltratam.

Não podemos deixar de abordar também sobre alguns Funks, ditos como “música”, possuem letras extremamente agressivas às mulheres. O fenômeno legitimado pelo gosto popular está aí nas garras dos esquemas comerciais de grandes gravadoras. Não se pode mais ligar a TV e o rádio, ir à feira ou frequentar espaços públicos sem que se depare com crianças, jovens e até mesmo adultos cantarolando refrões de música funk. Os “compositores” deste funk com certeza não conhecem os números de violência contra as mulheres no país ou o que falta mesmo é o bom senso.

Por trás da desculpa de ser um estilo de música sensual, as letras “criadas” pelos Funkeiros cada vez mais descambam para a vulgaridade, para o preconceito e para a violência, em que os alvos preferenciais são as mulheres ou “tchutchucas”, “cachorras”, “preparadas” como a “galera do funk” convencionou a chamá-las.

O que as próprias mulheres não refletem é que, justamente nos produtos culturais é que se encontra a base para a edificação de valores. Estamos diante de uma situação que exige uma atitude urgente para não continuarmos sendo obrigados a ouvir músicas que insistentemente apresentam a mulher como um objeto passível de qualquer desejo masculino, inclusive a violência.

A violência é um fenômeno que se encontra disseminado na sociedade como um todo e a escola não está livre dele. Os mecanismos de socialização atuantes, hoje, no ambiente escolar, estão permitindo a entrada de dificuldades da vida coletiva geradoras da violência. A consequência desse estado de coisas é a formação de alunos desprovidos da ideia de alteridade, de respeito, de senso democrático, do diálogo, do convencimento ou da persuasão. E, como num círculo vicioso, o resultado é até o fortalecimento de uma sociedade autoritária.

Saber lidar com a violência é a chave para a criação de um clima positivo dentro da escola, além de uma cultura de respeito. Existem formas específicas para o ensino em sala de aula que podem fazer parte do plano, para mostrar que eles são capazes de diminuir atitudes agressivas na escola. O trabalho de não agressão deve ser desenvolvido nos anos iniciais, o professor nunca deve ignorar ameaças entre as crianças, já que há evidências ligando esses atos ao aumento do comportamento violento e agressivo nos jovens. Algumas crianças precisam de mais atenção porque às vezes vivem em situações de risco, por isso é necessário buscar intervenção também nas famílias para um plano de prevenção à violência. Crianças que acreditam na importância da escola e que permanecem por mais tempo nela, são muito menos suscetíveis a problemas de comportamento quando adolescentes.

Todos nós sabemos que essa diferença tem privilegiado os homens, na medida em que a sociedade não tem oferecido as mesmas oportunidades de inserção social e exercício de cidadania a homens e mulheres. Mesmo com a grande transformação dos costumes e valores que vêm ocorrendo nas últimas décadas, ainda persistem muitas discriminações relacionadas ao gênero. Mas sabemos também que, com um trabalho feito com seriedade desde a mais tenra infância poderá trazer contribuições significativas para mudarmos esta discriminação.

Como um dos primeiros aspectos ligados ao gênero na escola, constata-se que o relacionamento dos alunos entre si evolui desde as brincadeiras separadas entre meninos e meninas até quando começam a aproximação para conhecer o outro. Na puberdade há um maior entrosamento entre eles, mas nunca sem conflitos. Por isso a necessidade de se trabalhar as atitudes, os comportamentos e ações nas relações humanas cotidianas.

Na escola, a questão de gênero pode ser aprendida em todas as disciplinas. O professor se atentará para ajudar os jovens a construir relações de gênero com equidade, respeito pelas diferenças, compreendendo o outro para aprenderem a ser pessoas mais admissíveis, flexíveis e equilibradas.

Portanto, na escola trata-se de relações de gênero com diferentes faixas etárias, por isso é uma tarefa delicada que merece certo cuidado. Existem nas escolas mitos que precisam ser acabados como: disciplinas onde os meninos se saem melhor do que as meninas, como por exemplo, a Física. O cuidado que o professor precisa ter é de não promover esta concepção, porque o não aprendizado de um conteúdo pode não ter ligação com o sexo biológico e sim com as experiências cotidianas ou mesmo as vividas na escola. Se o professor tomar certos comportamentos e habilidades como naturais, ligados ao sexo biológico, ele poderá comprometer o ensino-aprendizagem.

Em qualquer situação escolar pode ser ensinada a relação de gênero e o professor precisa estar atento para intervir no modo de agir dos alunos para que não haja discriminações e críticas no modo de ser de cada indivíduo, principalmente em relação a apelidos e críticas sobre a sexualidade do colega. O professor deve aproveitar trabalhos de convivência em grupo para salientar sobre o respeito ao outro e às diferenças.

Sabemos que inúmeros são os obstáculos que interpõem no caminho rumo à sociedade que almejamos, dentre eles destacam-se: a educação diferenciada que leva as mulheres a aceitarem ocupar posição secundária na sociedade; oportunidades desiguais, em flagrante benefício dos homens, de participação política em todas as esferas; reprodução de valores masculinos dominantes pela família, pela escola, pela religião, pelos meios de comunicação, pelos livros didáticos e literários, etc.

O trabalho pesquisado e desenvolvido deixou bem claro que há um longo caminho a percorrer até que veremos a violência na escola, a violência contra a mulher, a desigualdade de gênero e outros assuntos aqui relatados, serem vencidos com inteligência, na busca de uma sociedade igualitária.


Autor: Isabella Viana Abreu


Pedagogia ao Pé da Letra
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