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Atualizado em 10/08/2024

Do real ao virtual: alfabetização digital

Explore a importância da alfabetização digital na sociedade moderna, como navegar na internet de forma segura e desenvolver habilidades digitais essenciais para a cidadania.

Do Real ao Virtual: Alfabetização Digital

1 INTRODUÇÃO

Informação é uma palavra utilizada diariamente por todas as pessoas, sejam elas educadoras ou não. Na sociedade moderna, o acesso à informação e ao conhecimento surge como principal condição para que os indivíduos possam participar ativamente da história. O acesso à internet nos coloca interligados numa rede mundial; a velocidade com que as informações se processam e os diferentes canais de comunicação abertos propõem uma nova maneira de organizar, selecionar e construir conhecimento. Neste contexto, novas exigências são postas à educação e, por consequência, ao educador, que se encontra diante de uma realidade para a qual não recebeu informação, vendo-se obrigado a incorporar novas concepções sobre as relações do saber, reformular suas práticas e fazer uso dos diversos recursos de comunicação.

Diante desta realidade, que caminhos os educadores devem seguir? Como devem se preparar para usufruir de tanta tecnologia e informação? Por quais caminhos devem seguir e como podem possibilitar uma construção autônoma do conhecimento? Que possibilidades de articulação entre as diversas mídias são apontadas como recursos facilitadores da ação pedagógica? Para mais informações sobre a importância da educação na era digital, consulte A Importância da Educação na Formação de Cidadãos.

2 ALFABETIZAÇÃO DIGITAL X LETRAMENTO DIGITAL

A alfabetização digital, muito falada hoje em dia, não está desvinculada das demais alfabetizações – da língua, dos números, da ciência, da expressão corporal. Em outras palavras, a alfabetização digital deveria ser inserida no contexto atual, ou seja, deveria fazer parte do processo educacional.

Buzato (2003) destaca que pessoas alfabetizadas não são necessariamente “letradas”. Mesmo sabendo “ler e escrever”, isto é, codificar e decodificar mensagens escritas, muitas pessoas não aprenderam a construir uma argumentação, redigir um texto no Word, interpretar um gráfico do Excel, encontrar um livro em um catálogo etc. A essa competência ele denomina letramento, que se constrói na prática social, e não na aprendizagem do código por si.

Assim, Buzato adota o termo letramento digital por entender que não se trata apenas de ensinar a pessoa a codificar e decodificar a escrita, ou mesmo usar teclados, interfaces gráficas e programas de computador, mas de inserir-se em práticas sociais nas quais a escrita, mediada por computadores e outros dispositivos eletrônicos, tem um papel significativo. Logo, letramento digital seria a habilidade para construir sentido, capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente informação eletrônica.

De acordo com Tarapanoff, Suaiden e Oliveira (2002), que afirmam:

Não poderá haver sociedade da informação sem cultura informacional e que o maior problema da inclusão digital não é a falta de computadores, mas o analfabetismo em informação.

Com a alfabetização digital, espera-se criar aprendizes ao longo da vida, pessoas capazes de encontrar, avaliar e usar a informação eficazmente, seja para resolver problemas ou até mesmo tomar decisões. Uma pessoa alfabetizada em informação seria aquela capaz de identificar a necessidade de informação, organizá-la e aplicá-la na prática, integrando-a aos conhecimentos existentes e usando-a na solução de problemas. Dessa forma, fica claro que a inclusão digital não é uma simples questão que se resolve comprando computadores para a população de baixa renda e ensinando as pessoas a utilizar esse ou aquele software. Ter ou não acesso à infraestrutura tecnológica é apenas um dos fatores que influenciam a inclusão/exclusão digital, mas não é o único, nem o mais relevante. (BONILLA, 2005).

Rodrigo Assumpção, Secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, ex-coordenador do projeto paulista, esclarece que não apenas o Sampa.org, mas várias outras iniciativas surgidas no país nos últimos anos podem contribuir. Aliás, no Brasil já foram tantas as ações e projetos desenvolvidos para que houvesse a inclusão social. Para ele, não é possível pensar num programa de inclusão digital federal sem a união com estados, municípios e organizações da sociedade civil. Para ele, “Inclusão digital é dar oportunidade às comunidades de se inserirem na sociedade da informação como agentes. Conhecimento é a chave dos programas que vêm obtendo sucesso. Tem que ter o computador, acesso à internet, softwares adequados e, principalmente, orientação, não apenas aulas de informática”.

3 SOFTWARES EDUCATIVOS

O computador por si só não é fundamental, é preciso considerar primeiro o conhecimento e não o computador; este funciona apenas como uma ferramenta. É de suma importância recuperar algumas qualidades fundamentais à educação, que são o esforço e a concentração, que hoje estão ficando perdidas devido à supervalorização que se está dando ao computador. Muitos professores estão preocupados por não conseguirem divertir seus alunos nas aulas de informática. A finalidade do ato educativo nem sempre significa diversão. A maior parte dos softwares educacionais são banais e sem conteúdo, sem objetivo algum. As escolas precisam estabelecer critérios de avaliação para aquisição de tais softwares, sem esquecer de seus objetivos educacionais.

O software educativo é um recurso didático tal qual livros, filmes, imagens, música e revistas, com a vantagem de possuir muito mais recursos visuais e auditivos, além de permitir a interatividade. Também tem o importante papel de promover a inclusão digital, já que coloca os alunos em contato com o computador.

4 A INTERNET NA ESCOLA

Um laboratório de informática bem equipado, uma turma de alunos dispostos a utilizar o computador para acessar MSN, Orkut e tudo o que aprenderam ou sabem sobre internet e um professor determinado a ensinar como utilizar uma planilha do Excel, digitar um texto no Word, ou até mesmo ensiná-los a navegar na tal da internet é um grande equívoco. Não há necessidade de ensinar aos jovens a navegar na internet. Desde cedo, a garotada sabe fazer isso tranquilamente. E, se essas tecnologias forem colocadas dentro da escola, eles vão inclusive passar a utilizá-las de formas diferenciadas das previstas. Não só a utilização da internet, mas de jogos educativos, jogos que forçam os jovens a aprenderem o inglês, por exemplo. Pois quando o interesse é maior do que a necessidade, a busca pela descoberta torna-se algo fácil. Observamos que, desde muito cedo, as crianças aprendem a utilizar todos os artifícios necessários para o manejo dos jogos oferecidos.

Dizer que os adultos têm mais dificuldades com a tecnologia é um grande erro, pois mais cedo ou mais tarde surgirá em sua vida a necessidade de encarar um computador. Todo ser humano, seja ele jovem ou adulto, vai se familiarizando à medida que interage com a máquina, à medida que, sem medo, “mexe” em programas de acordo com seus interesses e necessidades, não existindo razão para a imposição de pré-requisitos, a qual serve mais para barrar o processo de construção do que para estimulá-lo.

5 CONCLUSÃO

O que precisamos é formar uma população ativa que se aproprie das possibilidades tecnológicas, para a efetivação de uma consciência coletiva inteligente, em busca de uma cidadania global. É importante que se lute na busca por uma sociedade mais justa, com o fim das desigualdades sociais, pelo desenvolvimento social, que se lute para acabar com a exclusão digital e a falta de acesso à informação. Se alguém vai à internet apenas para cortar e colar um trabalho, onde está o conhecimento? Informação sozinha é só ruído; adicione sentido e terá o conhecimento. Com a internet, abre-se uma porta pela qual entra grande quantidade de luz; sem os óculos adequados, ficamos cegos.

Para a inserção do indivíduo nessa cultura tecnológica, não há barreiras, sejam elas de idade, sejam elas da área de onde o indivíduo advém. Acredito que não são necessários cursinhos do tipo introdução à informática, organizados para ensinar a navegar. A navegação é uma coisa absolutamente simples e, mais do que colocar a população como usuária, como consumidora, ela deve ser colocada na qualidade de produtora de conhecimento.

Computadores enriquecem o ambiente como nunca a humanidade conseguiu em sala de aula. Acredita-se que a forma mais produtiva de trabalhar as interfaces digitais em sala é a organização por projetos, que estruturam, de alguma forma, a construção do conhecimento. Trabalhar com a pedagogia de projetos, onde os alunos desenvolvem um projeto utilizando o computador como ferramenta, pois para os alunos, o computador é tão comum quanto um lápis. Por isso, a curiosidade para aprender a lidar com a máquina é nata; não é necessária uma motivação extra. Na internet, nos fóruns, a pessoa está atuando, respondendo, presente em pensamento; diferente daquele aluno que pode estar fisicamente na sala, mas pensando em outra coisa. A interatividade está 100% presente.

Existem no mercado diversos sistemas de informática educacional, que são projetos associados a softwares que atuam em diversos campos, interligando a informática a todas as outras áreas. Estes projetos fazem com que os alunos descubram que a informática está associada a tudo que se vê pela frente; cabe ao professor dar um sentido a esse uso. O desafio, numa sociedade cada vez mais individualista, é extrapolar o ganho individual para o nível coletivo. O ideal é que possamos desenvolver um trabalho para melhorar as condições de vida da nossa comunidade.

A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensões do corpo, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais, a tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia. Facilitando nossas ações, nos transportando, ou mesmo nos substituindo em determinadas tarefas, os recursos tecnológicos ora nos fascinam, ora nos assustam.

6 REFERÊNCIAS

BONILLA, Maria Helena Silveira. Escola Aprendente: para além da sociedade da informação. Rio de Janeiro: Quartet, 2005.

BUZATO, Marcelo E. K. Letramento digital abre portas para o conhecimento. EducaRede, 11 mar. 2003. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2007.

Autora: Inez Kwiecinski

Pedagoga – Habilitação em magistério na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, docência nos cursos de Ensino Médio, Orientação, Supervisão e Gestão Escolar. – UNIASSELVI – 2010

Artes Visuais – Licenciatura – UNIASSELVI – cursando 3º semestre 2011, Contadora de histórias.


Este texto foi publicado na categoria Formação e Desenvolvimento Profissional.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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