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Atualizado em 02/08/2023

UMA NOVA PROPOSTA PARA O ENSINO DE CRIANÇAS COM ADD

Descubra como nosso método de ensino pode ajudar crianças com ADD a alcançar seu melhor potencial. Oferecemos uma abordagem inovadora, eficaz e personalizada que as ajudará a ter sucesso. Venha verificar as nossas soluções e comece a ver diferenças reais.

Autor: Marcelo Cunha Bueno

Fala-se muito sobre pedagogia, teorizam-se processos, montam-se projetos até interessantes para crianças com diferentes síndromes.Estas idéias além de não serem mais do que utópicas, dificilmente chegam a ser debatidas com especialistas sobre as síndromes e levadas à população em geral.

Ao criarmos instituições que amparam crianças com hiperatividade podemos estar afastando definitivamente estas crianças do âmbito social-real comprometendo os esquemas de aprendizagem, linguagem  corporal.

Sabemos que a atenção de crianças com ADD é menor frente à estímulos. Menor no que se refere ao tempo em que a criança fixa sua atenção aos estímulos.

Trataremos nesta etapa do trabalho sobre os aspectos que a atenção pode tomar na vida da criança. Ao lidar com atenção estamos abordando a via de entrada de informações na vida intelectual da criança. Pedagogicamente falando, sabemos que o caminho que essa atenção faz nos primeiros anos da vida da criança é do concreto para o abstrato. A criança vislumbra o concreto percorrendo o caminho do seu desenvolvimento até chegar no abstrato. Essa abstração é tão cobrada e valorizada pelos educadores que por si só é fonte de grande poder intelectual e de criatividade. Entendendo melhor o processo de pensamento de uma criança com ADD, sabe-se que ela ao não dirigir sua atenção somente à um objeto devido à sua sensibilidade a estímulos externos, traça um emaranhado de associações que se acercam muito à abstração. Podemos dizer então, que uma criança hiperativa possui uma capacidade de abstração muito grande que levam à um potencial intelectual e criativo muito elevado.

Da mesma maneira que isolando essa criança do ambiente escolar, com os estímulos existentes nele, é prejudicial, podemos dizer que o oposto pode tornar-se complicado.

Geralmente o trabalho de um educador visa igualmente o individual e junto com isto uma concepção do que é o grupo. Essa criança carece de uma atenção especial, mais cuidadosa, um trabalho amplo, fazendo uma ponte entre sua casa-escola-clínica terapêutica.

Levando em conta a realidade do ensino infantil que hoje está em decadência, carente de profissionais e amparo governamental, insistimos no conhecimento e interesse nas síndromes que afetam a educação. Sabemos que existem classes de quase 40 alunos onde uma atenção especial torna-se inviável. Por isso defendemos a existência de uma ponte entre o meio que a criança vive, ampliando a rede social, fazendo com isto que a criança conviva com mais pessoas, permitindo desta forma um melhor desenvolvimento das suas habilidades.

Buscamos neste trabalho não só divulgar informações sobre uma condição que é tão pouco conhecida e no entretanto afeta tantas pessoas como também discutir as possíveis alternativas para a educação da criança com ADD, propondo métodos de ensino adequados que permitam uma integração social mais ampla.

A principal questão é como podemos dar par uma criança com ADD a atenção e o apoio que elas necessitam quando nem crianças sem a síndrome e com necessidades menores conseguem ter este tipo de atenção? Como desenvolver a atenção da criança aproveitando o potencial criativo e sensível dela?

Primeiramente devemos ter a consciência que a ADD limita a capacidade de aquisição rápida da criança. Deve trabalhar então nestas crianças é o seu lado sensível tanto emocional como criativa. Como já foi mencionado, as crianças com ADD tem um potencial enorme para desenvolver estas capacidades. Antes de iniciar o trabalho devemos saber como realizar a estimulação nelas.

As condições do mundo atual, leva à uma ansiedade pela alfabetização que em alguns casos tem se realizado à partir dos 3 anos de idade, faz com que as crianças deixem de desenvolver algumas outras atividades fundamentais que serviriam como suporte para um alfabetização futura, ampliando a base para a aquisição. Entre estas características ,  o esquema corporal, pois sabemos que o corpo de uma criança pode lhe proporcionar prazer além de ser uma fonte receptiva e transmissora de informações externas e internas.

A criança vai desenvolvendo o seu esquema corporal através do superação de obstáculos e treinamento dos movimentos indo de movimentos grosseiros até a coordenação motora fina.

O corpo sensivelmente capta e percebe sensorialmente o mundo. Essa porta de entrada possibilitará para a criança criar critérios qualitativos e discriminativos que serão fundamentais para a sua percepção espacial, social e corporal. Nas escolas de hoje, o trabalho corporal resume-se às aulas de educação física que podem levar estas crianças à fadiga e consequente desinteresse em desenvolver estas habilidades. O trabalho corporal não deve ser limitado apenas à atividade esportiva, trabalhos em grupos, introdução de regras, etc. Ele é sensível, é dramático, é o processo criativo, que se apresenta como um facilitador para obter a atenção da criança com ADD. Através do corpo sensibilizamos outras áreas. O esquema corporal de uma criança com ADD se vê comprometido por disfunções de inibição e controle.

Uma intervenção por parte do educador pode ser levada para o lado do experimento sensorial. Sabe-se que através do corpo podemos sensibilizar outras áreas. Um exemplo de trabalho com o corpo e que busca através de outro estímulo mais concreto fazer com que a criança experimente sensações corpóreas: Um trabalho com argila pode não buscar apenas a concretização de algo pensado. Existe uma parte sensível que se utiliza do tato.

Fazendo a criança perceber o material com que trabalha. O professor ao estimular, valorizar suas descobertas pode introduzir conceitos discriminativos entre outros devido à sensibilização (que pode ser chamada de “aquecimento”) que a criança experenciou. Com isto abre-se novos caminhos para a introdução e estimulação de outras áreas.

Todo este universo é precioso para a criança pois nele terá liberdade para criar. A criança com ADD tem aí um recurso que seguramente terá sua atenção durante algum tempo. Muitas vezes nos perguntamos se o processo é a segurança da atenção, ou o produto é que mostra o grau de atenção que a criança designou para a atividade.

Como tudo, o processo pedagógico é progressivo. Ao valorizar o processo gerador de um produto estamos abrindo o caminho para uma evolução que exige paciência por parte do educador. A criança com ADD ao trabalhar com suas habilidades sensíveis pode usar a sua percepção à estímulos para desenvolver um produto do processo criativo. Como sabemos, o mais difícil para uma criança com ADD é finalizar uma tarefa, pois assim que começa uma já está prestando atenção em outra. Tendo esta finalidade essa necessidade por um produto na escola infantil, estamos virando a cara para o processo criativo. A cada pensamento, uma forma, um gesto, uma ação, enfim, o processo.

Ao valorizarmos este processo enriquecemos o intelecto da criança e assim, cada vez mais está disposta a criar. Imaginemos se fosse criada uma sala especial para uma criança com ADD, branca, sem interferências ou estímulos senão aqueles já planejados pelo educador.

Estaríamos afastando a possibilidade da criança de entrar em contato com o mundo real, composto de estímulos que ajudariam essa criança a formar conceitos grupais desenvolvendo o seu intelecto capacitado para interagir com o meio.

Acreditamos que lidando com a criança com ADD de uma maneira que a atitude criativa possa ser estimulada e transmitida estaremos fazendo com que a criança se integre melhor ao meio e evite as decepções causadas pela desinformação alheia. É preciso conscientização, não só sobre a problemática em si, mas sobre a predisposição que cada criança tem em cada área do conhecimento. Para isto devemos nos tornar mais sensíveis com visão ampla para um mundo dinâmico e mutável que é o mundo infantil.

Conclusão

Escrito por: Fernando Lage Bastos e Marcelo Cunha Bueno

Através da elaboração deste trabalho, pudemos notar que embora a ADD afete uma parcela grande da população, especialmente infantil e pelo que deduzimos, este problema não deve ser algo novo pois acreditamos que a ADD tenha acompanhado a espécie humana desde sempre, mas foi apenas neste século que começaram a ocorrer alguns avanços nesta área. Novas tecnologias como a psicofarmacologia, o EEG, da genética, das análises neuroquímicas além das tecnologias de neuroimagem como o PET, SPECT, MRI e fMRI, possibilitaram que a definição da ADD como um transtorno e possibilitaram também estabelecer quais eram os seus sintomas e como estes se manifestam. Outros avanços na neuropsicologia e na psicofarmacologia permitiram que o tratamento de ADD fosse possível, permitindo que o indivíduo possa ter uma vida praticamente normal, especialmente se este diagnóstico for feito cedo.

Infelizmente, o diagnóstico precoce da ADD continua a ser um dos maiores problemas em relação à doença. Embora o conhecimento sobre ADD na comunidade científica esteja já bem avançada, o mesmo aparentemente não acontece com a população leiga. As pessoas com ADD passam um bom tempo da sua vida sendo acusadas de uma série de coisas, sua auto-estima é rebaixada, ela tem dificuldade na escola e também tem dificuldades sociais.

A situação em casa normalmente não é melhor, pois os pais, pressionados pela sociedade e escola, frequentemente culpam a criança de algo que ela não tem culpa e ficam se perguntando onde eles erraram.

Mesmo quando os pais ou o paciente procura ajuda para o seu problema a situação pode não ser resolvida sem antes ter se passado por um longo caminho de tratamentos ineficazes, diagnósticos mal feitos e opiniões divergentes.

É neste ponto que gostaríamos de chamar a atenção de psicólogos e pedagogos. Estes profissionais pela sua formação fundamentalmente humanista tendem a desconhecer a parte biológica da mente humana, alguns destes até negam totalmente que a mente seja fundamentada na biologia, mantendo o velho e desatualizado paradigma cartesiano de mente x corpo (res cognito x res extensa). Gostaríamos de chamar a atenção destes profissionais que evitem entrar no caminho do “tudo é psicossomático” e recomendar que estes estudem e se informem mais a respeito da biologia da mente. Muitos casos de ADD passam anos e anos em terapias psicodinâmicas ou em terapias alternativas que só trazem ainda mais sofrimento para o paciente. Sabemos que muitos psicólogos vão se enfurecer com esta idéia, mas infelizmente para eles há coisas que uma droga pode tratar melhor que anos e anos de terapia. Aos médicos, deixamos a recomendação de que não vejam os pacientes de ADD apenas como pessoas que necessitam de uma droga estimulante.

Entendam os problemas causados por este problema e caso seja necessário solicite ajuda de um psicólogo e da equipe pedagógica da escola da criança.

Queremos deixar claro que não estamos dizendo que a Psicologia e a Pedagogia não tem função em ADD. Isto seria uma mentira pois as drogas usadas para o tratamento de ADD não resolvem o problema de anos e mais anos de sofrimento causados pelo não diagnóstico do problema, queremos defender que haja um melhor entendimento entre a Medicina, a Psicologia e a Pedagogia de forma que os profissionais de cada uma destas ciências não tenha a ilusão que possa resolver o problema sem se utilizar do apoio de outros profissionais. O problema de ADD exige uma visão multidisciplinar para ser resolvido.

Finalmente gostaríamos de deixar a mensagem para que os profissionais olhem o problema de vários pontos de vista, se isto fosse feito não só com pessoas com ADD, mas com todos os pacientes que procuram nossa ajuda muito sofrimento seria evitado.

Divulguem o mais que puderem sobre ADD. No dia que estamos escrevendo esta conclusão, podemos ver que um canal de televisão está exibindo um programa explicando o que é ADD para uma parcela da população muito maior do que qualquer livro ou trabalho científico terá acesso. Acho que este será o caminho para um melhor entendimento do problema pela população e a redução do sofrimento provocado pela desinformação.

Temos uma visão otimista que os progressos atuais nos levarão a conhecer melhor a nossa mente e a nossa psicologia, ajudando o Ser Humano a se compreender melhor, trazendo benefícios para a nossa sociedade e quem sabe, melhorando o humor do mundo que anda tão carente de amor, otimismo, compreensão e esperança neste  século.

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