Estou derretendo de tanto calor! Estou congelando de frio! Estou morrendo de fome! Chorou rios de lágrimas! Morri de rir! Estou careca de saber! Provavelmente, você já ouviu alguma dessas frases ou até já se expressou dessa maneira exagerada e intensa.
Trata-se de uma forma de falar muito comum no nosso dia a dia, quando temos como objetivo intencional destacar e engrandecer os fatos de maneira excessiva. Estamos falando da hipérbole, uma figura de linguagem da língua portuguesa, que pertence à classe das figuras de pensamento.
Descrita no dicionário como “ênfase expressiva resultante do exagero da significação linguística; auxese, exageração”, a hipérbole marca forte presença, além no nosso cotidiano na linguagem informal, também nas músicas, poesias, filmes e outras formas artísticas.
A origem dessa figura de linguagem
O uso desse recurso para dar mais intensidade ao sentido das palavras e da ideia principal da mensagem que está sendo transmitida também é conhecida como auxese. Sua origem vem da língua grega, baseada no termo hipérbole e o significado do seu prefixo “hiper” remete ao sentido de “sobre”, “por cima” e “além”. Já a parte restante, o “bole”, quer dizer “atirar” ou “lançar”.
Juntando todas as definições, chegamos ao sentido de algo em excesso e exagerado, característico dessa figura de linguagem que nos acompanha em diferentes ocasiões de nossas vidas.
Hipérbole no nosso dia a dia
Empregar a figura de linguagem em nossa fala ou escrita é tão natural e comum, que às vezes nem nos damos conta de que estamos a utilizando. Nos exemplos já citados no começo do presente texto, percebemos o uso da hipérbole em frases já conhecidas e populares. A pessoa que diz aquelas frases está sentindo muito frio, muito calor ou muita fome, mas não está literalmente derretendo, congelando ou morrendo.
Quem diz as outras frases, chorou bastante, riu em excesso ou já sabe muito sobre algo, mas não necessariamente formou um rio com as lágrimas, nem morreu ou ficou sem cabelo. Os sentimentos e sensações foram enfatizados com o uso das palavras específicas.
Conheça mais alguns exemplos de hipérbole que usamos em nosso cotidiano:
- Eu já falei um milhão de vezes que não vou.
- Ele veio voando na estrada de tão rápido.
- Ela está nadando em dinheiro.
- Tudo isso me custou os olhos da cara.
- Ele é forte como um urso.
- Eles demoraram uma eternidade para chegar.
- Isso aqui pesa mais do que uma tonelada.
Presença da hipérbole na arte
Seja na literatura, nos quadrinhos, nas produções cinematográficas ou musicais, por exemplo, sempre há um lugar de destaque para o uso da hipérbole. Nesse contexto, podemos destacar a frase na poesia de Olavo Bilac, “Rios te correrão dos olhos, se chorares”, e a frase na música Epitáfio da banda Os Titãs, “Ter morrido de amor”.
É possível perceber, portanto, que a hipérbole é uma figura de linguagem que faz parte de nossa vida. E neste incrível mundo da língua portuguesa, quanto mais você conhece a hipérbole, mais facilmente consegue identificá-la, seja em qualquer tipo de arte ou no seu próprio cotidiano. Para entender melhor sobre a importância das figuras de linguagem, você pode conferir as habilidades da BNCC em Língua Portuguesa.
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