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Atualizado em 09/08/2024

Resumo: Correntes Pedagógicas e Filosóficas

Explore os fundamentos da educação moderna e as filosofias que moldaram as correntes pedagógicas. Descubra como as ideias e movimentos nas escolas se desenvolveram e o que está em jogo em cada um deles.


I – Caracterizar os itens abaixo e discutir a importância do seu conhecimento para a compreensão da proposta de cada uma das correntes pedagógicas.

a) Concepção do homem

b) Concepção epistemológica

c) Concepção axiológica

d) Concepção política

1) Escola Tradicional

a) Concepção do homem:

  • É universal – todos têm a mesma potencialidade;
  • Ouvinte;
  • Receptivo;
  • Passivo;
  • Obediente.

b) Concepção epistemológica:

  • Dava-se ênfase na memória;
  • Na formação de elementos intelectuais;
  • Ensino livresco e enciclopédico (desvinculada da realidade).

A única preocupação era a transmissão do saber acumulado, levando a um distanciamento da realidade dos alunos.

c) Concepção axiológica:

  • Maniqueístas;
  • Moralista;
  • Puritana;
  • Conservadora.

A concepção dos valores na escola tradicional é dualista, distinguindo o que é bom e o que é ruim. Exigem um exagerado moralismo, pois as regras não deixam as pessoas mudarem de opinião, sendo a moral única e todos têm que adequar-se a elas.

d) Concepção política:

  • Conservadora;
  • Autoritária;
  • Niveladora;
  • Hierárquica.

São as normas que garantem a submissão do aluno, levando-os à obediência, que é considerada a primeira virtude.

Por ser hierárquica, não se permitia que se passasse sobre ela e não podia tão pouco questioná-las.

A pedagogia tradicional é uma proposta de educação centrada no professor, cuja função define-se por vigiar os alunos, aconselhá-los, ensinar a matéria e corrigi-la. A metodologia decorrente de tal concepção tem como princípio a transmissão dos conhecimentos através da aula do professor, frequentemente expositiva, numa sequência predeterminada e fixa, enfatizando a repetição de exercícios com exigências de memorização. Valoriza o conteúdo livresco e a quantidade. O professor fala, o aluno ouve e aprende. Não propicia ao sujeito que aprende um papel ativo na construção dessa aprendizagem, que é aceita como vinda de fora para dentro. Muitas vezes não leva em consideração o que a criança aprende fora da escola, seus esforços espontâneos, a construção coletiva.

A figura do professor como detentor do saber é uma força motriz nessas escolas. A função primordial da escola, nesse modelo, é transmitir conhecimentos disciplinares para a formação geral do aluno, formação que o levará, ao inserir-se futuramente na sociedade, a optar por uma profissão valorizada. Na maioria das escolas, essa prática pedagógica se caracteriza pela sobrecarga de informações que são veiculadas aos alunos, tornando o processo de aquisição de conhecimento, muitas vezes, burocratizado e destituído de significação. A postura da escola se caracteriza como conservadora. No processo de alfabetização, apóia-se principalmente nas técnicas para codificar/decodificar a escrita. A escrita espontânea da criança em fase de alfabetização não é levada em conta, sendo a cartilha sequencialmente seguida a base do processo de alfabetização.

2) Escola Nova

a) Concepção de Homem:

  • O sujeito não é universal;
  • É individual;
  • Sua dimensão é psicológica;
  • Não nasceu com a essência pronta;
  • livre, ativo e social.

b) Concepção epistemológica:

  • Aprendizagem por interesse (curioso);
  • Saber e prazer;
  • Experiências concretas;
  • Conhecimento a ser construído progressivamente;

O aluno é o sujeito principal da aula e norteador; ao professor, cabe estimulá-lo, dando ênfase à aprendizagem como apreensão da metodologia de pesquisa e tendo como objetivo estimular os interesses inatos de seus alunos, obedecendo à ordem psicológica de cada um, que é definida durante o processo.

c) Concepção axiológica:

  • Aversão às normas;
  • Responsabilidade individual pela existência;
  • Autonomia;
  • Rejeição de padrões e rótulos.

Os modelos ético e moral baseiam-se no entendimento de que nenhuma regra atenderá a todos; as normas sempre aprisionam o sujeito, não permitindo que ele se expresse da maneira que deseja. O conhecimento assimilado é o produzido pelo aluno; o bem e o mal são coisas relativas, dependendo de cada um.

O conhecimento, para ser verdadeiro, deve ser construído a partir da experiência humana, fazendo com que a própria pessoa pense em sua existência, compreendendo-a melhor.

d) Concepção política:

  • Sem projeto de hegemonia política;
  • Auto-gestão;
  • Pouca ênfase em questões sociais.

O modelo político é de uma sociedade fragmentada; o positivo da escola novista é ir contra a ditadura, a disciplina trabalha com o discurso de “trabalhar com a liberdade”, sendo ele democratizante.

Em oposição à Escola Tradicional, a Escola Nova destaca o princípio da aprendizagem por descoberta e estabelece que a atitude de aprendizagem parte do interesse dos alunos que, por sua vez, aprendem fundamentalmente pela experiência, pelo que descobrem por si mesmos. O professor é visto, então, como facilitador no processo de busca de conhecimento que deve partir do aluno. Cabe ao professor organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando suas ações às características individuais dos alunos, para desenvolver suas capacidades e habilidades intelectuais.

A ideia de um ensino guiado pelo interesse dos alunos acabou, em muitos casos, por desconsiderar a necessidade de um trabalho planejado, perdendo-se de vista o que deve ser ensinado e aprendido. Essa tendência, que teve grande penetração no Brasil na década de 30, no âmbito do ensino pré-escolar, até hoje influencia muitas práticas pedagógicas.

3) Escola Tecnicista

a) Concepção do Homem:

  • Universal;
  • Passivo;
  • Receptivo;
  • Desenvolvimento de habilidades lógicas;
  • Disciplinável.

b) Concepção Epistemológica:

  • Objeto mais importante que o sujeito;
  • Pragmática (educação);
  • Formação para o mercado (mão-de-obra qualificada);
  • Transmissão;
  • Treinamento;
  • Desenvolvimento sensório-motor e intelectual.

O objeto tem que ser conhecido para que se possa colocá-lo em prática; ensinava-se a fazer as coisas e não a pensar. Todos os alunos tinham que desenvolver habilidades, principalmente lógicas (aprender para fazer).

O saber é o saber técnico que deve ser organizado e transmitido para tornar o aluno apenas uma força produtiva (saber para fazer), privilegiando a dimensão técnica, enfatizando o aspecto pragmático do conteúdo, proclamando-se uma pseudoneutralidade.

c) Concepção Axiológica:

  • Tradição;
  • Hierarquia;
  • Pragmatismo;
  • Moralista;
  • Ordem mecânica e natural;

d) Concepção Política:

  • Autoritária;
  • Visão pragmática;
  • Frieza nas relações interpessoais;
  • Anonimato;
  • Relações interpessoais descaracterizadas e desumanizadas;
  • Economista.

Existe uma contradição onde se deseja uma sociedade modernizada, porém, em um país autoritário.

Na escola tecnicista, o homem é visto como produto do meio, altamente controlado pela sociedade, com atividades mecânicas inseridas numa proposta educacional rígida, programada em detalhes. O seu comportamento é modelado através de técnicas específicas, produzindo individualmente, tornando-se competente para o mercado de trabalho, transmitindo as informações precisas, objetivas e rápidas.

O mundo é construído evidenciando a tecnologia, manipulando o meio em favor do crescimento técnico, a sociedade planejada, organizada, rígida pelas leis. Seguindo um planejamento, o conhecimento é planejado pelos especialistas e seu resultado é direto da experiência.

A educação é baseada na transmissão cultural, manipulando e controlando o mundo.

O professor é um mero transmissor na aplicação de manuais, apenas passa as técnicas utilizadas nas fábricas. Centralizando a escola (produção), às vezes o ensino é distanciado. A escola é um modelo empresarial, dividindo-se entre planejamento e execução. O ensino visa os comportamentos adequados e úteis à produtividade, é dada instrução como objetivo a ser alcançado.

Ao professor cabe selecionar, organizar e aplicar técnicas eficientes e de muita eficácia; na verdade, o professor é um técnico que ensina a prática da técnica. O aluno é um elemento preparado, eficiente, pronto a produzir para seu bem-estar. Os objetivos educacionais são operacionalizados, dando “Educação e Instrução”, controlando o comportamento e exigindo produtividade. O conteúdo geral é estruturado nos objetivos a serem alcançados. A metodologia dá ênfase aos recursos audiovisuais, instrução programada, tecnologia de ensino, ensino individualizado, máquinas de ensinar (fazer fazendo).

A avaliação é feita baseada na produtividade do aluno e também do seu comportamento desde a entrada até a saída da escola. Tudo é planejado e executado pelo professor, visando melhor desempenho, sendo a relação professor-aluno meramente profissional e fria; isto é, o aluno recebe as informações e aprende fixando-as durante o processo de aprendizagem, sem muito questionar o aprendizado.

4) Teoria Antiautoritária:

a) Concepção de homem:

  • Ativo;
  • Dotado de vontade;
  • Autônomo;
  • Liberdade individual e coletiva;
  • Condutor de seu conhecimento.

b) Concepção epistemológica:

  • Não dogmático;
  • A concepção do conhecimento se dá de forma autônoma e coletiva;
  • Atividades livres em busca do pessoal (conhecimento cognitivo);
  • Ligado à realidade e experiência do aluno;
  • Na interação com o mundo, é o responsável pela direção e significado do aprendido;
  • Não-diretivo;
  • Auto-gestão.

c) Construção axiológica:

  • As regras são construídas coletivamente;
  • As regras não são universais;
  • Autonomia (liberdade de escolha).

d) Concepção política:

  • Livre expressão dos ideais libertários (contrários a toda burocracia);
  • Nega a delegação de poder a representantes;
  • Anarquista;
  • Socialista.

As Teorias antiautoritárias rompem com a submissão e obediência e instauram um novo modelo pedagógico, defendendo a liberdade individual e coletiva. Os conteúdos livres, não uniformes, são menos importantes que a personalidade e o caráter do aluno; não são impostos, ensina-se às crianças o que elas solicitam.

Utilizam-se métodos não impositivos, não coercitivos, baseados nas investigações livres dos aprendizes, em sua atividade na busca do pessoal. Os professores dão liberdade às crianças por estarem convencidos de que sua natureza é fundamentalmente boa e se orienta por si mesma em direção positiva, não exigindo a avaliação através dos exames clássicos, mas sim a autoavaliação, que parte da aprendizagem da autocrítica e da responsabilidade. O planejamento parte das decisões tomadas em assembleia de alunos e transformadas em matérias de interesse comum.

As teorias antiautoritárias surgem principalmente a partir dos trabalhos do psicólogo norte-americano Carl Rogers, que rejeita o ensino autoritário, considerado inibidor da espontaneidade da criança. Para ele, o professor deve ser entendido como coordenador do aprendizado. Rogers transpõe para a educação sua concepção de terapia, introduzindo nas salas de aula a dinâmica de grupo.

Nela, os alunos integram sob a observação do professor, que só interfere quando solicitado pelo grupo, para solucionar conflitos ou questões de conteúdo. O método cria um ambiente que estimula os alunos a desenvolverem suas próprias interpretações de mundo.

5) Teoria Crítico-reprodutivistas:

a) Concepção de homem:

  • Ativo;
  • Multiplicador de ideias;
  • Questionador;
  • Tem em potencial muitas habilidades, mas vai se desenvolvendo (intencionista);

b) Concepção epistemológica:

  • Conhecimento construído a partir dos interesses da realidade dos alunos;
  • Por meio cultural;
  • Transforma a natureza em cultura (criatividade);

c) Concepção axiológica:

  • Reprodução de ideias da classe dominante;
  • Não universal;
  • Interiorização das normas;

d) Concepção política:

  • Rejeição das ideias políticas impostas;
  • Sistema capitalista.

As teorias crítico-reprodutivistas, bastante em voga na década de 70, não chegaram a apresentar uma proposta para a educação, limitando-se a denunciar a reprodução das mazelas sociais no interior do processo de ensino. A escola é um aparelho difusor da ideologia dominante para Althusser; desencadeia uma violência simbólica segundo Bordieu e Passeron; é uma escola dualista, de acordo com Baudelot e Establet, ao ministrar um tipo de ensino privilegiado nas escolas de rede secundária-superior, acessível apenas às elites e um ensino de segunda ordem, empobrecido, na rede primária-profissional para as classes subalternas.

Essas teorias denunciam os mecanismos de dominação da sociedade pelas elites dirigentes, utilizando-se do aparelho escolar como reprodutor de sua ideologia. De outra parte, reconhecem no pensamento intelectual marxista Antonio Gramsci a possibilidade da escola propor uma ideologia que seja contra-hegemônica. Esta se instaura a partir do momento em que educandos e educadores aproveitam os espaços ou lacunas permitidas pelo sistema e contribuem para a superação da marginalidade social, articulando uma escola que trabalha os conteúdos a partir dos interesses dos dominados.

A impotência das teorias crítico-reprodutivistas é superada a partir da síntese dialética que coloca a capacidade de luta e transformação na mão dos educadores. Fica descoberto assim, no seio do processo educativo, um poder real, embora limitado. Este poder se desvela na medida em que se capta a tarefa específica da educação, inserida no contraditório da sociedade capitalista.

6) Teorias Construtivistas:

a) Concepção de homem:

  • Ativo e criador;
  • Universal;
  • Potencialidades inatas;
  • Autônomo;
  • Construído através de sua interação social;
  • Dotado de vontade própria.

b) Concepção epistemológica:

  • Está na interação do sujeito com o objeto (interacionista);
  • Construção contínua;
  • Produz-se a partir do desenvolvimento por etapas ou estágios sucessivos;

c) Concepção axiológica:

  • Construção das normas de forma coletiva;
  • A responsabilidade é construída a partir do senso individual e coletivo;
  • Sociedade mutável (constantes transformações);

d) Concepção política:

  • Liberdade de expressão;
  • Poder descentralizado;
  • Busca caminhos para a complexidade dos processos;

Método de aprendizagem baseado nos trabalhos do biólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget, criador da psicologia genética. Para Piaget, aprender é agir e, por isso, cabe ao professor colocar os alunos diante de situações variadas para que eles próprios busquem soluções e construam seu conhecimento. Piaget observa que o desenvolvimento mental da criança passa por diversas fases e, a cada uma delas, deve corresponder o ensino de determinados conteúdos. O professor, além de transmitir os conteúdos formais, precisa estimular o diálogo e o pensamento crítico. As escolas que seguem essa linha evitam aplicar provas para verificar a memorização dos conteúdos e costumam construir os materiais didáticos com os alunos.

Seguidora de Piaget, a Argentina Emília Ferreiro analisa o processo de alfabetização segundo os pressupostos do construtivismo. Ela acredita que os alunos também aprendem a ler e escrever fora das salas de aula. Assim, ao ensinar, o professor deve considerar as interpretações que os próprios alunos têm sobre a escrita. Sua teoria combate cartilhas tradicionais, pois considera que elas restringem a alfabetização.

A contribuição mais significativa que o construtivismo já ofereceu à alfabetização foi auxiliar as alfabetizadoras na tarefa de compreender as produções da criança e saber respeitá-las como construções genuínas, indicadoras de progresso, e não como erros absurdos. Nesse sentido, podem-se destacar dois momentos em alfabetização: antes e depois dos trabalhos de Emília Ferreiro.

7) Teorias Progressistas:

a) Concepção de homem:

  • Sujeito ativo;
  • Não se isola do contexto social;
  • Livres frente ao professor.

b) Concepção epistemológica:

  • A cada atividade que vai sendo feita, o sujeito coloca o seu ser (construção como instrumento de transformação);
  • O conhecimento é construído socialmente;
  • Ação conjugada com a reflexão (propulsores da práxis);
  • Admite um conhecimento relativamente autônomo;
  • Processo de aprendizagem grupal (participação em discussões, assembleias, votações);
  • Codificador – decodificador;
  • Grau de envolvimento na aprendizagem depende tanto da prontidão e motivação do aluno quanto do professor e do contexto;
  • Interação conteúdos-realidade.

c) Concepção axiológica:

  • Normas construídas em grupo;
  • Solidariedade (respeito às regras do grupo);
  • Autonomia.

d) Concepção Política:

  • Democrática;
  • Participação popular;
  • Negação de toda forma de repressão;

Snyders usou o termo progressista para designar as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. Evidentemente, a pedagogia progressista não tem como institucionalizar-se numa sociedade capitalista; daí ser ela um instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais.

A educação, ao cumprir seu papel de formar cidadãos críticos que possam influenciar no meio em que vivem, continua o que é coerente e rompe com o que não é conveniente à sua realidade, podendo assim problematizar sua realidade e trabalhar as contradições sociais, estará coroando o esforço da pedagogia progressista que é tornar a escola o local onde as camadas populares aumentam seu saber e, de posse dele, possam se organizar socialmente para reivindicar seu direito à educação.

  • As teorias progressistas querem formar o homem pelo e para o trabalho,

Descartando, no entanto, o trabalho como higiene mental, como desejam algumas escolas, se contrapondo também às escolas profissionalizantes que só desejam formar mão-de-obra qualificada, reduzindo o trabalho somente à aquisição de técnicas.

É o desejo da pedagogia progressista que o trabalho possa construir numa atividade essencial para a formação do homem. Podendo assim transformar a si e a natureza a partir do entendimento do processo como um todo. Possa compreender o processo intelectual assim como o processo manual.

A educação dada ao povo favorece a transmissão dos saberes necessários para a formação da consciência crítica das práticas sociais que permitem a construção do mundo, com igualdade e respeito.

Os teóricos progressistas resistem à ideia de que a escola é a solução dos problemas sociais, ao mesmo tempo que não aceitam entregar os pontos, acreditando que a luta deve continuar. O professor deve ser consciente de seu papel como peça fundamental na engrenagem social. Sua posição frente aos problemas reais dos alunos fará com que direcione seus conteúdos para a formação da consciência crítica e, através dessa consciência, possa o aluno despertar para a importância de sua participação política na sociedade, exigindo a atuação efetiva dos órgãos públicos no cumprimento das obrigações do estado. Para a pedagogia progressista, é esse o fim da educação e não um mero aparelho de reprodução ideológica a serviço do estado.

II – Estabeleça a diferença entre a Escola Tradicional e a Escola Nova na compreensão dos seguintes elementos:

  • Relação professor-aluno, como o aluno era tratado, papel do professor:

Na Escola Tradicional, predomina a autoridade do professor; ele era o detentor do saber, figura magistrocêntrica e exigia dos alunos atitudes receptivas que impediam qualquer tipo de comunicação entre eles no decorrer da aula. A relação professor-aluno é vertical, com um relacionamento distante, onde o professor é quem manda.

O professor transmite o conteúdo na forma da verdade a ser absorvida e não deixava o aluno tomar a iniciativa, pois ele desempenhava o papel central. O mestre guiava e orientava rigidamente a vida dos alunos, era um modelo que deveria ser seguido e obedecido.

Enquanto na Escola Nova, o professor é um estimulador do processo de aprendizagem do aluno, que é um sujeito ativo, principal norteador da aula, auxiliando no desenvolvimento livre e espontâneo da criança.

Existe entre professor e aluno a cooperação e a solidariedade que valorizam as relações interpessoais.

Como facilitador, o professor estimula os interesses inatos de cada aluno, levando-os ao autoconhecimento, sendo ele um ser criativo, curioso e espontâneo, devendo ser respeitado seu momento psicológico, estabelecido através do próprio aluno, sendo definido durante todo o processo de ensino e aprendizagem.

III – Discuta criticamente a proposta das correntes pedagógicas Tradicional e Nova.

Apesar de propagar uma didática moderna, as escolas, na atualidade, continuam com uma prática bastante tradicional. A sociedade dinâmica, como também deveria ser a educação nas escolas brasileiras, o aluno deveria aprender a aprender; porém, o ensino vem sendo sustentado na memorização de fatos. Penso que todos concordam que esse processo mental não desenvolve compreensão, análise, síntese, construção de conhecimento, transferência de conhecimento e nem um bom desempenho em alguma atividade. Apesar de ser necessário para todas as habilidades citadas, ela em si não as garante.

Em muitos momentos, sustentamos outros discursos, como o da escola Nova; sendo assim, um processo educacional que privilegia quase que exclusivamente o “decorar da matéria” não pode estimular o aluno ao ponto dele poder construir seu próprio conhecimento, como esta escola propõe, continuando a ser um ser passivo como na escola Tradicional.

Para nos certificarmos, basta analisarmos as provas que são dadas nas escolas e só para citar um exemplo, o próprio vestibular. O aluno é avaliado pela quantidade de informações que conseguiu reter durante o ano.

Quando a verificação do saber se resume em repetir as informações ouvidas ou lidas, estamos educando nossas crianças para a ausência de crítica; estamos, na verdade, deseducando, pois o ser humano é naturalmente crítico, basta lembrarmos das perguntas mais ingênuas das crianças. Mas, quando entram na escola, aprendem a não questionar, mas a obedecer, fazendo cada vez mais o discurso da escola Tradicional sobressair perante a Escola Nova, na qual veio para sobrepor o tradicionalismo.

Penso ainda que a tarefa de estimular o pensamento crítico não está limitada aos muros da escola. No entanto, a ênfase que está sendo dada ao ambiente educacional deve-se ao fato da escola ser o espaço dentro da nossa sociedade, organizado sistematicamente e intencionalmente (pelo menos assim desejamos).

Soraya Mendonça Marques

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Este texto foi publicado na categoria Metodologias e Inovação Pedagógica.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

2 respostas para “Resumo: Correntes Pedagógicas e Filosóficas”

  1. Soraya,encontro-me do blog – http://arleideamoreseducao.blogspot.com/
    Por favor me adcione.
    bj

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