César Coll Salvador é diretor do Departamento de Psicologia Evolutiva e professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Barcelona, Espanha.
Lá foi coordenador da reforma do ensino de 1990, a Renovação Pedagógica. O modelo desenvolvido por ele e sua equipe inspirou mudanças na educação de diversos países, inclusive no Brasil. Como consultor do Ministério da Educação (MEC) entre 1995 e 1996, colaborou na elaboração dos nossos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicado em 1997.
Ideias
Defensor do currículo como um documento que precisa estar em permanente mudança – para acompanhar os anseios da sociedade em relação à educação de suas crianças, que se modificam constantemente – ele acredita que, para os estudantes aprenderem de fato e a qualidade da educação melhorar, é preciso mais do que métodos consagrados e teorias pedagógicas. A realidade sociocultural e econômica do aluno influencia seu desempenho, assim como as condições de trabalho do professor e o aparato que o sistema oferece para ele formar-se e aprimorar suas práticas. Deve-se valorizar o profissional, o professor, e não o prédio e o mobiliário. O currículo que temos tem influência da Espanha, é um referencial, influencia a transversalidade.
Lamenta que, nos últimos anos, a escola tenha sido alvo de demandas que estão muito além de seu papel e de sua capacidade de dar as devidas respostas. Para resolver esses problemas, ele defende que outras instituições da sociedade civil sejam chamadas a assumir seus papéis e dividir obrigações com o sistema de ensino.
Os PCNs, para ele, deveriam servir como referência e como elemento de reflexão para os educadores modificarem sua prática, não como currículo obrigatório, usado na sua totalidade ou em partes. Devem ser revistos constantemente para serem aprimorados. Os conteúdos não estão a nível nacional, e sim a necessidade da sociedade; o conteúdo deve estar contextualizado, a partir de situações-problema da comunidade. O PCN é partidário, tem caráter político.
Para ele, a qualidade de um sistema educacional depende, além do PCN e do currículo, de avaliações que levam em conta a origem social, econômica e cultural dos estudantes.
O desempenho de uma turma depende do salário pago ao professor, sua qualidade de vida e do apoio do sistema educativo.
O conhecimento pedagógico, para ele, se faz de forma acumulativa.
Critica o construtivismo por existir muitos tipos de métodos que se inspiram nele. O construtivismo tem sido ponto de partida na elaboração de propostas pedagógicas, mas tem uma orientação voltada para aspectos socioculturais. O importante é saber como ajudar o estudante a aprender. Para isso, o papel do professor é fundamental nessa concepção.
A escola não deve ser vista como a solucionadora de todos os problemas sociais, pois não pode atender a todas as demandas colocadas sobre ela.
O conteúdo escolar é tudo o que se pode ensinar e o que se pode aprender, e pode ser factual, conceitual, procedimental ou atitudinal. Os vários tipos de conteúdos são uma divisão que serve para planejar os objetivos e para escolher as atividades adequadas para atingi-los. Na aula, é fundamental ter consciência de que ensinamos conteúdos relativos a procedimentos, atitudes e conceitos ao mesmo tempo.
Para saber mais sobre a influência de pensadores na educação, você pode conferir o artigo sobre pensadores que influenciaram a pedagogia.
Além disso, a discussão sobre a importância do currículo na educação é abordada em Freud e o Papel do Brincar.
Se você está interessado em métodos pedagógicos, não deixe de visitar o artigo sobre Maria Montessori, que revolucionou a forma de ensinar.
Para uma visão mais ampla sobre a educação, o legado de Paulo Freire é essencial.
Se você busca recursos para melhorar a prática pedagógica, considere explorar opções de material didático que podem ser úteis.
sou fão do César Cool
Os PCNs no Brasil foi um desastre. Muito pouco acrescentou na caminhada da escola. Sr Cesar Coll que o senhor ajudou a fomentar como uma politica publica.