O tema desta pesquisa – a música como princípio educativo, foi escolhido pelo fato de ser a música uma prática presente em minha vida, desde a infância. Embora nunca tenha estudado música, sempre tive muita facilidade para tocar instrumentos. Sempre soube distinguir, dentro da música, se uma nota está correta ou não, se está afinada ou não. Tive apenas uma introdução, nunca estudei música a fundo. Com isto toco um pouco de violão, um pouco de teclado e um pouco de flauta.
Comecei a ter noção de música quando tinha 11 anos, com um vizinho de minha avó, que, na época, tocava em uma banda, e me ensinou os primeiros acordes do violão. Aprendi algumas músicas pequenas, simples, mas que foram importantes para o início de minha trajetória musical. Não me lembro quanto tempo duraram estas aulas, mas sei que aí foi o início de tudo. Nesta época estudava no Colégio PioXII, no curso de admissão1, e lá havia um coral que me despertou a curiosidade e quis fazer parte dele. Como já estava no final do ano letivo e logo teria que me mudar de escola, não pude continuar cantando no coral. Foi uma pequena experiência, mas vi que também gostava de cantar e podia fazer isso, pois tinha uma voz afinada e num tom próprio para coral.
Depois de um tempo, comecei a tocar as músicas sozinha mesmo. As minhas preferidas sempre foram o rock dos anos 60 e 70. Com a noção que já tinha, ouvia as músicas e conseguia saber exatamente qual nota deveria tocar para acompanhar, a isso chamamos de “tirar música de ouvido”. Sempre toquei da maneira mais simples, sem muito floreado, pois como já disse não estudei o suficiente. Passei estas noções todas para meu irmão e hoje ele é baixista de uma banda da qual mais tarde também participei como tecladista.
Passado um tempo, meu pai comprou um acordeão para ele, pois também sempre gostou de música, e tive a curiosidade de aprender, embora não tenha gostado muito. Lembro-me que meu pai também não tinha muito jeito para tocar, e não prosseguiu. Após um tempo ele comprou um piano, pois queria prosseguir o estudo da música. E com um professor conseguiu aprender muitas músicas. Como sou curiosa quis saber como era tocar piano. Com as noções que tive do acordeão, comecei a dedilhar e aprendi a tocar também. Com as músicas que já sabia cantar e tocar comecei a interpretar e ler as notas nas partituras, não com a técnica de uma pessoa que estudou música, mas com a facilidade natural que sempre tive em relação à música. Além disso, tive o privilégio de ter uma voz afinada e hoje canto no coral da faculdade, meu naipe é soprano2 e é algo que adoro fazer.
Quando entrei para faculdade, tinha que escolher um tema para minha monografia e lembrando de tudo que vivi, não havia que pudesse escolher senão a música. Mas que linha seguir? Comecei a pensar e imaginar que se uma criança que não possui nenhum tipo de “deficiência” consegue aprender logo, como seria o caso das crianças que possuem uma “deficiência”? Diante dessa curiosidade, decidi que gostaria de estudar como as crianças com necessidades especiais aprendem música. De que modo a música entra na vida delas? Que função teria? Terapêutica, estimulante, ou apenas uma atividade a mais para se ocuparem? A música poderia ser utilizada como instrumento para desenvolver ou estimular alguma habilidade motora, algum movimento corporal?
A partir desse interesse, construí como primeiro objeto de estudo a ser enfocado em minha pesquisa a função da educação musical no desenvolvimento de crianças e/ou adolescentes portadores de necessidades especiais. Mais especificamente, pretendia identificar e caracterizar os procedimentos metodológicos na área da educação musical adotados com este tipo de público, e os resultados alcançados em relação ao seu desenvolvimento e aprendizagem.
No entanto, diante das dificuldades de encontrar escolas especiais que possuem professores de música e que desenvolvem este tipo de trabalho, mudei o enfoque do meu estudo e passei a investigar a função da música em projetos educativos desenvolvidos por profissionais que utilizam a música como instrumento de aprendizagem, com o objetivo de identificar e caracterizar os pressupostos teórico-metodológicos que fundamentam as práticas que eles realizam.
Dessa forma, o objetivo do trabalho monográfico que ora apresentamos é a caracterização das formas de utilização da música por professores de música, enfocando em suas práticas pedagógicas alguns aspectos, como: objetivos pretendidos, tipos de atividades desenvolvidas, frequência das atividades, nível de envolvimento e participação das crianças atendidas, concepções teóricas e metodológicas subjacentes às práticas realizadas, etc.
O trabalho que ora apresentamos, caracteriza-se, portanto, como um estudo de caso, em que focalizamos depoimentos de 4 professores de música com práticas e experiências diferenciadas no processo de ensino e aprendizagem da música. Para isto, adotamos como procedimentos metodológicos de coleta dos dados da pesquisa a realização de entrevistas semi-estruturadas com esses professores.
Este estudo será apresentado em 4 capítulos, organizados da seguinte forma: no primeiro deles, apresentamos os pressupostos teóricos que fundamentaram a realização desta pesquisa, enfocando alguns conceitos importantes para a compreensão do objeto de estudo. No segundo capítulo, apresentamos uma caracterização geral do processo de produção da pesquisa, situando e explicitando o perfil dos sujeitos entrevistados e os aspectos e fatores que condicionaram o processo de coleta e análise dos dados.
No terceiro capítulo, realizamos a análise propriamente dita, articulando os dados e os conceitos explicitados e discutidos nos capítulos anteriores, em categorias que evidenciam os aspectos e fatores que caracterizam e condicionam a análise do objeto de estudo focalizado nesta pesquisa.
Finalmente, no último capítulo, apresentamos as considerações finais sobre os aspectos apresentados e analisados nos capítulos anteriores, bem como algumas questões e problematizações que possam direcionar futuras pesquisas e discussões acerca do tema aqui investigado.
Capítulo 1: Música e Educação
O que é a música? Defini-la com precisão é uma tarefa das mais difíceis. José Miguel Wisnik, em entrevista concedida à revista Super Interessante3, explica que enquanto o som é resultado físico da vibração dos corpos se propagando no ar, a música é o entrelaçamento intencional dessas ondas sonoras em determinados intervalos, produzindo ritmo, harmonia.
Além disso, ainda segundo informações desta mesma revista, a música é um fenômeno artístico e cultural, pois através dela podemos contar histórias, lendas e folclores. Este fenômeno deve ter no máximo, 52.000 anos, pois foram encontradas, na Eslovênia, flautas feitas de ossos perfurados que datam desta época.
Como destaca Gohn (1999), a música está em todos os lugares, seja como atração principal de um concerto ou pano de fundo de uma peça teatral. Pode estar dentro de um carro passando e freando bruscamente, na sala de jantar no som dos talheres à mesa, na casa ao lado, ou mesmo no cantar sofrido de algum transeunte. Talvez ela se faça presente apenas no pensamento, evocando lembranças e sensações distantes do passado. A música tem poderes para acalmar ou exaltar, alegrar ou entristecer, diminuir a dor ou trazê-la de volta, fazer lembrar ou fazer esquecer. O conjunto sonoro do cotidiano proporciona ritmos e melodias constantes, tanto nas composições agitadas das grandes cidades como nas tranquilas sinfonias dos parques e florestas.
Mas se podemos dizer que tudo que emite som é música, então a história da música pode retroceder até pelo menos 60 milhões de anos, quando as primeiras baleias apareceram nos oceanos. No ramo da Biomusicologia – estudo da base biológica para a criação e a apreciação da música – encontramos, ainda na mesma Revista4, um estudo da pesquisadora Patrícia M.Gray, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, que enfatiza que quando se trata de gosto e de competência musical, alguns animais poderiam dividir o palco com nossos melhores compositores.
Segundo esta pesquisadora, pesquisas com baleias e com outros animais têm levado cientistas a acreditar que a inclinação humana para a música pode ter mais a ver com uma programação biológica do que com os padrões culturais exclusivos da nossa espécie. Uma base biológica que existe não somente em nós seres humanos, que apreciamos e criamos música, mas em todos os seres vivos. Existe um “software” embutido em nosso cérebro que faz com que as pessoas possam se sensibilizar com o som ouvido.
Há algum tempo sabe-se que a mudança na frequência de ritmo de uma música pode estimular certos comportamentos e ajudar na recuperação de doentes. O que está por trás disso é o ritmo do próprio corpo humano. Como afirma Wisnik na mesma reportagem5, “O pulso sanguíneo, os movimentos dos músculos, o andar e a respiração funcionam como uma espécie de base para o tempo musical”.
No campo da teoria musical, Willems (1970: 9) ressalta que muitos erros são cometidos no ensino-aprendizagem da música, havendo um grande desconhecimento da natureza de elementos fundamentais como o som, o ritmo, o ouvido musical, a melodia, a harmonia e a inspiração, assim como da ignorância da natureza das associações que estes elementos provocam no estudo e na prática musical.
A educação não é apenas uma preparação para a vida; ela própria é uma manifestação permanente e harmoniosa da vida. Assim deveria ser com todos os estudos artísticos e, particularmente, com a educação musical, que recorre à maioria das principais faculdades do ser humano. A música favorece o impulso da vida interior e apela para as principais faculdades humanas: vontade, sensibilidade, amor, inteligência e imaginação criadora. É uma das tarefas da pedagogia nova a de unir judiciosamente os aspectos artísticos e científicos à música, e de harmonizar o saber, a sensibilidade e a ação. (1970: 10-11)
Ao falar da natureza da música, Willens destaca que pensamos primeiro nos três elementos fundamentais da música: ritmo, melodia e harmonia, que estabelecem paralelos comprovativos com a natureza humana nos seus momentos característicos, respectivamente tributários da vida fisiológica, afetiva e mental.
Para este autor (idem, p.18) o ritmo vem em primeiro lugar. É a partir do nascimento que a criança começa a ter contato com a música, pois é dentro de casa e com a mãe, cantando cantigas de ninar e de roda que a criança tem as primeiras noções auditivas e rítmicas e é capaz de aprender a cantar desde cedo, muitas vezes antes de aprender a falar, mesmo a mãe não tendo nenhuma noção ou prática de ensino ou mesmo pedagógica. No entanto é somente a partir dos 3 ou 4 anos que o pedagogo e o professor de música podem trabalhar com a criança empreendendo um trabalho na preparação musical exato e contínuo.
Na prática de ensino da música, o mesmo autor (1970) destaca, ainda, que o ritmo é o fenômeno do som que será o ponto de partida dos esforços pedagógicos. O som pode ser associado a um movimento do corpo e assim estarão unidos no canto. O ouvido musical e a imaginação sonora se integrando diretamente – formando a melodia – devem constituir os elementos de base, o centro do desenvolvimento musical. O ritmo é número, movimento, ordem, organização, proporção, vida, forma, inteligência, instinto, força, repetição, alternância, simetria, duração, intensidade, medida, repouso, vontade; e a lista não acaba aqui!
O verdadeiro ritmo é inato e está, de fato, presente em todo o ser humano normal. O andar, a respiração, as pulsações, os movimentos mais sutis provocados por reações emotivas, por pensamentos, todos estes movimentos são instintos; e é a esses movimentos que o educador deve recorrer a fim de obter da criança, do aluno, do virtuoso, o verdadeiro ritmo vivo, interior, criador, mostrando o verdadeiro sentido da palavra seja onde for. (Willems, Id., p.32-33)
Nesta perspectiva, o canto desempenha o papel mais importante na educação musical dos principiantes reunindo de forma sintética com a melodia, o ritmo e a harmonia. Canções simples podem ser uma ajuda preciosa para o início da prática instrumental, onde o sentido do ritmo e o ouvido musical deveriam sempre ter o seu lugar. (WILLEMS,Id.)
Já o som e o ritmo são elementos pré-musicais. Ampliando o sentido do termo, podemos chamar de “música” a todo fenômeno sonoro. As três qualidades mais marcantes do som são: a intensidade, a altura e o timbre. A duração depende do tempo que decorre entre o princípio e o fim da vibração. A intensidade revela-se pela amplitude da onda. A altura depende da frequência, do número de vibrações por segundo. O timbre depende da forma particular da onda. Como destaca Willems (Id., p. 71-72)
À exceção de certos casos de música negra, oriental ou outra, faz-se música não com sons, mas sim com relações sonoras. É, portanto, com o intervalo melódico que principia a música e que o ser humano exprime o seu amor pelo belo sonoro, as suas emoções, os seus sentimentos. A verdadeira melodia parte de uma emoção, de um sentimento, e não de um ato físico. Pode ter numerosas fontes de inspiração exteriores: os ruídos da Natureza, o das máquinas, dos trabalhos manuais; o grito dos animais, o canto das aves; o balbucio das crianças e a linguagem.
Sintetizando as considerações de Willems (Id.), é importante ressaltar que a educação musical propriamente dita situa-se para lá de toda a aplicação instrumental e refere-se aos elementos fundamentais da música: sentido rítmico, ouvido musical, sentido melódico, nomes das notas, graus da escala, improvisação, conhecimentos harmônicos. Ela pode começar desde a idade de três ou quatro anos, se o educador dispõe de um material auditivo numeroso e variado, põe em contribuição, além deste material, as canções infantis e os exercícios, rítmicos corporais. Toda prática auditiva e rítmica pode preceder à teoria musical e assegurar as bases sensoriais, físicas e afetivas da educação musical. Estas bases respeitam particularmente ao aspecto “arte” da música, que nós opomos aqui ao aspecto “ciência”; em outros termos: a educação oposta à instrução, distinção que tem uma grande importância do ponto de vista pedagógico.
FERNANDES (1997), em entrevista concedida à revista Presença Pedagógica6, relata que a educação musical nas escolas passou a fazer parte da Educação Artística e tornou-se obrigatória no currículo escolar a partir da LDB, juntamente com as Artes Industriais e o desenho, passando a ser um componente da área de Comunicação e Expressão, que trabalharia as linguagens plásticas, musical e cênica. No entanto, destaca o autor, o número de professores habilitados em Educação Artística era inferior ao número de aulas oferecidas. Assim, àqueles que anteriormente ministravam aulas de desenho, Artes Industriais e Música foi conferido, provisoriamente, o direito de atuar na área de Educação Artística. Para isso, participaram apenas de um encontro de poucos dias onde entraram em contato com os “Guias Curriculares para o Ensino de 1ª Grau” – único documento oficial elaborado a fim de orientar o trabalho docente.
Esse guia, porém, segundo Fernandes, não fundamentava filosófica, pedagógica e psicologicamente o ensino da Arte na escola, nem apresentava uma linha metodológica que o orientasse. Tampouco, sugeria uma bibliografia de apoio aos professores. E como todo artista e músico, os professores são vistos como pessoas que trabalham através das inspirações. Carentes de suficiente formação prático-teórica os professores passaram a conceber o ensino de Arte como algo em que imperasse o espontaneísmo, o improviso e a ausência de objetivos definidos.
Ainda com relação ao ensino da música, Snyder (1992: 22) afirma que:
Além das técnicas que vai utilizar, faz parte também da tarefa do professor tranquilizar os alunos, ajudá-los a ultrapassar a angústia ligada ao sublime: eles são capazes, podem tornar-se capazes, também eles, de experimentar as grandes alegrias estéticas – e tendo direito a elas, não podem se deter antes de tê-las atingidos: vale a pena.
De acordo com Loureiro (2002), em entrevista concedida à revista Presença Pedagógica7, efetivamente, as práticas pedagógico-musicais não estão ao alcance de todos e, o que é pior, restringem-se apenas àqueles que dispõem de formação apropriada para a sua apreensão. Isso significa que a escola prioriza aqueles alunos que já possuem uma educação cultural e socialmente diferenciada, vindos de uma classe social mais culta, para a qual se direciona um ensino elitista.
Ainda segundo Loureiro (Id., p.43), outro fator que tem contribuído para o afastamento do aluno das aulas de música diz respeito ao professor, ou à escola, que insiste em trabalhar com um repertório que está em desarmonia com a música que os alunos ouvem e apreciam fora da sala de aula. Não é possível ignorar que crianças e jovens estão em contato permanente com um tipo de música que, de maneira desenfreada e sem qualquer critério, é veiculado pela mídia, e que os professores e a própria escola têm dificuldades em integrar ao seu cotidiano.
Sendo assim, Loureiro (id.p.43) acredita que, da mesma forma que não se pode ignorar o gosto musical dos alunos, não se pode negar-lhes a possibilidade de ampliar o campo de conhecimento musical. Professor e aluno devem buscar um consenso ao selecionar um repertório, ou mesmo um tema a ser abordado em sala de aula, tornando possível a todos o acesso ao saber, à cultura e à arte. Isso não acontece com as escolas que praticam a música organizando corais e bandas e que estão, de certa forma, adotando uma prática ainda excludente, visto que, para a sua organização, é preciso selecionar uma pequena parte dos alunos considerados talentosos.
Santos (1993), em entrevista na mesma revista, defende que a educação musical deve procurar não rejeitar ou tornar inferior a cultura musical dos alunos, diferindo da do professor. Sendo assim, o professor procura entender e enxergar o que há de positivo no universo cultural do aluno. A predominância do uso da música popular nas práticas educativas musicais no contexto escolar vem contribuir para a hegemonia social e cultural das classes médias intelectualizadas e que somente a nova sociologia da educação pode auxiliar no entendimento do motivo por que a música popular é ignorada pelos professores, privando culturalmente seus alunos e privilegiando somente a música “séria”.
A inclusão da música popular repousa sobre relativismo cultural. Vulliamy e Shepherd (1993) acreditam na inclusão da música popular no currículo porque ela fala do mundo das pessoas jovens e então fornece a eles um significado que explora e desenvolve criticamente suas realidades pessoais e culturais.
Tourinho (1995) critica o pouco caso que a educação musical faz da música popular, entendida aqui como a música que o aluno ouve e da qual gosta. Para ela, trabalhar com a música de que o aluno gosta é uma forma de trazer motivação para o processo de ensino-aprendizagem. Isso significa que na prática educativa deve-se procurar, através dos conteúdos e dos métodos, respeitar os interesses dos alunos e da comunidade onde vivem e constroem suas experiências.
Tourinho (Id.) também ressalta que os programas escolares de educação musical são planejados, menosprezando os interesses dos alunos, o aspecto cognitivo e o afetivo. Nessa prática, deixa de existir a inter-relação entre o contexto educativo, os programas didáticos e a realidade dos alunos. Esquecemos, entretanto, que o gosto musical dos alunos deve ser tomado como ponto de partida do processo de ensino-aprendizagem, uma vez que estes se sentirão mais motivados a aprender a interagir com a música, quando esta está relacionada ao seu estilo de vida, a sua visão de mundo e ao contexto social e cultural no qual se inserem.
Evitar o tendencionismo em relação a determinados idiomas musicais e compreender o modo como os jovens se relacionam com a música, seus gostos e estilos, significa uma abertura ao diálogo permanente com a realidade sócio-cultural na qual estão engajados os mais diferentes grupos sociais, inclusive o do aluno e do professor. (LOUREIRO, 2002:46)
Na mesma reportagem da revista Presença Pedagógica, Loureiro finaliza nos dizendo que o diálogo torna-se fundamental para entender que os alunos são o resultado de contextos socioculturais diversos e que trazem para dentro do contexto escolar uma identidade, um indivíduo em construção e com vivências e experiências musicais que, é bem verdade, não são as que a escola lhes transmitirá.
Segundo Penna (1994, p.23), ainda na mesma revista:
“Os problemas de certas metodologias do ensino tradicional de música (…) residem no fato de que tais metodologias pressupõem uma familiarização prévia com a linguagem musical, sendo por isso, muitas vezes ineficientes. Como poderão, então, ser adequadas a clientelas ainda mais carentes – comparando-se o aluno que tem condições de acesso a uma escola especializada com aquele de uma escola pública de 1º grau?”
Sabemos que fora da escola existe também uma grande manifestação cultural dos jovens, envolvendo as pessoas das periferias das cidades que, sem opção para um futuro melhor, encontram na música uma saída para o sucesso. E esta busca passou a fazer parte da cultura dos morros com o movimento Funk, Rap e outros mais.
No entanto, segundo Dayrell (2002), o jovem é visto quase sempre sob uma perspectiva negativa, tanto na indisciplina, na falta de respeito, na irresponsabilidade dos compromissos escolares, na rebeldia quanto na forma de vestir, entre outras coisas. Dentro da escola em que convive, a realidade destes jovens não é mostrada, principalmente os da periferia, e pouco a instituição tem feito para melhorar este aspecto. E isso faz com que eles busquem na música uma opção de vida, o sonho de serem reconhecidos, uma esperança de serem alguém na vida.
Ainda de acordo com Dayrell (Id.), os jovens demandam mais do que a escolarização, demandam redes sociais, apoios mais amplos, com políticas públicas que os contemplem em todas as dimensões, desde a sobrevivência até o acesso aos bens culturais. A realidade insiste em desumanizá-los e temos que mudar este quadro porque são jovens como todos os outros, são seres humanos que amam, sofrem, divertem, criticam, desejam melhoria de vida. E para isso temos que buscar conhecê-los e não afastá-los. Vale a pena investir no sonho, vale a pena investir na realidade, pois quem sonha quer e quem quer consegue.
Loureiro (2001) relata que o preconceito de que é preciso possuir o “dom” inato para se fazer música não precisa mais existir. Qualquer pessoa pode aprender música se forem oferecidas as condições necessárias para a sua prática, considerando que se deve tornar acessível às crianças e aos jovens a atividade musical. Entretanto assegurar um lugar para a música no contexto escolar público não tem sido tarefa fácil. Encontramos principalmente em escola de ensino infantil e vai perdendo força na medida em que o ensino avança dentro da escola. A educação musical vê-se diante de um desafio. É preciso que se promova amplamente e democraticamente um ensino de qualidade para a escola regular de Ensino Básico.
Capítulo 2: O processo metodológico de coleta de dados da pesquisa
Este trabalho monográfico se caracteriza como um estudo de caso, ou seja, uma pesquisa de natureza qualitativa, que se interessa em aprofundar a análise de aspectos particulares de um determinado grupo de sujeitos, inseridos em uma realidade bastante específica, sem a intenção de realizar grandes generalizações, mas apenas apontar pistas e questionamentos para futuras pesquisas sobre o tema.
Dado que nossa investigação se caracteriza pelo foco qualitativo com que o objeto será pesquisado, o estudo de caso nos permite analisar o objeto de estudo, ao mesmo tempo, de forma aprofundada e abarcando a totalidade dos fenômenos e aspectos que o envolvem, ou seja: permite-nos construir uma visão integrada dos fatores que condicionam e determinam o objeto que se pretende investigar. Goldenberg (2002:33) nos ajuda a compreender melhor esta ideia.
O termo estudo de caso vem de uma tradição de pesquisa médica e psicológica, na qual se refere a uma análise detalhada de um caso individual que explica a dinâmica e a patologia de um doença dada. Este método supõe que se pode adquirir conhecimento do fenômeno estudado a partir da exploração intensa de um único caso. Adaptado da tradição médica, o estudo de caso tornou-se uma das principais modalidades de pesquisa qualitativa em ciências sociais.
2.1. O processo inicial da pesquisa: mudança de rumos
Na primeira fase da pesquisa, quando ainda pretendia investigar a educação musical envolvendo crianças e adolescentes com necessidades especiais, pensava que poderia encontrar um campo bem vasto, onde profissionais com suas práticas pedagógicas, pudessem ajudar de alguma forma estas pessoas, tentando uma certa melhoria em seu comportamento.
Iniciei a fase de coleta de dados tentando identificar quais são as escolas que adotam a educação musical em sua proposta de ensino. Iniciando a pesquisa entrei na internet buscando sites sobre o tema, informações e indicações de pessoas e via catálogo telefônico consegui encontrar algumas instituições que trabalham com crianças especiais. Das escolas que encontrei, a maioria não trabalha com o ensino da música de maneira sistematizada e regular, não adotando, assim, uma metodologia específica para esse fim, mas apenas como divertimento ou como atividade terapêutica.
Em uma das escolas que visitei, tive a oportunidade de entrevistar a psicóloga responsável pela instituição e ela me disse que a escola não oferece aulas de músicas, pois as professoras de música que desenvolvem atividades nesta instituição desenvolviam trabalhos esporádicos, pois os alunos possuíam um grau muito elevado de deficiência e não tinham condições de alcançar um nível mais “elaborado” de aprendizagem. A escola funciona em uma casa bem espaçosa, protegida, com muitas salas e pátio. Tem um total de 70 alunos distribuídos em dois turnos, manhã e tarde. Os alunos da manhã, crianças mais novas, conseguem, de acordo com seu desenvolvimento, estudar do pré até a 4ª série.
Os alunos da tarde são mais adultos sendo sensoriais8, hiperativos9, autistas10 e participam das atividades da oficina profissionalizante, destinada àqueles que têm capacidade de aprender. Nesta escola, há duas professoras de música, uma para cada turno, sendo que uma delas apenas comparecia à escola esporadicamente. A professora da manhã trabalha banda e coral e a da tarde estava trabalhando com estímulo auditivo.
A Psicóloga me deu todo apoio e me indicou outras escolas para nossa pesquisa. Liguei para algumas delas e constatei a mesma coisa, não tem um trabalho constante, não podendo no caso me dar apoio. Diante destas informações, ela me indicou um professor do Sesiminas, que era porteiro e, como adorava música, passou a ensinar.
Fui até o Sesiminas procurar o professor que me havia sido indicado pela psicóloga, mas, para minha surpresa, ninguém o conhecia por lá. Conversei então com o Prof.º Fernando, que dá aula de teclado para os alunos de lá e me recebeu muito bem. Nesse encontro, ele me contou muita coisa sobre a música, mas infelizmente não tinha ido preparada para gravar entrevista, mas ele se colocou à minha disposição para me receber em um outro dia. Ele também me indicou uma professora que já havia trabalhado com crianças especiais e que atualmente trabalha com crianças em situação de risco social e pessoal. Quando voltei ao Sesiminas, para entrevistar o Profº Fernando, ele já não trabalhava mais lá e ninguém soube me informar onde poderia encontrá-lo.
Telefonei para a professora a qual o Prof.º Fernando me indicou e marquei um encontro num festival de corais e música que ia acontecer no Bairro Betânia, juntamente com outras comunidades. Assisti a apresentação do coral das crianças desta professora e conversei com ela. Ela me disse que trabalhou apenas com um aluno especial durante oito meses e que já não trabalhava mais.
Na busca de mais informações sobre a temática da minha pesquisa, escrevi também para o Instituto Pestalozzi de São Paulo, pois através de seu site obtive informações de que esta instituição possui um coral para jovens portadores de necessidades especiais. No entanto, não obtive resposta.
Diante de todas essas dificuldades, foi necessário repensar o tema da minha pesquisa, ou, pelo menos, os sujeitos que dela participariam. Assim, passei a buscar instituições e mesmo profissionais isolados que desenvolvessem trabalhos em educação musical voltados para outro tipo de público: crianças e/ou adolescentes de escolas regulares.
No entanto, também são raras as escolas regulares que trabalham com a música. Resolvi, então, buscar instituições especializadas em ensino de arte e especialmente de música. Uma delas foi o Sesiminas. Telefonei, então, para esta instituição e marquei uma hora com uma das professoras de violão e posteriormente com uma professora de violino.
Pensando em outra escola de música lembrei da UEMG, que tem a sua faculdade de música. Nesta insituição fiz uma entrevista com uma professora.
Pensando em encontrar alguém com uma trajetória um pouco diferente, também entrevistei o maestro do coral do Centro Universitário de Belo Horizonte, UNIBH, do qual faço parte.
2.2. Os sujeitos entrevistados
Entrevistei 4 professores de diferentes escolas, nas quais fui muito bem recebida e as entrevistas foram realizadas num clima agradável e proveitoso. Durante a conversa percebi a dedicação e o gosto pela música que os professores sempre tiveram e têm até hoje, mesmo com todas as dificuldades pelas quais passaram durante suas trajetórias profissionais. A seguir, descreverei o perfil de cada um dos entrevistados, com o objetivo de conhecer um pouco mais suas trajetórias de vida e de profissão. Homenageando alguns cantores, coloco seus nomes como pseudônimo dos professores entrevistados.
2.2.1. Maria Callas
Callas se formou em música, especificamente em violão, na UFMG, há algum tempo. Não fez nenhum outro curso além da licenciatura. Lecionou em várias escolas particulares e na Ordem dos Músicos também. Chegou a ter uma escola, sonho de muitas pessoas, mas por causa de um acidente não pode dar continuidade, pois as despesas eram muitas e com a saúde afetada não tinha como pagar o aluguel. Hoje leciona violão no Sesiminas (Serviço Social da Indústria), em uma Escola de Música, particular e no Centro Yamaha.
2.2.2. Mercedes Sosa
Sosa estudou música dos cinco até os treze anos de idade através de aulas particulares. Aos dezoito anos fez um curso básico na UFMG, ingressando em seguida na graduação. Enquanto estudava, foi estagiária no Centro de Musicalização Infantil da Escola de Música da UFMG durante sete anos. Segundo ela, este estágio foi a base da sua trajetória profissional e um grande impulso para sua carreira, porque nele pode aplicar todos os seus conhecimentos.
Trabalhou na Prefeitura como professora em Educação Artística, durante quatro anos e na rede particular de ensino durante seis anos. Participou, juntamente com outros professores, de vários projetos dentro de escolas de BH e em Contagem, alguns deles intitulados Música no Canto e Música na Escola. Tendo estudado na UEMG, musicalização infantil, pode assumir depois a coordenação deste. Hoje leciona didática da música no curso de licenciatura e educação artística, percepção musical no curso de bacharelado e música e coordena o curso de bacharelado.
2.2.3. Bidú Sayão
Sayão sempre estudou música paralelamente ao ensino tradicional. Tem o curso de bacharelado na UFMG e atualmente está fazendo mestrado. Começou a estudar no conservatório de música aos sete anos. No segundo grau formou-se no curso técnico em Edificações, fez o bacharelado e especializações na área musical, como por exemplo, violino e pedagogia das cordas. Morava em Juiz de Fora e mais tarde foi para São Paulo, ficando lá durante dois anos, estudando e participando da Orquestra Jovem Estadual e Municipal, num ambiente semi-profissional. Depois desse período, foi para Sorocaba para tocar em uma orquestra profissional, assumindo de vez o seu lado musical. Ao voltar à Belo Horizonte, fez concurso no Sesiminas e hoje é professora de violino e trabalha com a orquestra jovem de lá.
2.2.4. Strauss
Bacharel em música pela UFMG, especializou-se em Musicologia Histórica Brasileira e fez mestrado em Comunicação Social. Aos cinco anos começou a estudar piano, numa cidade do interior de Minas Gerais. Ainda pequeno, mudou-se para outra cidade onde havia um conservatório, para dar continuidade à seus estudos. Fez o equivalente ao 1º grau vindo depois para BH, dando continuidade à música com algumas aulas particulares. Participou e regeu um coral, tocou órgão em igreja, envolvendo-se com o ambiente musical daqui. Em seguida fez o vestibular para música na UFMG e graduou-se em canto, regência sinfônica e na pesquisa da música brasileira antiga de Minas Gerais. Alem de muitas atividades, sempre ligadas à música, hoje é coordenador do Centro de Cultura e Artes do Centro Universitário de Belo Horizonte, UNIBH e regente do coral desta instituição.
Capítulo 3: A música como princípio educativo: a visão de 4 professores
Não existe um único objetivo para o ensino da música. As tendências são sempre de acordo com o aluno, pois afinal são eles que procuram os professores para estudarem a música. Este gosto pela aprendizagem começa cedo e dependendo da situação do aluno ele tem a possibilidade de começar a aprender desde criança, podendo existir desde já uma definição do que já pretende como profissional no futuro. É o que diz uma das professoras:
Bom, eu sou muito otimista e eu gosto muito do que eu faço, (…) tem muita coisa boa que aconteceu com muitos alunos, que já são profissionais, que tão tocando na orquestra do Palácio, (…) então isso pra mim é muito satisfatório, tem muitos na universidade, eu acho que meu papel assim ta… ta sendo feito né… eu espero assim isso, que cada vez fique melhor, que abram mais portas, que tenham mais orquestras (Sayão).
Em relação às crianças especiais, são os pais que buscam introduzir a música em sua vida, pois acreditam que a música pode trazer um certo desenvolvimento para elas. E isso de uma certa maneira é verdade, dependendo do grau de deficiência que a criança tem, a música pode estimular comportamentos fazendo com que elas desenvolvam algumas habilidades, pois para uma aprendizagem, a música requer ritmo e este ritmo é o principal elemento para uma possível recuperação destas crianças ou de uma outra pessoa que tenha alguma deficiência decorrente de um possível acidente, por exemplo. Duas das professoras entrevistadas já trabalharam com crianças especiais e com dificuldades diferentes. Vejamos seus depoimentos a respeito do trabalho:
Eu tive dois casos excepcionais, inclusive de alunos que não tem, (…) além de não terem coordenação motora, dificuldade é… pra cantar, não conseguiram nem cantar dentro do aprendido (…) o aluno não progride (…) um investimento que ele ta fazendo em vão né? E causa também uma certa frustração também pro aluno, porque ele quer aprender mas ele não tem como né? São casos igual te falei bastante excepcionais mesmo né? Agora convier com este tipo de problema é difícil porque você chegar pro aluno também e falar com ele que ele não tem dom não tem condição é uma situação assim bastante complexa, ta? (Callas)
Já trabalhei com criança com Síndrome de Down, ela, ela tava integrada no grupo, não era um grupo específico de crianças… (…) foi aula de coral e musicalização ela se integrou facilmente e aqui na escola a gente já teve alunos deficientes visuais também, a escola hoje tem… Até ano passado tinha cinco alunos deficientes visuais e pra gente é um desafio né? Mas a escola se abriu a isso, eu acho que tem trazido muitos resultados positivos. (Sosa)
Nas escolas regulares o ensino da música, quando existe, é decorrente de um currículo elaborado dentro da educação artística. Muitas vezes torna-se uma imposição este ensino, pois na medida em que não há reprovação, o aluno que não gosta de música não vai se interessar pelo aprendizado, ou muitas vezes o professor ensina uma música da qual o aluno não gosta. É necessário que tenham uma melhor conscientização da prática para que todos possam tirar o melhor proveito desta aprendizagem.
A prática de ensino e aprendizagem da música envolve diversas e diferentes áreas. Assim como numa escola regular o aluno pode escolher qual habilidade ele deseja seguir, no aprendizado da música isto também acontece. Apenas a parte da teoria, que é por onde se começa o estudo da música, é igual para todos. O aluno, inicialmente, aprende a ler e a escrever as notas, o posicionamento de cada uma na partitura, conhece o tempo, o ritmo, e aprende a reconhecer uma nota simplesmente ao ouvi-la, podendo dizer se está afinado ou não um instrumento ou uma voz, entre outras coisas. É necessário que treine, que ponha em prática o que está aprendendo. Só depois de aprender a música o aluno pode continuar os estudos na área didática formando como professor, na regência trabalhando com as orquestras, corais, repertório, e no canto.
Bom, comecei a estudar piano muito cedo, então toquei órgão em igreja, cantei em coral, regi coral(…) (Strauss).
(…)eu entrei na escola aos 7 anos e no conservatório de música aos 7 anos, entendeu, então foi uma coisa sempre paralela, na minha vida sempre foi fazendo as duas(…) (Sayão)
O profissional da música pode, também, definir um estilo de música a seguir, como por exemplo, os clássicos, que geralmente são tocados em orquestras, ou Música Popular Brasileira – MPB, tocada em bandas e corais. Este estilo, normalmente já está definido desde que o aluno começa a se interessar pela música.
A música no Brasil, de uma maneira geral, não é vista como uma profissão, mas sim como lazer. São poucas as orquestras existentes e são poucas as escolas regulares que têm a prática de ensino da música em seu currículo. Aqueles que procuram a música como profissão, são aqueles que gostam realmente, que querem arriscar um futuro difícil e imprevisível. Como mostra o depoimento de uma das professoras entrevistadas:
(…) na verdade música no Brasil é muito difícil, porque é um país que tem a tradição cultural né, da música erudita, então você tem um… um caminho assim muito árduo pela frente, tanto na vida profissional(…) tanto na oferta de emprego,(…) são poucas as orquestras, são poucas escolas, e mesmo com os alunos, por exemplo, meu trabalho pedagógico é o que eu gosto, me dedico há muitos anos, é muito difícil porque as pessoas não tem é… é, não vêm a coisa assim, as vezes nem como uma profissão vê… vou estudar violino e tal, geralmente não tem apoio em casa, então não é uma coisa que você visualiza, se for como uma profissão. Então precisou fazer qualquer outra coisa a primeira coisa que você pára é de estudar música né, e fora o que agora o processo ta mais tranqüilo na compra de instrumento aqui no Brasil, ta aparecendo uns instrumentos chineses assim bem mais baratos(…) que até pouquíssimo tempo você não tinha como comprar um instrumento, (…) por exemplo, corda, as melhores são importadas, o conserto é muito caro, então assim, é uma coisa que demanda né, ainda um certo gasto, que por não certo, uma coisa culturalmente assim enraizada fica mais difícil. (Sayão)
O aluno quando procura uma escola de música, chega cheio de sonhos e planos e é o professor que vai incentiva-lo, que vai dar força para que ele não desanime no meio do caminho. O respeito mútuo fará com que o aluno cresça e consiga alcançar a sua meta. A confiança depositada no professor e a seriedade do trabalho são fatores fundamentais para conquistar o aluno. São estes os conselhos dos professores:
(…) eu acho que você tem que ter acima de tudo persistência né, respeitar muito o aluno porque ele te procura, ele tem assim muita confiança, ele deposita muita confiança né, então você tem que acima de tudo ter seriedade, melhorar a cada dia a qualidade do trabalho e procurar respeitar o aluno, isso são fatores… esses fatores são fundamentais pra você poder conseguir conquistar o aluno(…) (Callas)
(…) eu acho que é uma área muito…muito rica e que a gente tem uma responsabilidade enorme, que através da música a gente pode conseguir melhorar o ser humano em diversos aspectos né? Então encorajo e acho que é preconceituoso…que não dá dinheiro…isso não é profissão, isso não pode existir mais né? Porque a gente sabe que tem, espaço pra muito profissional de música, principalmente da educação musical. (Sosa).
(…) você tem que fazer o que você gosta e se você gosta você vai com o coração, vai com tudo, ai você vai ser feliz, aí você vai se dar bem, não dá pra fazer nada por dinheiro ou por posição ou qualquer coisa, você tem que fazer porque ama. (Strauss)
Atualmente existe uma metodologia e uma didática bem mais acessível e mais motivadora. Em tempos anteriores esta metodologia e didática eram uma imposição e hoje a satisfação e o prazer de fazer música contam muito na hora de aprender. Vejamos o depoimento de um professor entrevistado:
Existe um movimento muito intenso de pesquisadores e educadores musicais e eu acredito que hoje em dia a gente tem uma metodologia, uma didática bem mais acessível e mais motivadora é do que foi, por exemplo, na minha época, eu me lembro de meus tempos de início de estudo, a maioria dos colegas que iniciou comigo desistiu no meio do caminho pela aridez do estudo e hoje a gente tem uma educação musical mais comprometida com a satisfação, com o prazer de fazer música. (Strauss)
Dentre os projetos realizados pelos professores, encontramos muitos trabalhos sociais, dentre eles apresentações musicais em vários locais. Este tipo de trabalho costuma fazer parte do curso. Muitas vezes, se faz necessário para um aluno começar desde cedo a fazer apresentações, porque alguns têm uma certa timidez e isso fará com que se soltem mais rápido.
Só ensino música, mas a gente desenvolve muitos trabalhos assim sociais, a gente costuma visitar asilos né, é creches e sempre a gente ta fazendo intercâmbio com apresentações né, neste espaço no Sesi (…) ( Callas)
A gente tem várias apresentações (…) e a medida que eles já tem certo… um outro desenvolvimento técnico, aí eles vão pros grupos, é a orquestra jovem e o grupo de violino. Com este grupo a gente toca em diversos lugares… é… tanto em Belo Horizonte, quanto fora daqui, a gente viaja, vão pra outras cidades e faz apresentações, (…) estão sempre com atividades fora daqui.
(Sayão)
Apesar das muitas dificuldades existentes, ainda podemos ver o esforço de muitos professores para conseguir se sobressair na profissão com poucos recursos:
A gente sempre depara com problemas assim… de infra-estrutura na escola né? … então na parte de música, na prefeitura, por exemplo, eu trabalhava com música e a escola não tinha um aparelho de som né? Então a gente tem que ter muita criatividade e bom humor(…) Aqui na UEMG também a gente tem enfrentado muitas dificuldades e agora parece que as coisas vão começar a se abrir, nos livros, na ampliação de espaço físico, então isso tudo desgasta profissional né? E não ter condições é… básicas e pra desenvolver o trabalho. E questão salarial também que tem pegado (…) (Sosa)
O MEC – Ministério de Educação e Cultura – incluiu a educação musical dentro dos PCN´s – Parâmetros Curriculares Nacionais – mas não investiu nesta área. A formação do músico necessita de um apoio maior das autoridades, pois as escolas que trabalham com esta profissão são pouquíssimas. As escolas regulares não podem nem dizer que ensinam música, pois as aulas, quando existem, são poucas e superficiais. Quando alguém quer aprender e seguir esta profissão tem que começar com aulas particulares para depois entrar na faculdade. Esta é a visão que temos de um país que tem a música na cultura, mas não na sala de aula.
Considerações Finais
Evidentemente, não existem propostas para uma melhoria e implementação de uma educação musical mais abrangente. A arte, a música, enfim, tudo o que envolve o desenvolvimento cultural ainda está longe de acontecer. O que se pode encontrar são profissionais da área, satisfeitos com seu trabalho e que estão envolvidos num processo de ensino e aprendizagem, ajudando e mostrando que, na música, pode-se fazer algo muito bom. Algo em que vale a pena investir. E estes conseguem seguir em frente, tentando sempre melhorar, desenvolver, alcançar um degrau a mais e poder com isso passar para seus alunos que, se eles desejam, eles também conseguirão.
Eu não sei se isso vale pra todo mundo, mas pra mim é assim, eu não consigo enxergar minha profissão como algo estável, como algo parado, eu sempre busco novos desafios, coisas diferentes pra fazer.(…) (Strauss)
(…) to muito feliz com a minha profissão, (…) a gente pensa que… ah poderia ter feito outras coisas, mas eu acho que dentro da minha escolha eu to, to muito feliz né? Acho que meu trabalho tem… tem sido assim proveitoso pra mim e pras pessoas envolvidas comigo (…) (Sosa)
Dificuldades sempre existiram e continuarão a existir, principalmente num país que nunca foi voltado para este tipo de educação. No entanto, acreditamos que é possível inserir a música nos mais diferentes tipos de atividades. Se tiver alguém tocando ou cantando antes de alguma conferência, algum encontro, por exemplo, é possível valorizar e socializar mais a cultura. Entretanto, dar continuidade a isso é algo difícil, pois ninguém está interessado e o investimento é pouco, o que é diferente dos países onde a cultura é milenar e o povo mantém isso até hoje. O relato a seguir mostra um Brasil realmente indiferente a estas questões:
Olha, as dificuldades que a gente tem é a mesma dificuldade, uma dificuldade comum a diversas áreas. A gente vive em um país em que é impossível você fazer um planejamento de longo prazo e se organizar, então eu tenho tido muita atividade fora do país e as vezes isso me tumultua um pouco, porque uma série de concertos na Europa, por exemplo, eu tenho isso marcado com dois, três anos de antecedência e aqui no Brasil as coisas acontecem : “Oh, dá pra fazer uma apresentação hoje? Aqui, agora à noite?” Enfim, e as vezes surgem coisas importantes assim de, “Olha daqui a dois dias vocês vão precisar fazer uma apresentação”, em tal lugar assim, assim e tem que fazer. E como é que você organiza sua vida deste jeito. Esse é um fator limitador, é problema, problema nacional (Strauss).
Enquanto houver profissionais dispostos a encarar a música como forma de expressão, de sucesso, de satisfação, podemos ainda vislumbrar um futuro onde a cultura de um modo geral fará parte do nosso país. Os depoimentos dos professores mostram uma grande satisfação e envolvimento como a música.
(…) como te disse, eu gosto muito do que faço e procuro sempre pesquisar o aluno, consulta-lo pra eles também, e ajudam a melhorar né, cada dia que passa procuro melhorar a qualidade do trabalho. Estou sempre pesquisando que a música ela … ela ta sempre evoluindo né? (…) (Callas)
Bem, eu me envolvo muito com meu trabalho, eu acho que tem sido… tem crescido muito porque eu me preocupo muito sempre melhorar o que faço, então acho que tem sido bom e… e diversificado também por eu atuar em algumas áreas diferentes né? Como didática, percepção, são tudo diferentes, que eu entendo diferente e eu acho que trás um enriquecimento grande pra gente, mas estou sempre me avaliando também pra melhorar, porque não tem como falar assim, to pronta. A gente tem que te rum caminho pra alcançar.
O que se pode concluir é que a música é uma ferramenta poderosa na educação, capaz de desenvolver habilidades essenciais nas crianças e jovens. Para saber mais sobre a importância da música na educação, você pode conferir A importância da musicalização na educação infantil e no ensino fundamental.
Além disso, a música pode ser uma forma de entretenimento e aprendizado. Se você está procurando instrumentos musicais para começar sua jornada musical, considere explorar opções como violões e teclados.
As dificuldades enfrentadas pelos educadores e alunos na área da música são muitas, mas a paixão pela música e o desejo de ensinar e aprender continuam a ser a força motriz que impulsiona essa arte tão rica e significativa.
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