Ética na Educação
Este artigo discute a importância da ética na educação, abordando como estabelecer uma cultura ética pode melhorar o desempenho dos alunos e a qualidade do ensino.
Ética na Educação
O ser humano vive, age e convive em sociedade. Não é um ser isolado, é participante ativo do processo, pois interage, é integrado e influenciado pelo grupo, pela sociedade, pela cultura, pelas concepções, pelo meio e por todos os fenômenos dos quais participa.
Para melhor entendimento, classifica-se o comportamento humano em três tipos figurativos:
Comportamentos Humanos
1. Comportamento vegetal: quando a pessoa, tal qual uma planta, espera que o mundo à sua volta lhe dê vida e resolva as suas coisas. A planta busca a sobrevivência.
2. Comportamento animal: quando a pessoa realiza somente os seus instintos ou faz exata e somente o que aprendeu, sem nada lhe acrescentar. O animal busca saciedade.
3. Comportamento humano: quando a pessoa usa sua inteligência e, superando os problemas, busca a felicidade. A felicidade é a saciedade da alma. Mas fica então a pergunta: O que é a felicidade da felicidade? (DEMO, 2000, p. 87).
A psicologia tradicional tem se voltado à análise e resolução dos conflitos pessoais. Mas é inexorável que a psicologia contemporânea analise a resolução em relação aos conflitos sociais, já que o único ser vivo que tem civilização, mas cujos filhos pequeninos desrespeitam, ofendem e agridem seus próprios pais, é o ser humano.
Hoje não é aconselhável dizer somente que: quem ama, cuida! É necessário que se diga: quem ama, educa! É um educar para ser integrado não só nos seus relacionamentos com os seus amados, próximos e mesmo distantes, mas também com o seu próprio ecossistema.
Não se podem separar os aspectos éticos da vida do indivíduo da sua vida social ou profissional. Há uma unidade da pessoa e uma coisa leva necessariamente a outra. O que se é como pessoa afeta as várias dimensões da vida. Uma ação moralmente negativa, por exemplo: no descuido do patrimônio de outro ou o uso indevido do dinheiro da empresa ou o desperdício do tempo de trabalho, afeta progressivamente o próprio caráter. Afeta o ser. Agir de acordo com os princípios éticos de forma habitual leva à prática das virtudes, isto é, à busca da excelência como pessoa. Caso contrário, deteriora-se a vida moral pela aquisição dos maus hábitos ou vícios.
Há duas palavras gregas, parecidas, que explicam o sentido etimológico de Ética: ethos e éthos.
Ethos significa costume. Refere-se a usos e costumes de um grupo. Nos grupos humanos primitivos, os costumes são decisivos para a conduta dos indivíduos. Nesse estágio, a moral e o direito são os costumes. A Ética do grupo é também a Ética dos indivíduos, o modo de ser do grupo é o modo de ser de cada indivíduo.
Éthos significa domicílio, moradia. É a morada habitual de alguém, o país onde alguém habita. Passou a designar a maneira de ser habitual, o caráter, a disposição da alma. Caráter é marca, sigilo, timbre ou disposição interna da vontade que a inclina a agir habitualmente de determinada maneira. Hábito, para o bem ou para o mal, virtuoso ou vicioso, é quase segunda natureza, fonte de atos. (Hábito é efeito de atos, pois a repetição de atos causa o hábito; mas uma vez adquirido, o hábito torna-se causa de atos).
Pois bem, etimologicamente, Ética, seja de ethos seja de éthos, as duas palavras são parentas, chega-se ao mesmo sentido — via costumes ou via morada habitual. Os dois caminhos levam à conduta humana.
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.
Segundo A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta (VALLS, 1993, p.7).
A Ética procura um pensamento que tenha valor absoluto de verdade. Procura um querer e um agir que tenha valor absoluto de bem. Os valores singulares são necessariamente históricos e relativos. O singular pode ser verdadeiro, mas não é a verdade; pode ser bom, mas não é o bem. A Filosofia aponta para valores universais e absolutos, mesmo sabendo que são humanamente inatingíveis. A Ética se propõe a indicar um valor universal para toda a atividade humana, um bem que tenha valor sempre, um valor-guia para todos os atos humanos.
Ética não é ciência mecânica, não é técnica que se aprende, põe-se a funcionar e funciona. Nem é ciência, como a lógica, voltada para a inteligência: aprende-se, põe-se em prática, é eficiente. A Ética dirige-se à vontade, ao âmago do ser humano, à consciência. Mais do que ciência, Ética é sabedoria. Supõe o saber, mas é o que fica quando se esquece tudo o que se aprendeu. Permanece o caráter, o hábito, que se for bom, é virtude.
Da Ética ocuparam-se todos os filósofos, também os pré-socráticos por Aristóteles considerados físicos e fisicíssimos. Mesmo ocupando-se mais de Cosmologia do que de Antropologia, como Pitágoras e pitagóricos, como Leucipo e Demócrito, os mais físicos de todos, enriqueceram a humanidade com os mais elevados ensinamentos éticos.
Da Ética ocupou-se a vida inteira Sócrates.
Sobre a Ética discorreu Platão em todos os seus diálogos. Aristóteles legou-nos quatro tratados de Ética. E quando morria Aristóteles, nascia Zenão de Cício, o fundador do Estoicismo, que reduziu toda a Filosofia à Ética.
Para a ética não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos definidos nas Constituições. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos reais, permitindo a todos a cidadania plena, cotidiana e ativa.
A importância da metacognição na educação é um aspecto que deve ser considerado para a formação ética dos alunos.
Brinquedos educativos podem ser uma excelente ferramenta para ensinar valores éticos às crianças.
Autora: Jucilene Catarina da Veiga