A Relevância do Ensino de Ciências na Educação Infantil: Desafios e Conquistas
Descubra como o ensino de Ciências na educação infantil pode trazer desafios, mas também oportunidades para o desenvolvimento das crianças. Saiba mais sobre as conquistas e como isso pode ser benéfico para o seu filho!
É necessário que se recrie o método do ensino de ciências baseado em uma proposta de ensino para a vida, um método que permita uma nova abordagem, que sensibilize o aluno para o mundo natural, mas que não se limite a isso, que também faça com que esse aluno aprenda, pense, questione e principalmente queira saber mais.
É necessário aulas e professores que estimulem e proporcionem dúvidas aos alunos durante as aulas a fim de que recebam e assimilem as várias informações transmitidas, para que viajem por diversos lugares, diferentes aspectos que não se resumam à mera descrição dos ossos de nosso corpo ou das partes de uma árvore, mas que proporcione enxergar além destes aspectos restritos. É necessário um ensino de ciências que faça com que o aluno tenha oportunidade de ver os detalhes das coisas (como uma flor ou espinhos de cacto) que nunca parariam para prestar atenção, por falta de oportunidade, tempo ou motivação. Além disso, e principalmente, ter espaço para satisfazer suas dúvidas e curiosidades.
Desenvolvimento
O contato da criança com o ensino de Ciências nas séries iniciais é extremamente pertinente, uma vez que crianças dessa faixa etária são naturalmente curiosas, investigativas e observadoras, demonstram bastante interesse em conhecer o mundo que a cerca, a partir dos estímulos recebidos através dos professores e dos seus métodos de trabalharem com esses interesses.
Esse conhecimento deve partir dos interesses das crianças, de suas necessidades imediatas e do meio em que elas vivem, cabendo ao professor priorizar as habilidades naturais de cada faixa etária, com trabalhos que estimulem o desenvolvimento das habilidades de observação, descrição oral ou através do desenho, da exploração do ambiente em que vive; o clima da cidade ou até mesmo o jardim da escola, ou seja, estabelecer relações entre os diversos elementos que compõem seu meio; enriquecer suas experiências, a fim de que as crianças adquiram o gosto pelas pesquisas e descobertas, adquirir hábitos de uma vida sadia em relação à higiene, alimentação, eliminação e recreação, proporcionando o desenvolvimento de uma postura crítica e reflexiva frente às descobertas e os fatos do mundo real.
Estimular a participação ativa das crianças, trabalhar de forma dinâmica e demonstrativa os conteúdos do livro didático de ciências é uma das maneiras eficazes para desmistificar o rótulo de que ciências é matéria decorativa e desnecessária na educação infantil. Dessa forma, vai se formando no aluno um “rico” de informações, que em seu conjunto vai tomando consistência e forma, criando um alicerce onde podem se sustentar outras informações sobre esse mundo natural.
O estudo das ciências nesse nível de escolaridade contribui para a formação da consciência crítica da criança diante das descobertas e dos fatos científicos e tecnológicos presentes, permitindo que a alfabetização não se restrinja à linguagem, mas avance no campo científico-tecnológico. Nesse sentido, estaremos caminhando para a formação de indivíduos que, no futuro, serão capazes de entender e respeitar a nossa posição no planeta e no universo.
Para se consolidar o ensino de ciências na educação infantil, é necessário uma reflexão sobre a importância da prática de educação em ciências e da qualificação dos professores da educação infantil e do ensino fundamental para tratar do assunto, pois muitos se demonstram preparados para desenvolver este tipo de atividade de discussão no ambiente escolar. É preciso que os professores superem a falta de visão por parte dos elaboradores dos programas curriculares e dos livros didáticos sobre a importância do conhecimento de ciências para a formação dos indivíduos.
É necessário que os educadores se esforcem e promovam uma quebra do paradigma, no qual a ciência é dogmatizada como pertencente a uma esfera na qual os alunos das séries iniciais não têm possibilidade de participar.
O professor, seja ele de educação infantil, ensino médio ou superior, deve priorizar o ensino de ciências com uma visão de que, através deste ensino para a vida, ele estará preparando jovens criativos e com grande capacidade de adaptação para a vida; gente que saiba assimilar novos conhecimentos e habilidades ao invés de simplesmente aplicar aquilo que já sabe.
Porém, grande é o desafio; faz-se necessário a inovação: basear-se nos acertos do passado e no capital cultural acumulado pela pesquisa em ensino para lançar propostas novas e arrojadas.
Entretanto, o objetivo central do ensino de Ciências é o de incluir a aquisição do conhecimento científico por uma população que compreenda e valorize a Ciência como empreendimento social. Um ensino de qualidade não é necessariamente conquistado, depende da existência de bons materiais, incluindo livros, manuais de laboratórios e guias de professores, docentes que sejam capazes de usá-los, bem como condições na escola para o seu pleno desenvolvimento. Só assim teremos crianças adequadamente formadas e capazes de correlacionar as disciplinas escolares com atividades científicas e tecnológicas e os problemas sociais contemporâneos.
É através das aulas práticas do ensino de Ciências de qualidade que os educandos serão capazes de perceber as diferentes funções voltadas para as diversas concepções do papel da escola e das formas de aprendizagem. Entretanto, é necessário um currículo que focalize primordialmente a transmissão de informações; o trabalho em laboratório é motivador da aprendizagem, levando ao desenvolvimento de habilidades técnicas e principalmente auxiliando a fixação do conhecimento sobre os fenômenos e fatos.
E, nesse sentido, estamos falando em experimentação no ensino de ciências como algo complementar e necessário ao processo educacional. É importante ressaltar que, na perspectiva de entendermos a experimentação como parte integrante do processo ensino-aprendizagem de ciências, deve-se dar ao aluno a oportunidade de expressar suas concepções dos fenômenos de forma direta, experimental, ou de forma indireta, através de registros desses fenômenos.
Para finalizar, é importante assinalar que a importância do professor nesse processo é redobrada. O “conteúdo” deixa de ser aquele quadro com perguntas e respostas prontas e acabadas; sendo um erro fatal do aluno tentar buscar respostas ou saber mais que o conteúdo programado pelo professor, passa a ser trabalhado e abordado através das dúvidas e do conhecimento dos próprios alunos.
É necessário que o professor se atualize a fim de motivar os alunos em sala de aula e na escola, pois hoje em dia, a televisão e a Internet trazem coisas mais interessantes que não exigem frequência, notas e presenças.
O aprendizado das ciências implica, portanto, a troca de concepções fortemente enraizadas na vivência dos alunos.
É neste sentido que vale a pena professores e educadores levarem em consideração as concepções de seus alunos, estimulando-os a explorar as potencialidades de suas ideias e, eventualmente, suas limitações. É a partir da compreensão das limitações de suas concepções prévias sobre os temas científicos que os alunos estarão preparados para considerar o potencial das ideias apresentadas nas teorias científicas.
Conclusão
Este artigo é uma tentativa de abordar os significados que atribuímos às experiências com a disciplina metodologia do ensino das ciências. A mesma foi importantíssima, pois nos permitiu vivenciar durante o curso experiências além da sala de aula, possibilitando-nos conhecermos a magnitude da ciência que nos rodeia em todo o âmbito educacional; os passeios no departamento, o que nos fez repensar nossas próprias concepções do ensino de ciências que aprendemos no ensino fundamental, a partir de reflexões e vivências suscitadas por nós a pedido da orientadora, que demonstrou e despertou-nos o real sentido de estudarmos a ciência e toda a amplitude em torno da mesma.
Acreditamos que esta vivência favoreceu um diálogo entre as nossas reflexões e as reflexões da turma, possibilitando uma experiência dialética de formação. Entendemos que esta foi uma experiência dialética na medida em que as relações entre nós e a professora constituíram-se em um espaço de formação mútua.
Autor: Anna Valeria Dias Vieira
Para saber mais sobre a importância do ensino de ciências, confira as habilidades da BNCC para o Ensino Fundamental 1.
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