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Atualizado em 09/08/2024

Histórico, método panlexia e atividades para alfabetizar disléxicos

Descubra o método PanLexia e como ele é usado para educar e alfabetizar crianças disléxicas. Conheça as atividades e técnicas utilizadas para ajudar os alunos a aprender.

Há somente um método conhecido e pouco divulgado para alfabetizar os disléxicos: é a Panlexia.
O método Panlexia (Pamela Kvilekval) foi estruturado com o objetivo de ensinar crianças com Transtornos Específicos de Linguagem, através do uso de técnicas linguísticas estruturadas.

· Não existe uma cartilha, uma receita, para trabalhar com alunos disléxicos. Assim sendo, é preciso mais tempo e mais ocasiões para a troca de informações sobre os alunos, planejamento de atividades e elaboração de instrumentais de avaliação específicos;
· Relutância inicial (ou dificuldade, mesmo) por parte de alguns professores para separar o comportamento do aluno disléxico das suas dificuldades;
· Receio do professor em relação às normas burocráticas e conteúdos a seguir, aos companheiros de trabalho, aos colegas do aluno disléxico, familiares, etc.;
· Angústia do professor em relação ao nível de aprendizado do aluno e às suas condições para enfrentar o vestibular;
· Tempo necessário para cada professor percorrer a sua trajetória pessoal em relação a esta questão.

Panlexia – Histórico do método e da autora

Maria Cristina Bromberg
O Método Panlexia é o primeiro método construído segundo as características fonema x grafema do idioma português falado e escrito no Brasil. É um método de orientação diagnóstica e um programa abrangente de assistência pedagógica a pessoas com Dificuldades Específicas de Linguagem. É o resultado de longos anos de pesquisas e experiências compartilhadas por diferentes fontes de informação.
Dentre as primeiras influências que alicerçaram a construção progressiva do Método Panlexia, destaca-se o trabalho de um professor de linguística da Yale University, Leonard Bloomfield, cujo filho era disléxico. Bloomfield formulou o conceito que “seria melhor ensinar leitura a estudantes disléxicos, primeiramente, através da introdução de elementos consistentes do idioma escrito e só então, depois de estabelecidas essas conexões, ir acrescentando, aos poucos, os padrões menos comuns de soletração”. Essa forma de abordagem pedagógica foi chamada de “Linguística Estruturada”. Desde então (1933), muitos pesquisadores vêm investigando os inúmeros aspectos da Dislexia, e diferentes programas remediativos de ensino têm sido publicados nos Estados Unidos.
Já na década de 1960, o Dr. Jesse Grimes, da Harvard University, foi convidado pela rede pública de ensino da cidade de Newton, estado de Massachusetts, EUA, para investigar qual seria o melhor dos três métodos de iniciação à leitura utilizados em programas de ensino de leitura: fonético, visuo/global, linguístico estruturado.
Essa pesquisa incluiu 30 salas de aula, envolvendo 10 classes em cada uma das três abordagens, e foi desenvolvida com a seguinte orientação prognóstica: bons leitores, leitores de nível médio, maus leitores. A avaliação dos resultados da pesquisa deixou claro que a Leitura Linguística Estruturada obteve os melhores resultados em todas as categorias. Entretanto, como nessa abordagem foram incluídos métodos específicos de ensino desenvolvidos e supervisionados pelo Dr. Grimes, e não somente a técnica de leitura segmentada em elementos linguísticos, seus resultados foram ignorados na época.
Como consequência, não ficou estabelecido o conceito de que o ensino da leitura em séries linguísticas era mais eficiente em si, e por si mesmo. Ficou evidenciado, porém, que os métodos de ensino de leitura desenvolvidos pelo Dr. Grimes eram a chave-mestra do grande sucesso do Programa Estruturado em Leitura Linguística. Baseado nas dificuldades de filho e neto disléxicos, o Dr. Grimes havia desenvolvido métodos de ensino para ajudá-los no aprendizado da leitura. Entre suas várias técnicas, está incluído o treinamento para desenvolvimento da consciência fonológica, que somente nos últimos anos tem sido reconhecido por pesquisadores respeitados como um componente-chave do sucesso alcançado no aprendizado de leitura e soletração. As técnicas pedagógicas com base em ensino terapêutico em linguística estruturada, em que está alicerçado o Método Panlexia, tiveram comprovada sua eficiência para ensinar o disléxico, mais uma vez, em importante trabalho de pesquisa desenvolvido pela Dra. Sally Shaywitz e sua equipe da Yale University.
Pamela Kvilekval, educadora especializada em Dificuldades de Aprendizado, fez parte do primeiro grupo de profissionais treinados diretamente pelo Dr. Grimes para desenvolver o programa de ensino diferencial para alunos com Dificuldades de Aprendizado da rede pública de Newton, em 1968. Depois de três meses engajada nesse trabalho, tornou-se sua assistente, supervisionando diretamente os professores de Educação Especial. Após dois anos como assistente do Dr. Grimes e supervisora do Curso de Instrução Terapêutica ministrado por ele, assistindo a mais de 200 disléxicos durante o ano escolar e em programas especiais de verão, Pamela foi nomeada dirigente do Programa de Dificuldades de Aprendizado das Escolas Públicas de Andover, no estado de Massachusetts, EUA. Essa indicação foi feita por membros do Departamento de Educação do Estado, depois que as técnicas de ensino das escolas de Newton foram analisadas e avaliadas e o programa terapêutico desenvolvido na rede de ensino declarado “Muito favorável”.
Em paralelo, o Dr. Grimes também capacitou seu grupo de educadores em técnicas de desenvolvimento e uso de materiais, como recurso complementar do seu programa. Desprendido, nunca teve interesse em formalizar o registro escrito desse trabalho. Por isso, quando um manual de treinamento foi requerido para as escolas de Andover, o Dr. Grimes autorizou e estimulou Pamela a escrever o Manual Básico, com 70 páginas, para dar início ao treinamento de 15 membros do corpo docente das escolas. Esses profissionais não eram formalmente especializados, mas compunham um grupo comprometido com o ensino diferencial, motivados por estarem diretamente envolvidos no ensino de crianças com dificuldades de aprendizado. E por isso, estavam determinados a desenvolver um eficiente programa de apoio pedagógico aos estudantes disléxicos em suas escolas.
Àquela época, não havia nenhum programa de graduação universitária em Massachusetts para formar esses especialistas. Com o passar dos anos, o Programa de Treinamento com estrutura fundamentada nas características fonema x grafema do idioma inglês organizado por Pamela evoluiu de 70 para 700 páginas, publicadas com o título: “Um Programa para Dificuldades Específicas de Linguagem”. Programa abrangente, que se constitui, hoje, como base na formulação de muitos outros programas de treinamento de profissionais em Dificuldades de Aprendizado, em diferentes sistemas escolares.
Depois de 4 anos como Supervisora em programas de Dificuldades de Aprendizado e 10 anos como Administradora em Educação Especial, responsável por todos os programas de Educação Especial em Andover, sob Leis Estaduais e Nacionais, Pamela se tornou Consultora em Educação Especial na Itália. Desde 1986, é consultora em escolas internacionais na Itália e supervisora de ensino diferencial para estudantes disléxicos.
Visto que na Itália não existia, ainda, programas pedagógicos especializados em Dislexia, muitos médicos e psiquiatras italianos encaminhavam crianças disléxicas para serem assistidas pela equipe de Pamela. Por essa razão, ela acabou se impondo um verdadeiro desafio: traduzir e construir seu programa de ensino dentro da base estrutural fonética do idioma italiano. No início, teve que estabelecer a estrutura linguística fonema x grafema do idioma, o que foi mais simples de ser feito do que estruturar o Programa em sua língua materna: o inglês. Isso porque a língua italiana é pronunciada quase que exatamente da mesma forma como é escrita. No início desse trabalho, Pamela desenvolveu listas de palavras para as lições de cada dia. Na evolução progressiva da formulação do método, as listas precisas de palavras e de exercícios de ditado passaram a ser agrupadas em manuais. Só faltava criar histórias com o componente essencial de adequar-se a cada uma das lições, seguindo as características da estrutura linguística do idioma italiano.
Embora houvesse livros de leitura linguisticamente estruturados para serem utilizados em programas em inglês, não existia nenhum livro semelhante em italiano. Nelly Melone, mãe de um dos estudantes disléxicos de Pamela, se propôs a criar as histórias. “Le Storie di Zia Lara” foi publicada como um encarte do “Il Método Panlexia”. São esses livros que compõem o primeiro programa educacional terapêutico de assistência pedagógica ao disléxico publicado na Itália. Era o ano de 1998.
Hoje, a Itália está na segunda publicação do Programa IL MÉTODO PANLEXIA, que continua sendo o único programa publicado naquele país. Professores, psicólogos e terapeutas da fala têm sido treinados, através de toda a Itália, nos seguintes cursos de Pamela Kvilekval: REABILITAÇÃO DA DISLEXIA – IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DAS DIFICULDADES DE APRENDADO – REABILITAÇÃO DA DISCALCULIA – ORIENTAÇÃO PARA PAIS DE CRIANÇAS COM DIFICULDADES POR DEFICIÊNCIA DE ATENÇÃO.
Com permissão dos autores, Pamela estruturou uma nova versão do Preschool Screening System, publicado em língua portuguesa sob o título “Sistema de Avaliação Precoce – o PSS” pela própria autora, em parceria com o Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Esse instrumento de avaliação está sendo validado e normatizado através de duas pesquisas de mestrado e uma pesquisa de doutorado.
Nos últimos anos, Pamela Kvilekval foi eleita para o Conselho Diretor da Associazione Italiana Dislessia. Essa organização está representada em mais de 50 cidades da Itália e Pamela é o único membro do Conselho Diretor a não ter nacionalidade italiana. Em co-autoria com outros membros da Associazione, escreveu dois pequenos livros estabelecendo fundamentação teórico-prática para apoiar o trabalho do professor em sala de aula.
O Método Panlexia foi introduzido no Brasil, em Curitiba, Paraná, no ano de 2004, através de dois eventos patrocinados pelo Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, pela Secretaria Municipal da Educação de Curitiba e pela Associação Brasileira de Apoio ao Disléxico, de Curitiba.
O primeiro foi um simpósio que contou com a presença de profissionais e interessados vindos de todos os estados brasileiros. O segundo, um curso de formação sobre o método para 90 profissionais das áreas da Educação e da Saúde. Durante a prática pedagógica do curso, foram trabalhados mais de 50 disléxicos, de diferentes idades e diferentes níveis de dificuldades. As respostas, bastante positivas, confirmaram, também na língua portuguesa, a eficiência já alcançada pela metodologia nas línguas inglesa e italiana.
Em 2010, com a colaboração de profissionais brasileiras, Pamela fez uma revisão do material publicado em 2004 e publicou uma edição atualizada e ampliada da metodologia, a que chamou de Panlexia Plus. Essa nova edição levou em consideração a reforma na ortografia do português, assim como a experiência acumulada pelos profissionais durante os anos de prática no Brasil.

POR QUE A PANLEXIA REALMENTE FUNCIONA?
A PANLEXIA INCLUI A ESTRUTURA, AS ATIVIDADES E OS MÉTODOS DE ENSINO QUE SEGUEM OS PRINCÍPIOS PARA ENSINAR DISLÉXICOS A LER E ESCREVER.

Aqui está a razão do sucesso: 1. O método é fonológico, estrutural e propicia bastante reforço para cada elemento da linguagem escrita, de modo a assegurar respostas automáticas.
2. As atividades utilizam todos os sentidos envolvidos na leitura e na escrita: o visual, a motricidade fina, a percepção auditiva e a consciência fonêmica, incluindo a consciência de sensações tácteis durante a pronúncia dos sons.
3. As listas estruturais de palavras promovem:
– a habilidade de decodificar, porque mudam apenas uma letra na palavra por vez, induzindo a pessoa, portanto, a seguir cuidadosamente a sequência das letras;
– um sentido de ritmo que desenvolve a habilidade de associar o som da sílaba e a sequência dos símbolos (associação fonema-grafema) que representam as letras;
– o reconhecimento da palavra devido às similaridades de cada palavra;
– o reforço da memória visual de cada novo elemento.
4. Escrever cada palavra após a leitura da lista (adaptada para a idade e capacidade):
– reforça o aprendizado da palavra.
– envolve a Memória Sinestésica, ajudando a desenvolver a escrita automática de cada palavra.
– ajuda na compreensão da sequência das letras na palavra, porque as letras devem ser escritas uma a uma dentro de uma sequência. Isso dá à pessoa tempo para perceber todas as sensações na boca e nas cordas vocais que se têm durante a escrita da sequência de letras.
– visto que cada lista de palavras apresenta somente um novo elemento a ser reforçado, a escrita repetida desse elemento induz a lembrança automática de cada novo elemento.
– escrever as listas de palavras em colunas enfatiza o novo padrão/elemento porque fica mais evidente que palavras escritas em linha.
5. O exercício de mudar a letra reforça a consciência fonológica da sequência de som que segue a sequência de símbolos.
6. A leitura das sentenças:
A. Permite a prática da leitura das palavras
B. Ajuda na compreensão das palavras, porque elas são usadas em contexto.
C. Proporciona uma revisão das palavras já aprendidas.
D. Melhora a memória visual das palavras novas e das previamente aprendidas.
7. Escrever as sentenças:
A. Pratica usar a memória auditiva de curto prazo quando o aluno repete a sentença.
B. Permite maior prática do novo elemento.
C. Melhora o vocabulário: o uso de novas palavras nas sentenças ajuda a lembrar o significado da palavra.
D. Permite a prática das habilidades da escrita e proporciona oportunidade de ensinar, se necessário, o motivo e a lógica dos sinais diacríticos e da pontuação, como apóstrofe, vírgula, contrações, ponto de interrogação e as palavras homófonas.
E. Ensina o aluno a verificar cuidadosamente cada palavra e pontuação na sentença e a ler a sentença após escrevê-la, a fim de fazer as necessárias correções antes de dizer que o trabalho está completo. Resumindo, aprender a revisar seu trabalho, uma prática valiosa para todos, mas essencial para pessoas disléxicas e disgráficas.
8. A leitura de histórias:
A. Proporciona a prática de todos os elementos anteriores.
B. Proporciona a prática da leitura normal – horizontal, da esquerda para a direita.
C. Proporciona uma razão para ler.
D. Melhora o vocabulário. Ler as palavras em contexto ajuda a internalizar o significado básico, assim como a compreensão do significado das palavras em diferentes contextos.
E. Induz a uma sensação de satisfação com a leitura, pois o aluno pode ler sem dificuldade e pode entender tudo o que está lendo, porque cada história contém elementos nas palavras que já estão automatizados ou, pelo menos, ele pode decodificar.
F. Desenvolve o conceito de “Imagem Mental” para melhorar a compreensão de material escrito.
9. O resumo, oral ou escrito:
A. Melhora a habilidade em desenvolver um resumo oral de material escrito.
B. Proporciona a prática de desenvolver resumos escritos de material escrito.
C. Desenvolve a habilidade em extrair os pontos importantes de uma massa de informações, essencial para tomar notas em sala de aula ou para tarefas de casa.
10. Os métodos de ensino são indutivos e não didáticos. Ao invés de regras, o aluno recebe muitos exemplos de cada novo elemento a ser aprendido, de modo que a associação do som e do símbolo se torna automática – como o é para leitores regulares.

Quando a criança inicia o processo de leitura e escrita, pode ocorrer algumas falhas na associação de letras e sons, na compreensão das palavras e de textos e mesmo sendo inteligente e sem apresentar deficiências neurológicas, porém, poderá apresentar um obstáculo associado a uma deficiência de aprendizado que afeta o desenvolvimento adequado: a dificuldade específica de leitura.
Ao falar a língua portuguesa, acontecem diferenças estruturais entre a língua falada, linguagem escrita e entre a estrutura da língua a ser aprendida, por exemplo, a presença do n ou m troca o som da vogal anterior. Uma das maiores dificuldades de uma criança que apresenta dificuldade específica em leitura é fazer a associação entre a letra e o som.
Medidas preventivas e práticas pedagógicas remediativas precoces deveriam ser aplicadas para evitar dificuldades específicas de linguagem e para tratar de problemas perceptivos já no início da vida escolar a fim de evitar ameaçar a autoimagem do aluno e de desenvolver problemas emocionais e sociais desnecessários que poderão marcar negativamente a vida escolar.
Vários pesquisadores buscam alternativas para minimizar os efeitos deste distúrbio e quando Pamela Kvilekval esteve no Brasil pela primeira vez em 2004, um grupo seleto de profissionais teve a oportunidade de conhecê-la e receber formação para aplicação de seu método, chamado de Método Panlexia – Reeducação das Dificuldades Específicas de Leitura e Escrita. Eu tive o privilégio de participar desta formação e ser uma das capacitadoras do método (com autorização assinada pela autora) para desenvolver sua metodologia.
Por vários anos, Pamela pesquisou e aplicou o seu método em escolas americanas, inglesas e italianas na reabilitação de pessoas com dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita e a partir de 2004 pesquisou e aplicou esse Programa Remediativo de Ensino para as Dificuldades Específicas de Linguagem em: Leitura, Escrita, Soletração, Compreensão e Composição de um Texto, aqui no Brasil, em Curitiba/PR. Seu método foi embasado nos trabalhos do Dr. Jesse Williams Grimes que por muitos anos teve a Pamela como assistente e coordenadora do seu Programa de Dificuldades de Aprendizado das Escolas Públicas Newton, em Massachusetts (EUA). Pamela foi beneficiada com a oportunidade de observar, desenvolver e inteirar-se, na prática, de toda organização do programa nas Escolas Públicas de Andover, em Massachusetts, aplicando o programa do Dr. Grimes. Partindo desta experiência, organizou seu próprio Programa para Dificuldades de Aprendizado. Pamela valoriza a necessidade da integração dos sentidos, para um processamento efetivo da informação. Para ela, “a informação nova tem que se relacionar com a previamente apreendida e integrar-se àquela, para que possamos utilizá-la.” (Kvilekval, 2005, p.08) Para processar a informação utilizam-se os canais sensórios e cada canal pode ser usado em maior ou menor extensão. Para uma pessoa ter condições de decodificar um símbolo escrito, necessita estar consciente de que a letra (grafema) está associada a um som (fonema) específico e ela necessita ter a consciência de toda sensação dos movimentos que a boca e a língua realizam quando se emite um determinado som. Essa associação tem de ser percebida conscientemente para posteriormente automatizar. As pessoas que não apresentam dificuldades perceptivas conquistam facilmente essa habilidade sem treinamento explícito, o que não ocorre de maneira geral com uma grande porcentagem de crianças. Sabe-se que há crianças que conseguem aprender a ler sozinhas e de forma natural. A falta de habilidade para aprender “naturalmente” a ler, escrever, soletrar e compreender a linguagem escrita ocorre quando falta o processamento eficiente da informação sensória. Cada vez mais se observa a preocupação de professores que se sentem impossibilitados diante do “aluno problema” por não conseguirem “diagnosticar” adequadamente o que está ocorrendo com seu aluno e este acaba sendo rotulado de “preguiçoso”, “hiperativo” e “desmotivado”, quando, na verdade, o que apresenta é uma dificuldade específica de linguagem e a angústia aumenta no que tange ao processo de reabilitação desta dificuldade.
Quando a criança não consegue corresponder adequadamente à construção de um conhecimento, sente-se frustrada e pode desenvolver problemas emocionais, comportamentais e relacionais por não poder entender a sua incapacidade e de ser bem-sucedida, como em outras áreas da sua aprendizagem, resultando em atitudes não muito adequadas socialmente. Sabe-se que são alunos inteligentes, espertos, mas apresentam uma dificuldade específica em: leitura, escrita e soletração; na organização de seus pensamentos ou de transcrevê-los no papel; na extração das ideias principais de uma comunicação escrita; na tarefa de se lembrar de instruções ou de informações sequenciais.
Para Pamela, o professor poderia favorecer-se se tivesse uma formação capaz de habilitá-lo a realizar uma avaliação diagnóstica (conhecer o nível de instrução que seu aluno se encontra) e uma proposta pedagógica orientada com treinamento para aplicar técnicas pedagógicas específicas diferenciadas a fim de favorecer todos os tipos de alunos. E complementa que, há necessidade de modificar essa situação já que em todo o mundo cinquenta por cento da população apresenta algum sintoma que pode ser classificado como “problema perceptivo”. (Kvilekval, 2005) Portanto, ao identificar precocemente problemas de aprendizagem de uma criança, problemas perceptivos, pais e professores poderão fazer muito para ajudar seus filhos e alunos a não sofrerem no seu dia a dia escolar. Os benefícios de se utilizar um programa efetivamente bem estruturado para auxiliá-los diminuirão as incidências de dificuldades na aprendizagem.
Conheça o Método Panlexia para favorecer os seus alunos e a sua prática pedagógica.

Saiba mais sobre a importância da sustentabilidade.

http://cenephc.com.br/jornada/panlexia-historico-do-metodo-e-da-autora.html

PANLEXIA

DIFICULDADE ESPECÍFICA EM LINGUAGEM

ler texto em voz alta.

Trabalha a quantidade que poderá ser aumentada de acordo com o grau de complexidade
Trabalhando quantidades, também construído com rolinhos de papel higiênico (sucata).
O Material Dourado Montessori
O Material Dourado Montessori destina-se a atividades que auxiliam o ensino e a aprendizagem do sistema de numeração decimal posicional e dos métodos para efetuar as operações fundamentais: os logaritmos.
No ensino tradicional, as crianças acabam “dominando” os logaritmos a partir de treinos cansativos, mas sem conseguirem compreender o que fazem. Como o Material Dourado a situação é outra: as relações numéricas abstratas passam a ter uma imagem concreta, facilitando a compreensão. Obtém-se, então, além da compreensão dos logaritmos, um notável desenvolvimento do raciocínio e um aprendizado bem mais agradável.
O Material Dourado faz parte de um conjunto de materiais idealizados pela médica e educadora italiana Maria Montessori.
Na Clínica, esse jogo tem inúmeras possibilidades para trabalhar com crianças com descalculia e crianças com deficiência, entre outros.
Foto: Coordenação Motora
Foto: Ordens e Classe
Foto: Matemática Divertida!
Foto: Lego + Números = Matemática Significativa<br data-lazy-src=
Foto: Lego + Adição<br data-lazy-src=
Foto: Trabalhando a Atenção e Coordenação.
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Uso de elásticos para puxar e fortalecer os dedinhos. Placa de lego ou madeira com pregos.
Foto: Trabalhando a Atenção - Atividade de Cores com tampas variadas com Velcro.
Tangran
Objetivo: psicomotor (pinçar) alfabeto, orientação espacial, lateralidade.
Material: cartolina branca em círculo, pregadores: de um lado escrita em maiúscula e do outro minúscula. Pode ser feito com números e cores.


Este texto foi publicado na categoria Educação Inclusiva e Especial.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

3 respostas para “Histórico, método panlexia e atividades para alfabetizar disléxicos”

  1. Trabalho com reforço escolar com dois alunos que tudo indica têm Dislexia, Moro no interior de Minas Gerais e gostaria de saber como adquirir o Material do Método Panlexia.
    Venho sofrendo muito por não conseguir sanar as dificuldades que eles apresentam.

    • Olá como faço para adquirir o curso e material do método panlexia? não encontro dispnível

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