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Atualizado em 12/06/2012

CRÔNICA: A PRESSA NEM SEMPRE É INIMIGA DA PERFEIÇÃO

Descubra como a pressa nem sempre é inimiga da perfeição através desta crônica divertida. Uma história cativante e envolvente que vai deixar você refletindo sobre a vida. Leia agora e aproveite!

Nasci em “Valdares – e não Valadares”,bem feinha ou feiurinha, não gostava de calcinha – o elástico “implicava” ; se bem que com tamanha “busanfa”  era calção ou calçola que ornava o monumento. Corpo perfeito. Cintura fina, belo quadril, a corujinha foi se transformando em uma bonita gazela. Atravessou montanhas, rios, lagoas, mares e claro, as calçolas foram diminuindo de tamando, tudo pela moda, claro. Quanto menores são, mais emolduram o corpo, não é mesmo? Agora elas implicam menos? O tecido é melhor? São mais sofisticadas?.

Desde pequena não foi muito fã de tal peça. Aliás, criança não justifica. Implica e pronto. Lembra-se do tobogã do Tancredo? Área de lazer pefeita para a família, naqueles tempos em que a região da rodoviária era tranquila para o passeio dominical… Um belo vestido, cachinhos no cabelo, sapatinho de boneca, papai, mamãe, titia “coruja” da sobrinha “coruja” – árvore genealogica ; balancinho, gaiolinhas, toda a gama de brinquedos disponíveis para a criançada. Até que, embaixo daquele vestido de renda, mangas bufantes, surge a menina sem calcinha, que após ser arrumada pela mãe, em casa, resolveu eliminar a peça, às escondidas e sair ao vento. Anos mais tade…

A gazela é uma senhora casada, comportada, médica, graduada, pós, habilitada que sobe e desce o tobogã da vida com pressa inerente aos cuidadores da saúde, corre de um lado para outro, auscuta, manda contar, mede pressão, examina com cuidado e sobre e desce as escadas da casa da mamãe e tem uma recaída. Só uma. Leve e simples recaída. Embaixo daquele traje sofisticado, escolhido com cuidado e bom gosto, por um triz, um momento ligeiro, quase imperceptível, uma pequena faísca da velocidade da luz, o escorregador da infância vira fênix. A corujunha cresceu tão rápido, evoluiu tão despressa, que “domingo ontem  passado” estávamos ainda ouvindo as gargalhadas diante da calcinha que implicava com a criança. Afinal, que poderia uma criança saber sobre a calcinha que tem mais ou menos 500 anos? Remota à antiga Babilônia. O resto é pura imaginação das pessoas e das corujas…e das belas gazelas.

Autor: Áurea Mendonça Coelho Gonçalves

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