O mundo está chegando a um ponto cada vez mais crítico. O aumento do consumo e a exploração incontrolável de produtos e recursos naturais do planeta só agravam a vida na Terra, deixando em dúvida o futuro.
Para reverter essas situações, precisamos pensar na educação ambiental, frisando a sustentabilidade ambiental, envolvendo todos os setores da sociedade: econômica, política, saúde, etc.
E se for exercida a educação ambiental, frisando a sustentabilidade, proporcionando qualidade de vida, atendendo às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras.
Para resolver esse problema, toda a sociedade precisa educar suas ações, estabelecer limites de consumo, e isso envolve não só os consumidores, mas também as empresas que devem desenvolver produtos ecologicamente corretos e com materiais que não agridem o meio ambiente.
Enfim, as mudanças acontecerão, consequentemente, depois que a sociedade (consumidora) tiver que se adequar às novas necessidades. Pois as necessidades de agora garantirão o futuro do planeta para o presente e futuras gerações.
Portanto, a hora de realizar uma estratégia de desenvolvimento adotada é agora. Novas habilidades e capacidades de domínio devem ser renovadas sobre a natureza.
Assim, o objetivo principal deste artigo é implantar um sistema de educação ambiental baseado em dinâmicas lúdicas e bate-papos onde os alunos poderão expor suas dúvidas e ideias. Oferecendo meios aos jovens de vivenciarem experiências de aprendizagem fora das salas de aula. Através de visitas a empresas e projetos comunitários.
Com a perspectiva de que haja mudança de valores, assim como preconiza os fundamentos da Educação Ambiental, para que os alunos tenham a oportunidade de contribuir com a sociedade ao mesmo tempo em que adquirem esse conhecimento útil e habilidades técnicas.
Atrelados ao objetivo principal deste artigo estão: a programação de eventos de conscientização para as comunidades; demonstrar como fazer uso dos recursos naturais sem gerar impacto ao ambiente; estimular a formação de grupos de conscientização para trabalhar a questão do impacto gerado pelos resíduos domiciliares a partir dos “3 R’s”; planejar atividades de educação ambiental a partir de recursos renováveis; estimular a formação de grupos de discussão para o debate dos problemas ambientais locais; formar multiplicadores ambientais, sejam eles professores, alunos ou membros da comunidade.
Isso é possível porque o papel da educação ambiental é fundamental para efetivar mudanças e atitudes, comportamentos e procedimentos para jovens, crianças e comunidades.
De acordo com Sato (2004), o aprendizado ambiental é um componente vital, pois oferece motivos que levam os alunos a se reconhecerem como parte integrante do meio em que vivem e faz pensar nas alternativas para soluções dos problemas ambientais e ajudar a manter os recursos para as futuras gerações.
A ideia de trabalhar o tema promovendo uma reflexão sobre o papel de cada um na sociedade, deixando claro que as pessoas não são seres isolados, mas que dependem umas das outras para viver. Com esse pensamento, também são estudados os tipos de danos causados ao meio ambiente e as possíveis soluções para os problemas.
Referencial Teórico
A Educação Ambiental, segundo a lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo formal e não-formal.
Por seu caráter humanista, holístico, interdisciplinar e participativo, a Educação Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo, trazendo a permanente avaliação crítica, a adequação dos conteúdos à realidade local e o envolvimento dos educandos em ações concretas de transformação desta realidade.
Metodologia dos 3 R’s: CITAÇÕES
- Reduzir: consiste em tentarmos reduzir a quantidade que produzimos de lixo, como por exemplo, comprar produtos mais duráveis e evitar trocá-los por qualquer novidade no mercado.
- Reutilizar: procurar embalagens, por exemplo, que possam ser usadas mais de uma vez – como garrafas retornáveis de vidro. Ou quem sabe, criar novas utilidades para as que você não precisa mais.
- Reciclar: o mais conhecido dos 3 R’s; consiste em transformar um produto-resíduo em outro, visando diminuir o consumo de matéria-prima extraída da natureza. (Futuro Professor-2010)
A Educação Ambiental (EA) é um tema cada vez mais tratado nas escolas brasileiras. Em algumas delas, há até certa carga horária destinada à conscientização ambiental dos alunos. Um dos enfoques desse tipo de educação deveria se pautar na Política ou Pedagogia dos 3 R’s (reduzir, reutilizar e reciclar), porém, nem sempre esses três assuntos são tratados de maneira igualitária. Na enciclopédia: “sustentabilidade é um conceito sistêmico; relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana”. Podemos dizer que na prática esse conceito representa promover a exploração de áreas ou de uso de recursos planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e todas as biosferas que dele dependem para existir.
Algumas Estratégias de Ensino para a Prática da Educação Ambiental
Um programa de educação ambiental para ser efetivo deve promover simultaneamente o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental. Utiliza-se como laboratório o metabolismo urbano e seus recursos naturais e físicos, iniciando pela escola, expandindo-se pela circunvizinhança e sucessivamente até a cidade, a região, o país, o continente e o planeta. A aprendizagem será mais efetiva se a atividade estiver adaptada às situações da vida real da cidade ou do meio em que vivem aluno e professor.
Estratégia
Ocasião para Uso
Vantagens / Desvantagens
Discussão em classe (grande grupo)
Permite que os estudantes exponham suas opiniões oralmente a respeito de determinado problema.
Ajuda o estudante a compreender as questões, desenvolve autoconfiança e expressão oral. Podem ocorrer dificuldades nos alunos de discussão.
Discussão em grupo (pequenos grupos com supervisor-professor).
Quando assuntos polêmicos são tratados.
Estímulo ao desenvolvimento de relações positivas entre alunos e professores.
Mutirão de ideias (atividades que envolvam pequenos grupos, 5 – 10 estudantes para apresentar soluções possíveis para um dado problema, todas as sugestões são apontadas. Tempo limite de 10 a 15 min.).
Deve ser usado como recurso para encorajar e estimular ideias voltadas à solução de certo problema. O tempo deve ser utilizado para produzir as ideias e não para avaliá-las.
Estímulo à criatividade e liberdade. Dificuldade em evitar avaliações ou julgamentos prematuros e em obter ideias originais.
Debate: requer a participação de dois grupos para apresentar ideias e argumentos de pontos de vista opostos.
Quando assuntos controvertidos estão sendo discutidos e existem propostas diferentes de soluções.
Permite o desenvolvimento das habilidades de falar em público e ordenar a apresentação de fatos e ideias. Requer muito tempo de preparação.
Questionário: desenvolvimento de um conjunto de questões ordenadas a ser submetido a um determinado público.
Usado para obter informações e/ou amostragem de opinião das pessoas em relação a dada questão.
Aplicado de forma adequada, produz excelentes resultados. Demanda muito tempo e experiência para produzir um conjunto ordenado de questões que cubram as afirmações requeridas.
Reflexão: o oposto de mutirão de ideias. É fixado um tempo aos estudantes para que sentem em algum lugar e pensem acerca de um problema específico.
Usado para encorajar o desenvolvimento de ideias em resposta a um problema. Tempo recomendado de 10 a 15 min.
Envolvimento de todos. Não pode ser avaliado diretamente.
Imitação: estimula os estudantes a própria visão dos jornais, dos programas de rádio e TV.
Os estudantes podem obter informações de sua escolha e levá-las para outros grupos. Dependendo das circunstâncias e do assunto a ser abordado, podem ser distribuídos na escola, aos pais e à comunidade.
Forma efetiva de aprendizagem e ação social.
Projeto: os alunos, supervisionados, planejam, executam, avaliam e redirecionam um projeto sobre um tema específico.
Realização de tarefas com objetivos a serem alcançados em longo prazo, com envolvimento da comunidade.
As pessoas recebem e executam o próprio trabalho, assim como podem diagnosticar falhas nos mesmos.
Exploração do ambiente local: prevê a utilização/exploração dos recursos locais próximos para estudos, observações, caminhadas etc.
Compreensão do metabolismo local, ou seja, complexa dos processos ambientais à sua volta.
Agradabilidade na execução, grande participação de pessoas envolvidas, vivência de situações concretas. Requer planejamento minucioso.
Noções Básicas em Educação Ambiental
Sistemas de vida
A educação ambiental enfatiza as regularidades e busca manter o respeito pelos diferentes ecossistemas e culturas humanas da Terra. O dever de reconhecer as similaridades globais, enquanto se interagem efetivamente com as especificidades locais, é resumido no seguinte lema: Pensar globalmente, agir localmente.
Há três níveis ou sistemas distintos de existência:
Físico: planeta físico, atmosfera, hidrosfera (águas) e litosfera (rochas e solos), que seguem as leis da física e da química;
Biológico: a biosfera com todas as espécies da vida, que obedecem as leis da física, química, biologia e ecologia;
Social: o mundo das máquinas e construções criadas pelo homem, governos e economias, artes, religiões e culturas, que seguem leis da física, da química, da biologia, da ecologia e também leis criadas pelo homem.
Ciclos
O material necessário para a vida (água, oxigênio, carbono, nitrogênio, etc.) passa através de ciclos biogeoquímicos que mantêm a sua pureza e a sua disponibilidade para os seres vivos. O ser humano está apenas começando a planejar uma economia industrial complexa, moderna e de alta produtividade que assegura a necessidade de reciclagem no planeta. Nos ecossistemas, os organismos e o ambiente interagem promovendo trocas de materiais e energia através das cadeias alimentares e ciclos biogeoquímicos.
Materiais e Métodos
O trabalho foi desenvolvido em uma escola na cidade de Limeira/SP. O desenvolvimento das atividades foi em horário paralelo às aulas, incluindo meu trabalho para as crianças participantes da escola da família.
Um dos materiais utilizados na escola foi a abordagem do tema “Cidadãos conscientes”, que visou conscientizar as crianças ali presentes, os jovens e pais.
Isso envolveu leitura de textos sobre o respeito com a natureza, apresentação de filmes sobre o aquecimento global, elaboração de peças teatrais, plantio de árvores, confecção de cartazes sobre o tema.
A atividade do projeto trouxe efeitos muito positivos para os cidadãos, trazendo a conscientização dentro de casa com as mudanças comportamentais que são visíveis por todos os lados.
A abordagem da autora Michele Sato mostrou o desenvolvimento da consciência ambiental em nível temático, como atividades artísticas, experiências práticas, atividades fora de sala de aula, produção de materiais locais, projetos ou qualquer outra atividade que conduza os cidadãos a serem reconhecidos como agentes ambientalistas.
Podemos dar às pessoas, com a educação ambiental, meios e métodos para todos criarem um plano de ação em prol do planeta. Com o conhecimento adquirido e práticas responsáveis, podemos criar a partir deste trabalho novas pessoas engajadas nas questões de preservação em vários métodos de gestão ambiental.
Resultados e Discussão
O presente trabalho demonstrou a necessidade real da educação ambiental não somente para as crianças, mas para a população em geral.
O contexto abordado representou para as crianças e jovens o entendimento das questões ambientais, mas também, como controvérsia, a dificuldade de implantar esses “conhecimentos” adquiridos na vida real, sendo que a prática de educação ambiental visou não somente o planeta em seu todo, mas métodos simples de economia de recursos naturais em casa.
Os participantes, como já foi frisado, demonstraram um grande estímulo no plantio das árvores, no desenvolvimento de ações e práticas lúdicas, mas também informaram a grande dificuldade em implantar esses conhecimentos em suas vidas, seja no trabalho ou na própria residência.
Resumidamente, o resultado atingiu uma média esperada de entendimento dos alunos e o comprometimento de buscarem sempre alternativas para a sustentabilidade ambiental do planeta.
Considerações Finais
O projeto na escola foi um conjunto de expectativas futuras de grande sucesso, presente nos cotidianos cidadãos de todas as idades.
A prática da Educação Ambiental requer um caminho bastante complexo, pois é preciso parar agora com a degradação do nosso planeta, assumindo que a função não é impor a ideologia da classe dominante nem negar seu papel na transformação social, mas sim seu papel na sociedade de morador do planeta.
A prática de educação ambiental mostra o caminho para o alcance da sustentabilidade de um povo.
Trabalhando o ideal ambiental nas crianças, formará uma nova “remessa” de adultos prontos para restabelecer o equilíbrio do planeta.
Referencial Bibliográfico
BERNA, V. (2001). Como fazer a educação ambiental. São Paulo. Annablume.
BIZERRIL, M. (2001). O cerrado e a escola: análise da educação ambiental no ensino fundamental do Distrito Federal Brasília. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, UnB, 154p.
BURSZTYN, M. (Org.) (1993). Para pensar o desenvolvimento sustentável. São Paulo.
COLL, C.PALACIOS, J. e MARCHESI, A(1995) Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre. Artes Médicas.
DEMO, P. (1994). Política Social, educação e cidadania. Campinas. Papirus.
PHILIPPI, A.J.M e PELICIONI, C.F (2000) Educação Ambiental. Desenvolvimento de Cursos e Projetos. São Paulo. SIGNUS.
SATO, M. (2004). Educação Ambiental. São Carlos. Rima.
Autores:
Gisele Fernanda Soares – Faculdade de Administração e Artes de Limeira
Jerusha Mattos – Docente Faculdade de Administração e Artes de Limeira
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