EDUCAÇÃO E HUMANIZAÇÃO: O Processo Necessário para Aprendizagem na Educação Inclusiva
INTRODUÇÃO
As ações humanas englobam muitas e diversificadas práticas profissionais que vêm sendo introduzidas no processo de ensino-aprendizagem. Entre elas, se destacam a psicopedagogia, a arte e a música, com seus variados métodos de trabalho. Na visão de Freire, “ninguém educa ninguém; (ninguém educa sozinho; todos educamos no relacionamento)” (FREIRE apud GANDIN: 1997, p.94). Práticas essas que devem passar primeiro pelo mais nobre sentimento humano: o amor.
Amar é responder pela relação, é estar atento às necessidades do outro, respeitando, escutando e dando respostas às indagações, “razão de ser maior de nossa existência” (SILVA: 1999, p.60). Para amar, é preciso prestar atenção em nossa maneira de tratar o outro. É preciso ter o despertar de nossa consciência que “corresponde à noção que temos de nosso eu, ou seja, aquilo que pensamos que somos” (SILVA: 1999, p.27).
Ao ensinamento, com relação ao aspecto técnico-científico, cabe ao educador, ao professor, ensinar ao aluno de forma competente, aplicar o que aprendeu e trazer para a sala de aula um currículo adaptado às necessidades desse alunado, utilizando-se da ética, respeito e dignidade para si e para ele. Para mais informações sobre adaptações curriculares, veja Educação Inclusiva e as Adaptações Curriculares.
Alguns professores merecem destaque pelo empenho em seu trabalho pedagógico aos aspectos da educação inclusiva. “Em âmbito estadual e municipal, foram efetivadas as políticas educacionais norteadas por planos e ações estratégicas decorrentes das necessidades existentes em cada local” (JUNKES: 2006, p.58). A rede municipal e estadual merece o reconhecimento de seu alunado, bem como das famílias, pelo esforço no desenvolvimento de um trabalho enriquecedor que tem sido desenvolvido no estado de Rondônia. Destaque deve ser dado ao colégio “Ruth Rocha” na cidade de Ji-Paraná.
Dentro dessa perspectiva, os currículos foram adaptados para “se construir uma escola inclusiva e uma sociedade inclusiva” (LIMA: 2006, p. 31) dentro da própria escola. A música, a arte e os brinquedos voltados para a aprendizagem muito têm contribuído para a evolução desse alunado e também para o amadurecimento desses professores, que cada vez mais se aperfeiçoam e se interessam, particularmente, uma vez que “as definições não se apresentam essencialmente positivas ou negativas: incluem esses dois aspectos no brincar” (LIMA: 2006, p.133), aprendendo na diversidade das formas de expressões.
Na visão dessas autoras, a educação inclusiva caminha sim para o desenvolvimento de práticas em diferentes formas. Esses profissionais estão buscando métodos e técnicas para o desenvolvimento de suas aptidões e habilidades na sala de aula, assim como os países mais desenvolvidos já fazem. Neste aspecto, convém lembrar que a reivindicação dos pais e dos próprios alunos por uma qualidade de ensino eficaz trouxe para a sala de aula a luta e o reconhecimento do desenvolvimento das intelectualidades em ambas as partes.
As autoras ainda enfatizam a importância de se obter “informações sobre o sujeito incluído, as condições físicas da escola, se há atendimento para as crianças dentro ou fora das salas de aula, se o aluno veio ou não de escola especial” (NUNES: 2006, p.130). Esta disposição para a importância do respeito à individualidade dos alunos estabelece um grau de adaptação e mudança, e em compensação abre espaço para a criatividade, tão fundamental no relacionamento entre aluno e professor. Afinal, “a educação é vista como um todo” (JUNKES: 2006, p.39).
Na escola, atualmente, tem-se falado sobre a afetividade, em como usar as habilidades, ter confiança em si, escutar, ter empatia, estimular e motivar, respeitar as diferenças e humanizar-se. Os seres humanos são seres de relações, seres emocionais capazes de amar e realizar seu trabalho com amor. “A força educativa da cultura volta a definir a política do poder, a natureza da política da representação e a centralidade da pedagogia como um princípio que define a mudança social” (IMBERNON: 2000, p.71).
A criatividade aplica-se em todas as ações da educação, pois o ato de ensinar é perceber o todo, é enxergar de uma forma global, criativa e criadora. Temos que mudar a forma como aprendemos e a forma como agimos. Como educadores, é importante levarmos em consideração o ato de criar e de cuidar como princípio na humanização do ser humano. Afinal, “o direito de aprender é como o direito à vida” (DEMO: 2005, p. 62). E esse resgatar no ensino e ao cuidado é um privilégio de todos.
DESENVOLVIMENTO
A política da educação enseja uma mudança social pela educação que se faz pela transformação do aluno em um ser autônomo e determina no discente a medida exata da sua responsabilidade a partir de seus atos. O papel do professor se esgota no puro esforço de autonomizar atitudes e comportamentos. Habilitar o aluno, através do conhecimento, a interpretar criticamente o seu mundo não significa tornar-se parceiro ou co-responsável de suas atitudes.
O professor na educação inclusiva deve ser humanizador e encarar essa realidade como um desafio na prática pedagógica, identificando as dificuldades de seus alunos e sanando-as, assim como a incessante busca para o planejamento de suas atividades, desenvolvendo-as e utilizando o velho vocabulário para reivindicar coisas novas, bem como na investigação, a busca de alternativas genuinamente autônomas.
As novas práticas pedagógicas de ensino lançam para o desenvolvimento de sua criatividade o desafio ao aluno no momento em que se depara com a capacidade de pensar sobre determinado assunto e refletir sua prática cotidiana, estando presente o universo social, ético, educacional e psíquico, observado ao relacionamento humano. As ações da humanização envolvem um vínculo subjetivo entre quem ensina e quem aprende. Afinal de contas, ninguém está livre do simples conceito de educar. Esta é uma tarefa para todos.
Já humanizar é acolher a necessidade de resgatar e articular os aspectos indissociáveis: o sentimento e o acolhimento. Mais do que isso, humanizar é adotar uma prática na qual o professor que ensina encontre a possibilidade de assumir uma posição ética de respeito ao outro, de acolhimento ao educando, do imprevisível, do diferente, do singular, reconhecendo os seus limites.
É preciso repensar as práticas das instituições de ensino que preparam os profissionais da educação, no sentido de buscar alternativas de diferentes formas de aprendizagem, pois a humanização é um processo de construção gradual, realizada através do compartilhamento de conhecimentos e sentimentos. Então, o profissional deve obter esta parceria entre o conhecimento e o sentimento para favorecer uma aproximação mais real e verdadeira entre professor e aluno.
Creio que sem o sentimento, o estudo perde o seu sentido. Por outro lado, sem estudo, sem conhecimento, o sentimento pode acabar empobrecido. Sentimento e estudo são como as asas dos pássaros, dos anjos; se auxiliam no equilíbrio para o voo, há uma maior valorização da vida. Há uma maior valorização dos sonhos e da construção do futuro de uma nação.
BIBLIOGRAFIA
DEMO P. A educação do futuro e o futuro da educação. 2005.
GANDIN D. Planejamento como prática educativa. São Paulo, 1997.
IMBERNON F. & COL. A educação no Século XXI. Porto Alegre, 2000.
NUNES P. A. Educação Inclusiva e Igualdade Social. São Paulo, 2006.
SILVA M. A. D. Quem ama não adoece: o papel das emoções na prevenção e cura das doenças. São Paulo, 1999.
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