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Atualizado em 02/10/2017

Artigo: Desenvolvimento da língua oral e gráfica

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DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA ORAL E GRÁFICA

 

A língua é um sistema de signos histórico e social que possibilita ao homem se comunicar e ter acesso à informação. . O domínio da língua oral promove transformações intensas, pois possibilita à criança estruturar seu modo de agir e pensar e formas mais complexas de se relacionar com o mundo. A aquisição da língua gráfica representa um novo salto no desenvolvimento do homem e provoca uma mudança radical das características psicointelectuais da criança.

A escrita é um produto cultural, construído historicamente, que vai além do domínio da grafia. “É um sistema de representação simbólica da realidade, a qual medeia a relação dos homens com o mundo” (RESENDE, 2009).

O aprendizado da escrita é um processo muito complexo e dar início muito antes de o professor colocar um lápis na mão da criança pela primeira vez. A criança só começa a desenhar quando a linguagem falada já conseguiu um amplo progresso. Nessa perspectiva, Vygotsky diz: “O desenho é uma linguagem gráfica que surge tendo por base a linguagem verbal” (p. 127), sendo considerado, portanto, um estágio preliminar no desenvolvimento da linguagem escrita. Para Vygotsky a fala é a representação simbólica primária, base de todos os demais sistemas de signos.

Desenhar e brincar são estágios preparatórios ao desenvolvimento da linguagem escrita. Baseado nessas descobertas, Vygotsky chega a três conclusões:

1ª – seria natural transferir o ensino da escrita para a pré-escola, pois as crianças mais novas já são capazes de descobrir a função simbólica da escrita;

2ª – a escrita deve ter significado para as crianças, a necessidade de aprender a escrever deve ser despertada e vista como necessária e relevante para a vida: “Só então poderemos estar certos de que ela se desenvolverá não como hábito de mãos e dedos, mas como uma forma nova e complexa de linguagem” (p. 133);

3ª – há necessidade de a escrita ser ensinada naturalmente: os aspectos motores devem ser acoplados ao brinquedo e o escrever deve ser “cultivado” ao invés de “imposto”. A criança deve ver a escrita como momento natural de seu desenvolvimento e não como treinamento imposto de fora para dentro: “o que se deve fazer é ensinar às crianças a linguagem escrita, e não apenas a escrita das letras” (p. 134), diz Vygotsky.

A partir da oralidade a criança começa a desenvolver suas capacidades relacionadas à linguagem, socialização, enriquecimento de vocábulo, posicionamento critico, desenvoltura, articulação, entre outros. A oralidade é um recurso linguístico indispensável, pois a fala é um dos meios integrantes de socialização humana, o desenvolvimento oral é primordial para estabelecer as relações sociais.

Diante destas constatações, torna-se de suma importância que a escola e os profissionais educadores busquem maneiras de aperfeiçoar e desenvolver o trabalho com a oralidade no ambiente escolar e fora dele. Portanto é por meio desse desenvolvimento linguístico que o aluno se tornará um cidadão crítico e participativo em suas relações sociais. Duas das contribuições que o trabalho oral proporciona e desenvolve são habilidades linguísticas de falar e escutar.

A escola deve proporcionar as crianças situações diversas, nas quais os mesmos possam utilizar a linguagem oral em inúmeros contextos, principalmente nos mais formais. Temos que garantir aos nossos educandos o direito de saber utilizar-se da fala corretamente nas mais variadas situações, tornando-a eficaz.

A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. É saber coordenar satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz determinada coisa. É saber, portanto, quais variedades e registros da língua oral são pertinentes em função da intenção comunicativa, do contexto e dos interlocutores a quem o texto se dirige. A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido.  (PCN, 1997, p.26)

 

O ensino oral possibilitara aos alunos um domínio maior de suas relações comunicativas, portanto, cabe ao professor auxiliá-lo de maneira correta nesse processo, ensinando-o a posicionar-se de maneira adequada em diversos contextos, principalmente os que são mais formais.

Os PCN orientam os professores, que o ensino da língua portuguesa deve ressaltar que as linguagens e seus códigos possuem um caráter histórico, comunicativo e vinculam-se com os aspectos da sociedade. Assim, o aluno precisa ter domínio da sua língua para que possa comunicar-se, participar da vida social, tendo o domínio da linguagem em variados sentidos. O referido documento propõe que a escola e os professores criem situações que de fato os alunos vivenciem e desenvolvam a oralidade, como situações do cotidiano, os professores devem trabalhar como os diferentes gêneros da oralidade em sala de aula. Segundo Marcuschi (2008):

 

O trato dos gêneros diz respeito ao trato da língua em seu cotidiano nas mais diversas formas. E se adotarmos a posição de Carolyn Miller (1984), podemos dizer que os gêneros são uma “forma de ação social”. Eles são um “artefato cultural” importante como parte integrante da estrutura comunicativa de nossa sociedade. ” (p.149)

 

O domínio de diversos gêneros proporcionará aos alunos maior segurança para colocar em prática aquilo que aprendeu em sala de aula, ultrapassando os murros da escola. Utilizando suas habilidades linguísticas nos mais variados discursos sociais.

Lamentavelmente, de acordo com Schneuwly & Dolz (op. cit.), os gêneros da modalidade oral não são trabalhados com tanta ênfase nas salas de aula e, tais gêneros são de grande importância na formação dos alunos, pois, sem os gêneros textuais seria impossível a comunicação. Iremos destacar a importância de se trabalhar com os gêneros orais, possibilitando aos alunos o desenvolvimento de suas capacidades comunicativas de forma segura e espontânea, oferecendo-os a oportunidade de expressar-se de modo mais dinâmico.

Segundo Schneuwly e Dolz (op. cit.), há uma queixa muito grande por parte dos professores, em relação à participação efetiva dos alunos em atividades em que o aluno utiliza a palavra em público, em debates ou discussão em que eles tenham que expressar suas opiniões. Os gêneros orais não devem ser reduzidos apenas a conversas do nosso cotidiano, os professores devem incentivar o uso desse gênero nos contextos onde os alunos iram utilizar a fala pública, assim, possibilitando aos estudantes uma interação e comunicação entre eles, assim de forma plena eles desenvolveram suas habilidades linguísticas.

Há uma gama de gêneros orais a serem explorados nas salas de aula, desta forma é por meio de estudos e análises de textos orais que a atividade com a modalidade oral deve ser desenvolvida com os alunos. Assim, fazendo um paralelo com o pensamento de Dolz e Schneuwly (op. cit.) que afirmam que assim como a função humana de comer, nos exige a produção de uma comida, assim é com a atividade de falar, que nos exige que escrevamos um texto. É importante que os textos escolhidos para serem trabalhados em sala de aula sejam vistos pelos alunos como um “objeto de trabalho”. Ainda de acordo com Dolz e Schneuwly (op. cit.), o ato de falar realiza-se com a ajuda de um gênero, que é um instrumento para agir linguisticamente.

As atividades orais são ricas, pois garantem atividades de participação efetiva dos alunos, dando-lhes capacidade de expressão oral, construção de conhecimento sobre diversos assuntos, socialização através de conversas formais, debates púbicos e enriquecimento do vocabulário. A oralidade é uma ferramenta fundamental na formação dos alunos, já que constitui recursos valiosos de aprendizagem.

 

 

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