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Atualizado em 10/08/2024

A importância da arte indígena em 2021: conheça sua diversidade e significado cultural

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INDIAARTE INDÍGENA

O que é índio? Um índio não chama a si mesmo de índio. Esse nome foi trazido pelos colonizadores no século XVI. O índio mais antigo desta terra, hoje chamada Brasil, se autodenomina Tupy, que significa “Tu” (som) e “py” (pé), ou seja, o som-de-pé, de modo que o índio é uma qualidade de espírito posta em uma harmonia de forma.
Meu desenho de índio! No A3, feito com lápis de cor.

Esta história revela o jeito do povo indígena de contar a sua origem, a origem do mundo, do cosmos, e também mostra como funciona o pensamento nativo. Os antropólogos chamam de mito, e algumas dessas histórias são denominadas de lendas.

Qual a origem dos índios? Conforme o mito Tupy-Guarani, o Criador, cujo coração é o Sol, tataravô desse Sol que vemos, soprou seu cachimbo sagrado e da fumaça desse cachimbo se fez a Mãe Terra. Chamou sete anciães e disse: ‘Gostaria que criassem ali uma humanidade’. Os anciães navegaram em uma canoa que era como cobra de fogo pelo céu; e a cobra-canoa levou-os até a Terra. Logo eles criaram o primeiro ser humano e disseram: ‘Você é o guardião da roça’. Estava criado o homem. O primeiro homem desceu do céu através do arco-íris em que os anciães se transformaram. Seu nome era Nanderuvuçu, o nosso Pai Antepassado, o que viria a ser o Sol. E logo os anciães fizeram surgir das Águas do Grande Rio Nanderykei-cy, a nossa Mãe Antepassada. Depois eles geraram a humanidade, um se transformou no Sol, e a outra, na Lua.São nossos tataravós.

ARQUITETURA INDÍGENA
Taba ou Aldeia é a reunião de 4 a 10 ocas, em cada oca vivem várias famílias (ascendentes e descendentes), geralmente entre 300 a 400 pessoas. O lugar ideal para erguer a taba deve ser bem ventilado, dominando visualmente a vizinhança, próxima de rios e da mata. A terra, própria para o cultivo da mandioca e do milho.

No centro da aldeia fica a ocara, a praça. Ali se reúnem os conselheiros, as mulheres preparam as bebidas rituais, têm lugar as grandes festas. Dessa praça partem trilhas chamadas pucu que levam à roça, ao campo e ao bosque.

Destinada a durar no máximo 5 anos, a oca é erguida com varas, fechada e coberta com palhas ou folhas. Não recebe reparos e, quando inabitável, os ocupantes a abandonam. Não possuem janelas, têm uma abertura em cada extremidade e em seu interior não há nenhuma parede ou divisão aparente. Vivem de modo harmonioso.

PINTURA CORPORAL E ARTE PLUMÁRIA (COCARES)

Pintam o corpo para enfeitá-lo e também para defendê-lo contra o sol, os insetos e os espíritos maus.
E para revelar de quem se trata, como está se sentindo e o que pretende. As cores e os desenhos ‘falam’, dão recados.
Índia Kadiweu
Boa tinta, boa pintura, bom desenho garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, na viagem. Cada tribo e cada família desenvolvem padrões de pintura fiéis ao seu modo de ser.
Padrões de pintura corporal indígena
Nos dias comuns, a pintura pode ser bastante simples, porém, nas festas e nos combates, mostra-se requintada, cobrindo também a testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é função feminina; a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido.
Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve para enfeites: mantos, máscaras, cocares, e passam aos seus portadores elegância e majestade.
Kaxinawá do Acre
Esta é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas à pura busca da beleza.
A disposição e as cores das penas do cocar não são aleatórias. Além de bonito, ele indica a posição de chefe dentro do grupo e simboliza a própria ordenação da vida em uma aldeia Kayapó. Em forma de arco, uma grande roda a girar entre o presente e o passado. “É uma lógica de manutenção e não de progresso”, explica Luis Donisete Grupioni. A aldeia também é disposta assim. Lá, cada um tem seu lugar e sua função determinados.
Plumas de arara e mutum, costuras com fibra de palmito e fios de algodão
TRANÇADOS E CERÂMICA

A variedade de plantas que são apropriadas ao trançado no Brasil dá ao índio uma inesgotável fonte de matéria-prima.

É trançando que o índio constrói a sua casa e uma grande variedade de utensílios, como cestos para uso doméstico, para transporte de alimentos e objetos trançados para ajudar no preparo de alimentos (peneiras), armadilhas para caça e pesca, abanos para aliviar o calor e avivar o fogo, objetos de adorno pessoal (cocares, tangas, pulseiras), redes para pescar e dormir, instrumentos musicais para uso em rituais religiosos, etc.

Cestos Yanomamis

Tudo isso sem perder a beleza e feito com muita perfeição.

A cerâmica destacou-se principalmente pela sua utilidade, buscando a sua forma, nas cores e na decoração exterior. O seu ponto alto ocorreu na ilha de Marajó.
Cerâmica Kadiweu
Cerâmica Macuxi
COMO OS ÍNDIOS QUASE DESAPARECERAM
O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja pela ação das armas, seja pelo contágio de doenças trazidas dos países europeus, para as quais os índios não tinham anticorpos, ou ainda, pela aplicação de políticas visando à “assimilação” dos índios à nova sociedade implantada, com forte influência europeia.
Embora não se saiba exatamente quantas sociedades indígenas existissem no Brasil na época da chegada dos europeus, há estimativas sobre o número de habitantes nativos naquele tempo que variam de 1 a 10 milhões de indivíduos.

Estes números nos dão uma ideia da imensa quantidade de pessoas e sociedades indígenas inteiras exterminadas ao longo destes mais de 500 anos, como resultado de um processo de colonização baseado no uso da força, por meio das guerras e da política de assimilação.
Da mesma forma que os brancos procuraram a explicação para a origem dos índios, estes também elaboraram explicação para a origem do homem branco. O processo do colonizador, do qual os índios brasileiros foram vítimas, ocorreu assim: primeiro foram cativados para o trabalho de exploração do pau-brasil em troca de objetos que exerciam fascínio sobre eles; depois veio a escravização e a tentativa de fazê-los trabalhar na lavoura da cana-de-açúcar; suas terras foram sendo tomadas e os que não se submeteram ao colonizador e não conseguiram fugir Brasil adentro, morreram após lutar corajosamente pela sua terra e pela liberdade.

Os índios que conseguiram sobreviver eram descaracterizados pela catequese feita pelos jesuítas e pela própria convivência com o homem branco. Com isso, muitos foram perdendo sua identidade cultural, substituindo suas crenças e costumes pelos valores dos colonizadores. Transformaram-se assim em seres marginalizados e explorados dentro da sociedade branca.
Textos coletados no site:

MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. A visão indígena brasileira. Disponível em:http://www.historiadaarte.com.br/arteindigena.html&gt

Para saber mais sobre a cultura indígena, você pode conferir o artigo sobre as belezas e tradições autênticas do Nordeste.

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Além disso, a arquitetura indígena é fascinante e pode ser explorada em mais detalhes no artigo sobre a Proclamação da República.


Este texto foi publicado na categoria Cultura e Expressão Artística.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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