“A Escola Ideal é uma escola onde a aprendizagem ocorre com e não a partir dos computadores” David A. Dockterman, in Great teaching in the one computer classroom (1991)
INTRODUÇÃO
Seres vivos são sistemas abertos que só se mantêm vivos quando conseguem se inserir, tomar parte ativa, no grande fluxo de informações que percorre todo o universo. (Piaget).
A psicopedagogia, ao definir seu campo e objeto de estudo como a busca de melhores soluções para os problemas de aprendizagem, encontra na informática um riquíssimo instrumental de trabalho, assim pensa OLIVEIRA (1999).
Sendo essencialmente lógico e de fácil programação e por possibilitar incrível agilização na aquisição, registro e troca de informações, o computador oferece condições extraordinárias a quem aprende, de lidar de forma organizada, versátil e interativa com novos conhecimentos.
A globalização em que vivemos atualmente, com a crescente tomada de consciência de novas maneiras de pensar e até de viver, faz com que o educador ou profissionais que lidam com crianças e jovens desta geração, busquem estar atualizados frente aos novos recursos tecnológicos, a fim de estarem inseridos no tempo presente, procurando acompanhar o ritmo cada vez mais rápido das inovações e das trocas de informação.
Sabemos que a educação precisa ser repensada e que é preciso buscar formas alternativas para aumentar o entusiasmo do professor, o interesse do aluno e, consequentemente, o nível de aprendizagem. Para mais informações sobre a importância da diversidade no ambiente educacional, consulte A Importância da Dinâmica sobre Diversidade no Ambiente Corporativo.
Qual o papel da tecnologia nesse processo de mudança?
JUSTIFICATIVA
O papel que se espera dos educadores, incluindo-se escola e corpo docente, é estar atentos e preparados para formar educandos para a vida, com habilidade, competência, tecnologia e responsabilidade. Tornar um aluno ciente de sua cidadania requer conhecimento sistematizado. Hoje, o desafio do professor e da escola é estruturar o processo ensino-aprendizagem, atualizando conhecimentos metodológicos e permitindo a entrada de novas tecnologias no cotidiano escolar.
Um obstáculo encontrado é professores manterem-se atualizados e trazerem para o convívio escolar de forma adaptada às novas tecnologias.
A pesquisadora pretende, através desta pesquisa, definir e apontar os passos que as escolas e educadores precisam percorrer, para preparar adequadamente seus educandos, para que estes possam, em um futuro próximo, atender às necessidades do mercado de trabalho. Suprir estas necessidades requer a formação de gerações aptas a vencerem os desafios do mundo moderno. Para isso, torna-se necessário preparar o professor para assumir uma nova responsabilidade como mediador no processo de aquisição de conhecimentos e do desenvolvimento da criatividade de seus alunos. Nessa ótica, a tecnologia pode ser uma ferramenta valiosa, facilitando esta intermediação e um atendimento mais individualizado, ajudando o aluno a se apropriar do conhecimento. Este novo modelo de escola requer um novo conceito pedagógico e novas relações de trabalho.
Dentro deste contexto, os professores assumem uma nova responsabilidade e um papel central como mediadores do processo de apropriação, construção e elaboração de conhecimentos. Porém, para que os professores possam apropriar, construir novos conhecimentos, transferir e aplicá-los e redimensionar a sua prática, é importante que eles aprendam que trabalham com problemas reais em contextos reais, conforme afirma COBURN (1988). Assim, qualquer projeto de capacitação de professores no uso de novas tecnologias como ferramenta pedagógica deve levar em conta que o professor volta à condição de aprendiz, tendo que assumir um papel importante na gerência e controle de sua aprendizagem.
Outro aspecto importante é a troca de repasse da informação para a busca da formação do professor/aprendiz: é a nova ordem revolucionária que retira do poder e autoridade do mestre, transformando-o de todo poderoso detentor do saber para um educador-educando.
FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
O mercado de trabalho, as universidades e os pais de alunos exigem uma formação escolar que torne os jovens capazes de interpretar uma quantidade cada vez maior de informação. Para que os educandos recebam atendimento adequado e atualizado, é preciso primeiramente qualificar, permitir e incentivar a interação entre os educadores e as novas tecnologias, seja individualmente ou no coletivo.
A pesquisadora se proporá a pesquisar as reações de educadores frente a esta abordagem, sejam elas profissionais ou humanas, e por onde se inicia o processo de capacitação dos professores com esta nova modalidade do conhecimento, além da posição das instituições no que diz respeito a esta realidade. O enfoque é tentar definir esta nova posição do professor, não como o mediador e detentor do conhecimento dentro de sala de aula, mas o educador exercendo o papel de aluno, aprendendo a usar como ferramenta no processo educacional os equipamentos que as novas tecnologias disponibilizam para a sociedade.
Também a escola tem o seu papel redefinido neste contexto, pois cabe a ela retomar de maneira definitiva o seu papel primordial na educação, ou seja, fazer com que o aluno aprenda a aprender.
OBJETIVOS
Pesquisar as condições de formação, inclusive se existem, do educador na utilização de novas tecnologias para a transferência de conhecimentos.
Conhecer as práticas atuais de utilização dos recursos de informática nas salas de aula.
Questionar as relações convencionais entre professores e alunos, com o advento das novas tecnologias inseridas em sala de aula, nas escolas em que as possuem no seu cotidiano.
QUESTÕES NORTEADORAS
A atualização dos professores para o uso da informática em sala de aula considera o conhecimento atual do professor no uso desta tecnologia?
A escola tem investido na preparação do educador para que este esteja capacitado para a transferência de conhecimentos?
Há troca de informações e conhecimentos entre os educadores sobre as experiências adquiridas com o uso da informática no processo de aprendizagem?
Os alunos demonstram interesse no processo de aprendizagem quando se utiliza a informática em sala de aula? O computador ajuda ou atrapalha na realidade?
DELIMITAÇÃO DO TEMA
A pesquisadora pretende ter como sujeitos de pesquisa 20 (vinte) educadores exercendo atividades na 4ª série do Ensino Fundamental, sendo eles professores do Colégio Candanguinho, Colégio INEI, Colégio OBJETIVO Júnior e Escola Classe 14, localizada em Sobradinho II, da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, todos situados em Brasília, e 20 (vinte) alunos destes mesmos estabelecimentos. Pesquisar esta abordagem da tecnologia na vida profissional e social do professor seria muito abrangente e demandaria muito tempo, mais recursos e uma equipe de pelo menos 10 componentes.
Atendendo a este motivo, faz-se necessário especificar um campo de pesquisa para viabilizar a pesquisa e delimitar numericamente estes educadores a serem entrevistados.
A autora da pesquisa adotará o instrumento de entrevista individual para obter dados e informações a respeito do assunto.
METODOLOGIA
Como há uma diversidade muito grande de campos na ciência, então haverá também um método específico para cada campo científico. Os vários campos da ciência precisam ser classificados, mesmo que provisoriamente, devido à evolução da própria ciência, para facilitar a unidade e ao mesmo tempo a variedade do conhecimento humano. Assinala o domínio próprio de cada ciência, estabelece relações lógicas que a unem entre si e revelam a ordem em que as ciências devem ser estudadas. De acordo com a bibliografia utilizada, no que se refere à metodologia científica, a Classificação Decimal Universal (CDU) apresenta, para fins de catalogação, as mais variadas publicações acerca dos vários campos do conhecimento. Sendo esta disciplina, Projetos Educacionais II, parte integrante do currículo do curso de Pedagogia, esta se encontra classificada em Ciências Sociais, inserida em Educação, conforme a citada CDU.
Deve-se a Augusto Comte (apud. PARRA, 2000) a formulação básica da sociologia e a sua classificação com ciências que se utilizam de outras ciências para a consecução do seu objetivo. Segundo o mesmo autor, a sociologia tem por objetivo estudar as instituições e as manifestações da vida social, e também as variações e transformações dessas mesmas instituições.
Sendo a pedagogia um campo do conhecimento da sociologia, e tendo esta como objeto o estudo dos fatos sociais, ou seja, as maneiras de pensar, os modos de atividade, os usos, os costumes, as leis, as instituições, entre outros, esta vai exigir do pesquisador métodos adequados, segundo o objeto.
Conforme a divisão de métodos de pesquisa utilizada nas ciências sociais (sociologia), utilizarei o método monográfico para a verificação dos objetivos, utilizando-se como instrumento de coleta de dados a pesquisa de campo, apresentando aos pesquisados questionários, que têm como base observar os fatos tal como ocorrem.
Segundo PARRA (2000), este método permite, mediante o estudo de casos isolados ou de pequenos grupos, entender determinados fatos sociais. Este método é também denominado estudo de caso.
Esta forma de coletar dados, na pesquisa de campo, que pode se dar por meio de questionários ou entrevistas – sendo que utilizarei o questionário – junto aos elementos envolvidos vai permitir a análise e conclusões, segundo objetivos previamente estabelecidos, sendo que foram criados dois tipos – um para cada grupo de pesquisados – professores e alunos.
As informações necessárias, tendo-se em vista a pesquisa a ser realizada, podem ser obtidas das mais variadas formas, sendo o critério ideal estabelecido pelo pesquisador, neste caso, será utilizada o método de preenchimento de questionário.
Considerando a impossibilidade de se trabalhar com todo o universo a ser pesquisado, será utilizada a amostra conforme determinado na delimitação do tema, a partir da qual serão tiradas as conclusões, onde serão demonstradas as análises das respostas formuladas no questionário distribuído. As informações necessárias à análise serão obtidas através de questionário com respostas objetivas, atendo-se aos princípios para que não induza o entrevistado a respostas não convenientes ao tema pesquisado, deve-se ter a preocupação de que as perguntas não induzam a possibilidade de dupla interpretação e de forma que as respostas sejam precisas, tomando o cuidado para que os dados obtidos correspondam fielmente ao que foi respondido pelo entrevistado.
Considerando ainda o nível intelectual dos alunos que responderão ao questionário, a pesquisa será acompanhada pelo pesquisador, para a obtenção das respostas adequadas ao formulário, sanando inclusive dúvidas que possam surgir.
O questionário como forma de coleta de dados vai exigir o estabelecimento de quesitos ou perguntas perfeitamente adequadas aos objetivos propostos. Ao utilizar-me do questionário para esta pesquisa, estarei permitindo ao entrevistado valer-se do anonimato, contribuindo assim para que os dados obtidos correspondam fielmente aos anseios do informante.
Enfim, em relação aos procedimentos, pretendo:
- Prosseguir à revisão bibliográfica da literatura temática, com o propósito de enriquecer os suportes teórico e metodológico para a pesquisa.
- De posse dos questionários, que contém, para os professores 08 (oito) e para os alunos 05 (cinco) quesitos, fazer um contato direto com as escolas em que pretendo realizar a pesquisa, obtendo assim a autorização para a realização desta etapa.
- Entregar os questionários ao público a ser pesquisado, solicitando no caso dos professores, que um fique incumbido de recolher; e quanto aos alunos, entregar pessoalmente, dirimindo quaisquer dúvidas que possam surgir quando do preenchimento.
- Analisar e interpretar os dados, categorizando sua importância e realidade, além de suas relações paralelas ou contrárias ao referencial teórico.
REFERENCIAL TEÓRICO
O uso da informática no aprendizado tem sido, nos últimos tempos, o assunto mais debatido entre os formuladores das políticas de ensino no país. Todos os projetos de implantação de tecnologias têm como base o uso da tecnologia para melhorar a prática pedagógica. O próprio governo federal tem destinado em seu orçamento verba específica para dotar as escolas de todo o arsenal tecnológico para melhorar o processo de ensino e o de aprendizagem, embora o resultado tenha sido pouco observável na prática e a educação formal continue sem grandes alterações.
Este projeto tem como finalidade analisar o impacto que a informática tem causado neste processo de formação educador/educando. A escola, como instituição onde a transferência de conhecimentos é sistematizada, não tem sofrido ao longo dos tempos transformações radicais quanto aos métodos de ensino tradicionais. Na sociedade moderna, a velocidade com que as informações são processadas e colocadas à disposição da população faz com que sejam criadas a todo momento novas formas de apresentação e armazenamento do que é transmitido. Na escola, o que se tem notado é a sua passividade diante das transformações da realidade que a tecnologia tem provocado.
Conforme afirma RIPPER (apud OLIVEIRA, 1999, página 58): “a escola, paralisada desde a revolução industrial, não estimula seus interlocutores a se utilizarem de forma dinâmica, crítica e criativa dos conhecimentos por ela transmitidos. A formação massificada se adapta bem ao modelo produtivo industrial, que requer um grande número de trabalhadores para tarefas rotineiras a serem executadas sem questionamentos e aos serviços feitos pessoa a pessoa. Com a globalização, este modelo de produção, baseado na linha de montagem, está sendo gradualmente abandonado. Um novo modelo de produção requer trabalhadores mais flexíveis, que assumam responsabilidades não só na qualidade das tarefas que executam, como no próprio desenvolvimento e melhor do processo produtivo. Este modelo tem provocado uma demanda radical na escola. A revolução técnico-científica deste fim de século desloca o locus do poder do capital financeiro para a informação; esta passa a ser o capital mais importante, conhecer para ter poder.”
Ao utilizarmos as novas tecnologias no processo de aprendizagem, estaremos formando e dotando os alunos de conhecimentos e práticas que serão úteis na sua formação escolar e social. No processo de ensino-aprendizagem, o computador deve, portanto, ser utilizado no sentido de se tirar o máximo proveito dessa sua característica.
O computador, sem dúvida, é o grande instrumento que permitirá individualizar a aprendizagem, proporcionando ao mesmo tempo a massificação do conhecimento.
Alguns aspectos precisam ser levados em consideração com o advento das novas tecnologias no ambiente escolar. Trata-se de um problema social, como afirma COBURN (1988): “a inovação tecnológica pode acarretar problemas relacionados com as relações sociais. Um dos problemas no campo educacional pode surgir da disparidade de conhecimentos sobre o computador entre alguns alunos e seus professores. Em quase todas as escolas (em todos os níveis), alguns alunos conhecem mais o computador do que o professor. Isto pode criar problemas para muitos professores, especialmente neste momento em que os professores sentem que sua autoridade diminui; e na sociedade, estas disparidades tornar-se-ão mais significativas”.
Talvez o conflito entre as culturas do computador e da classe mais debatido gire em torno da questão da autoridade do professor. Frequentemente ouve-se dizer que alunos aprendem rapidamente a usar o computador, excedendo em muito o conhecimento de adultos não treinados. No cenário escolar, onde o conhecimento superior do professor está intimamente ligado com sua autoridade sobre os alunos, este estado de coisas pode ameaçar a ordem social da sala de aula. Muitos professores precisam ser incapazes de responder às questões sobre computadores, levantadas pelos alunos, e assim perderem o respeito dos estudantes aos quais eles devem instruir em outras áreas do conhecimento. Alguns educadores acham que o desconforto dos professores com a utilização dos computadores cessará à medida que o uso do computador nas escolas aumentar. O interesse será desenvolvido naturalmente. É longo o caminho para sobrepujar o receio dos professores pelo computador;
Aceitando os microcomputadores como parte integrante e ferramentas de trabalho no ambiente escolar, a escola fica obrigada a usá-las com as crianças, seja direta ou indiretamente, o que requer a distribuição do tempo do professor e seu treinamento, a necessidade de destinar verbas para a compra de softwares e manutenção de hardware, o escalonamento do tempo do computador durante e depois das aulas, até a possibilidade de precisar trocar a instalação elétrica das salas e outras demandas não previstas para o computador funcionar bem em uma escola. Não é apenas disponibilizar e finito está o trabalho, é necessário programação para os gastos futuros, agregar despesas operacionais com estes novos integrantes do ambiente escolar.
Segundo PAPERT (1986), “é a presença do computador que contribui para o processo da criação de um ambiente próprio a mudanças”. Familiarizado com o pensamento abstrato, o aluno vai atrás dos dados, pergunta por que certos fatos estão lá e por que devem ou não ser considerados importantes. Não acontece aqui meramente a transmissão do conhecimento, o aluno aprende a ser cético, curioso e criativo, concentrando-se não na memorização de fatos, mas em questões de julgamento e interpretação. Segundo LITTO (apud OLIVEIRA 1999), o aluno aprende a colaborar. “Colaborar significa poder trabalhar em equipe, comunicando conceitos em relatórios, desenhos, memorandos, apresentações orais, esboços, roteiros, projeções e buscando o consenso do grupo”.
O que é diferente da educação formal atual, que procura eficiência, silêncio e desempenho solitário de tarefas especializadas, dando aval ao individualismo. A tecnologia, em se tratando de metas educacionais, deve servir, não ditar as necessidades. O uso do computador em sala de aula deve facilitar o trabalho do professor e não torná-lo mais difícil, além de oferecer flexibilidade pedagógica e apoiar as várias formas que um professor usa para ensinar. Assim, é possível criar apresentações animadas, conduzir discussões entre os alunos, inspirar a autodescoberta, levantar o uso social de equipamentos, preparando-os para o mundo fora do ambiente escolar.
ORGANIZAÇÃO DOS DADOS BRUTOS
SUJEITOS: professores
TÉCNICA: questionário (elaborar);
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
A pesquisa aconteceu em várias escolas, como mencionadas na metodologia, foi realizada em escolas particulares – em sua maioria, e em apenas uma escola pública da rede oficial do Distrito Federal.
Os sujeitos de minha pesquisa foram professores e alunos, que estão em contato diretamente ou não, com as novas tecnologias educacionais, como: computadores, salas de informática, softwares educacionais (programas específicos de cada disciplina), acesso à Internet, etc. O anonimato foi mantido, tanto dos professores quanto dos alunos, sendo estes pertencentes à 4ª série do ensino regular, faixa etária de 9 a 10 anos. O objetivo da utilização de questionários foi obter uma análise essencialmente objetiva, que transparecesse de forma clara a situação real de cada estabelecimento de ensino.
Minha entrada em campo aconteceu após contato com cada diretora das escolas escolhidas, as quais autorizaram a minha presença no espaço e a abordagem de seus alunos e professores, para que pudessem preencher os questionários. Não houve necessidade de autorização documental. O trânsito na escola foi extremamente facilitado, devido, acredito, ao pouco tempo que cada questionário levaria para ser respondido. Por este motivo, minha preocupação em elaborar questões objetivas e claras, as quais não pudessem gerar dúvidas em meus sujeitos.
Depois de todos os questionários respondidos, as informações foram chegando e tratei de ordená-las; e visualizando as questões da pesquisa, presentes nos dados colhidos, foi possível assim, a análise das respostas formuladas no questionário distribuído.
No caso dos questionários entregues aos professores, 70% deles, isto é, 14 (quatorze) professores, responderam que SIM, nos estabelecimentos em que lecionam, há recursos computacionais disponíveis para a prática docente, contra 30%, 6 (seis), que não têm acesso a este recurso. Do universo dos que utilizam, ou têm à sua disposição, 70% o utilizam nas disciplinas Matemática, Português e História, e 30% com Geografia, Ciências, Inglês e Artes. É possível, através destes dados, observar a utilização dos novos recursos tecnológicos tanto em disciplinas de humanas como exatas, bastando para isso a adaptação dos novos recursos ao dia-a-dia da prática pedagógica e a utilização de programas específicos. A total maioria dos professores, 14 (quatorze), isto é, 100%, respondeu utilizar e dominar a rede mundial de computadores, denominada popularmente de Internet. Isto demonstra o interesse pela atualização e o exemplo para os alunos quanto à curiosidade e à utilização dos recursos disponíveis a serviço da qualidade do ensino.
Quanto a receber treinamento para a utilização das novas tecnologias, 10 (dez) professores, 71,4%, responderam receber, contra 4 (quatro), 28,6%. Aqui é preciso observar a importância de não apenas disponibilizar os novos recursos, mas por parte da direção, haver uma preocupação na atualização dos professores quanto ao uso destas tecnologias. O que infere também a questão a respeito da atualização destes recursos, 85,8%, isto é, 12 (doze) professores, informaram que sim, nas instituições em que lecionam, há esta atualização, e 2 (dois), 14,2%, disseram não haver esta atualização. Esta é uma questão delicada, pois é preciso por parte da instituição, que queira inserir seus docentes nas novas tecnologias, uma reserva de seu orçamento financeiro, para a atualização dos equipamentos, sejam eles, computadores, impressoras, “web-cam” (câmeras de vídeo para visualização de interlocutores em conversas pela Internet), programas específicos divididos por disciplinas, linhas digitais de melhor acesso à Internet, upgrade de processadores capazes de armazenar uma maior quantidade de informações e melhor velocidade de desempenho, etc. Este é um detalhe que, sem planejamento adequado, ocasiona transtornos e desânimo por parte dos envolvidos no processo, caso não ocorra com frequência esta atualização.
Quase a totalidade dos que utilizam ou têm à sua disposição, os recursos tecnológicos, 92,8%, isto é, 12 (doze) professores, informaram haver por parte da coordenação pedagógica, a preocupação com reuniões para que possa ocorrer a troca de informações entre os docentes, contra 1 (um) professor, 7,2%, que informou não haver em sua escola esta oportunidade. A interação entre os professores envolvidos é de extrema importância, pois permite, através da troca, que novas atividades sejam desenvolvidas e que todos possam tirar suas dúvidas e enriquecer sua prática, fazendo com que assim a qualidade do ensino seja cada vez melhor.
Quanto à revisão dos currículos escolares, os professores, em sua maioria, 85,8%, isto é, 12 (doze) demonstraram não haver esta revisão, onde só 2 (dois), 14,2%, disseram sim. Talvez isto se deva ao fato da falta de uma diretriz objetiva por parte do Ministério da Educação e Cultura, a respeito da inserção das novas tecnologias no cotidiano escolar, como assim apresentam os Parâmetros Curriculares Nacionais, BRASIL (1997):
É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos como instrumento de aprendizagem escolar, para que possamos estar atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futuras.
No tocante à melhoria do aprendizado observado em seus alunos, a grande maioria, 100%, 14 (quatorze) professores disseram ter observado o melhor desempenho em função da informática no processo de aprendizagem. Com a informática, é possível não só impor uma rapidez uniforme na oferta do conhecimento, como facilitar de forma individual e ao mesmo tempo coletiva, a visualização de situações e exemplos, nas diversas disciplinas estudadas.
Quanto aos questionários entregues aos alunos, do total de 20 (vinte), 14 (quatorze), ou melhor, 70%, disseram usar computadores em suas escolas, sejam nas salas de aula ou em salas de informática, contra 6 (seis), 30%, que responderam não ter acesso a este recurso. Deste universo, dos que têm acesso, 100%, ou seja, os 14 (quatorze) alunos, acreditam aprender melhor quando estão a utilizar computador no seu dia-a-dia na escola. A novidade da utilização de materiais, aqui no caso os computadores, traz à sala de aula uma motivação excedente para que a aprendizagem aconteça. Como assim menciona os Parâmetros Curriculares Nacionais, BRASIL (1997):
Seleção de material
Materiais de uso social frequente são ótimos recursos de trabalho, pois os alunos aprendem sobre algo que tem função social real e se mantêm atualizados sobre o que acontece no mundo, estabelecendo o vínculo necessário entre o que é aprendido na escola e o conhecimento extra-escolar. A utilização de materiais diversificados como jornais, revistas, folhetos, propagandas, computadores, filmes, faz o aluno sentir-se inserido no mundo à sua volta.
Dos 14 (quatorze) alunos, 12 (doze), 85,8%, responderam achar que o seu relacionamento com outros colegas em sala de aula se tornou melhor com o uso da informática, fazendo assim com que trocassem ideias e discutissem as matérias. Aqui, a troca de experiências, a descoberta coletiva e o apoio mútuo imprimem na educação o fator da socialização, um dos objetivos da educação.
CONCLUSÃO
Em respostas às questões do início desta pesquisa, foi possível, através da pesquisa de campo, conhecer a realidade das verdadeiras contribuições da inovação tecnológica no ambiente escolar. Pude comprovar que professores estão se atualizando e aproveitando seus conhecimentos atuais para o melhor aproveitamento didático com as novas tecnologias. O interesse em manterem-se atualizados vem de encontro com exigências feitas pelas escolas para a melhoria da qualidade do ensino, principalmente por serem, na sua maioria, escolas particulares do Distrito Federal, o que, por um lado, se qualifica como pressão, por outro, faz com que a prática docente seja facilitada com o uso dos computadores em sala. Isto implica dizer que, através de softwares específicos, é possível desenvolver trabalhos de qualidade na transmissão do conhecimento.
E o aspecto fundamental de toda esta pesquisa é a melhoria do aprendizado por parte dos alunos, sendo que os dois sujeitos – tanto alunos quanto professores afirmaram esta mudança. Dos 20 (vinte) professores entrevistados, 14 (quatorze), isto é, 70%, responderam que “houve melhoria no aprendizado dos alunos em função do uso da informática no processo de aprendizagem” e 14 (quatorze), também 70%, dos alunos responderam que “usando computadores, aprendem melhor”.
É indiscutível negar a presença dos novos recursos ao cotidiano escolar, não é possível mais imaginar uma escola onde a presença, não só de computadores para a área administrativa, mas para serem utilizados por alunos e professores, não exista ou não seja necessária.
O objetivo é valorizar primeiramente o educador, oferecendo-lhe constante aperfeiçoamento técnico-pedagógico, que estimule a vontade de construção coletiva dos ideais pedagógicos e sociais a serem alcançados em seu fazer pedagógico. Um professor seguro e ciente de seu papel de mediador do conhecimento, mesmo utilizando novas tecnologias, demonstra como a recolocação do professor em seu lugar de agente cultural lhe dá novo espaço para criar novas situações pedagógicas, para socializar o conhecimento e para o trabalho cooperativo, cooperação surgida não de imposições de cima para baixo, mas do encontro de qualquer professor digno desse nome, que os seus alunos se apropriem do conhecimento organizado de forma crítica e criativa.
CRONOGRAMA
Fases
- Elaboração do projeto de pesquisa
- Apresentação do projeto de pesquisa
- Alterações no projeto de pesquisa
- Execução da 1ª fase da pesquisa
- Execução da 2ª fase da pesquisa
- Execução da 3ª fase da pesquisa
- Levantamento de dados complementares
- Análise dos dados
- Interpretação dos resultados e conclusão
- Redação do relatório final
- Revisão e nova redação
- Apresentação do relatório final;
REFERÊNCIA
COBURN, Peter et al. Informática na Educação. [tradução de Gilda Helena Bernardino de Campos Novis]. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1988.
DOCKTERMAN, David A. great teaching in the one computer classroom. Cambridge. Massachusetts: Tom Snyder Productions, 1991.
FERREIRA, Oscar Manuel de Castro e JÚNIOR, Plínio Dias da Silva. Recursos Audiovisuais no Processo Ensino-Aprendizagem. São Paulo: EPU, 1986.
LIMA, Lauro de Oliveira. Escola no Futuro: Orientação para os Professores de Práticas de Ensino. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1979.
LITTO, Fredric M. Repensando educação em função de mudanças sociais e tecnologias recentes. São Paulo: SENAC, 1999 apud OLIVEIRA, Vera Barros de (Organizadora). Informática em Psicopedagogia, 2 ed. São Paulo: SENAC, 1999.
MARTINS, Maria Anita Viviani. O Professor como Agente Político. São Paulo: Loyola, 1984.
OLIVEIRA, Vera Barros de (Organizadora). Informática em Psicopedagogia, 2 ed. São Paulo: SENAC, 1999.
PAPERT, Seymour. Logo: Computadores e Educação. [tradução de José Armando Valente, Beatriz Bitelman e Afira Vianna Ripper]. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.
PARRA FILHO, Domingos, SANTOS, João Almeida. Metodologia Científica. 3 ed. São Paulo: Futura, 2000.
RIPPER, Afira Vianna. O preparo do professor para as novas tecnologias. São Paulo: SENAC, 1999 apud OLIVEIRA, Vera Barros de (Organizadora). Informática em Psicopedagogia, 2 ed. São Paulo: SENAC, 1999.
OUTROS REFERENCIAIS
BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais. Vol. 1 – Introdução. SEF/MEC. Brasília: 1997.
REVISTA DE EDUCAÇÃO. AEC: Educação e Informática – Treinamento ou Criação?, Brasília, ano. 25, no. 99, abr./jun. 1996
REZENDE, Flávia. Tecnologia e Educação. Curso de Pós-Graduação Docência do Ensino Superior, UFRJ: 2000.
Explore softwares educacionais que podem transformar a prática pedagógica.
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