Conceito Básico de Pontuação
CONCEITO DE PONTUAÇÃO
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indicam na escrita es pausas da linguagem oral.
Os sinais de pontuação são os seguintes:
- Ponto ( . ) – empregado geralmente para indicar o final de uma frase declarativa ou de um período:
A partida de basquete foi emocionante.
Emprega-se também o ponto nas abreviaturas:
Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
- Virgula ( , ) – empregada:
Nas datas e nos endereços:
Itú, 5 de Maio de 1985.
Av. Marquês de São Vicente, 1697.
Em termos independentes entre si:
O cinema, p teatro, a praia e a música são as suas diversões.
No vocativo e no aposto:
Meninos, prestem atenção!
Norberto, o meu vizinho, é o síndico do prédio.
Em certas expressões explicativas por exemplo:
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da padroeira.
Para separar adjuntos adverbiais:
“Hoje, Padre Lucas me falou de ti com entusiasmo.” ( Josué Montello )
Ele vai, pouco a pouco, assumindo o papel que era do pai.
Para separar orações adverbiais:
“Quando acabou de corrigir as provas, ainda chovia.” ( Josué Montello )
Com certas conjunções:
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
Para separar partes de um provérbio:
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
Para indicar a elipse de um termo:
Uns entrara, pela porta principal, outros voltaram.
Obs.:
Não se emprega vírgula entre o sujeito e o verbo da oração, quando estão juntos:
A partida de vôlei transcorreu normalmente.
Não se emprega vírgula entre o verbo e seus complementos quando estão juntos:
Convém que preservemos a Natureza.
- Ponto e Vírgula ( ; ) – empregado:
Para separar as partes de um período:
“Os olhos negros e inquietos pareciam garotos travessos em hora de recreio; os braços gesticulavam a cada palavra; o corpo torcia-se pelos bancos e pelas carteiras da sala. . .” ( Viriato Corrêa )
Para separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma seqüência:
“A história da ortografia pode dividir-se em três períodos:
- O fonético, que coincide com a fase arcaica da Língua, vai até o século XVI;
- O pseudo-etimológico, inaugurado no Renascimento, estende-se até os primeiros anos do século XX;
- O histórico-científico, que se inicia com a adotação da chamada “nova ortografia”, começa em 1911.
- Dois Pontos ( : ) – empregado:
Para apresentar uma citação:
Papai sempre dizia: Devemos guardar pelo menos um décimo do que ganhamos.
Para anunciar a fala das personagens no texto:
“De repente, o menino levanta a cabeça a pergunta:
– Papai, que é plebiscito?” ( Arthur de Azevedo )
Para dar uma explicação:
“Cristovão, com voz branda, explica:
– Não são modinhas, papai, são sonetos.” ( Érico Veríssimo )
Antes de apostos ou orações apositivas:
“Tudo, porém, inutilmente, porque os gigantes haviam calçado as suas botas sete-léguas e levavam no coração duas forças terríveis: a ambição e o maravilhoso.” ( Cassiano Ricardo )
Depois de certos verbos declarativos (verbos que introduzem a fala das personagens no discurso direto, como dizer, perguntar, responder. . .):
“Meus avô disse:
– Aquela cai dentro de vinte minutos.” ( Luís Jardim
- Reticências ( . . . ) – empregadas:
Para indicar supressão de palavras:
“Luizinha fez um gesto de que estava impácienteda.
– Pois então eu digo. . .a senhora não sabe. . .eu. . .eu lhe quero. . .muito bem”. ( Manuel Antonio de Almeida )
Para indicar interrupção da frase:
“Hoje pela manhã ela começou a me dizer alguma coisa – “seu Rubem, o cajueiro…” – mas o telefone tocou, fui atender, e a frase não se completou.” ( Rubem Braga )
Para indicar uma dúvida:
“- Eu tenho uma dúvida, que o senhor podia me esclarecer.
– Pois não.
– Eu estava pensando. . . A Turquia tomou parte na última guerra?
– Parte ativa, propriamente , não.” ( Fernando Sabino )
Para indicar, ao final de uma frase, que o sentido continua:
“Clarissa caminhava para varanda. Abre a gaveta da cristaleira e tira dela um bloco de papel, tinta e caneta. Senta-se junto a uma das mesas. Abre o bloco, molha a pena no tinteiro e, caneta suspensa, olhos no texto, pensa. . .” ( Érico Veríssimo )
- Parênteses ( ) – empregados:
Para isolar palavras explicativas:
“- Pois te batizo Pitoco, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo – disse Estêvão, com voz eclesiástica. E todos ( menos Celso ) dissemos juntos: “Amém””, ( Érico Veríssimo )
Para destacar datas:
Joaquim Maria Machado de Assis ( *1839 – 1908 ) é considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.
Para isolar frases intercaladas:
“Saiu correndo, deu a volta “a casa, entrou pelos fundos, voltou depois (tinha dois ou três pingos de água na testa) com duas broas ainda quentes mas mãos.”
( Rubem Braga )
- Ponto de Exclamação ( ! ) – empregado:
Depois de palavras ou frases que indicam estado emocional:
“A menina toma a palavra:
– Coitado do papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que é tão perigoso!”
( Artur Azevedo )
Depois do vocativo:
“Digo e repito: vai para o espaço, Totte! ( Fausto Cunha )
Obs.:
O ponto de exclamação pode substituir a vírgula depois de um vocativo mais forte:
Amigo! Ponha um ponto final nessas suas extravagâncias!
- Ponto de Interrogação ( ? ) – empregado:
Nas perguntas diretas:
“Que é isso, João? Para onde se atira Tão cedo, assim de armas e bagagens?”
( Monteiro Lobato )
Obs.:
O ponto de interrogação não é empregado nas perguntas indiretas:
O porteiro perguntou o seu nome.
O ponto de interrogação e o de exclamação podem aparecer lado a lado em frases de entonação ao mesmo tempo interrogativa e exclamativa:
“Ele fecha-lhe a porta.
Ele bate de novo.
– O senhor outra vez?! Não lhe disse que não adianta pedir auxílio?!”
( Carlos Drummond de Andrade )
- Travessão ( – ) – empregado:
Para apresentar o início da fala de uma personagem:
“- Papai, por que o tio Juca não quis ir morar na cidade como nós?”
( Francisco Martins )
Nos diálogos, para indicar a mudança de fala das personagens:
– E o tio Juca trabalha com eles?
– Sim, todos os dias. Ajudar carpir , a plantar, a colher.” ( Franscisco Marins )
Para destacar frases ou expressões explicativas:
– O ano era o 1940. Naquele dia – uma segunda-feira do mês de maio – deixei- me estar alguns instantes da rua da Princesa a ver onde iria brincar amanhã.”
( Machado de Assis )
Para ligar grupos de palavras que indicam itinerários:
Este ônibus é da linha Brasil-Paraguai.
Autor: Josué Lucena de Araujo
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