Bourdieu e a Educação: Uma Análise Profunda e Informativa
Este artigo é um resumo do texto de Alberto Tosi Rodrigues, publicado em 2007. O resumo foi utilizado como material de estudo para estudantes do Curso de Licenciatura em Pedagogia durante o segundo semestre de 2007.
Bourdieu e os Esquemas Reprodutores
Surgem algumas questões a partir do pensamento de Bourdieu: será que a dominação social é intransponível? Estamos condenados a reproduzir as estruturas indefinidamente? Bourdieu é um renomado sociólogo que analisa a educação contemporânea sob a influência do modelo de Durkheim. Para uma visão mais ampla sobre a sociologia, você pode conferir Sociologia Geral: Perguntas e Respostas.
A Influência do Estruturalismo e a Síntese Teórica
Para unificar as ciências humanas em torno da sociologia, Bourdieu introduziu uma síntese teórica entre o modelo durkheimiano e o estruturalismo. O estruturalismo busca desvendar o peso das estruturas sociais por trás das ações dos sujeitos. Segundo Bourdieu, os sujeitos são marionetes das estruturas dominantes, mesmo que não tenham consciência disso. A ação dos sujeitos é determinada pelas condições objetivas.
A Reprodução das Estruturas Sociais
Bourdieu argumenta que os indivíduos apenas reproduzem as orientações determinadas pela estrutura social vigente. Os sujeitos estão submetidos aos desígnios da sociedade, realizando ações que são determinadas pelas estruturas dominantes, mesmo que não saibam disso. Os discursos dominantes os fazem acreditar que suas ações são resultado de sua própria vontade.
Bourdieu, Passeron e a Crítica à Ideia de “Escola para Todos”
Em 1964, Bourdieu e Passeron publicam “Os Herdeiros”, um livro que combate uma ideia comum na França da época de que os estudantes seriam uma classe social à parte e responsáveis pela liderança da transformação social. Ironicamente, o livro acabou estimulando revoltas estudantis em maio de 1968.
A Dissimulação da Reprodução das Relações Sociais
Bourdieu e Passeron discordam do discurso segundo o qual uma “escola para todos” tornaria possível a realização das potencialidades humanas. Eles compreendem que a instituição escolar dissimula a reprodução das relações sociais e de poder. Por trás de critérios puramente escolares, estão critérios sociais de triagem e seleção dos indivíduos para ocupar determinados postos na vida. A teoria pedagógica é vista como uma cortina de fumaça que oculta o poder reprodutor do sistema nas mãos dos educadores.
A Violência Simbólica na Ação Pedagógica
Em 1970, Bourdieu e Passeron refinaram suas ideias e publicaram “A Reprodução: Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino”. A tese central do livro é que toda ação pedagógica é uma violência simbólica. Essa violência simbólica ocorre quando um determinado arbitrário cultural é imposto pelo sistema de ensino através de um poder arbitrário.
A Incorporação dos Valores Dominantes
A ação pedagógica visa inculcar os valores dominantes na sociedade. Os alunos interiorizam esses valores e os reproduzem na vida cotidiana. Bourdieu chama esse processo de habitus. O trabalho pedagógico tende a reproduzir as mesmas condições sociais de dominação. O sistema de ensino filtra os alunos e reproduz as relações sociais vigentes.
A Desigualdade e a Reprodução Social na Educação
Os autores argumentam que todo sistema de ensino busca reproduzir as condições de dominação social através da imposição dos valores dominantes. Alunos de diferentes classes sociais têm diferentes oportunidades educacionais e isso determina sua posição na hierarquia econômica e social. Para entender melhor a evolução da sociologia, você pode ler sobre A Evolução da Sociologia do Princípio da Sociedade até Marx.
Referência
RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. 6. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
Fonte: http://atelierdeducadores.blogspot.com/2010/04/bourdieu-e-educacao.html
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