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A educação infantil em Panorama Brasileiro

Conheça como a educação infantil fez parte do desenvolvimento brasileiro ao longo dos anos. Saiba como ela se transformou e como ela pode te ajudar a educar seus filhos. Confira já!

A educação infantil em Panorama Brasileiro

A educação infantil em Panorama Brasileiro

 

No Brasil, a configuração da educação infantil deu-se de forma um pouco diferente. As instituições de ensino especializadas para crianças eram exclusivamente assistencialistas. A partir da década de 70, com o desenvolvimento da revolução industrial, o número de fábricas aumentou de maneira expressiva e as mulheres começaram a se inserir no mercado de trabalho, passando a não ter mais um tempo exclusivo com seus filhos. Assim, colocavam-nos nas instituições de cunho assistencial, apenas para cuidar das crianças, sem se preocupar com conteúdos e formas de ensinar.

Na verdade, as primeiras instituições criadas tinham como objetivo o recolhimento de crianças abandonadas por mães solteiras, pois na sociedade da década de 70, engravidar sendo solteira era considerado uma vergonha. Como a sociedade era totalmente patriarcal, ou seja, o homem tinha total autoridade, para fugir do seu dever de ser pai, preferiam que as mães abandonassem a criança. Até porque, a criança não tinha uma importância, era vista como algo descartável.

Com o tempo, essa visão da criança foi mudando. Os altos índices de mortalidade infantil, a desnutrição generalizada e o número significativo de acidentes domésticos fizeram com que outros componentes da sociedade, como igrejas, empresários e educadores, se preocupassem com um espaço próprio para cuidados e formação da criança fora do ambiente familiar. A partir dessa preocupação, a criança começou a ser vista com um sentimento de carinho e filantropia.

A roda dos expostos também foi utilizada no Brasil por mais de um século. Durante um tempo, este foi o único meio utilizado por aqueles que abandonavam as crianças. Sempre houve pessoas contra a roda dos expostos, porém, esta só foi extinta em meados de 1950, sendo que nosso país foi o último a abolir esse sistema.

Os altos índices de mortalidade incentivaram, até o final do século XIX, a necessidade de proteção à criança. Os principais motivos que influenciaram a formação das creches e pré-escolas no século XX no Brasil foram: defender a infância, que era moralmente abandonada, e combater a mortalidade infantil dentro da família e nas instituições de atendimento à criança. Ou seja, cada instituição tinha sua justificativa para estar implantada.

No período do século XX, foram criadas duas entidades importantes: o Instituto de Proteção à Infância do Rio de Janeiro, pelo médico Arthur Moncorvo Filho, com a finalidade de atender mães grávidas pobres, dando assistência aos recém-nascidos, distribuindo leite, realizando consultas a lactantes, vacinação e higiene dos bebês. A outra instituição importante criada nesse período foi o Instituto de Proteção e Assistência à Infância, que procedeu em 1919, com a criação do Departamento da Criança, objetivando fiscalizar as instituições de atendimento à criança e combater o trabalho das mães voluntárias que cuidavam de maneira precária das crianças.

A cada dia, crescia o número de mulheres no mercado de trabalho. Como consequência, era preciso aumentar o número de instituições que atendessem as crianças, pois agora não só se atendia as crianças cujas mães trabalhavam o dia todo, mas também crianças de todos os níveis, embora as creches fossem separadas em privadas e públicas. A preocupação era em retirar as crianças de situações precárias em que sobreviviam, pois as condições sociais não eram tão favoráveis.

As instituições públicas atendiam aquelas crianças das camadas menos favorecidas, dando apenas assistência, sem se preocupar com o desenvolvimento dos saberes da criança. Já as instituições privadas tinham um cunho pedagógico, funcionavam em meio turno e davam atenção à socialização e à preparação para o ensino básico. Ou seja, era nítida a diferença entre as classes e a forma como a educação era disponibilizada.

Desta forma, era preciso pensar em um meio no qual a educação fosse um direito de todos, garantindo não só acesso, mas permanência na escola. Com essa preocupação de atender a todas as crianças da mesma forma, independentemente de classe social, começou-se a iniciar um processo de regulamentação em torno da legislação. Diversos contratempos ocorreram, avanços e retrocessos, e desafios ainda a serem superados, apesar de nos dias atuais a legislação estar pronta e em curso.

 

Para saber mais sobre a importância da alfabetização na educação infantil, confira este artigo.

 

Referências

 

FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). Historia social da infância no Brasil. 5 ed., ver. São Paulo: Cortez, 2003. 334 p.

KUHLMANN JR., M., (1998). Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação.

 

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Professora Fábia Monteiro
Professora Fábia Monteiro
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