Esse post vai ser sobre a importantíssima palestra da Professora Marlene Machado que explanou sobre Inclusão Social. Lá havia muitas professoras e alguns professores, vários pais e cuidadores de autistas e foi muito importante estudarmos sobre esse assunto, pois ele é uma novidade tanto para as escolas quanto para as famílias. Como agir diante de uma criança ou adulto com deficiência perante à sociedade? Será que um autista se diferencia muito de um aluno muito tímido?
A palestra dela abordou os seguintes assuntos:
- Como a diferença toca a cada sujeito.
- Desafios para inclusão e os impactos sobre o fazer pedagógico.
- Trabalho com as diferenças, em especial, o autista.
Para trabalhar com alunos especiais, as professoras e a escola devem fazer um planejamento pedagógico levando em consideração as características marcantes dos autistas, como resistência à mudança de rotina, resistência ao aprendizado (aos assuntos que não são de interesse deles), resistência ao contato físico, dificuldade de se misturarem com as outras crianças, utilizam as pessoas como ferramenta e podem apresentar comportamento arredio e isolado. Conhecendo bem essas características, precisamos criar um conceito de “o que é ser criança?”, “que criança nós fomos?” e “como é a criança atualmente?”. E vamos mais fundo nesses conceitos: De que criança estamos falando? Montaremos esse conceito a partir do que estudamos sobre ela ou sobre o que ela nos diz? Se ela tiver alguma deficiência, o que nos fará mais sentido? O que sabemos a respeito sobre o processo de aprendizagem de toda criança: as maneiras de se comunicarem, as formas de linguagem que utilizam, as relações que estabelecem com o tempo e espaço, o conhecimento que possuem do próprio corpo, a construção do pensamento. Quais aspectos fazem parte do dia a dia de toda criança?
Mas e se ela tiver alguma deficiência?
Os adultos recebem os deficientes na escola (ou qualquer outro lugar) de maneira diferente do que as demais crianças: Adultos racionalizam se ela será capaz de permanecer ali, se é capaz de trabalhar ou se comunicar com ela, qual é a sua deficiência, etc. As crianças olham com curiosidade e de maneira simples: posso brincar com ela? Será que ela gosta de vir à escola? Por que ela não fala? E posso experimentar sua cadeira de rodas? São os pensamentos que surgem, mas muitas nem se perguntam, apenas sorriem e vão brincar! Devemos nos inspirar na criança que coloca o desejo de brincar acima das diferenças, pelo simples fato de estarem juntas se divertindo. A falta de brinquedos, da visão ou de qualquer outra coisa é esquecida na reinvenção das brincadeiras. Vamos seguir esse exemplo?
As crianças, sejam elas típicas ou não, trazem a dimensão do novo e do diferente. Não há como pensar em inclusão social sem levar isso em consideração, pois a escola convive e trabalha com as diferenças diariamente.
Então, para entendermos a inclusão, devemos ter em mente que as diferenças não são feitas apenas de pessoas com deficiência ou não, não existem apenas diferenças biológicas. Existem diferenças sociais, culturais, históricas, políticas, dentre outras que refletem sobre a subjetividade de todos nós. Pensar na diversidade é pensar na nossa relação com as outras pessoas e, para isso, estabelecemos padrões como ponto de referência que podem acabar produzindo o efeito inverso: a exclusão. A partir disso, a diversidade passa a ser um problema para a convivência humana.
A psicanálise diz que quando excluímos o outro, excluímos nós mesmos, pois é o outro que nos permite a possibilidade de perceber novos olhares, sentimentos, pensamentos. Para incluir um aluno, o professor depende de dois fatores: o subjetivo (ele enquanto pessoa) e sua formação (seu modo de ser profissional). Não há como dividir um professor separando o que nele é profissional e o que dele é subjetivo, pois os dois fatores estão associados à história de vida dele. Há uma relação bem estreita do que o professor é, como ele se vê e a forma como ele desempenha sua função profissional, e essa relação dirá em como esta pessoa/profissional trabalhará com as diferenças.
E qual a importância de lidar com as diferenças?
Bom, então vamos focar na diferença que atinge as nossas vidas.
O sujeito em relação ao meio: sujeito sem estímulo X sujeito com estímulo. No primeiro caso, a pessoa deficiente terá que buscar sozinha uma maneira de se adaptar ao meio em que vive e, no segundo caso, a pessoa tem a oportunidade de potencializar sua capacidade, já que ela e o meio em que vive trabalharão em conjunto para construírem possibilidades para garantir a formação de todos. É uma interação em que todos colaboram e ganham.
Concluímos então que as competências de um autista (ou qualquer pessoa que tenha algum tipo de síndrome ou deficiência) irão “morrer” frente às condições do meio ou impulsionar a aprendizagem como o ato de aprender e ensinar com sentido e significado.
Os professores e a escola devem ter consciência de sua importância na evolução de um aluno especial e, para isso, é necessário construir a capacidade de uma criança baseado naquilo que ela é e não naquilo que ela não é.
Bom, para a inclusão escolar (porque inclusão social vai além da escola), deparamos com vários desafios e a professora Marlene nos levou a uma reflexão:
- Como incluir um aluno cego na sala de aula e outro que não quer enxergar o que é capaz de aprender?
- Um aluno com Síndrome de Down apresenta mais dificuldades para aprender que os alunos com dificuldades de aprendizagem?
- Dá mais trabalho empurrar a cadeira de rodas de um aluno ou fazer alguém acreditar que pode sair da posição de fracasso que acredita estar?
- O que nos preocupa mais: se o aluno tem a Síndrome de Gilles de La Tourette ou se ele, com 15 anos, está começando a se envolver com outros alunos que utilizam drogas?
- O que é mais difícil: ensinar uma criança a escrever quando ela não consegue segurar o lápis ou fazer outra superar a dificuldade de acreditar que escrever serve para alguma coisa?
- É possível uma professora cega alfabetizar alunos que enxergam? E se for para ela alfabetizar uma aluna com deficiência física, que não fala e tem dificuldades para segurar o lápis para escrever? Será possível?
- Qual aluno nos dá mais trabalho: um autista ou aquele que só faz o que quer?
Podemos perceber que os desafios de uma escola não se limitam a incluir alunos com dificuldades e necessidades especiais, mas sim todo o ambiente cultural, educacional, comportamental, dentre outros. E o que vai fazer com que o professor e a escola tenham em mente que aquele aluno pode trazer muitas percepções é que ele também vive a realidade de uma criança/jovem típica (quando usamos a palavra típica, queremos dizer crianças ditas pelo popular de crianças normais). Um autista também poderá conviver com jovens que lhe oferecerão drogas, poderá conviver com problemas emocionais corriqueiros, etc.
Embuídos de desejo, o professor, a professora e a escola verão que, além de ensinar um aluno especial, estarão aprendendo muito, pois alunos típicos, dentro dos padrões, não trazem novos desafios e já os especiais fazem com que os profissionais façam uma nova leitura de sua forma de preparar aulas, um novo olhar sobre os alunos, sobre eles mesmos e experimentam um novo modo de ver e viver a vida.
A inclusão social é importante para o ambiente escolar, pois os colegas dele aprenderão a ser mais tolerantes com as diferenças e terão suas experiências e aprendizagens enriquecidas na convivência diária. A escola se estruturará para receber esse aluno, dando-lhe condições para o processo de ensino-aprendizagem, tendo suas necessidades supridas e, para o aluno, é fundamental, pois, principalmente para alunos comprometidos no caso psiquiátrico ou sindrômico, como dificuldade de interação e socialização, esse é o ambiente ideal para que o aluno trabalhe esse aprendizado. É uma relação ganha-ganha, a comunidade ganha como um todo.
Então vamos falar da organização que a escola precisa ter para receber um aluno especial, principalmente um autista:
- Construção da rotina escolar: planejamento do espaço pedagógico.
- Transição do espaço da casa para escola: compreensão das relações e dos limites.
Vamos entender melhor cada um desses fatores.
Para construirmos a rotina escolar: Rotina é uma sequência de atividades diferenciadas que se desenvolvem em um ritmo próprio, em cada grupo. Ela deve estruturar o tempo (história), o espaço (geografia) e as atividades cujo conteúdo será estudado. Um aluno, quando chega a um grupo, fica perdido, pois não consegue ver o todo e sim as partes, e nesse sentido a rotina é importante, pois torna-se o alicerce para que o grupo crie vínculos, estruture seus compromissos, crie suas tarefas, assuma suas responsabilidades para que a construção do conhecimento possa acontecer e, no caso do autista, ele ainda vai poder conhecer o espaço onde está inserido e se sentir seguro para “ousar” se abrir para algumas intervenções ou relações, já que as ações precipitadas serão confirmadas.
O grupo, para se constituir, precisa da presença do educador, da rotina (estrutura) de trabalho cujos vínculos serão construídos com a produção e construção do conhecimento.
Essa rotina deve ser construída juntamente com os alunos para que eles se sintam co-responsáveis e não objetos conduzidos pelo adulto.
A apresentação dessa rotina deve ser feita de forma acessível para os alunos através de: material concreto (objetos que representem a atividade como, por exemplo, carrinho para demonstrar o que é lazer), imagens, desenhos (figuras que representem as atividades), escrita ou adaptações específicas (escrita em braile, por exemplo).
Esses exemplos de rotina dados acima são apenas modelos baseados na rotina do Luiz Júnior. Estes são a título de ilustração, mas cada professor deve fazer o de seus alunos com as atividades específicas e do modo que achar mais adequado e atraente.
Todas as atividades devem ter um tempo pré-estabelecido, de conhecimento dos alunos, para que eles saibam o que vai acontecer, prever o local, a atividade e o material que vão utilizar. Na organização do tempo, é muito importante que se tenha um momento para avaliação e organização do material necessário, pois há alunos que se desestruturam nesse momento, afetando o andamento das próximas atividades.
Ex: Agora vamos para a biblioteca, para fazer a atividade XXX. Ficaremos lá, 30 minutos. O que vamos levar?
Na hora de ir embora do local, fazer o mesmo. Ex: Vamos guardar a boneca na caixa. Vamos pegar os materiais que temos que levar de volta para a sala de aula. Esse momento é o momento em que a criança “corta” o vínculo com o material de forma organizada. Se for um brinquedo, isso é ainda mais importante, porque a boneca deixa de ser filha, o bichinho de pelúcia volta a ser objeto. NUNCA faça isso pelo aluno.
O aluno tem que saber para onde vai. Mudança de espaço requer uma adaptação corporal e compreensão do modo como utilizarão aquele local. Isso pode gerar insegurança para qualquer aluno e a entrada de um autista em um novo lugar pode ser gradativa (no tempo dele).
IMPORTANTE: em situações em que um autista se agite e precise sair do espaço (sala de aula, por exemplo), é muito importante que NÃO AUMENTEMOS sua dificuldade de relacionamento, principalmente no caso de um autista, levando-o para espaços alternativos.
Conhecemos muitos casos em que professoras pedem para o acompanhante levar o aluno para dar uma volta ou levá-lo para a sala da coordenadora. Essa professora está agindo como o AUTISMO, isolando o aluno.
O que fazer? Uma sugestão é tirá-la da sala de aula, mas não quebrar o vínculo com o grupo. Ficar nas imediações da sala escutando a professora e os coleguinhas até se acalmar. Isso faz com que ela se adapte e queira voltar.
IMPORTANTE: Agitação não quer dizer que o aluno quer sair do grupo, significa apenas desconforto.
NUNCA isolar o aluno autista em um canto dando outra atividade para que ele permaneça quieto.
SEMPRE manter aluno perto do professor e em um local onde não haja muitos estímulos visuais que tirem seu foco do que é importante.
Manter o aluno no mesmo grupo de origem facilita o processo de aprendizagem, pois favorece o estabelecimento de relação de confiança entre as crianças: a escola deve sempre pensar isso ao fazer mudanças de turma.
Sempre que chegar um novo aluno ao grupo, o contato deve ser orientado pelo professor ou acompanhante, pois isso pode causar estranheza, gerando comportamentos agressivos ou isolamento por parte do autista. Avise com antecedência, prepare o aluno.
As pessoas DEVEM EVITAR pegar na mão de um autista, mas SIM oferecer a mão para que ele segure. Isso faz diferença em fazer com que ele sinta ou não ameaçado pelo outro.
É importante preparar a rotina de atividades para que haja uma continuidade dos trabalhos. É importante planejar as atividades para que todos saibam o que vai acontecer e também planejar os imprevistos. Essa sequência de atividades é fundamental, pois produz um efeito de segurança, fazendo com que os alunos se envolvam e se interessem mais pela atividade.
IMPORTANTE: A adaptação do aluno autista deve ser SEMPRE em relação aos recursos utilizados e à complexidade e NUNCA com relação à temática. É importante que o aluno autista se sinta inserido no trabalho do grupo, pois do contrário se sentirá tão isolado quanto o efeito produzido pelo autismo.
Ex: Não deve ser feito: Professora está ensinando sobre primavera e resolve plantar uma flor em um vaso. O aluno autista está disperso e agitado e a professora o isola colocando-o no fundo da sala picando papel (comum em muitas escolas). Deve ser feito: Professora está ensinando sobre primavera e resolve plantar uma flor em um vaso. O aluno autista está disperso e agitado e a professora coloca ele para acompanhar colorindo um desenho com a temática primavera ou… fazendo qualquer outra atividade que ele tenha interesse com a temática primavera. Há autistas que parecem dispersos, mas eles estão mais ligados do que imaginamos e, quando menos se espera, ele demonstra que absorveu o aprendizado.
Concluímos que a rotina pedagógica deve ser clara em cada atividade, pois, do contrário, os reflexos serão apresentados na turma toda.
Ex: trabalhos recolhidos de partes de um livro ou feitos de maneira improvisada -> alunos dispersos, fazendo o que querem, tão perdidos quanto o planejamento do professor.
Trabalho com intenção pedagógica clara e organizada -> alunos têm um eixo por onde se guiarem, saem do isolamento, procuram aquilo que é comum, que foi planejado.
IMPORTANTE: Trabalhar sempre as perspectivas de mudança para que os alunos aprendam a lidar com IMPREVISTOS e desenvolvam a capacidade de PREVER algo necessário para uma NOVA organização.
– Não realizar grandes mudanças. A rotina serve para deixar a criança mais segura para a aprendizagem.
– A quebra de turma deve ser o último recurso utilizado, pois a quebra de laços sociais é mais importante que o nível pedagógico que outra turma possa oferecer.
– A referência para a criança autista deve ser SUA TURMA e SALA DE AULA e NUNCA a professora ou acompanhante, pois estas podem ser alteradas ao longo do ano e desestabilizar o aluno.
– Sempre fazer uma previsão das mudanças necessárias para que não ocorram todas de uma vez.
– NUNCA DEVE SER UMA BABÁ DO ALUNO INCLUÍDO
– Ela NUNCA deve ser a referência do aluno e muito menos quem conduz seu processo de aprendizagem.
– Em alguns momentos, ela deve conduzir a turma em atividades mais simples para que o professor (a) possa fazer intervenções pedagógicas direcionadas para o aluno incluído.
– O papel da acompanhante deve ser o de MEDIAR a relação do aluno com:
TEMPO: orientando sobre a sequência das atividades e o tempo de cada uma.
ESPAÇO: orientando sobre o que será realizado, em que local e as características deste em relação à atividade executada.
PESSOAS: mediando a relação do aluno com os demais colegas, incentivando-os a mostrarem seus trabalhos a ele, como executaram. Um aluno autista NUNCA deve ser isolado e nem sentar longe de seu grupo.
ATIVIDADE: Lendo a atividade, chamando a atenção do aluno para uma figura ou algo que a professora está explicando, fazendo relação com algo que o aluno esteja fazendo no caderno, etc.
IMPORTANTE: Os funcionários da escola SEMPRE devem abordar o aluno direcionando-o para seu grupo de origem (ou seja, sua turma ou sala de aula) e o trabalho que está sendo desenvolvido. Nunca criar outras expectativas ou laços sociais que prejudiquem a rotina social. Ex: Ficar na cozinha tomando café com os funcionários ou até mesmo na sala da pedagoga vendo TV ou fazendo algo que lhe dá prazer.
É muito importante que os alunos aprendam a diferenciar os espaços coletivos (escola, por exemplo) do particular (casa) para que compreendam que as regras são diferentes para cada um. Assim, aprenderão a seguir uma regra mesmo que não concordem, pois saberão que a necessidade está ligada ao ESPAÇO, TEMPO e às PESSOAS que a utilizam. Ex: Uma criança pode entrar em casa sem horário marcado, mas na escola TEM que obedecer regras para chegar e para sair. Existe banheiro, cozinha, sala em casa ou escola, mas cada um tem sua regra. Na escola, não se pode usar o banheiro quando bem entender como em casa.
Importante: quando o disciplinar ou um funcionário ver um aluno, principalmente autista, fora de sala, alerte-o para ir para a sala DE AULA para que ele não fique confuso, pensando ser a sala da casa dele. Não deixar aluno fora de sala, desrespeitando as regras e se isolando do grupo e da atividade proposta.
Todos os funcionários na escola devem ter claramente estabelecida a relação professor/aluno no espaço escola: isso ajuda a estabelecer a definição dos papéis e seu processo de construção simbólica.
Compreender que o tempo não pode ter relação com o que o aluno deseja, e sim com as regras da escola, ajuda no processo de aprendizagem, pois o aluno NÃO pode ficar preso no sentido e significado que ELE quer determinar para o espaço escolar e para o conhecimento.
Aqui, normalmente há uma inversão: às vezes queremos que o aluno incluído faça igual aos demais para não ser discriminado, mas quando se trata de limites, deixamos ele mais livre para fazer o que quer, como chegar e sair na hora errada, sair da sala no meio da aula, etc.
Importante: Sempre deve-se questionar se a postura pedagógica adotada está contribuindo para a aprendizagem do aluno. Se necessário, investigar o que está ruim e melhorar.
Nunca subestimar a capacidade do aluno para não prejudicá-lo e impedi-lo de ter acesso ao conhecimento ou experiência e situações de aprendizagem. (dica das autoras do blog: leia o texto Disbiciclético)
– NÃO estabelecer vínculo maternal com aluno, por mais que ele precise de ajuda especial. A relação da escola deve ser estritamente PROFISSIONAL. Aqui não se exclui carinho com aluno, mas se exclui certos cuidados que “protegem” demais como se fosse a mãe superprotetora. A relação sentimental, nesse caso, é PREJUDICIAL.
Se algum colega de trabalho perceber esse tipo de relação, DEVE conversar com esse, pois ele pode não perceber e necessitar de ajuda. O trabalho coletivo é fundamental para que haja a inclusão social e, principalmente, para que todos cuidem da saúde mental do grupo.
O Tempo Pedagógico deve ser ditado pela escola, considerando as necessidades especiais e não o contrário. Ao perceber que um aluno sempre começa a se agitar em determinado momento (ex: final do primeiro tempo), deverá o professor antecipar a saída dele, considerando sua necessidade.
Importante: Dar ao aluno uma função que garanta seu retorno para a sala de aula e retomada da ação pedagógica pelo aluno. Ex: Pedir para aluno ir à sala dos professores buscar algo com um funcionário ou levar um bilhete para determinada pessoa e trazer a resposta. Essas pessoas devem estar a par dessa estratégia para que tudo saia conforme planejado.
Para concluir, devemos considerar que as diferenças entre a escola e a casa NÃO são tão óbvias e, portanto, é preciso trabalhar com o aluno para que ele perceba a importância das regras e funções de cada coisa na escola, que deverão ser acatadas por TODOS, visando o bem coletivo.
É preciso que se realize um trabalho com as famílias para que compreendam a natureza do trabalho pedagógico. Ser FIRME com relação à rotina escolar, seus limites e regras, INCLUSIVE COM OS PAIS. Isso é FUNDAMENTAL para um bom prognóstico pedagógico na inclusão de TODOS os alunos, mas principalmente os com autismo ou outra deficiência.
Bom, essa foi a palestra que AMAMOS ter assistido. Queremos muito trazer a professora Marlene em Uberaba e, se tudo correr bem, será breve. Recomendamos muito que as escolas do Brasil todo peçam assessoria a ela, chamando-a para fazer palestras, trabalhar com seus profissionais.
Antes de colocar os livros que ela utilizou para seus estudos, gostaríamos de fazer um teste aqui. Se algum professor do colégio do Lu leu tudo até aqui, por favor, deixe um comentário. Queremos medir o interesse da escola no blog e em pesquisa sobre autismo. Primeiro vamos deixar o post uma semana no ar sem avisar na escola e depois avisaremos e veremos se alguém passa por aqui. Muitos podem achar essa atitude boba, mas pensamos assim: professores passam matéria e cobram as questões na prova para avaliar a turma, né? Então, nada mais coerente do que avaliar os professores e o interesse da escola do Lu. Esses dias ficamos sabendo que o professor Nicássio entrou aqui e ficamos muito felizes. Vamos ver. Conteúdo sobre autismo tem de monte… infelizmente o que falta é interesse. E como vimos aqui, em uma escola, o que mais se faz necessário para a inclusão social é o trabalho em grupo e o DESEJO. A nossa parte, estamos fazendo! Ah, e você que não é professor da escola do Lu, mas gostou do post, deixe seu recado também. Sabemos que é um post longo e, por isso mesmo, o feedback é tão importante… deu trabalho pra fazer… fizemos com prazer e não estamos cobrando nada, mas é que um carinho é sempre bom… beijos carentes hahahahahaha!
Referências Bibliográficas usadas pela professora Marlene.
• Condutas Típicas. Orientação da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais – SD 01/2005
• CORDIÉ, Anny. Os atrasados não existem: psicanálise de crianças com fracasso escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
• FREIRE, Madalena. Sobre a rotina: construção do tempo na relação pedagógica. Cadernos de reflexão, 1992.
• LAMEIDA, Laurinda Ramalho. O relacionamento interpessoal na coordenação pedagógica. In: O Coordenador pedagógico e o espaço da mudança. São Paulo, Loyola, 2001.
• MONTEIRO, Mariângela da Silva. A educação Especial na perspectiva de Vygotsky. In: Vygotsky um século depois. P. 73-84, 1995.
• Necessidades Educacionais Especiais. Conselho Nacional de Educação, Resolução n. 2 de 11/2001, art. 05.
• OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sóciohistórico. São Paulo: Scipione, 1997, Pensamento.
• SANTIAGO, Ana Lydia. A inibição intelectual na psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
• SILVA, Marlene Maria M. A et al. Processo ensino-aprendizagem: uma abordagem interdisciplinar. Revista Médica de Minas Gerais, COOPMED Editora Médica, vol. 08, nº 01, janeiro a março/1998.
• TEIXEIRA, Rosalina Martins. Arte da Saúde. Revista Psiquiatria e psicanálise com criança e adolescente. BH, jan. dez. 1996.
• VYGOTSKY, R. S. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
Marlene Machado
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Bom dia! Primeiro quero agradecer pela matéria tão bem trabalhada e interessante e fofa também. Muito instrutiva. Comecei a dar aulas de inglês em uma ONG na cidade de Mauá, SP, e me deparei com um aluno diferente. Por ter um nódulo no cérebro ele apresenta agitação e dificuldade de concentração no que não lhe interessa ( ele é extremamente inteligente), então percebi como meus conceitos sobre inclusão estavam na superfície e precisei me reinventar para incluí-lo. Todos os alunos se beneficiaram com aulas mais dinâmicas e interessantes e eu ampliei meus conhecimentos e horizontes, além de ter me encantado por esse mundo novo e maravilhoso que trata a todos como seres únicos. Um grande e forte abraço.