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Como a escola pode solucionar os desafios dos alunos?

Descubra como a escola pode ajudar os alunos a lidar com os problemas que enfrentam. Saiba como a educação pode melhorar a vida dos alunos e oferecer suporte para suas necessidades de crescimento. Conheça as soluções!

Como a escola pode solucionar os desafios dos alunos?

A Escola pode Resolver os Problemas dos Seus Alunos?

INTRODUÇÃO

A escola é o centro de muitas polêmicas e nela são problematizados e solucionados muitos comportamentos.

Nas páginas a seguir, estão apresentados alguns casos de alunos da Rede Pública de Ensino; seus problemas são mostrados e soluções lhe são apresentadas.

Com isso, queremos refletir um pouco sobre a necessidade ou não de um Psicólogo Escolar que possa desempenhar suas funções junto a quem dele muito necessita em seu processo de formação, o jovem.

Em geral, a Escola Pública não o possui em seus quadros e, quando a sua figura existe, sempre é em número insuficiente; possivelmente, em decorrência disso, a sua falta não seja tão sentida. Contudo, vejamos como os problemas aparecem na escola e como são os mesmos resolvidos.

Contudo, uma interrogação sempre deve ficar em aberto: será que a escola realmente resolve os seus problemas comportamentais?

APRESENTAÇÃO DOS CASOS

Serão aqui apresentados oito casos de alunos da Rede Pública Estadual e Municipal do Estado de São Paulo. Através dos relatos de professores, poderemos perceber como alguns problemas de ordem comportamental são resolvidos em nossas escolas. Conheçamos os casos:

CASO 1

A., 16 anos, explodiu uma bomba no banheiro da escola e, como punição, foi transferido de período; após a mudança, começou a mandar cartas para a direção pedindo perdão e solicitando retorno ao período de origem. Quando de uma excursão não lhe foi permitido ir com os demais alunos, resolveu se passar por outro aluno; descoberta a história, apareceu na escola com terço na mão, pedindo perdão e a chance de poder ir à referida excursão. Esse aluno sempre foi motivo de apreensão por parte da direção e funcionários, uma vez que foi muito mimado pelos pais, que sempre encobriam suas travessuras e confusões. Vem de família desestruturada e problemática.

CASO 2

K., 11 anos, totalmente apático, jamais copiou uma linha do quadro. Pressionado a fazer, chorava, melancólico e de olhar triste. Pai e mãe brigavam constantemente e a mãe segurava o casamento arranjando um filho atrás do outro.

CASO 3

K., 13 anos, extremamente agressiva e respondona, enfrenta a todos. Sua mãe havia se separado, pois seu pai bebia muito e a espancava; contudo, o caso agravou-se após a mãe ter se casado novamente.

CASO 4

A., 5 anos, cabelos longos com corte feminino, totalmente isolado de todos da classe; devido ao corte de cabelo, às vezes impediam-no de entrar no banheiro masculino, alegando ser ele uma menina. Com o tempo, aproximou-se de um único menino e só brincava com ele, o que causou certa apreensão. Em casa, brincava apenas com seus irmãos e não deixava seu cabelo ser cortado de forma alguma.

CASO 5

L., 15 anos, jamais se envolvia com outros jovens; toda vez que lhe era solicitada sua participação, ficava vermelho, gaguejava e tremia, jamais conseguindo se soltar e conversar com outros colegas e professores; assustava a todos com seu comportamento arredio.

CASO 6

J., 9 anos, cada vez que chamavam-lhe a atenção, ficava extremamente irritada e nervosa e batia a cabeça na parede repetidas vezes até que lhe agradassem e consentissem em tudo o que ela queria. Filha única de uma senhora solteira de 46 anos que em casa fazia todos os seus gostos.

CASO 7

D., 10 anos, arredia e desmotivada; não aceitava ordens, nem respeitava regras estabelecidas; ao contrário, batia o pé e não fazia; afirmava que não, não e não e não fazia absolutamente nada.

CASO 8

A., 6 anos, insegura; tinha medo de ir sozinha ao banheiro para realizar qualquer atividade, vinha e pegava a mão do adulto que tinha que ir com ela em todos os lugares, realizando todas as atividades; caso não a acompanhassem, ela não fazia nada, ficando sentada o tempo todo. Originária de uma família extremamente pobre, a mãe colocava os filhos maiores para pedir na rua, vivia suja. O pai bebia muito e não sustentava a família; a mãe era louca e os irmãos extremamente sem educação.

TENTATIVA DE SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS

No caso 1, o pai e A. foram chamados para conversar e tentou-se convencê-los de que ele não poderia voltar ao período anterior e que, quando fosse necessário, ele seria suspenso de atividades extracurriculares.

Após essa conversa, ele cismou que não iria mais frequentar a escola.

No segundo caso, a família foi chamada na escola para conversar sobre K. e ele mesmo foi extremamente motivado pelo professor para que realizasse suas atividades. Sempre que possível, o professor tentava elevar sua autoestima. Com o tempo, K. foi se soltando e, aos poucos, começou a realizar suas atividades; com relação à sua melancolia em determinados dias, ele estava um pouco melhor.

Professores conversaram muito com K. e, aos poucos, conseguiram que sua revolta fosse diminuída; contudo, somente após conseguir um emprego, por incentivo de seus professores, é que ela extinguiu por completo aquele comportamento indesejável em relação aos outros.

No caso 4, o professor estimulou muito A. a interagir com outras pessoas e muitas vezes ia com ele ao banheiro para que ele não fosse impedido de usá-lo. Com o tempo, sua apatia foi diminuindo e ele começou a brincar com outras crianças normalmente; algum tempo depois, deixou cortar seu cabelo e passou a ser mais aceito pelos seus coleguinhas de escola.

Por diversas vezes, L. (caso 5) foi forçado pelos seus professores a manifestar-se em sala, tamanha era sua timidez. Com o tempo, ao perceberem que aquilo não podia ser normal, conversaram sério com ele e o encaminharam a um profissional que poderia dar-lhe o apoio necessário para vencer esse grande obstáculo.

Em relação ao caso 6, a direção da escola chamou a mãe e, com muita clareza, expôs o caso e solicitou que ela mudasse de atitude em relação ao tratamento dado à filha. Na escola, a professora começou a ser extremamente dura com ela e a exigir certos comportamentos de acordo com regras combinadas com a classe, não deixando de ser extremamente meiga e gentil com a menina; aos poucos, seu comportamento foi se modificando e, apesar de mimada, deixou de exigir que tudo fosse conforme sua vontade.

No caso de D. (caso 7), assim que percebeu como era a menina, a professora começou a exigir de forma dura o cumprimento de regras e, algumas vezes, chegava mesmo a colocá-la de castigo, pressionando-a a ficar onde solicitado. Quando ela mostrava que havia entendido certas coisas, a professora a elogiava para os colegas na tentativa de valorizá-la, o que, aos poucos, foi dando resultados. Denise, aos poucos, foi aceitando as regras impostas pela escola e chegou mesmo a ser mansa e gentil com os outros.

No caso 8, a professora, a princípio, ia com a menina em todos os lugares e a incentivava a tudo. Com o passar do tempo, quando sentiu que ela estava mais segura, foi inventando desculpas para que ela, aos poucos, fosse realizando as coisas que eram necessárias por si só, o que de fato aconteceu.

ANÁLISE DOS CASOS

A maior parte dos problemas apresentados de ordem comportamental está diretamente ligada a problemas originados na família.

Insegurança, medo e timidez são exemplos de comportamentos que a educação familiar colabora em manter.

A família deve ser o porto seguro de todos os seres humanos, mas de forma alguma ela pode resolver tudo para os seus; ao fazer isso, ela ajuda a formar ou manter comportamentos de acomodação e de insegurança, timidez ou medo, dependendo da ocasião.

Alguns problemas comportamentais, dependendo da postura que o professor ou a escola adota, podem ser sanados sem qualquer dificuldade; entretanto, podem também ser agravados dependendo de como são tratados.

A escola, mais que nunca, hoje deve ser flexível e acolhedora em um momento e rígida em outro para acolher o jovem e auxiliá-lo. Um clima de tranquilidade sempre auxilia, um clima harmônico sempre faz bem, desde que na medida certa.

Em uma escola em que basicamente só se tem direção e professores, ao mesmo tempo em que se é mais difícil trabalhar justamente pela falta de material humano, as relações humanas ficam mais solidificadas e, então, fica mais fácil acertar na resolução de certos problemas comportamentais.

Contudo, a escola não faz milagres; em determinados casos, necessário se faz a intervenção de um profissional que possa trabalhar o problema no seu âmago; coisa que a escola, enquanto direção e professores, jamais poderá fazer.

Sem dúvida, o ideal seria que todas as escolas tivessem um corpo completo de trabalho, de forma que as funções estivessem claras e definidas, mas, enquanto isso não é possível, continua-se a agir dessa forma.

Algo que também chama nossa atenção é a carência que possuem crianças e jovens; eles precisam ser notados, precisam sentir-se queridos, precisam sentir-se gente e a escola quase nada pode fazer, porque esse problema é estrutural e, enquanto a família não se reestruturar, ele não será resolvido.

Em suma, os problemas existem e a escola os resolve como pode e, quando não pode resolvê-los, encaminha-os para quem possa resolver. Mas, em geral, tenta-se até o último para ajudar a criança ou jovem a romper os desafios e conseguir se superar; aqueles casos que parecem não ter solução existem, mas não há o que fazer a não ser aceitar e conviver com problemas.

CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA

Possivelmente, a Escola Pública não sente mais falta do Psicólogo Escolar porque ela nunca o teve em seus quadros e está sobremaneira desfalcada de muitos especialistas. Mas, sem dúvida, o Psicólogo faz muita falta, sobretudo para ajudar e indicar caminhos para que os outros também ajudem àqueles que apresentam problemas mais sérios. Só o fato de se ter alguém que pudesse escutar os anseios dos jovens seria de extrema utilidade; uma vez que ninguém pode ouvi-los na medida que eles querem e necessitam. Sem dúvida, a ação do Psicólogo Escolar auxiliaria muito o processo ensino-aprendizagem.

CONCLUSÃO

A ação de um profissional que pudesse de fato atender às necessidades e expectativas mais profundas que nossos educandos têm seria de vital importância para a educação como um todo e, de maneira especial, para os professores que se estressam, brigam, cobram, incentivam e, às vezes, se decepcionam com esses jovens que não têm nada claro, mas que precisam ser compreendidos e levados a atuarem de forma crítica e consciente na sociedade.

A escola tem tentado suprir a falta de um Psicólogo Escolar; em alguns casos, acerta, noutros erra, mas, ainda assim, tenta. Temos claro que a escola não o substitui, sendo nosso dever lutar para que toda escola tenha um Psicólogo atuante e, acima de tudo, preparado para enfrentar com os jovens os anseios de nosso tempo.

Além disso, a escola pode se beneficiar de recursos que ajudem a melhorar o ambiente escolar e o aprendizado dos alunos. Por exemplo, brinquedos educativos podem ser uma ótima maneira de estimular o aprendizado e a interação entre os alunos. Para mais informações sobre a importância da educação, você pode conferir este artigo sobre a educação como meio de disseminação da cultura.

Psicologia da Educação

Autor: Tarcisio Rocha


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