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Atualizado em 10/08/2024

FREUD: DIVERSIDADE E ADVERSIDADADES NA SALA DE AULA

Descubra como Freud contribuiu para a diversidade e aceitação das adversidades na sala de aula. Aprenda como suas descobertas podem mudar o modo como você vê o ensino e o aprendizado. Obtenha sugestões práticas para tornar as aulas mais inclusivas e divertidas. Aproveite e junte-se a nós!


ROMPENDO BARREIRAS: DIVERSIDADE E ADVERSIDADES NA SALA DE AULA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Diversidade Étnica e racial
2.2 Sexualidade e Orientação Sexual
2.3 Diversidade de Gêneros
2.4 A Questão Rural
3 EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E PRÁTICA EDUCATIVA
3.1 Compromisso do Educador com a sociedade
3.2 Saberes necessários para a prática educativa.
3.3 Docência de melhor qualidade
4 HISTÓRICO DE SOLEDADE-PB
5 CONTEXTUALIZANDO A ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Dr. TRAJANO NÓBREGA
5.1 DADOS GERAIS
5.2 ASPECTO HISTÓRICO
5.3 LEGISLAÇÃO
5.4 ESTRUTURA FÍSICA
5.5 FUNCIONAMENTO
5.6 GESTÃO
5.7 AÇÃO PEDAGÓGICA
6 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
6.1 O Cotidiano Escolar
6.2 O Cotidiano da Escola Trajano Nóbrega
7 METODOLOGIA
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
9 PLANOS DE AÇÃO
9.1 Plano de Ação de Gênero
9.2 Plano de Ação Sexualidade e Orientação Sexual
9.3 Plano de Ação Relações étnicas e Raciais
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 INTRODUÇÃO

A educação consiste em mais do que escolaridade, ela surgiu muito antes de existirem escolas, ela surge, então, como um recurso indispensável a humanidade na sua construção dos ideais da paz, liberalidade e da justiça social, bem como, um caminho que leva ao desenvolvimento humano, incluindo a associação profissional. A escola desta forma deve possibilitar formas de emancipação ampliando o campo de percepção, para que se fortaleça o processo de formação dos diversos níveis de realidade levando o estudante a pensar e refletir sobre as origens das diversas discriminações presentes na sociedade.

Inicialmente farei uma explanação onde será mostrada a fundamentação teórica acerca dos temas em questão, tais como os problemas relacionados ao gênero, enfocando a o tratamento em sala de aula de meninos e meninas e as múltiplas possibilidades de trabalho em equipe; diversidade étnica e racial, onde irei trabalhar mais profundamente o preconceito racial; orientação sexual e sexualidade, com relação aos problemas da gravidez precoce, o bullying e a homofobia na sala de aula, a questão dos jovens rurais e sua inclusão na escola urbana, e por última, mas não menos importante a questão indígena.

Mostrarei a importância da escola para a formação do individuo e para a sociedade em geral, e sua função social como instrumentos de desenvolvimento humano e formador de consciência e cidadania.
No presente trabalho será mostrado as particularidades do Município de Soledade, local onde estão sendo implantadas as ações, mas precisamente na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Trajano Nóbrega.
Será dado um tratamento especial aos planos de ação, dentre eles, Diversidade de Gênero, Relações Étnicas e Racial e Orientação Sexual e Sexualidade.
Entendemos que a igualdade é inventada quando construímos um jeito de caminhar e o impomos a todas as pessoas da sociedade ou a todos os presentes do sistema educacional. Passamos, então a viver e alimentar uma ilusão: o caminho igual para todos. E mais, a falácia torna-se uma determinação: os que não percorrem esse caminho são incapazes de aprender. Daí a exclusão, tem alunos que consegue e tem aluno que não consegue aprender. Especialmente quando se refere a inclusão das diversidades, somos desafiados a construir caminhos acessíveis, rompendo barreiras já existentes na sociedade.

No entanto, existem escolas com propostas pedagógicas que não apresentam um trabalho adequado para romper essas barreiras no sentido de atender as necessidades de todos os participantes do ensino. Talvez isso ocorra pelo fato dos professores não estarem preparados para trabalhar essa problemática, contextualizando-os com situações do cotidiano do aluno, explorando conteúdos necessários para o contexto não só cognitivo, mas social e profissional.
Não podemos deixar de ressaltar as contribuições do Referencial Curricular Nacional Médio, no qual apresenta, como um dos objetivos do ensino, a necessidade de interação de todos, mas para isso é necessário conviver com as diferenças e aceita-las.

Diante dessa problemática e considerando a relevância no Ensino Fundamental e Médio para a formação ética e social do aluno, realizarmos este trabalho

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Preconceito Racial e Discriminação

Ao compreender que as diferenças são construções culturais erigidas historicamente nos relacionamentos dos indivíduos entre si e dos grupos sociais, que, ao serem construídas, vão estabelecendo os regulamentos que regem essas relações, propomos pensar e dirigir nosso olhar sobre como e em que espaço ou não-espaço se dá a discussão sobre as relações raciais na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr; Trajano Nóbrega. Conforme afirma Gomes:
Cabe ao educador e à educadora compreender como os diferentes povos, ao longo da história, classificaram a si mesmos e aos outros, como certas classificações foram hierarquizadas no contexto do racismo e como este fenômeno interfere na construção da auto-estima e impede a construção de uma escola democrática. (GOMES, 2003, p. 77).
Assim, conhecer como as relações raciais são discutidas na escola significa conhecer o trabalho que ela desenvolve com o objetivo de construir a educação para uma sociedade mais democrática, sem preconceitos, racismos e máscaras. Para isso é possível aproveitar-se:
[…] das situações flagrantes de discriminação no espaço escolar e na sala de aula como momento pedagógico privilegiado para se discutir a diversidade e conscientizar seus alunos sobre a importância e a riqueza que ela traz à nossa cultura e à nossa identidade nacional. (MUNANGA, 2005, p. 15).
A escola, da forma como se encontra organizada, reflexo do modelo de organização social, está permeada por uma complexa relação entre os sujeitos e grupos étnicos e sociais que lhe dão forma e visibilidade. Se a escola reflete o modelo de sociedade em que se encontra inserida, reflete também as múltiplas práticas sociais, culturais e econômicas que determinam as relações sociais e as desigualdades a que os grupos denominados diferentes estão submetidos, considerando os conflitos, os silêncios, as contradições sociais dos sujeitos que tecem as teias de relacionamentos presentes no seu cotidiano.
Não queremos aqui pontuar a escola como responsável pela solução de todas as mazelas que constituem as desigualdades e a falsa idéia de igualdade de oportunidades para os excluídos da escola e na escola. Mas,
Mesmo que a escola não seja a panacéia ou seja, a solução de todos os graves problemas que constituem as desigualdades na ausência de igualdade de oportunidades para os excluídos da e na escola e dos processos de cidadania ativa no país, há uma luta intensa pela garantia do acesso e permanência nos espaços educativos formais. (PASSOS, 2002, p. 21).
Percebemos que, embora a escola tendo sido pensada para atender a um determinado grupo, ela não atenta para o contexto cultural dos seus alunos ao preparar seus currículos, continuando conteúdista, enfocando conteúdos e realidades distantes do mundo real dos alunos, esquecendo-se segundo Passos (2002, p. 23) que toda criança e adolescente traz para o cotidiano escolar a sua totalidade de ser. Isso torna evidente que a criança na escola não é apenas mais uma criança, é um ser que traz toda a complexidade de sua existência no mundo, um ser que está construindo sua identidade, estabelecendo seus valores e conceitos, ou seja, aprendendo a se ver no mundo e a ver o mundo, muitas vezes, através da lente da escola.
A educação é entendida como um processo social no qual os cidadãos têm acesso aos conhecimentos produzidos e deles se apropriam de forma a se prepararem para o exercício de sua cidadania. Representa um ato político que pode levar à construção de um indivíduo participante, como à construção de indivíduos conformados à realidade apresentada. (CAVALLEIRO, 2006, p. 21).
Portanto, a educação constitui um dos espaços privilegiados, junto com a família, para a discussão da temática racial no sentido de desconstruir a hierarquização cultural, a naturalização do racismo e da discriminação, a inculcação de valores que se mostraram perniciosos para as relações humanas.
Assim, o papel da escola na construção e fortalecimento da identidade das crianças assume proporções cada vez maiores, uma vez que as crianças começam a ouvir representações que inferiorizam o outro na mais tenra idade. Conforme pontuamos, a escola não pode ser responsabilizada sozinha pela solução de todos os problemas, mas, como um espaço de construção de significados, é um espaço, sim, privilegiado para a discussão e ressignificação desses significados, pois, como vimos, a escola reflete a organização social e deve contribuir para que seu reflexo na organização social seja o de desconstruir significados responsáveis pela inferiorização do outro.
A escola precisa contribuir para desenvolver condições para que a criança desenvolva e fortaleça sua identidade, saiba argumentar, questionar e lutar por seus direitos, para que haja igualdade de todos perante a lei, para que sejam reconhecidos sua ascendência africana e o direito dos negros no Brasil.
[…] precisamos desde o início envolver a criança, adolescente, o jovem, oferecendo-lhe condições para que eles amadureçam conscientes de sua identidade e saibam questionar e reivindicar seus direitos de cidadãos brasileiros, em que todos devem ser iguais perante a lei independente da cor da pele. (PESSANHA, 2003, p. 164).
Isso implica reconhecer que a escola precisa rever seus currículos para atender às problemáticas que se encontram no seu interior, sendo uma delas a construção de identidades. O currículo é um elemento fundamental no processo de construção de identidades (SILVA, 2003). É através dele que a escola determina seu plano de conteúdos e de ação:
[…] o papel da escola assume grandes proporções na tentativa de solução dessa problemática, torna-se premente no processo de desconstrução da discriminação e do preconceito, por meio de práticas pedagógicas que representem a superação dessa situação, pois o espaço escolar não pode desvincular-se da realidade, precisa ter, junto à sociedade, um profundo comprometimento com as causas sociais e principalmente reconhecer a diversidade como fonte de enriquecimento das relações sociais, portanto fundamental para o crescimento da sociedade. (Parecer Orientativo nº. 131/2005 CEE/MS).
Enquanto a escola se omitir em discutir a questão racial, os preconceitos e estereótipos serão internalizados pelas crianças negras e fortalecidos poderosamente nas crianças não negras.
Não se pode pensar em uma educação que contemple a cidadania se partimos do pressuposto de que as questões colocadas pela população negra, pelas mulheres, pelos portadores de necessidades especiais devem ser tratadas pela escola simplesmente para atender à reivindicação desses sujeitos. Mais do que isso, é preciso garantir a equidade social. Discutir direitos civis. (GOMES, 2001, p. 92).
Se a escola é um espaço privilegiado para o encontro das diferenças, é papel da educação romper as barreiras impostas por uma sociedade homogeneizadora e dar vez e voz para índios e negros para que, vendo assim sua história contada no ambiente escolar, enxergando-se no interior da escola, possam construir uma imagem mais positiva de si mesmos.
Agnes Heller (2000) conceitua preconceito como um tipo particular de juízo provisório. Por esse caráter provisório, ele pode se alterar e modificar-se na atividade social e individual. E, estando o preconceito ligado à cotidianidade, ele desempenha uma função importante nas diferentes esferas, mas,
não procedem essencialmente dessas esferas, nem aumentam sua eficácia; ao contrário, não só a diminuem como obstaculizam o aproveitamento das possibilidades que elas comportam. Quem não se liberta de seus preconceitos artísticos, científicos, e políticos acaba fracassando, inclusive pessoalmente. (Agnes Heller, 2000, p.43)
Se o preconceito provoca o fracasso pessoal, ele é limitador das potencialidades do sujeito e como tal não permite que esses sujeitos possam viver a vida, já tão limitada, em sua plenitude possível. Por um lado, assume-se estereótipos, analogias e esquemas já elaborados; por outro eles nos são impingidos pelo meio em que crescemos. (p. 44) Nesse sentido, pode-se passar muito tempo até que se perceba criticamente tais esquemas impostos. Às vezes, passam-se gerações inteiras sem que se problematizem os estereótipos de comportamento e pensamento. Outras vezes, pode-se questioná-los num menor espaço de tempo.
As relações do preconceito com o fenômeno social, no entanto, o coloca na esfera dos fenômenos psicológicos porque ele considera que o preconceito está baseado em julgamentos de pessoas sobre outras pessoas, ou seja, encontra-se na esfera da consciência dos indivíduos, pois, ninguém é obrigado a gostar de alguém, mas, é obrigado a respeitar os seus direitos. O preconceituoso nem sempre fere os direitos, de fato, do outro, mesmo que não alimente grandes simpatias por esse outro. Preconceito é, portanto,
uma opinião preestabelecida, que é imposta pelo meio, época e educação. Ele regula as relações de uma pessoa com a sociedade. Ao regular, ele permeia toda a sociedade, tornando-a uma espécie de mediador de todas as relações humanas. Ele pode ser definido, também, como uma indisposição, um julgamento prévio, negativo, que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos. (SantAna, 2001, p. 54)
Chamamos a atenção para o caráter de inflexibilidade que está contido no sentido da palavra preconceito. O indivíduo preconceituoso é aquele que se prende a uma determinada opinião numa posição dogmática que o impede de ter acesso a um conhecimento mais fundamentado da questão que o levaria, talvez, a uma nova avaliação de suas opiniões.
Apesar do preconceituoso nem sempre ferir os direitos do outro, isso não quer dizer que tal tipo de sentimento não possa vir a se tornar prejudicial, pois, o preconceito é o primeiro passo para uma atitude discriminatória e discriminar significa separar, distinguir, estabelecer diferenças.

2.2 Sexualidade e Orientação Sexual

A discussão acerca da relação estabelecida entre as práticas escolares e a sexualidade dos alunos tem sido objeto de debate crescente nas últimas décadas. Neste debate, estudiosos do campo de estudos do gênero e sexualidade, tanto no Brasil como em outros países, tem evidenciado o caráter normatizador1 das instituições escolares. Em nosso país, alguns autores têm ressaltado o reforço das escolas à produção de masculinidades e feminilidades não-transgressivas dos estereótipos reconhecidos socialmente. Tal pedagogia da sexualidade começa muitas vezes ainda na pré-escola, como mostra Souza (1998) acerca da vigilância estabelecida por professoras em relação à sexualidade infantil e de sua função de incutir nas crianças os comportamentos que elas consideram adequados.
Ao mesmo tempo em que reproduzem formas de preconceito e discriminação encontradas na sociedade mais ampla, as escolas são vistas por alguns teóricos como um local privilegiado de implementação de políticas públicas que promovam a saúde de crianças e adolescentes, o que sugere serem espaços possíveis de resistência à normatização da sexualidade. Para Junqueira (2007), uma visão crítica do papel da escola abre espaço para ações educacionais que promovam a eqüidade de gênero, a inclusão social e a constituição de uma cidadania para todos(as), com o combate ao sexismo e à homofobia, dentre outras formas de opressão.
Um dos campos onde há um embate entre posições normatizadoras da sexualidade e aquelas que buscam se apropriar deste espaço para justamente questionar os códigos normativos relacionados ao gênero e a sexualidade é o da orientação sexual nas escolas, incluída em 1998 como tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em nosso país. Alguns autores têm enfatizado que a simples inclusão deste tema não garante o respeito à eqüidade de gênero e a aceitação da diversidade de práticas e identidades sexuais. Para Ribeiro, Souza e Souza (2004) isto ocorre porque no ambiente escolar o tema ‘sexualidade’ é visto como dos domínios dos professores de ciências ou de educação física, sendo por isso abordado quase sempre por meio de linguagem científica, o que legitima um discurso autorizado e, portanto, verdadeiro sobre a sexualidade e coloca os discursos das crianças ou adolescentes como falsos. Sendo assim, na estrutura e organização da orientação sexual nas escolas o sexo é concebido como um ‘dado da natureza’, como uma necessidade básica relacionada a impulsos e desejos, sobre os quais os sujeitos precisam ser informados. Junqueira (2007) ressalta também que o discurso dos docentes sobre sexualidade nas escolas é quase sempre permeado pelas idéias de risco e ameaça (de DST/AIDS e gravidez indesejada).
Alguns autores têm destacado o papel heteronormativo2 do funcionamento escolar também em nosso país. Os programas de educação sexual e reprodutiva, além de serem raros, ainda pressupõem a heterossexualidade como norma, ponto de tudo aquilo que está fora dela ser tratado como desviante. A visão dominante sobre o corpo reprodutivo nos discursos escolares contribui também para a heteronormatividade, uma vez que pressupõe a ‘naturalidade’ de um relacionamento sexual ser sempre entre pessoas de sexos diferentes. Outro elemento destacado pela autora é um evidente recorte de gênero por parte dos que ministram as aulas, que são, na maioria, mulheres.
Alguns autores têm destacado o papel heteronormativo do funcionamento escolar também em nosso país. Os programas de educação sexual e reprodutiva, além de serem raros, ainda pressupõem a heterossexualidade como norma, a ponto de tudo aquilo que está fora dela ser tratado como desviante. A visão dominante sobre o corpo reprodutivo nos discursos escolares contribui também para a heteronormatividade, uma vez que pressupõe a ‘naturalidade’ de um relacionamento sexual ser sempre entre pessoas de sexos diferentes. Outro elemento destacado pela autora é um evidente recorte de gênero por parte dos que ministram as aulas, que são, na maioria, mulheres.
Estudos sobre a heteronormatividades1 e homofobia no cotidiano das escolas brasileiras mostra forte rejeição à homossexualidade em todo o Brasil.Estudos sobre a heteronormatividades e homofobia no cotidiano das escolas brasileiras mostra forte rejeição à homossexualidade em todo o Brasil. A discriminação contra homossexuais na pesquisa é inclusive mais assumida do que a contra negros pelos alunos. A homofobia no Brasil recebe um reforço cultural na desvalorização de tudo que é feminino ou coisa de mulher. Os homens que se aproximam de um comportamento socialmente identificado como feminino são fortemente vigiados, discriminados e, certamente, sofrerão vários tipos de penalidades na escola, que envolvem, muitas vezes, violência física, como mostra o estudo de Souza (2006).
As pesquisas sobre homofobia nas escolas e a demanda da sociedade civil organizada por respostas aos efeitos danosos das discriminações e desigualdades sociais relativos às sexualidades periféricas, inclusive no âmbito escolar, levou o Governo Federal à criação, em 2004, do programa Brasil Sem Homofobia (Ministério da Saúde, 2004), que tem como princípios: a) a inclusão da perspectiva da não-discriminação por orientação sexual e de promoção dos direitos humanos de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais, nas políticas públicas e estratégias do Governo Federal; b) a produção de conhecimento para subsidiar a elaboração, implantação e avaliação das políticas públicas voltadas para o combate à violência e à discriminação por orientação sexual e c) a reafirmação de que a defesa, a garantia e a promoção dos direitos humanos incluem o combate a todas as formas de discriminação e de violência incluindo a homofobia (pp 11-12)
Apesar do crescente o interesse e o número de estudos sobre a homofobia nas escolas brasileiras, não pudemos encontrar estudos específicos aprofundados sobre as formas pelas quais esta se manifesta no cotidiano das escolas e suas conseqüências sobre os jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) Por este motivo, recorreremos aos estudos realizados no Reino Unido, local da maior parte dos estudos disponíveis sobre o tema. Nestes, a homofobia geralmente é considerada a partir da categoria mais ampla bullying.
O bullying é definido como a exposição de um aluno a ações negativas repetidas por parte de um ou mais estudantes, por um período considerável de tempo. Pode ser direto – sob a forma de ameaça e agressão – ou indireto – como no caso do isolamento e exclusão intencional de algumas atividades a que o aluno é submetido. Para o mesmo autor (Olweus, 1999), tal prática está também relacionada a uma desigualdade de poder, uma vez que a vítima não consegue se defender de foram adequada, por várias razões, como por estar isolada, ser menor ou fisicamente mais frágil, ou se sentir inferiorizada em relação àqueles que a perseguem. Identificamos efeitos danosos de curto e longo prazo que o bullying gera em suas vítimas. Entre os de curto prazo citam a perda de auto-estima e autoconfiança, retraimento, dificuldade de concentração, absenteísmo escolar, fobia da escola e tentativas de suicídio. Os de longo prazo incluem sentimento de culpa e vergonha, depressão, ansiedade, medo de estabelecer relações com estranhos, isolamento social e timidez exagerada.
O bullying homofóbico tem algumas semelhanças e diferenças com os demais tipos, como o sexista e o movido por questões étnico/raciais. Embora todos estes sejam bastante comuns nas escolas, o bullying homofóbico, por estar geralmente disseminado por todo o ambiente escolar, deixa poucos espaços a canais em aberto para que os alunos o possam reportar, o que o torna especialmente perigoso. Um outro fator complicador é o de que sua denúncia pode envolver em alguns casos a revelação sobre a orientação sexual do aluno, o que pode gerar uma vitimização ainda maior do mesmo. Finalmente, as conseqüências e a abordagem do bullying homofóbico são agravadas pelo preconceito em relação à liberdade de orientação sexual presente nos discursos de muitas religiões, presentes também nos vários atores da instituição escolar.
A utilização do conceito de bullying como base para a discussão da homofobia no ambiente escolar tem como uma de suas vantagens de chamar a atenção para a intensidade com que as diversas modalidades de violência homofóbica são exercidas neste contexto. Permite também relacionar esta modalidade de violência com outras também estudadas a partir deste conceito, como as motivadas por razões étnicas ou religiosas. O recurso ao conceito de bullying, porém, traz algumas limitações que devem ser levadas em consideração. Uma delas refere-se ao fato de muitos estudos que se utilizam deste referencial terem sido conduzidos dentro de um paradigma psicológico que concentra sua análise nas motivações individuais e grupais para o exercício da violência no contexto escolar, negligenciando o quanto os comportamentos associados ao bullying estão intrinsicamente ligados a relações sociais de poder e controle, e envolvem sempre um abuso de poder interpessoal. É importante, portanto, superar a conceito tradicional de bullying, a partir da politização da violência sexual e racial que ocorre no nível micro-cultural da sala de aula, o que significa um enfoque a partir de uma perspectiva social crítica e interdisciplinar.
O estudo e o combate á homofobia nas escolas pressupõe, portanto, uma visão crítica que foca não somente o ambiente escolar e seu cotidiano, mas as relações de poder que atravessam os campos do gênero e sexualidade e sua articulação com outras formas de dominação, como aquelas relacionadas à classe, raça/etnia e idade. No caso do ambiente escolar, pesquisas em diferentes países examinam a escola como um lugar-chave para a produção de masculinidades, feminilidades e sexualidades socialmente sancionadas. Estudos mostram as formas de violência e assédio baseadas no gênero e na orientação sexual são evidenciadas como tendo uma função importante na produção de uma masculinidade hegemônica heterossexual, enraizada em um contexto social mais amplo e que se manifesta nas escolas
Com relação à realidade brasileira, os estudos realizados na última década e expostos anteriormente evidenciam uma preocupação crescente com o tema da homofobia nas escolas e sua prevenção. As intervenções para combatê-la, todavia, mostram o ambiente da escola atravessado pela heteronormatividade presente em nossa sociedade, sugerindo a necessidade de estratégias de enfrentamento que ultrapassem o foco exclusivo no ambiente escolar.
O interesse recente pelo tema da homofobia nas escolas brasileiras traz a tona à escolha dos referenciais teóricos a serem utilizados para as análises e intervenções com vistas a reduzir sua intensidade e minimizar seus efeitos. A utilização do conceito de bullying homofóbico contribuiu, no Brasil e em outros países, para evidenciar a homofobia nas escolas e seus efeitos sobre suas vítimas, que incluem perda de auto-estima e autoconfiança, retraimento, dificuldade de concentração, absenteísmo escolar, fobia da escola, sentimentos de culpa e vergonha, depressão, ansiedade, medo de estabelecer relações com estranhos, levando em alguns casos a tentativas de suicídio. No entanto, alguns estudos mostram à necessidade de relacionar às formas de violência homofóbica existentes no cotidiano escolar com os desenvolvimentos teóricos do campo de estudos de gênero e sexualidade, em especial as contribuições do feminismo pós-estruturalista e da quer theory, como forma de aprofundar a compreensão deste fenômeno, a partir de suas relações com a produção de masculinidades e feminilidade hegemônicas presentes. A homofobia, assume, a partir desta perspectiva e muitas vezes de forma explícita, uma função disciplinar sobre os corpos e subjetividades. Sendo assim, seu enfrentamento requer uma atenção que vá além do microcosmo da sala de aula e da escola, implicando em um questionamento das formas de dominação associadas ao gênero e à sexualidade que atravessam as sociedades ocidentais em geral e a brasileira em particular.
A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, e isto, na maioria das vezes reflete diretamente nos estudos deste adolescentes e e de suas famílias. A maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade. Por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos. Os problemas associados com a gravidez da adolescente concentram-se, mais gravemente, no aspecto indesejado da gravidez e a frequente busca pelo aborto. Com relação aos rapazes, principalmente aqueles que apenas “ficam”, dificilmente vão sentir como sendo sua também a responsabilidade sobre a gravidez. As complicações psicossociais relacionadas à gravidez na adolescência são, em geral, mais importantes que as complicações físicas. Entre os fatos que devem ser levados em consideração, inclusive pela equipe que faz o pré-natal, estão: o abandono do lar dos pais pelas adolescentes, o abandono pelo pai da criança, a opressão e a discriminação social, empregos menos remunerados, a dependência financeira dos pais por mais tempo, e o fim cedo dos estudos. Apesar da orientação sobre métodos anticoncepcionais, o número de adolescentes grávidas continua crescendo. Talvez por não terem grandes perspectivas de vida, por descuido ou simplesmente por emoção.

2.3 Diversidade de Gêneros

No sentido gramatical do termo, gênero é entendido como expressão do sexo, atribuição do masculino e do feminino, mas se analisarmos o seu conceito histórico, a palavra gênero foi utilizada, segundo Scott (1995), pelas feministas americanas como uma referência à organização social da relação entre os sexos, no intuito de relutar quanto ao caráter determinista da Biologia, que segundo elas, influenciava no antagonismo entre sexos. Portanto, é necessário um esforço em diferenciar sexo de gênero, e este, foi um dos primeiros estudos realizados sobre essa temática. Tais estudos definiam que
O termo sexo se refere à fisiologia, dá a distinção entre o macho e a fêmea da espécie humana, enquanto que gênero, num sentido amplo, é cultural e engloba as relações que ocorrem na sociedade entre os gêneros masculino e feminino. (VIEZZER, apud LOPES 2000, p. 88).
Desde então, inúmeras publicações têm dado destaque a esta discussão e hoje já se admite que tanto sexo quanto gênero, são construídos culturalmente e que mesmo a definição dada pela Biologia é cultural; visto que essa ciência emergiu num contexto de dominação masculina no meio cientifico o que refletiu de forma discriminatória na sua elaboração e definição terminológica, assim como a linguagem também comprovadamente o é.
Embora os estudos da temática de gênero estejam bastante adiantados no sentido da definição, geralmente, quando é levantada essa discussão, há uma preocupação principalmente com o que pensam as famílias. Elas querem garantir que meninos sejam homens e meninas sejam mulheres, qualquer possibilidade de rompimento das fronteiras de gênero é compreendida erroneamente como anormalidade. Essa situação acontece porque.
Gênero não é apenas uma identificação com o sexo; ele também supõe que o desejo sexual seja direcionado ao outro sexo. A divisão sexual do trabalho está implicada nos dois aspetos do gênero ela os cria homens e mulheres, e os cria heterossexuais. (RUBIN, 1993, p. 12)
Sendo assim, a cultura define fêmeas e machos como mulheres e homens e o trabalho a ser executado por ambos, para que possam ser aceitos ao exercê-lo. Esse mesmo tratamento é dado aos relacionamentos, que podem ou não ser, admitidos culturalmente.
O sentido de gênero aqui adotado é que as relações de gênero são resultados de uma construção social que se dá na relação de dominação do masculino sobre o feminino, no privilegiamento da sociedade cultural e política.
Dessa forma, como a sociedade é estruturada em torno de relações de dominação, entre as quais as de gênero, é que têm consistido em considerar as atividades associadas ao masculino como superiores às atividades associadas ao feminino. Entretanto, querer a submissão de qualquer uma das partes, não nos parece a mais indicada, visto que a luta histórica que a ser empreendida pela humanidade deve ser pela superação de toda e qualquer forma de opressão. Por uma sociedade andrógina e sem gênero (mas não sem sexo), em que a anatomia de cada um é irrelevante para o que cada um é e faz. (idem, p 22). As relações de gênero nessa perspectiva são frutos de produtos históricos humano.
Quanto à abordagem sobre identidade de gênero na educação infantil, entendemos que é necessário inicialmente explicitarmos o que estamos entendendo por esta expressão para posteriormente seguirmos nossa reflexão frente ao papel da escola na construção do gênero.
Tomamos como ponto de partida Louro, que conceitua o gênero quando diz:
Entender o gênero como constituinte da identidade dos sujeitos, pois estas estão sempre se constituindo, elas são instáveis e, portanto, possíveis de transformação. Uma vez que em suas relações sociais, atravessadas por diferentes discursos, símbolos, representações e práticas, os sujeitos vão se construindo como masculino e feminino, arranjando e desarranjando seus lugares sociais, suas disposições, suas formas de ser e de estar no mundo (LOURO, 1997, p.24).
Todas essas estruturas, essas mudanças, vão se transformando ao longo da vida em determinados momentos históricos, em uma dada sociedade, em diversos grupos tais como: religiosos, raciais, de classe, gênero e outros.
Ainda sob esse contexto Meyer vem contribuir quando diz que:
O conceito de gênero passa a englobar todas as formas de construção social, cultural e lingüística implicadas com os processos que diferenciam mulheres de homens, incluindo aqueles processos que produzem seus corpos distinguindo-os e separando-os como corpos dotados de sexo, gênero e sexualidade (MEYER, 2003, p.16).
Assim sendo, o gênero perpassa por caminhos que não aborda as diferenças simplesmente como distinções biológicas entre homens e mulheres, mas sim tende a perceber tais diferenças sem que as mesmas levem às desigualdades geradoras de opressões e discriminações. Felipe ressalta:
O conceito de gênero procura se contrapor a idéia de uma essência (masculina ou feminina) natural, universal e imutável, enfatizando os processos de construção ou formação histórica, lingüística e socialmente determinada. A constituição de cada pessoa deve ser pensada como um processo que se desenvolve ao longo de toda a vida em diferentes espaços e tempos. Desta forma, o conceito de gênero trouxe-nos a possibilidade de colocar em discussão as relações de poder que se estabelecem entre homens e mulheres, proporcionando-os como desiguais em suas possíveis e múltiplas diferenças (FELIPE, 2004, p.33).
A escola limita espaços, ela impõe o que pode e o que não pode, utilizando para isso de subterfúgios para instituir o que os meninos e as meninas podem, criando com isso, já no interior da escola, distinções de agrupamentos nos mais diferentes contextos: no pátio, no refeitório, na sala de aula, nas brincadeiras, legitimando desde cedo uma educação sexista geradora de futuras desigualdades, rivalidades.
Nesse contexto Felipe afirma:
A escola, em geral, não disponibiliza outras formas de masculinidade e feminilidade, preocupando-se apenas em estabelecer e reafirmar aquelas já consagradas como sendo a referência. Tudo o que se distanciar dela poderá ser interpretada como anormal, desviante (FELIPE, 2004, p.34).
Ou seja, a escola ao invés de propiciar condições, atividades que não discriminam os meninos e as meninas, acaba por criar condições adversas. Isto causa cada vez mais a distinção sexista, as desigualdades e consequentemente a hierarquização entre os sexos, tornando crescentes as discussões sobre o que é desejado e esperado para os meninos e o que é esperado e desejado para as meninas, como se ambos fossem de mundos distintos. Sobretudo reafirmando o papel que a sociedade lhes impõe.
Complementando esse pensamento, Louro relata que:
Os antigos manuais já ensinavam aos mestres os cuidados que deveriam ter com os corpos e almas de seus alunos. O modo de sentar, andar, a forma de colocar os cadernos, pés e mãos acabaram por produzir um corpo escolarizado, distinguindo o menino ou a menina que passar pelos bancos escolares (LOURO, 1997, p.61).
Podemos observar que ainda hoje, no âmbito escolar, temos atitudes, condutas que geram essa rotulação de comportamentos discriminatórios, conduzindo os meninos e meninas a uma constante rivalidade, além de distinguir-se os corpos e as mentes (LOURO, 1997, p.62).
Dentro dessa visão recorro a Meyer quando afirma:
Desde sua constituição, a escola moderna é marcada por diferenças e está implicada, também, com a produção dessas diferenças. Embora não seja possível atribuir a ela toda a responsabilidade pela construção das identidades sociais, ela continua sendo, para crianças e jovens, um local importante de vivências cotidianas específicas e, ao mesmo tempo, plurais (MEYER, 2004, p.8).
Desde o momento do ingresso na escola, ocorrem já as diferenças que são ligadas ao fator social, de raça, de religião, de sexo, de gênero… fatores esses que fazem parte de toda uma sociedade. A escola, por sua vez, ao invés de trabalhar com as diferenças de modo a acolhê-las e aproximá-las, geralmente as afasta, causando as desigualdades e produzindo assim exclusões cada vez mais constantes nos diferentes contextos.
Nesta perspectiva, é necessário que a escola, com seus professores e professoras, reavalie suas práticas pedagógicas, suas condutas e principalmente seus conceitos e pré-conceitos sobre o que é tido como normal ou anormal, masculinidade e feminilidade, pois o fato de os professores e professoras não se questionarem sobre as produções de identidades de gênero na escola, acabam reafirmando estereótipos do que é ser menino ou menina.
Vale ressaltar que ao se deparar com situações de gênero, o (a) educador (a) não pode ficar alheio (a) à situação, pois a não interferência, resultará na legitimação da hierarquização entre o masculino e o feminino.

2.4 Questão Rural.

No meio rural brasileiro, espaço cada vez mais heterogêneo e diversificado, são tecidas relações sócio-culturais singulares, ao mesmo tempo que mantém vínculos de dependência com os centros urbanos. Não se pode negar a influência histórica da cidade no campo, cada vez mais acentuada com a urbanização do meio rural e com a absorção de novos elementos político, social e econômico em sua prática produtiva e em seu modo de vida.
Um outro aspecto concernente à mobilização dos jovens rurais para a cidade diz respeito à relação estabelecida entre os jovens e a atividade agrícola. O trabalho como agricultor vincula-se à valorização que o jovem e sua família atribuem a esta atividade. Numerosas pesquisas demonstram que a atividade agrícola é considerada relevante para as famílias rurais (WANDERLEY, 2006).
A migração para a cidade pode significar também uma estratégia, tanto da família, quanto dos jovens de construir novas possibilidades de vida no campo a partir do desenvolvimento de outras atividades econômicas – tornando a migração temporária. A migração não se constitui na única forma de vinculação dos jovens com o mundo urbano. A existência de atividades não agrícolas em áreas próximas ao meio rural a exemplo do que acontece em várias cidades brasileiras – permite que os jovens rurais permaneçam morando na sua localidade
Os jovens rurais figuram como parcela dessa população ainda bastante desconhecida, dado o não reconhecimento de problemas específicos que os afetam, a exemplo da existência de diversas situações de não reconhecimento, preconceitos, marginalidade e exclusão, ao contrário dos jovens urbanos que são vislumbrados pelas instituições, especialmente no que diz respeito à proposição de políticas públicas. Também não são reconhecidas as práticas de sociabilidade e as vivências culturais, aportadas num contexto específico. Vale ressaltar no entanto que estas singularidades estão entrelaçadas com a dinâmica da economia e da sociedade nacionais. Assim, não se pode instituir fronteiras nítidas entre os universos culturais dos sujeitos do campo e da cidade, já que ambos compartilham projetos que se assemelham
O entendimento sobre a juventude rural supõe o reconhecimento da existência de espaços distintos a exemplo da casa, da vizinhança e da cidade onde os/as jovens vivenciam cotidianamente experiências individuais e coletivas. Sobre a importância da comunidade local para os jovens rurais, Brandão (1995, p. 136) afirma que quando há vizinhos por perto, parentes ou não, os grupos de idade alargam os limites da ordem familiar cotidiana e se constituem como os primeiros espaços extrafamiliares de convivência e socialização. Nestes espaços os jovens constroem relações com amigos, vivenciam o lazer, estabelecem relações com os meios de comunicação de massa, participam de manifestações culturais e religiosas, expressando um sentimento de pertencimento tanto à comunidade como a grupos de jovens constituídos. Nesse sentido , as experiências cotidianas dos jovens dependem da intensidade e da riqueza da vida social existentes no meio rural
Para Pais (2003, p. 70) torna-se necessário que os jovens sejam estudados a partir de seus contextos vivenciais, quotidianos porque é quotidianamente, isto é, no curso das suas interações, que os jovens constroem formas sociais de consciência, de pensamento, de percepção e ação. Daí a relevância da valorização do lugar social da juventude rural, com suas especificidades. Para Vieira (2006), contrariamente à idéia ainda vigente de que só restam no campo os mais velhos, em algumas regiões do país o meio rural concentra uma parcela significativa de jovens homens e mulheres, que constroem distintas trajetórias e formas de pensar e vivenciar sua condição juvenil.
Sobre a inserção do jovem na escola pública, observa-se a escassez de estudos que se proponham a desvelar o sujeito a partir da perspectiva da totalidade do ser social e cultural, para além da dimensão identitária de aluno. Muitos dos sentidos ligados à escola passam hoje pela dimensão da sociabilidade, da convivência entre os jovens e da construção de projetos de vida. Nesse sentido, as experiências dos jovens rurais são distintas e múltiplas, o que implica diversas maneiras de viver a juventude

3 CAPÍTULO I EDUCAÇÃO E SOCIEDADE.

3.1 Compromisso do Educador com a sociedade

Só quando compreendemos ser necessária a existência de mais métodos de ensino, fundamentais e persistentes, é que podemos ter a certeza de colocar os métodos escolásticos no seu verdadeiro contexto. As pessoas não formam uma sociedade apenas por viverem em proximidade física. Assim um homem não deixa de ser socialmente influenciado por estar afastado dos outros uns tantos metros ou quilômetros. Um livro ou uma carta podem levar a uma associação mais íntima entre seres humanos separados milhares de quilômetros entre eles do que vivendo debaixo do mesmo teto.
Um conjunto de pessoas não forma um grupo social apenas porque trabalham para um fim comum. As diversas partes de uma máquina trabalham em cooperação para um resultado comum, mas não formam uma comunidade. No entanto se todos estivessem conscientes do objetivo comum que se pretende atingir e interessados em alcançar esse objetivo de tal forma que cada atividade específica fosse regulada para esse fim,
então sim estar-se-ia em presença de uma comunidade. Mas isto envolve comunicação. Cada elemento do grupo teria necessidade de saber o que cada um dos outros estava a fazer e teria de haver um modo de manter os outros informados das suas próprias intenções e progressos. Para que haja consenso é necessário que haja comunicação.
Finalmente, não só a vida social requer ensino e aprendizagem para a sua própria permanência, mas o próprio processo de vida em comum é educativo, alargando e clarificando a experiência, estimulando e enriquecendo a imaginação, criando responsabilidade para o rigor e vivacidade no pensamento e afirmação. Um ser humano que viva sozinho (mentalmente e fisicamente) terá muito poucas ou nenhumas ocasiões para refletir sobre a sua experiência passada, e retirar daí o seu significado. A desigualdade ao nível das competências entre os elementos adultos e os elementos ainda imaturos, torna necessário que não só os mais novos sejam ensinados, mas a própria necessidade de ensinar dá um enorme estímulo para reduzir a experiência a uma ordem de grandeza e forma, que a tornará mais facilmente comunicável e portanto mais útil.
A distinção mais notável entre seres vivos e seres inanimados é que os primeiros se mantêm por renovação. Quando se bate numa pedra, esta oferece resistência. Se esta resistência for maior que a força com que se bate, a pedra não se altera minimamente. Caso contrário, ela é partida em pequenos bocados. Uma pedra nunca tenta reagir de tal forma que se possa manter inalterável contra a pressão que sofre ao ser batida, e muito menos ainda de forma a contribuir para a ação de que é alvo. Os seres vivos no entanto, podem ser facilmente esmagados por uma força superior, mas tentam apesar disso transformar a energia que atua contra eles num meio de prolongar a sua própria existência. Se não o conseguirem, não ficam partidos em bocados mais pequenos (pelo menos nas formas de vida superiores), mas perdem a sua identidade como um ser vivo. Enquanto resiste, o ser vivo luta de forma a utilizar a necessidade de ensinar e aprender para assegurar a continua existência de uma sociedade é de fato tão óbvia, que pode até parecer que andamos às voltas com uma frase feita. Mas a justificação está no fato de tal ênfase ser uma forma de nos afastar de uma noção escolástica e formal de educação. A escola é na realidade um meio importante de transmissão na formação do jovem; mas é apenas um meio, e quando comparada com outros, é um meio relativamente superficial.

3.2 Saberes necessários para à prática educativa

Segundo Libâneo(1994), a pratica educativa é um fenômeno mundial e universal, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades, não há sociedade sem pratica educativa, ela existe numa grande variedade de instituições e atividades decorrentes a organização econômica, política e legal, da religião, dos costumes das formas de convivência humana. As formas que assumem a prática educativa sejam não intencionais ou intencionais, formais ou não formais, escolares ou extra-escolares, se interpenetram.
A prática educativa, é parte integrante da dinâmica das relações sociais, podem e devem ser transformadas pelos próprios indivíduos que a entregam.
O campo específico de atuação profissional e política do professor é a escola, quanto mais se diversificam as formas de educação extra escolar e quanto mais a minoria dominante refina os meios de difusão da ideologia burguesa tanto mais educação escolar adquiri importância principalmente para as classes trabalhadoras.
A educação e instituição social que se ordena no sistema educacional de um pais num determinado momento histórico, é processo por consistir de transformações sucessivas tanto no sentido histórico quanto no desenvolvimento da personalidade.
A instrução se refere a formação intelectual. O ensino corresponde a ações, meios e condições para realização da instrução, portanto, a instrução, mediante o ensino, tem resultados formativos quando convergem para o objetivo educativo, quando os conhecimentos, habilidades e capacidades propiciadas pelo ensino se tornam princípios reguladores da ação humana, em convicções e atitudes reais frente a realidade, pode-se instruir sem educar e vice-versa, o objetivo educativo não e o resultado natural e colateral do ensino, devendo-se supor por parte do educador um propósito intencional e explicito de orientar a instrução e o ensino para objetivos educativos. O trabalho docente é uma modalidade de trabalho pedagógico, colocando ação educativa como objeto de reflexão.
A educação escolar constitui-se num sistema de instrução e ensino com propósitos intencionas, praticas sistematizadas e alto grau de organização, ligado intimamente às demais praticas sociais.
Para tornar efetivo o processo educativo, é preciso dar-lhe uma orientação sobre as finalidades e meios da sua realização, conforme opções que se façam quanto ao tipo de homem que se deseja formar e ao tipo de sociedade a que se aspira. Pertence a pedagogia a tarefa com teoria e pratica do processo educativo. A pedagogia e um campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação. Numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em vista prepará-los para as tarefas da vida social.
A didática é o principal ramo de estudos da pedagogia, ela investiga os fundamentos, condições e modos de realização, da instrução e do ensino. Há também estreita ligação da didática com os demais campos do conhecimento pedagógico.
A estrutura e funcionamento do ensino incluem questões da organização do sistema escolar nos seus aspectos políticos e legais, e aspectos do funcionamento interno da escola.
A formação profissional é um processo pedagógico, intencional e organizado, de preparação teórico-científica e técnica do professor para dirigir competentemente o processo de ensino, abrange, pois duas dimensões: a formação teórico-científica que são necessariamente referentes a pratica escolar e a formação técnico pratica que não se reduzem ao mero domínio de técnicas e regras, mas implicam também aos aspectos teóricos, ao mesmo que fornecem à teoria os problemas e desafios da pratica.
Nesse entendimento a didática se caracteriza como mediação entre as bases teórico-científicas da educação escolar e a pratica docente, se baseia numa concepção de homem e sociedade, se subordina a propósitos sociais, políticos e pedagógicos.
O processo de ensino é uma atividade conjunta de professores e alunos, organizados sob a direção do professor, e este é o objetivo de estudo da didática, são três importantes aspectos do processo de ensino: a avaliação escolar, o planejamento e as relações professor-aluno na sala de aula.
Na prática a teoria é outra. O curso nem fundamenta teoricamente nem toma a prática como referencia para a fundamentação teórica, carece de teoria e de pratica. O estagio tem de ser teórico-prático, que a teoria é indissociável da pratica, é necessário explicitar os conceitos de pratica e de teoria e como compreendemos a superação da fragmentação entre elas a partir do conceito de práxis, o que aponta para o desenvolvimento do estagio como atitude investigativa, que envolve a reflexão e a intervenção na vida da escola, dos professores, dos alunos e da sociedade.
Muitas vezes os alunos aprendem com os professores, imitando-os, mas também elaborando seu próprio modo de ser a partir da análise critica do nosso modo de ser. O estagio então, reduz-se a observar os professores em aula e imitar esses modelos, sem proceder a uma análise crítica fundamentada teoricamente e legitimada na realidade social em que o ensino se processa, a observação se limita à sala de aula, sem análise do contexto escolar, e espera-se do estagiário e elaboração e execução de aulas-modelo.
O exercício de qualquer profissional e técnico, é necessária a utilização de técnicas para executar as operações e ações próprias, no entanto, as habilidades não são suficientes para a resolução dos problemas com os quais se defrontam, uma vez que a redução às técnicas não dá conta da complexidade das situações do exercício desses profissionais. Nessa perspectiva, o profissional fica reduzido ao prático: não necessita dominar os conhecimentos científicos, mas tão-somente as rotinas de intervenção técnicas deles derivadas. As oficinas pedagógicas, muito utilizadas e valorizadas, tem por objetivo auxiliar os alunos no desempenho de suas atividades na sala de aula e podem ser desenvolvidas sob a forma de cursos, ministrados por estagiários, voltados para a confecção de recursos didáticos, tem sido utilizados cursos de prestação de serviços às redes de ensino, obras sociais e eventos, o que acaba submetendo os estagiários como mão-de-obra formados. Um curso de formação estará dando conta do aspecto prático da profissão a medida que possibilite o treinamento em situações experimentais de determinadas habilidades consideradas, a priori, como docente. Portanto, a habilidade que o professor deve desenvolver é saber lançar mão adequadamente das técnicas conforme as diversas e diferentes situações em que o ensino ocorre, o que necessariamente implica a criação de novas técnicas. No campo da formação de professores tem sido produzidos para denunciar essas questões, contribuindo para uma melhor compreensão da formação a partir de estudos críticos e analíticos das praticas desenvolvidos nas universidades, mas também trazendo contribuições significativas do campo teórico para novos encaminhamentos aos cursos de formação. È importante destacar que a universidade é por excelência o espaço formativo da docência, uma vez que não é simples formar para o exercício da docência de qualidade e que a pesquisa é o caminho metodológico para essa formação.
O reducionismo dos estágios às perspectivas da prática instrumental e do criticismo expõe os problemas na formação profissional docente. Se a pretensão é alterar as instituições com a contribuição das teorias, precisamos compreender a imbricação entre sujeitos e instituições, ação pratica, o papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para análise e investigação que permitam questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos sujeitos e, ao mesmo tempo, colocar elas próprias em questionamento, uma vez que as teorias são explicações sempre provisórias da realidade. Portanto, no estágio dos cursos de formação de professores, compete possibilitar que os futuros professores compreendam a complexidade das práticas institucionais e as ações aí praticadas por seus profissionais como alternativa no preparo para sua inserção profissional.
Valorizando a experiência e a reflexão na experiência, conforme Dewey, e o conhecimento tácito, conforme Luria e Polanyi, Schön propõe uma formação da prática profissional como momento de construção de conhecimento por meio de reflexão, análise e problematização dessa prática e a consideração do conhecimento tácito, presente nas soluções que os profissionais encontram em ato. Com isso, abre perspectivas para a valorização da pesquisa na ação dos profissionais, colocando as bases para o que se convencionou denominar professor pesquisador de sua prática. A proposta da epistemologia da prática, conforme Sacristán(1999, p. 12), considera inseparáveis teoria e prática no plano da subjetividade do professor, pois sempre há um diálogo do conhecimento pessoal com a ação. Assim, a teoria, alem de seu poder formativo, dota os sujeitos de pontos de vista variados sobre a ação contextualizada, o papel da teoria é oferecer aos professores perspectivas de análise para compreender os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais, nos quais se da sua atividade docente, para neles intervir, transformando-os.

3.3 Docência de melhor qualidade

O ensino competente é um ensino de boa qualidade, ao explorar a expressão boa qualidade, vamos ter a possibilidade de fazer a conexão estreita entre as dimensões técnica, política, ética e estética da atividade docente.
Segundo Chaui(2000, p. 07)
Da mesma maneira que é preciso superar a retórica da qualidade, é preciso denunciar e evitar o discurso competente. Esse é um discurso instituído, não é qualquer um que pode dizer a qualquer outro qualquer coisa em qualquer lugar e em qualquer circunstancias.
A competência se reveste de um caráter ideológico, que tem o papel de dissimular a existência da dominação na sociedade dividida e hierarquizada em que vivemos. Ela ganha a feição de uma competência privada, identificada como um modelo sustentado pela linguagem do especialista que detém os segredos da realidade vivida e que, indulgentemente, permite ao não especialista a ilusão de participar do saber(Chaui, 2000, p. 13).
Ir contra o caráter ideológico do discurso da competência e da retórica da qualidade significa procurar trazer, para os sujeitos sociais e suas relações, as idéias e os valores que parecem ter sido deslocados para o espaço de uma racionalidade cientificista, de um a suposta neutralidade, em que os homens se encontram reduzidos à condição de objetos sociais e não sujeitos históricos.
Ir contra o caráter ideológico do discurso da competência e da retórica da qualidade significa procurar trazer, para os sujeitos sociais e suas relações, as idéias e os valores que parecem ter sido deslocados para o espaço de uma racionalidade, em que os homens se encontram reduzidos à condição de objetos sociais e não sujeitos históricos.
Em busca da significação dos conceitos: o recurso à lógica foi chamada por Aristóteles de organon, instrumento cuja presença é necessária em todos os campos do conhecimento para verificar a correção do pensamento. A lógica formal ocupa-se com a forma do pensamento, expressa pela linguagem, o núcleo da investigação da lógica é o juízo, operação mental que afirma ou nega algo, que atribui um predicado a um sujeito. Na indução, temos um raciocínio no sentido inverso: partimos de proposições que tem um caráter particular e chegamos a uma conclusão de caráter geral, universal. Quando raciocinamos, trabalhamos sempre com um encadeamento de proposições, mesmo que sua seqüência não seja explicita, a lógica encarrega-se de investigar a correção do pensamento, estabelecimento princípios e regras para se chegar a verdade. Os conceitos se expressam em termos ou categorias. Os termos possuem duas propriedades lógicas: a extensão e a compreensão. Assim, vamos encontrar o termo competência usado freqüentemente para designar múltiplos conceitos: capacidade, saber, habilidade, conjunto de habilidades, especificidade. O que efetivamente interessa e retomar o tratamento que os conceitos ganham na educação.
O termo qualidade já carrega em sua compreensão uma idéia de algo bom, entretanto, quando se fala em educação de qualidade, esta se pensando em uma serie de atributos que teria essa educação. A qualidade, então, não seria um atributo, uma propriedade, mas consistiria num conjunto de qualidades. O importante é chamar atenção para o fato de que se entendemos a qualidade como uma propriedade dos seres, teremos que considerar que algumas propriedades não tem apenas um caráter positivo, não são somente boas.
Qualidades são propriedades que se encontram nos seres. Dizemos que a educação é um processo de socialização da cultura, no qual se constroem, se mantêm e se transformam os conhecimentos e os valores. Se esse processo de socialização se faz com a imposição de conhecimentos e valores, diremos que é uma má educação. Se tem, ao contrario, o dialogo, a construção da cidadania, como propriedade, nós a chamaremos de uma boa educação, desejamos e lutamos pela qual, é uma educação cujas qualidades carregam um valor positivo, a boa educação é, na verdade, extremamente variável nas inúmeras sociedades e culturas, em virtude dos valores que as sustentam, é preciso perguntar criticamente: de qual educação se fala quando se fala numa educação de boa qualidade?
Parece haver necessidade de efetivamente se adjetivar a qualidade. Pra se contrapor a uma concepção que desqualifica, não se faz referencia a uma qualidade sócio-cultural, esta idéia de qualidade sócio-cultural se coloca exatamente em oposição à concepção de qualidade veiculada nos programas de Qualidade Total.
O Programa de Qualidade Total, que teve seu inicio em empresas do Japão, na década de 50, e traz uma proposta denominada novo paradigma em administração, tem sido implantado em organizações do mundo inteiro. As palavras de ordem do Programa são: eficiência, controle e competitividade.
È principalmente na segunda metade da década de 80 que o Programa Qualidade Total de instala no Brasil, ganhando espaço em diversas organizações escolares e estendendo-se as instituições escolares.
À medida que os processos desenvolvidos pelas organizações asiáticas começaram a ser estudadas, foi crescendo o interesse pela gerencia de qualidade total. O colário que se adotou foi: o que é bom para a empresa, é bom para a escola. Em sua investida no campo da Educação, o Programa alcançou primeiramente as escolas particulares, mas ganhou também atenção de sistemas públicos de ensino, apresentando-se como uma alternativa para a superação dos problemas enfrentados nas escolas.
Falar em qualidade total, é pois, fazer referencia a algo que se cristaliza, fica preso num modelo. O que se deseja para a sociedade não é uma educação de qualidade total, mas uma educação da melhor qualidade, que se coloca sempre à frente, como algo a ser construído e buscado pelos sujeitos que a constroem.
Para Cortella( 1998, p. 14-15), em uma democracia plena, quantidade é sinal de qualidade social e, se não se tem a quantidade total entendida, não se pode falar em qualidade, associado ao conceito de democracia, a qualidade que se adjetiva de social é indicadora da presença, na escola, especialmente, na escola publica, de uma solida base cientifica, formação critica de cidadania e solidariedade de classe social, carece de tradução em qualidade de ensino. Tem múltiplos sentidos, ele
Perrenoud(1997, p. 07) reconhece que a noção de competência tem múltiplos sentidos, ele se refere, inicialmente, à competência como uma orquestração de recursos cognitivos e afetivos diversos para enfrentar um conjunto de situações complexas. Assim, as competências utilizam, integram, mobilizam conhecimentos para enfrentar um conjunto de situações complexas.
Verificamos assim, que o termo competência é usado ora como sinônimo de outros termos como capacidade, conhecimento, saber etc, ora contendo esses mesmos termos em sua significação. Na medida em que os conceitos de capacidade, conhecimento, saber apontam para algo desejável, pode-se perceber a relação entre a idéia de competência e a idéia de qualidade, considerada esta como portadora de um sentido positivo. Se retomarmos o que vimos nos PCNs, podemos afirmar que se supõe que o desenvolvimento de competências conduz a formação de um individuo qualificado.
Verifica-se que, quando se recorre ao termo competências para explorar a idéia de qualificação, esta também corre o risco de sofrer uma modificação em seu significado, principalmente no que diz respeito à formação profissional. Qualificar, portando, é mais que definem o profissional eficiente em cada área. A competência guarda o sentido de saber fazer bemo dever, ela se refere sempre a um fazer que requer um conjunto de saberes e implica num posicionamento diante daquilo que se apresenta como desejável e necessário. O conjunto de propriedades, de caráter técnico, ético, político e estético é o que define a competência.
Entretanto, é possível falar de uma competência específica do professor, que alem dos saberes a ensinar, necessita dominar saberes para ensinar.
Qualidade implica conotação de valor e valor não tem caráter individual, a competência se amplia na construção coletiva, na partilha de experiências, de reflexão. A articulação com a qualidade aponta na competência a presença de uma dimensão ainda não explorada, a estética.

4 HISTÓRICO DE SOLEDADE-PB

O Município de Soledade está localizado na microrregião do Curimataú Ocidental, Estado da Paraíba, mas que na verdade apresenta características da região denominada de Cariri. Apesar do clima quente e seco, não apresenta uniformidade climática. Clima predominante é o semi-árido, com temperatura oscilante entre 20° e 387° com precipitação pluviométrica anual de 320,44mm; as temperaturas mais baixas ocorrem entre os meses de junho e agosto. Os dias são quentes e as noites têm temperatura agradável. Pelos dados da SUDENE (Superintendência Nacional do Desenvolvimento do Nordeste) as chuvas caem no período de janeiro a abril, chegando até a pequenas quedas pluviométricas nos meses de junho a agosto. Embora tenha se mantido estável, considerando-se os índices registrados nos anos passados. A medida pluviométrica sofreu vertiginosa queda, se para isso levarmos em consideração as precipitações ocorridas durante os últimos anos. Os limites de Soledade-PB são: ao norte com os municípios de São Vicente do Seridó-PB, Cubati-PB e Olivedos-PB; ao sul com Gurjão-PB; ao leste com Pocinhos-PB; e ao oeste com Juazeirinho-PB.
A cidade tem uma infra-estrutura de transporte, pois é servida pela BR-230 e pela Rede Ferroviária Federal, no sentido leste, a oeste ainda, as rodovias estaduais: PB 177, que liga a Região Curimataú ao Sul, situa-se a 168 KM da Capital da Paraíba João Pessoa e a 54KM de Campina Grande e próximo a importantes cidades do Sertão Paraibano, tais como Patos-PB, Cajazeiras-PB e Souza-PB.
A área do município de Soledade-PB é de 634,7 KM que equivale a 16,02% da área da microrregião do Curimataú Ocidental, e 1,12% da superfície total do Estado da Paraíba. Tem altitude média de 521 metros acima do nível do mar devido a sua localização no Planalto da Borborema.
A população soledadense variou muito no que diz respeito ao número de habitantes. Isso ocorre porque a estiagem prolongada reduziu o nível produtivo da agricultura assim como o de emprego no campo que cai consideravelmente, ocasionando um maior deslocamento para as grandes cidades e com isso o aumento do êxodo rural e sua população e de 12.716 habitantes, segundo dados do Censo Demográfico de 2000.
Soledade apesar de estar localizada em uma região marcada pelas demais cidade circunvizinha, ela é cortada pela BR-230na qual transitam constantemente quantidades consideradas de veículos, que propicia renda ao comércio local através de prestações de serviços como bares e lanchonetes; ponto de parada obrigatória para algumas empresas de ônibus, que fazem o trajeto para o sertão (Transnacional, Guanabara e Jardinense, e outros carros alternativos), e ainda local de descanso para os caminhoneiros que pernoitam nos alojamentos, nos postos de combustíveis e nos dormitórios.
O comércio soledadense é beneficiado com a venda de seus produtos e serviços para cidades vizinhas, que não possuem um comércio tão desenvolvido e por serem mais distantes de Campina Grande-PB (Centro Comercial) a maioria das pessoas dessas localidades se deslocam para Soledade-PB com o propósito de fazerem suas compras e consultas médicas.
A renda que circula no município é proveniente de do Funcionalismo Público, Estadual e Federal, Agricultura e Empregos gerados nas fábricas e indústrias ali instaladas, que propicia o desenvolvimento do comércio local; aposentadorias e comércio informal.
A cidade também é bem dotada de comércio varejista, com dezoito lojas de artigos para presentes e confecções que abrem para clientes de varias cidades circunvizinhas (Cubatí-PB, Gurjão-PB, Juazeirinho-PB, Olivedos-PB e Séridó-PB). O grande contingente de clientela faz com que os donos de lojas estejam sempre em busca de novidades.

5 CONTEXTUALIZANDO A ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Dr. TRAJANO NÓBREGA

5.1 Dados Gerais

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Trajano Nóbrega está localizada na Rua José Rufino de Carvalho s/n no município de Soledade, PB, tem entidade mantenedora o governo estadual e recebe recursos do Programa Dinheiro Direito da Escola (PDDE). Administrada atualmente pela Sra. Maria e Fatima Arruda(diretora escolar) e o Sr. Faustino Anízio Gomes Costa(diretor adjunto). Ambos mantêm um bom relacionamento com a comunidade escolar como um todo.

5.2 Aspecto Histórico

A Escola Trajano Nóbrega como é chamada por todos, foi construída em 1972, pela Prefeitura Municipal de Soledade na administração de José Joaquim de Araújo, que, sentindo necessidade de uma escola publica para atender as necessidades da juventude e do município, ele iniciou com recursos próprios municipais a construção de um prédio na Rua José Francisco de Araújo, 62. Devido a escassez de recursos a obra foi paralisada, tendo continuidade na gestão do prefeito José Manoel de Araújo no ano de 1974, vindo a funcionar em março do referido ano, atendendo um total de alunos2 na 5ª série e um corpo docente de 9 professores3.
A escola recebeu o nome Educandário Municipal Dr. Trajano Nóbrega em homenagem a Trajano Pires da Nóbrega4 um filho da terra considerado ilustre respeitado e amado por toda a comunidade. No segundo semestre de 1974, a instituição foi estadualizada pelo governador Ernani Sátiro, através de encaminhamento dos deputados Evaldo Gonçalves (estadual) e Álvaro Gaudêncio Filho (federal) passando a denominar-se Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Trajano Nóbrega, entretanto funcionando no prédio do município.
A escola iniciou suas atividades tendo apenas a 5ª série ginasial (atual Fundamental II) divididos em duas turmas para um total de nove professores que se organizavam para atendê-los. Esses professores, alguns graduados, outros ainda estudando, mas nem todos atuavam nas áreas correspondentes ao curso. Quanto as disciplinas a escola atendia: português, inglês, educação física e educação musical. Só em 1978 foi implantado o curso cientifico, o atual fundamental médio no governo Ivan Bichara.

5.3 Legislação

Em 2001, no governo de José Targino Maranhão teve inicio a construção de um prédio para a escola na Rua José Rufino de Carvalho s/n neste município, com recursos do Projeto Alvorada juntamente com a Escola Jovem e o Banco Mundial (G.A. M-41 anos diretora). Sendo concluído no governo de Cássio Cunha Lima em 2003, passando a instituição a realizar as atividades em seu próprio prédio, estando atualmente em bom estado de conservação.
Apesar de a escola ter começando a funcionar em 1974, o carimbo existente nela apresenta o decreto de criação 7546-27/03/1987 e uma resolução 372/82, não sendo possível ter obtido explicações sobre esse fato, visto que não foi localizado o referido decreto. Ela segue o regimento estadual, uma vez que não dispõe de regimento escolar, o mesmo foi iniciado, mas não foi concluído, estando ainda em articulação. Cássio Cunha Lima em 2003, passando a instituição a Escola Jovem e o Banco Mundial”.

5.4 Estrutura Física

A Escola Estadual Dr. Trajano Nóbrega na atualidade tem a seguinte estrutura: um único andar, disposto de 11 salas de aula, 01 sala de professores, 01 diretoria, 01 secretaria, 08 sanitários dentro e fora da escola (anexo ao ginásio), 01 ginásio de esporte, 01 biblioteca, 01 cozinha, 01 refeitório, 01 depósito para merenda, 01 sala de vídeo, 01 laboratório de informática, estacionamento, além de rampas para deficientes físicos. A escola dispõe de apoio didático através de antena parabólica, 03 televisores, 01 vídeo cassete, 01 DVD, 01 computador, 01 retro projeto. A maioria desses equipamentos em perfeito estado de conservação, necessitando aquisição de telefones. Recentemente foi iniciada a construção de uma sala de informática para atender os alunos deste estabelecimento, estando em fase de conclusão. A escola também desenvolve vários projetos, um na área ambiental, projeto de inclusão digital e atualmente o Projeto de Diversidade e Gênero implantado n segundo semestre de 2009 que esta em andamento.

5.5 Funcionamento

Atualmente a escola atende ao número 1.120 alunos desde a Educação Infantil ao Ensino Médio funcionando nos turnos manhã, tarde e noite, com uma carga horária de 800 horas, no total de 204 dias no turno noturno. Esses alunos estão distribuídos em 27 turmas com um total variando entre 35 e 40 alunos por turma tem um corpo docente composto de 39 professores, sendo um para cada série do Ensino Infantil e Fundamental I, II, Ensino Médio e Eja.
Por ter um espaço amplo e um ginásio de esportes a escola cede seu prédio para eventos como: retiros religiosos, semanas pedagógicos realizada pelo município, seminário estaduais, atividades esportivas diversas, além de aos finais de semana, os jovens da comunidade utilizar-se do ginásio para prática de laser.
Apesar de ser ampla, a escola dispõe de um número reduzido de pessoal de apoio, sendo duas pessoas com serviços de secretaria pela manhã, três á tarde e três a noite, duas auxiliares de serviços gerais para os três turnos, e uma pessoa por turno na cozinha e cantina se organizando entre si conciliando as tarefas para atender as necessidades da escola. Ultimamente uma das grandes preocupações dessa entidade é a falta de vigilância.

5.6 Gestão

A Escola Dr. Trajano Nóbrega teve 13 gestores e atualmente é composta das seguintes pessoas: Maria de Fatima Arruda(diretora geral), com Licenciatura em Geografia e Faustino Anízio Gomes(diretor-adjunto), com Licenciatura em Historia. Ambos foram nomeadas por indicação.
Esses gestores mantêm com o Conselho Escolar, formado através de pais, alunos, professores, direção, funcionários e comunidade, uma relação de perfeita harmonia, realizando reuniões esporádicas nas quais são discutidos temas diversos como: verbas da merenda, destino dos recursos do Programa Dinheiro na Escola (PDDE), manutenção, eventos, além de desempenho dos alunos.

5.7 Ação Pedagógica

A Escola Trajano Nóbrega, dispõe de Coordenação Pedagógica, auxiliando assim, o trabalho dos professores que se reúnem bimestralmente para planejar por conta própria, tentando adequar os temas propostos por cada um a realidade dos alunos. A escola organiza o seu currículo com as disciplinas obrigatórias como Língua Portuguesa (Gramática, Redação e Literatura), Matemática, Artes, Ciências, Química, Física, Geografia, História, Língua Inglesa, Educação Física, adotando um sistema de ensino por séries. A escola também dispõe de um Projeto Político Pedagógico que segundo a diretora. Isto mostra que a escola está de acordo com a LDB que faz essa exigência há dez anos.

6 – FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

As relações das instituições sociedade, cultura e família se dão de modo interativo, pois estas não podem viver ou se manterem sem uma inter-relação entre ambas, assim é preciso que os valores e conhecimentos dentro das circunstâncias e a objetivação dos sujeitos estão dentro de cada realidade. A escola é o espaço de transmissão sistemática do saber historicamente acumulado pela sociedade, com o objetivo de formar os indivíduos, capacitando-os a participar como agentes na construção desta sociedade. (RIOS, 1989, p.14)
A escola é o espaço de sistematização do saber por isso é que ela é fonte de assimilação das inteligências adquiridas e repassadas culturalmente pela sociedade que a compõe. Assim a escola tem uma relação com todas as outras dimensões da vida de um ser, e por isso é que ela forma cidadãos capazes de se transformarem em seres pensantes. Em relação a isto notemos o que Rios enfatiza a este assunto, pois a especificidade do processo educativo que se desenvolve na escola reside no fato de que ele tem como objetivo a socialização do conhecimento elaborado __ a transmissão do saber historicamente acumulado pela sociedade, que leva à criação de novos saberes.
A eficiência e a eficácia da escola estão em questionamentos, pois não está sendo feito uma reflexão sobre os diversos caminhos que levam um ser a ela, com isso é preciso fazer uma reestruturação nos outros seguimentos sociais. Com intuito de refletir sobre realidade escolar é necessário buscar saber o que é ser professor?; O que a educação contribui para a melhoria social? Para responder tais questões são necessárias reflexões filosóficas nas quais busquem a melhoria da realidade sócio-cultural.
As várias concepções sobre as relações sociedade e escola busca dá uma autonomia relativa de modo que é necessário buscar uma relação dialética entre escola e sociedade. Com isso é preciso construir coletivamente espaços efetivos de inovação na prática educativa que cada um desenvolve na sua própria instituição. (CORTELA, 2002, p.33)
Um ser cujas atividades estão associadas a outros seres tem um meio social. O que ele faz e o que ele pode fazer dependem das expectativas, exigências, aprovações e condenações dos outros. Um ser relacionado com outros seres não pode desenvolver as suas atividades próprias sem ter em conta as atividades dos outros. Porque elas são as condições indispensáveis à realização das suas tendências. Quando ele se move faz mexer os outros e reciprocamente. Conceber como possível definir as atividades de um indivíduo em termos das suas ações isoladamente, é o mesmo que tentar imaginar um homem de negócios a fazer negócios de compra e venda completamente sozinho. O dono de uma fábrica, que faz planos na privacidade do seu gabinete, está, na verdade, a ter uma atividade mais orientada socialmente do que quando está a comprar matéria prima ou a vender o seu produto final. Pensamentos ou sentimentos que estão relacionados com ações associadas a outros são formas de comportamento tão sociais como a maior parte dos atos manifestamente cooperativos ou hostis. Como é que o meio social educa os seus membros imaturos é o que temos mais especialmente que mostrar. Não é muito difícil ver como é que ele molda os hábitos externos de ação. Até os cães e os cavalos modificam as suas ações quando se associam a seres humanos; eles adquirem hábitos diferentes porque os seres humanos se interessam pelo que eles fazem. Os seres humanos controlam os animais através do controle dos estímulos naturais que os influenciam; por outras palavras, criando um determinado meio. A comida, os freios e as rédeas, os barulhos, as carroças, são usados para dirigir o modo como as respostas naturais ou instintivas dos cavalos ocorrem.
Procedendo sistematicamente de forma a provocar certas ações, criam-se hábitos que funcionam com a mesma uniformidade que com o estímulo original. Se um rato é colocado num labirinto e encontra comida ao dar certo número de voltas numa determinada seqüência, a sua atividade é modificada gradualmente até ele fazer esse percurso habitualmente, e não outro, quando sente fome a importância principal desta constatação precedente sobre o processo educativo que avança de bom ou de mau grado, é conduzir-nos à observação de que o único modo pelo qual os adultos controlam conscientemente o tipo de educação que os imaturos recebem é controlando o meio em que atual, e, portanto pensam e sentem. Nunca educamos diretamente, mas sim indiretamente através do meio. Há uma grande diferença entre permitir que meios aleatórios façam esse trabalho, ou concebermos os meios para os nossos propósitos.
E qualquer meio é um meio aleatório no que diz respeito à influência educativa que exerce, a menos que tenha sido deliberadamente regulado relativamente ao seu efeito educativo. Um lar inteligente difere de um não inteligente essencialmente no fato de os hábitos de vida e de comunicação que prevalecem serem escolhidos, ou pelo menos alterados, pela consideração das suas conseqüências no desenvolvimento da criança. Mas as escolas continuam a ser, evidentemente, o caso típico de meios moldados com a preocupação expressa de influenciar as disposições mentais e morais dos seus membros.
De acordo com textos já lidos podemos sintetizar que a função social da escola é preparar o indivíduo como um ser pensante de uma sociedade crítica(CORTELLA, 2006).
As pessoas que compõem a Escola Estadual de Ensino Infantil, Fundamental e Médio Dr. Trajano Nóbrega estar realmente cientes do seu papel na função social da escola, como elaborando um projeto pedagógico, procurando criar oportunidades de ampliação dos conhecimentos adquiridos nas vidas diárias dos alunos deixando que eles sejam capazes de desenvolver suas capacidades de se comunicar de modo eficaz, e que sejam críticos através da fala e da escrita, interagindo no contexto social e participarem de um posicionamento crítico e responsável capaz de ser agente dependente e transformador e não receptor de conhecimentos.
Se o conhecimento produzido pela humanidade é uma espécie de herança, então todos deveriam ter direito a ela, igualmente. O que acontece é que o que se torna saber escolar na escola de uma determinada classe social não é o mesmo que se torna saber escolar para outra classe social. Além disso, as condições concretas de acesso a esse conhecimento fora da escola também é diferenciado. Outra questão a ser pensada é que quando definimos o conteúdo escolar definimos métodos positivistas para lidar com eles, limitando a possibilidade de torná-lo instrumento para uma compreensão ampliada e profunda das relações sociais e da situação de sujeito. Que método então deveríamos adotar?
Mesmo dentro da escola pública temos que verificar se todos têm acesso ao conhecimento. Às vezes pensamos que ele deve ser destinado a quem ocupa o espaço de aluno e acabamos tendo em nosso quadros funcionários totalmente analfabetos ou analfabetos funcionais.
Quando organizamos o saber escolar temos também que ter clareza sobre sua não neutralidade e que quando informamos, formamos! A forma e conteúdo da informação têm uma direção, uma intenção, um propósito, portanto não são neutros.
Precisamos superar o discurso de que o governo quer um povo ignorante porque mantê-lo sem instrução representa a garantia de manipulá-lo. Não é verdade que a classe dominante ou o seu gerente de plantão, o Estado, assim agem. Hoje, há uma necessidade de instrução mínima. Nossa sociedade apresenta uma complexidade tecnológica maior do que há três décadas e exige um consumidor instruído. Não poderíamos, por exemplo, trabalhar de graça para os donos de bancos (quando operamos sozinhos os serviços prestados) se fôssemos totalmente analfabetos. Mas é claro que esta instrução está condicionada pelo limite do pragmatismo capitalista.
É comum encontrar pessoas que ainda pensam na escola como forma de obter sucesso através do saber reproduzido e domesticado em detrimento da busca da solidariedade, da transmissão do patrimônio cultural, do despertar das potencialidades e reflexão do que se vive. Dentro desta situação, criam-se entraves que dificultam a vivência de uma dimensão plena da escola. Espera-se que o processo de escolarização construa conhecimentos embasados na vivência e que este seja aplicado na vida. Outro ponto importante, é que este processo de aquisição de conhecimentos, possa dar subsídios para minimizar as diferenças, dando ao aluno, das classes menos favorecidas, a oportunidade de inserir-se na sociedade, com chances de concorrer em iguais condições.
A escola e a sociedade caminham juntas uma dependendo da outra politicamente e essa relação passa por vários momentos: O otimismo ingênuo atribui à escola uma missão de desenvolvimento da humanidade. Enquanto o pessimismo ingênuo diz que a escola é um instrumento de dominação que passa a reproduzir as desigualdades, o otimismo crítico acredita que a escola é útil para o desenvolvimento a transformação Social. Esses conceitos permanecem de forma consciente ou inconsciente dentro de cada um, e isto é demonstrado no cotidiano através das funções exercidas por representantes na sociedade.
A escola hoje não dispõe de uma função social, ela tornou-se como uma rede produtiva e mostra-se preocupada com a questão burocrática. A direção preocupa-se com a organização a documentação necessária para o funcionamento da mesma; o professor por sua vez é cobrado pelo plano de aula e pela carga horária(CORTELLA, 2006).
É hora da escola adequar a ação pedagógica à nova realidade tecnológica e cultural. Ela ainda é um dos poucos espaços em que a sociedade pode se comprometer com a democratização do acesso às linguagens que, constroem o pensamento e o cidadão. E o espaço escolar tem o compromisso de formar cidadãos autônomos e conscientes, tem que contribuir para as pessoas se posicionem criticamente frente ao universo de informações a que são expostos diariamente.
A escola pode realizar sim, várias funções, mas não pode deixar de realizar sua função de construir uma escola pública que ofereça um processo educativo popular.

6.1 O Cotidiano Escolar

Estudando o texto O Significado do Cotidiano de Maria Isabel da Cunha na coletânea de textos didáticos III do componente curricular Prática II. Vejo que o estudo do cotidiano vem em busca do conhecimento real e potencial que acontece.
A vida cotidiana se reduz aos conhecimentos de situações circunstanciais e apenas a este nível da realidade (PENIN 1989: P. 13)
Para compreensão da ação docente encontram-se impregnados os outros momentos sociais que entrelaça-se continuamente com ele. Isso faz com que o cotidiano seja muitas vezes orientado e vivido por meio de significados atribuídos a determinadas tarefas dentro de sua prática docente de comportamentos assimilados.
E reelaborando nas relações estabelecidas, não apenas no espaço escolar, mais em todos os outros como é dito por HELLER (1989: p.17); Mesmo que não tenham conhecimento de que, além do cotidiano, nada substitui os grandes acontecimentos, pois todos os dias ocorrem mudanças tanto na prática como na teoria que nascem através do cotidiano intuitivamente e que não se constitui apenas da rotina. E no fazer de todos os dias que surgem se modificam ou desaparecem idéias, atos e relações.
O cotidiano escolar foi analisado, partindo da realidade da Escola Estadual de Ensino Infantil, Fundamental e Médio Dr. Trajano Nóbrega através de pesquisas com a intenção de realizar uma investigação do cotidiano com o objetivo de perceber, no espaço da mesma, elementos que me indicassem as formas próprias dos alunos(as) tecerem conhecimentos e que conhecimentos eram estes nos diversos contextos de suas vidas, a fim de buscar compreender a organização do currículo escolar numa perspectiva que ultrapasse os limites dos documentos oficiais e planejamentos elaborados a partir de livros didáticos.
No que se refere a observação, é importante lembrar que se a intenção era a de aprender o movimento do cotidiano em toda a sua minúcia, identificando as táticas que alunos praticantes(CERTEAU, 1994) deixou transparecer nas suas ações, não poderia haver esquemas predeterminadas que me dirigisse o olhar para pontos fixos, enquadrados em hipóteses tomadas a priori. Pelo contrario: foi necessário chegar a escola com os sentidos todos em alertas atentos para que captassem tudo aquilo que se oferecesse a eles, desde os sons até os cheiros, desde luzes e cores ate as texturas. E como a memória costuma nos trair, foi preciso ao observar, notar tudo para que o movimento de ida e volta da teoria a pratica e desta aquela não me pegasse a surpresa , apontando que o que ficou esquecido pudesse a vir fazer a diferença.
Isto por que como pesquisadora do cotidiano da Escola Estadual de Ensino Infantil, Fundamental e Médio Dr. Trajano Nóbrega fui aprendendo que este nos dedica possibilidades que escapam e são vistas em um determinado momento. Precisamos, assim guardar com carinho tudo o que vamos entendendo ou criando, mesmo que pareça não ser importante, em determinado momento.

6.2 O Cotidiano da Escola Trajano Nóbrega

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Trajano Nóbrega SoledadePB funciona nos turnos manhã, tarde e noite. Apresento aqui o seu cotidiano, mas especificamente o turno manhã, onde trabalho como docente. Neste horário (07h às 11h) a escola atende alunos de 1º ao 9º Ano. Às 05h30min da manhã chega à escola a pessoa que vai cuidar da limpeza (M.L. 42 anos). É ela que várias vezes é quem abre o portão da escola às 07h para alunos e professores entrarem, ou então esse trabalho é feito por algumas das gestoras, já que o número de pessoal de apoio é escasso. Os alunos vão para as salas de aula, enquanto os professores seguem para a sala dos professores, onde pegam alguns materiais (giz, cadernetas, livros) e posteriormente direcionam-se para as salas de aula. Esse mesmo ritual acontece nos turnos tarde e noite. Às 09h15min é o intervalo, momento esperado com muita expectativa por alguns alunos, pois se percebe imediatamente o quanto a merenda é importante, pois quando falta à merenda, alguns alunos reclamam muito e outros ficam tristes, já que muitos alunos sobrevivem com a Bolsa Família. Às 09h30min os alunos e professores retornam as salas de aula, onde permanecem até 11h.
A escola participa de alguns eventos como datas comemorativas: dia das mães, festas juninas, dia das crianças, desfile de 7 de setembro, com a participação da banda da escola a Banda Marcial Fábio Nery, formada por alunos e ex-alunos da escola, e por outras pessoas da comunidade. A banda também participa de outros eventos na cidade, como, por exemplo, a festa da emancipação do município, além de eventos em outras cidades.
A Escola Dr. Trajano Nóbrega tem como evento principal a feira de Ciências, evento este que tem a participação não só dos professores, mas onde o alunado tem a oportunidade de mostrar para a comunidade o seu potencial, nesse período a escola recebe aproximadamente 1.500 pessoas.
Na última feira de Ciências (setembro de 2009), os alunos do 1º ao 5º Ano, apresentaram o projeto A educação no trânsito começa na escola, onde conseguimos trazer para a escola as coordenadoras Pedagógicas do DETRAN de João Pessoa as senhoras Eliana Abrantes e Fátima, que além de palestras com os alunos sobre a importância da educação no trânsito, ainda tivemos em outro dia, a culminância do projeto juntamente com elas na praça da cidade com, direito a passeios nos carrinhos Mini-bugue, com a participação de mais de 10 escolas do município, além da distribuição de panfletos, informativos sobre o trânsito para todos os participantes. A escola desenvolveu também o projeto Jogometria, onde inseria nas aulas de matemática as possibilidades de jogos educativos, trazendo para as aulas a parte lúdica envolvendo os alunos.
Assim a escola busca proporcionar uma interação entre escola e comunidade visando sempre contribuir para o processo ensino aprendizagem.

7 METODOLOGIA

Muitas vezes pedras no caminho demarcam os limites de nossa vida, mas até onde poderemos ir, de quais espaços sociais poderemos usufruir ou , onde desejamos chegar. Os padrões sociais estabelecidos como politicamente corretos, legítimos, podem se pedras no caminho de outros. Assim, e preciso retirar as pedras do caminho para que todos cheguem onde querem. Entendo que toda ação tem seu valor pedagógico, se reconhecermos que somos todos diferentes, necessariamente precisamos reconhecer a existência de diversidades. Fazer de uma forma só, ou ensinar de uma forma só, não cabe mais no perfil do professor. È preciso reconhecer os processos de construção do conhecimento utilizados pelos diversos alunos que se encontram na sala de aula, é descobrir um jeito de ensinar que comunica a todos, Cabe ao professor em primeiro lugar conhecer seus alunos, sua historia acadêmica, as estratégias desenvolvidas para construção do conhecimento. O primeiro passo é dialogar como mostra Paulo Freire.
Se faz necessário aprender a aceitar as diferenças, para compartilhar os diferentes tipos de saberes na busca de condições mais adequadas ao desenvolvimento das potencialidades presentes em cada aluno.
Após detectar as particularidades da escola e perceber os problemas diretamente relacionados ao aprendizado , e apartir daí foi possível elaborar planos de ações que buscasse minimizá-los. Onde será trabalhado através de debates, entrevistas, seminários, trabalhos em sala de aula, trabalhou extra-classe, cartazes, folderes, reuniões com alunos, professores, coordenadores e todos ligados ao processo de aprendizado, exibição de filmes, e por fim palestras; tudo enfocando os temas de cada plano de ação, a diversidade de gênero, étnico, religioso, sexualidade e orientação sexual. Também é importante incluir nesse processo a participação dos pais, pois eles precisam estar envolvidos e formar parcerias nesse processo educacional, visando o desenvolvimento do aluno.
Sobre as entrevistas, vale destacar que também elas não aconteceram a partir de questionários pré-estabelecidos, com perguntas fechadas que viessem limitar aquilo que desejassem, com base no trabalho desenvolvido, percebo que só é possível analisar e começar a mudar o mundo através do diálogo entre todos, através de um grande mergulho na realidade cotidiana da escola e nunca se deixar levar pelo olhar distante e neutro que me ensinaram e reformulei.

8 Considerações Finais

Podemos perceber na fala dos educadores que falta uma formação intercultural, uma vez que em todas as entrevistas os professores afirmaram não se sentirem devidamente preparados para discutirem a temática. Isso é desastroso para toda a sociedade, se entendemos, como pontuamos ao longo do texto, a escola como um dos espaços privilegiados para a desconstrução de idéias preconceituosas e que as diferenças e as identidades são construções históricas que, se não forem ressignificadas, continuarão veiculando preconceitos, racismo, ódio, etc.
A discussão da temática racial na escola, com professores preparados, formados e informados sobre o conteúdo implícito e explícito da discriminação, segundo os autores que discutem essa temática, é uma das estratégias para que a escola trabalhe no sentido de desconstruir essas práticas discriminatórias, contribuindo para a construção de uma educação intercultural.
Quem acha que o papel do professor e só passar conhecimentos, talvez seja a aprendizagem ativa e interativa como um devaneio teórico ou como ilusões de certas propostas pedagógicas. Essa visão leva a prática em que só o professor tem a palavra e a interação dos estudantes é desprezada, o que PE deixado de lado, e o fato que na sala de aula, esta sendo formado o futuro e que estamos trabalho com seres humanos, muito embora sejam crianças, adolescentes e ate mesmo adultos, trata-se de pessoas, e pessoas que a cada dia se modificam, temos planos, pensamentos, algo que esta sendo constantemente mudado, não podemos falar que alguém hoje será a mesma pessoa que de amanha. Partindo dessa premissa, nos professores devemos trabalhar de forma vencer as adversidades, e ensinar e aprender a conviver com as diversidades existentes, valorizando a autonomia de cada um e aceitando.
A escola como forma mais democrática de fornecer conhecimento, deve oferecer opções e ações que possam fazer a diferença para que todos sintam que somos realmente iguais, todos. A escola tem que incluir em seu projeto pedagógico métodos para garantir um convívio saudável com o que alguns acham adverso.
Mas como superar os obstáculos? Inicialmente detectar os problemas existentes, tudo que pode acarretar negativamente para o aprendizado dos alunos; para um segundo momento estabelecer e implantar ações que visem combater a discriminação e o preconceito, tanto relação aos gêneros, quanto as diversidades existentes na escola.
Homens e mulheres apresentam as mesmas capacidades de aprendizagem, muito embora alguns sejam melhores em determinas disciplinas, devemos trabalhar suas potencialidades e tentar superar suas dificuldades, afinal, de acordo com Vygostski professor é um desenvolvimentista, e deve oferecer subsídios para que o aluno desenvolva seu lado cognitivo.
Algo que também se faz necessário e a comunicação entre professores e demais funcionários, afinal boa parte do tempo os alunos passam na escola, e todos estão envolvidos nesse processo.
A escola é o lugar onde a criança e o adolescente aprende a pensar, onde é formado o caráter, e onde é acrescentado algo a consciência do aluno sobre vida, sociedade, ética, e interação. Afinal, o aluno é um ser humano, que tem angústias, dúvidas, e é imprescindível fornecer conhecimentos dos valores e virtudes que devem presidir a vida de um futuro cidadão. Que valores? Que virtudes devem estar presentes na formação de nosso alunos? Isto vai além do conhecimento específico de cada disciplina. A cada dia os alunos tem acesso a uma gama de informações, que passam a associar mais e mais a sua capacidade intelecta, por outro lado, apesar dessa quantidade enorme de informações, eles tem cada vez mais uma menor capacidade de reflexão, pois temos também a carência de uma formação ética, de valores, e de homens capazes de pensar e examinar os valores maiores de suas vidas.
As ações estabelecidas nos planos de ações mostrados nesse trabalho visam vencer essas barreiras, barreiras estas construídas na formação inicial dos alunos, idéias que se formaram desde suas infância, devemos traçar o caráter que queremos ver desenvolvidos em nosso jovens e tentar mudar o mundo.
Esperamos com este projeto estimular os alunos a raciocinar e a trabalhar suas regras que foram pré-estabelecidas e desenvolver uma mentalidade ética própria para nossa época. Pois acredito que o aluno deve ir a escola para aprender por conta própria, inclusive com relaçao a vida em sociedade, e não aprender as regras prontas que lhe são impostas.
Atualmente se faz necessário disseminar a cultura da paz para o desenvolvimento de uma sociedade mais humana, justa e igualitária, fundamentada em valores universais, respeitando as diferenças, E é na escola que a diversidade encontra lugar garantido. As ações apresentadas nesta trabalho ainda estão em andamento, mas espero alcançar os objetivos de cada uma delas.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
Aluno(a): Ruth Fragoso Mamede da Silva

PLANO DE AÇÃO DE GÊNERO :
1. Introdução:

O presente plano visa diminuir ou até mesmo acabar com os problemas educacionais no que tange as diversidades de gêneros na escola, problemas tais como os causas devido as diferença no tratamento na sala de aula com relação aos meninos e meninas, algo que vem desestimulando o aprendizado e levando a uma queda no aproveitamento escolar , principalmente meninos.
a. Descrever as evidências da ocorrência do problema relacionado às relações de Gênero .
Só após ter ingressado neste curso pude perceber que estava agindo de forma errada na sala e assim percebi os problemas causados até mesmo por mim devido a separação durante as aulas dois meninos e meninas, eles por serem mais agressivos, elétricos, etc, e elas por apresentarem mais interesse; percebo a importância de incentivar o entrosamento entre alunos dos dois sexos.
Qual o problema e Quais fatos ou situações você observou que mostram que isso é realmente um problema na escola?
Em pesquisa feito entre meus alunos, na qual leciono matemática, é possível notar o rendimento escolar dos meninos muito abaixo da média, algo que nas meninas mostra um aproveitamento considerável. Até mesmo com relação ao comportamento, notei uma certa discriminação por parte dos outros professores com relação aos alunos do sexo masculino.
b. Apontar a origem ou causas do problema a partir dos atores e integrantes da comunidade escolar [professores, alunos, pais, gestão];
De certa forma a origem está nos fatos observados no cotidiano escolar, onde meninos e meninas apresentam diferenças gritantes quanto ao modo de se comportarem, nas qualidades que cada um apresentam, tais como a linguagem de cada um, a agressividade, a grafia, a solidariedade, a emotividade, a disciplina, a amabilidade, a perseverança, até mesma a limpeza pessoal. As meninas apresentam-se mais cuidadosas com algumas dessas características, fazendo assim com que os professores aja de forma diferenciada.
c. Avaliar os efeitos e implicações pedagógicas
Para um melhor aprendizado e na busca de um ensino-aprendizado mais satisfatória esta deve ser uma prática combatida, pois torna esta levando uma queda no rendimentos escolar, prejudicando assim os alunos diretamente.
2. Objetivos:
O que pretendendo com este plano?, combater esse tipo de discriminação, e assim tornar o aprendizado, o dia-a-dia escolar, o ensinar e o aprender prazeroso e que isto traga frutos futuramente, formado assim pessoas com caráter e que não apresentem resquícios de uma infância meio conturbada.
3. Ação:
Estabelecer uma metodologia de ensino onde todos(meninos e meninas) possam interagir de modo igual, todos permaneçam juntos durante as aulas, e todos tenham vez e voz.
4. Detalhamento: Atividades, etapas, tarefas.
Dinâmicas, atividades esportivas em grupo, debates, feira de ciências
5. Estrutura, recursos materiais e humanos necessários.
6. Responsáveis pelo Plano.
Professores, recreadores e coordenadores
7. Prazo.
Cronograma:

8. Resultados esperados
Melhorar a auto-estima de todos os alunos e também o aproveitamento escolar.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
Aluno(a): Ruth Fragoso Mamede da Silva

PLANO DE AÇÃO DE SEXUALIDADE E ORIENTAÇÃO SEXUAL
Introdução:

A Sociedade esta constantemente passando por transformações, é isto traz consigo vários problemas. Com o avanço das mídias e o efeito principalmente da internet, que a cada dia ocupa mais espaço na sociedade e pelo fato de estar tornando mais acessível, principalmente ao público jovem. Podemos perceber o crescente número de gravidez indesejada e que a cada dia as jovens começam mais cedo sua atividades sexuais, também podemos perceber o aumento do número de pessoas com doenças sexualmente transmitidas. Outro problema e com relação a discriminação sexual como os tidos diferentes, estes problemas refletem diretamente não apenas na escola, mas também na sociedade em geral. O presente plano de trabalho visa tentar amenizar estes problemas e suas conseqüências.
Objetivo:
Conscientizar os alunos que diversidade existe e devemos respeitar as escolhas de cada um, e que afinal somos todos iguais, é que conviver com essas diferenças e algo benéfico para toda sociedade.
Público Alvo
8º e 9º ano do Ensino Fundamental II.
Ação:
Aulas expositivas e mostrar através de filmes, palestras e ate conversas paralelas entre as aulas que atos discriminatórios e excludentes são impróprios e errados no tratamento uns com os outros.
A partir daí montaremos um ciclo de palestras que possa atingir não apenas os alunos, professores e funcionários da escola, mas que possa abranger toda a sociedade. Onde teremos painéis, folders, depoimentos e veiculação de filmes que tratem do assunto.
Recursos:
Aulas Expositivas
Filmes: O Segredo de Brokeback Mountain; I Love You, Phillip Morris, Matadores de vampiros lésbicas, Juno, Meninas.
Palestra com a orientadora educacional; professores e voluntários.
Cronograma:

Mídias utilizadas:
Mídias impressas livros, revistas, filmes (DVD), internet, folders.
Culminância:
Ciclo de palestras, depoimentos, exposição de trabalho que envolvam o assunto.
Resultados previstos:
Conscientizar acerca das diferenças e melhorar o tratamento uns com os outros, respeitando-os e valorizando-os enquanto cidadãos.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Formação de Professoras/ES em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
Aluno (a): Ruth Fragoso Mamede da Silva
PLANO DE AÇÃO ETNIA
INTRODUÇÃO:

Atualmente os jovens e adolescentes sofrem influência das mídias e do mundo em geral, algumas deixando de lado até mesmo os princípios e valores que foram criados com isto fazem valer a lei do que esta na moda e quem se sobressaem mais, recaindo sobre os diferentes o pesado fardo de agir corretamente, mas pagam um preço alto por fugirem dos padrões… é com isto algumas jovens deixando seus princípios de lado ou até mesmo por fraqueza de caráter , fazem sexo sem se prevenir ocorrendo no melhor das hipóteses uma gravidez indesejada.
Isto ocorrendo à vítima sofrerá com os xingamentos e o descaso que afeta no desempenho escolar, na formação do caráter, diminuindo a auto estima do aluno atingido.
Com isto algumas vezes é freqüente escutarmos expressões tais como: Dizer que brasileiro tem sangue fraco porque a maioria do povo é mestiça; fazer comparação, usando a cor branca como símbolo do que é limpo, bom puro e, em contrapartida, usar açor preta representando o que é sujo, feio, ruim; anúncio de emprego exigindo boa aparência, negros de alma branca; é negro, mas é bonito; piadas de mau gosto: coisa de preto, serviço de preto; limpar sangue; melhorar a raça; usar eufemismo: escurinho, moreninho; pessoas de cor. Ele não é totalmente negro; é de raça apurada
OBJETIVO:
Mostrar que todos são iguais apesar de serem de cor ou posição sociais, que as diferenças dão essenciais para vivermos no mundo, pois se todos fossem iguais não teria a miscigenação. Todos devem concorrer no mercado de trabalho mediante a capacidade intelectual, podendo atuar em todas as ramos e camadas sociais de forma positiva e proveitosa, capaz de realizarem atividades com perfeição.
Turmas:
8º e 9º ano do fundamental II fase.
Ação:
Observar em filmes roda de conversa, e ou palestras que atos discriminatórios e excludentes são impróprios e errados no tratamento uns com os outros.
Com isto sugeri a montagem de uma peça teatral onde, uma turma de farão a encenação de fatos cotidianos onde uma moça atraída por um rapaz da moda se entrega a ele sexualmente, e ele não a aceita mais alegando que nunca ficaria com uma negra, não sendo aceita por ele e pelos colegas de escola… (a turma terá que produzir um o final da história).. Em seguida os alunos terão de assistir o filme Escritores da Liberdade, onde a história retrata uma escola recheada de discriminações raciais e religiosas.
Recursos:
Filme: Escritores da Liberdade
Palestra com a psicóloga (se possível);
Cronograma:

PROCEDIMENTOS:

Português:
* Apresentação do projeto a turma, que irá envolver todos os alunos, e será realizado em quatro meses, com estudo de textos, interpretação e análise de gráficos, estudo de fatos históricos relacionados com preconceito ao longo dos anos em diversos países.
* Leitura, interpretação e reescritura de um artigo da revista que trata desse assunto Cidades que comemoraram o dia da consciência negra e o texto Racismo e preconceito.
Escrita do final do texto da peça teatral e criação do título.
Matemática:
*Análise de interpretação de gráficos. Construção de gráficos, pesquisa junto ao alunado da escola;
Artes:
*Pintura de tela (utilizando papel madeira e tinta guache). Preconceito- Nunca
Uso de mídias:
Mídias impressas livros, revista informativa Mundo Jovem, filme (DVD), internet, bola.

Culminância:

Postagem de um blog criado pelos alunos onde os mesmos irão postar suas reflexões sobre os temas estudados em cada disciplina que se envolveu no projeto;
Apresentação da peça teatral.
Resultados previstos:
Conscientizar acerca das diferenças e melhorar o tratamento uns com os outros, respeitando-os e valorizando-os enquanto cidadãos.

10 Referências Bibliográficas

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ALTMANN H. (2003). Orientação sexual em uma escola: recortes de corpos e de gênero. Cadernos Pagu, Campinas SP, n. 21, p. 281-315.
ALTMANN, H. (2001). Orientação sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 575-587
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Brasil. Constituição(1988) Constituição da Republica Federativa do Brasil: Texto Constitucional : Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2000. 448p.
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CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo: Contexto, 2006.
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Autor: geovana santos ferreira


Este texto foi publicado na categoria Educação Inclusiva e Especial.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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