Para Orly Mantovani, a criança deve encontrar na escola um ambiente onde haja estímulos que favoreçam seu desenvolvimento harmônico nos aspectos físico, sócio-emocional e intelectual.
A metodologia proposta por Orly sugere atividades em que o sujeito interaja continuamente com o mundo externo, resolvendo problemas através de trabalho em grupo e atendimento individual, jogos simbólicos, etc.
Situações ricas em estímulo são propostas para que a criança sinta curiosidade, haja sobre a realidade, estruturando, assim, seus conhecimentos de forma que as estruturas mentais deste estágio possam ser construídas.
A adaptação social é feita através da linguagem. Esta é usada como vínculo entre criança/mundo externo (físico, social…), apesar da linguagem não constituir fator essencial na representação do pensamento, pois durante a inteligência sensório-motora, o sujeito estabelece uma lógica de coordenação das ações.
A formação do pensamento em termos de representação conceitual é construída paralelamente com a aquisição da linguagem, porém estes dois processos são ligados à função semiótica.
Através da exploração ativa dos objetos do ambiente escolar, a criança (com ajuda da professora) descobre conceitos e noções.
A professora promove situações em que o conhecimento físico, lógico-matemático e conceitual sejam vivenciados para que ocorra a troca de esquemas mentais.
União Perfeita
Piaget preocupa-se com as modificações das estruturas cognitivas; Orly elaborou situações de perturbações ambientais para facilitar o processo de equilibração.
O vocabulário usado pela professora que segue tal metodologia corresponde ao vocabulário usado no método clínico.
Partindo da afirmativa de Jean Piaget que existe ligação entre as funções cognitiva/afetiva, a metodologia propõe atividades de cooperação, motivação e ações que favoreçam as modificações intelectuais, sociais e afetivas.
Favorecer o desenvolvimento global da criança implica também em dar-lhe oportunidade de representar, pois através do jogo simbólico a criança reforça as categorias de espaço, tempo, causalidade e constância de objetos. Este tipo de atividade ajuda a criança a livrar-se do egocentrismo característico deste estágio e tornar-se menos dispersa.
Segundo Piaget, a criança pré-operatória tem o pensamento independente da linguagem. Cabe então à professora estabelecer diálogos que levem a criança a unir o pensamento e a linguagem.
Durante o período pré-operatório, a criança não é capaz de generalizar ou diferenciar deveres, regras e ordem. Assim, as atividades escolares e rotineiras devem ser elaboradas em grupo e ter sentido de aplicabilidade.
As atividades propostas para o desenvolvimento da metodologia Piagetiana de Educação Pré-Escolar visam não somente fornecer à criança situações em que possam ser trabalhadas as noções de conservação, classificação e seriação, mas também conceitos morais e sociais, autoconceito e desenvolvimento motor de forma integrada para que o processo de equilibração ocorra concomitante até que ocorra o que Piaget chama de “estrutura de conjunto”, fazendo com que o sujeito vença as dificuldades deste estágio e passe para o estágio posterior.
Piaget tem como centro de seus estudos científicos a investigação experimental das estruturas intelectuais e a formação das funções e conteúdos da inteligência. Os conceitos básicos de sua teoria baseiam-se pela descrição assimilação/adaptação/acomodação.
As etapas do desenvolvimento obedecem à sucessão de estágios através da equilibração, que é o resultado das trocas do sujeito com o meio.
Assim, Piaget divide estes períodos:
- Sensório-motor: 0 a 2 anos. A inteligência é construída através do movimento e ação pelo processo de ensaio e erro.
- Pré-operatório: 2 a 7 anos (aparecimento da linguagem). A criança apresenta pensamento simbólico, ou seja, capacidade de representar algo que tenha significado, contudo, não têm condições de classificar, seriar, ou ter a capacidade de reversibilidade. Têm uma visão egocêntrica do mundo. Neste período, ela começa a dominar problemas de inclusão de classes.
- Operatório concreto: 7 a 12 anos. A criança tem mais conexão de suas ideias e é capaz de justificá-las. O pensamento, nesta fase, afasta-se da realidade, substituindo os objetivos ausentes por representações mentais, desde que equivalham ao real.
- Operatório-formal: (adolescência) fase do pensamento hipotético-dedutivo, onde o indivíduo tem a capacidade de raciocinar a partir de hipóteses. Piaget não fez muitas referências a este período.
Trabalho de alunas do 5º período de pedagogia. Para saber mais sobre o desenvolvimento infantil, confira o plano de aula sobre órgãos sensoriais, que pode ser uma ótima ferramenta para aplicar os conceitos de Piaget na prática.
Além disso, para enriquecer a experiência de aprendizagem, considere utilizar brinquedos educativos que estimulam a curiosidade e o desenvolvimento cognitivo das crianças.
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