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Artigo- PSICOLOGIA: INTRODUÇÃO AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM / FASES DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

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Artigo- PSICOLOGIA: INTRODUÇÃO AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM / FASES DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Serão apresentados alguns conceitos introdutórios das teorias de aprendizagem. As Teorias de aprendizagem são os estudos que procuram investigar, sistematizar e propor soluções relacionadas ao campo do aprendizado humano.

 

Piaget – Epistemologia Genética

Jean Piaget (1896-1980) nasceu na Suíça, sendo graduado em biologia pela Universidade de Neuchâtel (1918). Iniciou suas pesquisas em psicologia em 1919. O foco do seu trabalho era a natureza do conhecimento humano.

Esta teoria do desenvolvimento da inteligência consiste em parte numa combinação das teorias filosóficas, o apriorismo e o empirismo. Baseado em experiências com crianças a partir do nascimento até a adolescência, Piaget concluiu que o conhecimento não é totalmente próprio do sujeito, como diz o apriorismo, nem decorre completamente do ambiente que o cerca, como conclui o empirismo.

Para Piaget, a aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta exclusiva, aprendida de acordo com a experiência, obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o desenvolvimento seria uma aprendizagem concreta, sendo este o responsável pela elaboração dos conhecimentos.

A psicóloga Ângela Biaggio, em Psicologia do Desenvolvimento (Biaggio, 1976) resume bem os estágios propostos por Piaget:

  1. Estágio sensório-motor, aproximadamente de 0 a 2 anos: a atividade intelectual da criança é de natureza sensorial e motora. A principal característica desse período é a ausência da função semiótica, isto é, a criança não representa mentalmente os objetos. Sua ação é direta sobre eles. Essas atividades serão o fundamento da atividade intelectual futura. A estimulação ambiental interfere na passagem de um estágio para o outro.
  1. Estágio pré-operacional, aproximadamente de 2 a 6 anos: (Biaggio destaca que em algumas obras Piaget engloba o estágio pré-operacional como um subestágio do estágio de operações concretas): a criança desenvolve a capacidade simbólica; “já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significado (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado”. Para a educação, é importante ressaltar o caráter lúdico do pensamento simbólico.

Este período caracteriza-se: pelo egocentrismo: isto é, a criança ainda não se mostra capaz de colocar-se na perspectiva do outro; o pensamento pré-operacional é estático e rígido, a criança capta estados momentâneos, sem juntá-los em um todo; pelo desequilíbrio: há uma predominância de acomodações e não das assimilações; pela irreversibilidade: a criança parece incapaz de compreender a existência de fenômenos reversíveis, isto é, que se fizermos certas transformações, é capaz de restaurá-las, fazendo voltar ao estágio original, como por exemplo, a água que se transforma em gelo e aquecendo-se volta à forma original.

 

  1. Estágio das operações concretas, aproximadamente dos 7 aos 11 anos: a criança já possui uma organização mental integrada, os sistemas de ação reúnem-se em todos integrados. Piaget fala em operações de pensamento ao invés de ações. É capaz de ver a totalidade de diferentes ângulos. Conclui e consolida as conservações do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objetos, agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite um sem número de aprendizagens.

 

  1. Estágio das operações formais, aproximadamente dos 12 anos em diante: ocorre o desenvolvimento das operações de raciocínio abstrato. A criança se liberta inteiramente do objeto, inclusive o representado, operando agora com a forma (em contraposição ao conteúdo), situando o real em um conjunto de transformações. A grande novidade do nível das operações formais é que o sujeito torna-se capaz de raciocinar corretamente sobre proposições em que não acredita, ou que ainda não acredita que ainda considera puras hipóteses. É capaz de inferir as consequências.

 

Burrhus Frederic Skinner – Behaviorismo

O behaviorismo, ou teoria comportamental, significa conduta, comportamento. Esta teoria foi desenvolvida no início de 1913, com um manifesto criado por John B. Watson (1878-1958) – “A Psicologia como um comportamentista a vê” – e por Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936). Embora o behaviorismo tenha origem resultante dos trabalhos do inglês John B. Watson e do russo Ivan Petrovich, o estabelecimento dos seus princípios foi responsabilidade do psicólogo Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), a partir das suas experiências com ratos. Os ratos eram condicionados e seus comportamentos eram moldados com base em um sistema de estímulo, resposta e recompensa. Nesta teoria, a aprendizagem, independente da pessoa, deverá seguir as seguintes etapas:

  • Identificação do problema;
  • Questionamentos acerca dos problemas;
  • Hipóteses;
  • Escolha das hipóteses;
  • Verificação;
  • Generalização.

Esta teoria conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, amparada sobre mapas cognitivos – interações estímulo-estímulo – causados nos mecanismos cerebrais. Assim sendo, para cada grupo de estímulos, o indivíduo produz um comportamento distinto e, de maneira previsível.

 

Lev Vygotsky – Sócio-interacionismo

O sócio-interacionismo surge da ênfase no social. Os estudos de Lev Vygotsky (1896-1934) sobre o aprendizado provêm da concepção do homem como um ser que se constitui em contato com a sociedade. Segundo Miranda; Senra, (2012), estes são os pilares básicos do pensamento de Vygotsky:

  1. “As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral”. O cérebro é um sistema aberto, pois é mutável. Suas estruturas são moldadas ao longo da história do homem e de seu desenvolvimento individual;
  2. O funcionamento psicológico tem como base as relações sociais, dentro de um contexto histórico;
  3. A cultura é parte essencial do processo de construção da natureza humana;
  4. A relação homem-mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos. Entre o homem e o mundo existem elementos mediadores – ferramentas auxiliares da atividade humana.

 

A teoria de Vygotsky com relação ao desenvolvimento infantil é vista por três aspectos:

O Aspecto Instrumental – compete à natureza como mediadora das funções psicológicas mais complexas. Não somente respondemos aos estímulos que nos são proporcionados pelo meio, assim como o modificamos e usamos as modificações.

O Aspecto Cultural – abrange os meios socialmente organizados pelos quais a sociedade estrutura os tipos de trabalhos que a criança em desenvolvimento deve enfrentar, e os tipos de instrumentos mentais e físicos que ela utiliza para dominar estas tarefas.

O Aspecto Histórico – os instrumentos culturais ampliam os poderes do homem e organizam seu pensamento.

Vygotsky definiu três estágios de desenvolvimento:

 

1° – Nível de Desenvolvimento Real – refere-se a tudo aquilo que a criança já tem consolidado em seu desenvolvimento, e que ela é capaz de fazer sozinha sem a mediação de um adulto ou de outra criança.

2° – Nível de Desenvolvimento Potencial: refere-se à solução de atividades realizadas sob a orientação de um outro indivíduo mais capaz ou em cooperação com colegas mais experientes;

3º – Nível De Desenvolvimento Proximal – refere-se aos processos mentais que estão em construção na criança, ou que ainda estão em processo de maturação: é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.

Conforme Vygotsky, a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) é potencializada por meio da interação social do aprendiz com outro(s) indivíduo(s) mais experiente(s). A aplicação de sua abordagem na prática educacional requer, primeiramente, que o instrutor reconheça a ideia desta zona proximal e a estimule ao desenvolvimento cooperativo e colaborativo, procurando promover assim, um caminho de aprendizagem adequado, capaz de conduzir o aprendiz de sua Zona de Desenvolvimento Proximal ao Nível de Desenvolvimento Real (VYGOTSKY, 1988).

 

Todas as teorias de aprendizagem e as fases do desenvolvimento da criança são de grande importância para o entendimento do processo do desenvolvimento da criança. Esses estudos devem ser profundamente considerados, pois a sua contribuição à área pedagógica é de grande valor.

 

Para mais informações sobre o desenvolvimento infantil, você pode conferir o artigo sobre a educação infantil em panorama brasileiro.

 

Se você está interessado em recursos que podem auxiliar no aprendizado, considere explorar opções de brinquedos educativos que podem ser muito úteis.

 

Além disso, a compreensão das dificuldades de aprendizagem é essencial para um ensino mais inclusivo e eficaz.

 


Professora Fábia Monteiro
Professora Fábia Monteiro
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