A Psicologia do Desenvolvimento
Explore como as crianças crescem e se desenvolvem através dos princípios e teorias da Psicologia do Desenvolvimento, conhecendo as etapas da infância e adolescência com uma análise científica.
A Psicologia do Desenvolvimento
Estuda o desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos:
- Físico – Motor;
- Intelectual;
- Afetivo – Emocional;
- Social;
Desde o nascimento até a idade adulta, isto é, a idade em que todos esses aspectos atingem o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade.
O Desenvolvimento Humano
Refere-se ao desenvolvimento e ao crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo aparecimento gradativo de estruturas mentais.
Qual a importância do Desenvolvimento Humano?
Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de uma faixa etária, permitindo-nos reconhecer as individualidades, o que nos torna mais aptos para a observação e interpretação dos comportamentos. É descobrir que ele é determinado pela interação de vários fatores: São eles:
Hereditariedade – A carga genética estabelece o potencial individual, que pode ou não desenvolver-se. A inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do potencial, dependendo das condições do meio que encontra.
Crescimento orgânico – Refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a estabilização do esqueleto permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do mundo que antes não existiam.
Maturação neurofisiológica – É o que torna possível determinado padrão de comportamento. Ex. A alfabetização das crianças, como elas seguram os objetos.
Meio – O conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de comportamento do indivíduo.
O desenvolvimento humano, para efeito de estudo, tem sido abordado a partir de quatro aspectos básicos.
Aspecto físico – motor – Refere-se ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica, à capacidade de manipulação de objetos e de exercícios do próprio corpo. Ex. A criança levaria a chupeta à boca.
Aspecto intelectual – É a capacidade de pensamento, raciocínio. Ex. a criança de 2 anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está embaixo de um móvel.
Aspecto Afetivo – Emocional – É o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. É o sentir como organizar seus sentimentos. Ex. Quando ficamos envergonhados com algum sentimento.
Aspecto Social – É a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas. Ex. em um grupo de crianças, no parque, é possível observar alguma que espontaneamente busca outras para brincar.
Todas as teorias do desenvolvimento humano partem do pressuposto de que esses quatro aspectos são indissociados, mas elas também podem enfatizar aspectos diferentes, isto é, estudar o desenvolvimento global a partir da ênfase em um dos aspectos. Jean Piaget enfatiza o desenvolvimento intelectual.
Segundo Jean Piaget, a teoria do desenvolvimento humano divide-se de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento, o que, por sua vez, interfere no desenvolvimento global.
1º Período: Sensório – motor (0 a 2 anos)
Neste período, a criança conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca. Por volta dos 5 meses, a criança consegue coordenar os movimentos das mãos e olhos e pegar objetos, aumentando sua capacidade de adquirir hábitos novos. No final do período, a criança é capaz de usar um instrumento como meio para atingir um objeto.
2º Período: Pré – operador
Neste período, o que de mais importância acontece é o aparecimento da linguagem, que irá acorrentar modificações nos aspectos intelectual, afetivo e social da criança. Ainda neste período, há também o desenvolvimento do pensamento que acelera. É um pensamento adaptado ao outro e ao real.
No aspecto afetivo, surgem os sentimentos interindividuais, sendo que um dos mais relevantes é o respeito que a criança nutre pelos indivíduos que julga superiores a ela.
3º Período: Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos)
O desenvolvimento mental, caracterizado no período anterior pelo egocentrismo intelectual e social, é superado neste período pelo início da construção lógica, isto é, a capacidade da criança de estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos de vista diferentes. No plano afetivo, isto significa que os outros, de trabalhar em grupo e, ao mesmo tempo, de ter autonomia pessoal.
4º Período: Operações Formais (11 ou 12 anos em diante)
Neste período, ocorre a passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no plano das ideias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas, como no período anterior.
No aspecto afetivo, o adolescente vive em conflitos. Deseja libertar-se do adulto, mas ainda depende dele.
O Adolescente Segundo Piaget
A meta de Piaget, e o que fornece coerência à sua sistematização, é a busca do mecanismo que poderia explicar o conhecimento e sua construção gradativa ao longo da vida do indivíduo.
O dado inicial que está na base de todo o futuro desenvolvimento é a realidade biológica, o ser humano como um organismo que procura adaptar-se ao mundo para sobreviver. “organismo – ambiente – interação – realidade biológica”.
Desde as primeiras trocas com a realidade exterior, o organismo mostra-se equipado com alguns instrumentos que recebe como herdeiro de sua espécie.
Segundo Piaget, existem dois grandes fatores hereditários que podem contribuir para o desenvolvimento:
1º Identificação pela transmissão hereditária de estruturas físicas, como o sistema nervoso e os órgãos sensoriais. Neste grupo, estão também incluídos os comportamentos de reação automática como os reflexos.
2º Segundo grupo de fatores hereditários não compreende a transmissão de algo específico, mas sim, o legado do próprio funcionamento. Para Piaget, todas as espécies herdam duas tendências básicas: a adaptação e organização, também chamadas de “funções invariantes”.
A equilibração é, pois, um processo contínuo que permite a adaptação do organismo ao meio.
São duas atividades opostas e inseparáveis, reguladas pela equilibração: a assimilação e a acomodação.
A assimilação acontece quando o organismo incorpora ou adota estímulos que não passam a fazer parte de suas características estruturais e funcionais.
A atividade complementar à assimilação é a acomodação, que se realiza quando os estímulos ambientais exigem mudanças estruturais do organismo a fim de serem incorporados.
A assimilação envolve o relacionamento da pessoa com o ambiente em termos de suas estruturas, enquanto a acomodação compreende as transformações de suas estruturas em resposta ao ambiente.
A assimilação e a acomodação são mantidas em equilíbrio dinâmico por meio da atividade autorreguladora do organismo, ou seja, do equilíbrio.
O desequilíbrio ocorre quando um organismo não dispõe de estruturas de conhecimento a um nível que permita a assimilação direta de um evento.
Do ponto de vista biológico, a organização é inseparável da adaptação: são dois processos complementares de um mecanismo único, sendo o primeiro aspecto interno do ciclo, do qual a adaptação constitui o aspecto exterior.
A organização nos seres vivos depende do início das estruturas físicas hereditárias que, como dissemos, estabelecem possibilidades e limitações, definindo formas e níveis de reação do organismo aos estímulos exteriores.
A organização é uma função invariante de todos os seres vivos e se refere à tendência dos organismos de coordenar as estruturas em um sistema necessário à sobrevivência.
A inteligência não apareceu de modo algum, em um determinado momento de desenvolvimento mental, como um mecanismo inteiramente montado em todas as suas peças, e radicalmente distinto dos que o procederam. Pelo contrário, apresenta uma notável continuidade com os processos adquiridos ou mesmo provenientes da associação habitual e do reflexo, processo esse em que a inteligência se baseia, ao mesmo tempo que os utiliza.
A assimilação generalizadora refere-se à aplicação do reflexo a objetos cada vez mais variados.
A assimilação reconhecedora, por sua vez, revela uma discriminação dos objetos de sua ação, levando ainda a um reconhecimento prático e motor, pois não há no recém-nascido diferenciação entre seu universo e o externo, e nem o conceito do objeto permanente.
Além disso, a escolha de brinquedos educativos pode influenciar significativamente o desenvolvimento das crianças, proporcionando estímulos adequados para cada fase do crescimento.
Autor: Paulo Vitor Louback da Cunha