A Importância da Leitura de Livros Paradidáticos nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental
Descubra a importância dos livros paradidáticos nas séries iniciais do ensino fundamental e saiba como o desenvolvimento leitor dos alunos pode ser promovido com essas leituras.
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA DOS LIVROS PARADIDÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
1. INTRODUÇÃO
A reflexão sobre o ensino da Literatura Infantil nos dias de hoje. Neste trabalho, abordamos a importância da leitura dos livros paradidáticos nas séries iniciais do Ensino Fundamental e analisamos o contexto ideológico inserido nos livros didáticos, buscando compreendê-los como sujeitos ativos da história e valorizando o prazer do conhecimento. O trabalho de leitura possibilita a formação de leitores, com base na introdução de textos diversificados, pois o mundo está em constante mudança. No âmbito escolar, a leitura se caracteriza como uma atividade que afasta o educando do seu mundo, tornando a prática pedagógica voltada para o ensino e o incentivo da leitura distanciada e ineficaz.
É devido a este contexto que este trabalho surge em decorrência da necessidade de se pôr em evidência a prática da leitura dos livros paradidáticos na sala de aula como sugestões aos profissionais da educação para o trabalho com a leitura, com um processo de interação autor x leitor / professor x aluno rumo à construção de leitores competentes. Para isso, a leitura deve funcionar como peça fundamental na formação do homem como um ser em constante transformação atuando no meio em que se insere.
Nesse sentido, a preocupação com a leitura não se restringe somente aos professores de português, mas a todos, de todas as áreas, devendo se voltar para a construção de futuros leitores competentes, trabalhando interdisciplinalmente as áreas do conhecimento, estimulando o aluno a ser sujeito do seu próprio aprendizado.
Para isso, é importante que o trabalho com texto literário esteja incorporado às práticas cotidianas das salas de aula, visto tratar-se de uma forma específica de conhecimento. Nesse contexto, a leitura de histórias, como os contos de fadas, poderia ser uma prática na educação infantil, pois o professor, além de contar, leria as histórias e possibilitaria o seu recontar pelas crianças. Nesse sentido, contar histórias serviria para expressar um ato de linguagem, de representação simbólica do raciocínio para a aquisição de modelos lingüísticos. Daí a importância de os livros paradidáticos entrarem no mundo infantil, com historinhas envolvendo o fantástico, o maravilhoso, o misterioso, pois, à medida que a narrativa vai ganhando vida por meio da ilustração, a criança vai ficando cheia de alegria por saber que as imagens se casam perfeitamente, criando um mundo fantástico de onde ela jamais vai querer sair e vai acabar adquirindo fontes de conhecimentos e formações através da leitura.
2. Justificativa
Este trabalho reflete sobre a importância da leitura dos livros paradidáticos nas séries iniciais do Ensino Fundamental, sugerindo ações metodológicas que incentivem o gosto pela leitura, já que esta atividade não é um fato em si mesmo e as relações humanas e sociais estão a exigir novas competências no ato de verificar o comportamento do homem x mundos globalizado.
É nesse contexto que apresentamos um panorama do que é a leitura de paradidáticos, vista como uma possibilidade para a construção e exercício da cidadania. Depois abordaremos a formação do leitor, a importância dos livros paradidáticos na descoberta do prazer de ler e a reflexão sobre as questões sociais subjacentes nos livros paradidáticos para a promoção da leitura entre as crianças das séries iniciais. Se levarmos em consideração a pressuposição de que a aprendizagem de leitura, sob as expectativas da descoberta do prazer, é um processo que não se adquire em alguns minutos, mas depende de tempo e que a partir do aprofundamento da leitura surgem as descobertas, possibilitando a construção do texto do leitor, é que se defende a ideia de que cada livro infantil é um material riquíssimo para aprimorar as qualidades do leitor em formação, pois ele tem a finalidade primária de promover, na criança, o gosto pela beleza da palavra escrita e o prazer perante a concepção de mundos de ficção.
Em seguida, falaremos da função da família e da escola na formação do leitor. O professor, assim como a família, deverá ser um amante da leitura, pois ele é um dos maiores colaboradores no processo de formação do leitor. Ele deverá proporcionar aos alunos momentos agradáveis de leitura em salas de aula, procurando criar condições que despertem nos alunos o hábito de ler e a consciência de uma vida melhor como um ser leitor. Contudo, para que um educador seja um colaborador no processo de formação de leitores, deverá conhecer o que é leitura e os múltiplos sentidos que ela possui. Todas essas etapas serão objetos desse trabalho.
Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizamos como metodologia o levantamento bibliográfico dos teóricos que fundamentaram a prática da leitura dos paradidáticos. A seguir, foram selecionados alguns paradidáticos analisados durante a execução deste trabalho.
Como estender a todos os indivíduos de uma comunidade letrada, a possibilidade de desenvolver de forma satisfatória um domínio de leitura? Para que se lê? O que deve fazer, em classe, o professor de séries iniciais? Qual a importância da leitura para aquisição do conhecimento? Quando lemos um texto impresso em um livro, o que é que lemos? As palavras? As palavras e as imagens que a acompanham? As palavras, as imagens e a forma como o texto está distribuído pelas páginas? Podemos ler apenas as imagens? Apenas o texto? Como o professor vem trabalhando a leitura nas suas salas de aula? Questionamentos nos levaram a escolher este tema imprescindível a quem abarca a carreira do magistério, e que nos motivou a produzir este trabalho com a finalidade de trabalharmos a leitura dos paradidáticos na Educação Infantil para quebrar o tradicionalismo nas escolas do município de Buriticupu.
3. O que é Leitura
No estudo de texto, o primeiro passo a ser dado, após a definição do texto, é a leitura. Todo e qualquer texto para ser bem interpretado pede mais de uma leitura. Esse primeiro contato com o texto é de fundamental importância, pois dele depende a motivação para o estudo. A motivação para a leitura tem sido discutida por professores e lingüistas incansavelmente. Alguns consideram a leitura silenciosa como uma obrigação, no primeiro momento; outros passam para o professor essa responsabilidade, visto que uma leitura expressiva motivaria os alunos a uma leitura mais eficiente. Nenhuma nem outra corrente parece ter razão suficiente, pois a leitura, que é realizada pelo professor em sala de aula, que é feita individualmente, está sujeita às circunstâncias e às motivações do momento.
No entanto, seja qual for a situação, a primeira leitura é um momento de descoberta e, consequentemente, o momento desencadeador das motivações subseqüentes para novas descobertas do texto. Por isso, não se deve pedir ao leitor uma visão maior do texto ao final da primeira leitura, mas uma ideia geral que deverá ser aprofundada com outras recorrências ao texto.
A definição da espécie de leitura tem outro determinante: o seu objetivo. – Para que se lê?
Se a leitura visa ao prazer estético, ou ao prazer lúdico, provavelmente o leitor ficará satisfeito com uma única leitura; se, no entanto, o leitor busca conhecimento específico, o texto terá que ser estudado outras e outras vezes, até que este leitor se aproprie das ideias contidas no texto.
A língua é um veículo de comunicação que nos possibilita estar em contato com o mundo, por isso se faz necessário conhecê-la de modo particular, através do ato de ler para que possamos alcançar os resultados dos aspectos concretos do texto que resultam da leitura.
O prazer que descobrimos com a leitura leva-nos a experimentar diversas sensações, ricas, inimagináveis e até mesmo essenciais à vida humana. Pelos diversos textos penetramos no inconsciente da nossa razão desvendando mistérios, medos, angústias e traumas que nos cercam. É na leitura que está a chave que abre as portas rumo à ampliação da visão do conhecimento de mundo e à formação de um pensamento crítico. Como destaca SILVA (1990, p.32), “[…] A leitura, enquanto um elemento fundamental do processo de ensino é, também sem dúvida, um poderoso meio para a compreensão e transformação da realidade.”.
O ato de ler oferece a possibilidade de uma livre participação social do homem na sociedade, transcendendo de forma reflexiva, crescendo progressivamente e ampliando o seu entendimento das coisas que o cercam. Nesse aspecto, a leitura representa um instrumento de grande poder nas mãos daqueles que a detêm.
Numa sociedade letrada, cabe à escola o papel de ensinar a criança a ler e escrever com competência, formando cidadãos conscientes e críticos. Deve-se tornar tão somente um pólo cultural no qual o conhecimento sistematizado possa ser adquirido pela sociedade e deve estar vinculado à realidade, proporcionando ao indivíduo um leque de possibilidades de atuação no mundo em que vive.
“Ler, portanto, significa colher conhecimentos e o conhecimento é sempre um ato criador, pois me obriga a redimensionar o que já está estabelecido, introduzindo meu mundo em novas séries de relações e em um novo modo de perceber a quem me cerca. Quando leio sou, pois, criadora, uma transformadora de ordem, Sempre. E não existe revolução maior do que se opera em todo ato de fala ou de leitura”.
Com a leitura, o homem adquire conhecimentos e obtém vantagens pessoais. Ela é o veículo de estudo e do saber, a verdadeira chave do êxito. Através da leitura, aprendemos a inculcar valores e incutir o bom gosto; aprende-se também a viver e a triunfar na luta pela sobrevivência. Conforme nos relata VARGAS (1993.p 12):
Hoje, com os Parâmetros Curriculares Nacionais, temos a proposta do currículo para a prática da leitura como o exercício de tudo o que se lê: um rol de textos, recados, bulas de remédios, avisos, manuais de instruções, receitas culinárias, faixas, textos informativos científicos, religiosos, filosóficos etc. Nesse panorama, os parâmetros sugerem que é importante o leitor conhecer os diferentes gêneros e os diversos tipos de textos que circulam na sociedade.
Nela, a leitura tem sido instrumento de grande importância, pois durante nosso dia-a-dia interagimos frequentemente com os textos escritos cujas leituras são condições para obtenção de informações relevantes.
Em um contexto ainda maior, a leitura possui um poder conscientizado, uma vez que deve ser entendida não como mera atitude passiva, mas como uma construção ativa, tornando-se um instrumento de transformação social. Assim sendo, têm-se motivos de sobra para acreditar que a escola não deve abrir mão da prática da leitura em sala de aula. Conforme observam BRANDÃO & MACHELETTI (1997, p.22):
“A leitura como atividade de linguagem é uma prática social de alcance político. Ao promover a interação entre indivíduos.
A leitura, compreendida não só como leitura da palavra, mas também como leitura do mundo, deve ser atividade constituída de sujeitos capazes de interagir com o mundo, e nele atuar como cidadãos… A leitura como exercício de cidadania exige um leitor privilegiado, de aguçada criticidade… Cabe à escola o desafio da formação desse leitor.”
Deste modo, pode-se entender leitura também como algo bastante amplo que é o que chamamos de leitura de mundo.
Uma criança, por exemplo, que vê bons filmes, desenhos animados, lê livros, participa de atividades variadas, que canta, dramatiza, enfim que utiliza as várias linguagens, amplia seus horizontes, sua visão. Quanto mais experiências ela tem, mais ela amplia sua leitura de mundo. Portanto, mais importante do que ensinar vogais e alfabetos nas classes iniciais do Ensino Fundamental é expor os alunos ao contato com a língua escrita com diferentes tipos de linguagens, pois é a partir daí que ele aumentará sua compreensão, poderá fazer múltiplas leituras do mundo que o cerca, como diz FREIRE (1986, p.22): “[…] a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”. Na visão do ilustre educador, antes de ler a palavra, a criança já lia o mundo através de gestos, olhares, expressões faciais, do tato, do cheiro etc. Uma boa leitura de mundo abre um espaço enorme para que a leitura da palavra seja um processo natural, isso se forem dadas à criança oportunidades de diálogo num procedimento interativo onde ela poderá ampliar e transformar suas ideias, sendo também capaz de compreender a realidade.
Como toda leitura é uma construção de sentidos, as crianças procuram construir sentido para o mundo que as rodeia, e assim passam a perceber relações de afeto, manifestar preferências e rejeições. Neste sentido, antes de se tornar leitor de palavras, a criança já vivenciou diversas leituras de mundo.
Deve-se ressaltar também que toda leitura deve ser feita de forma crítica. Ao leitor e cidadão crítico compete não apenas compreender, mas refletir e idealizar uma realidade diferente, no sentido de transformá-la. Pois um cidadão consciente não procura em um texto apenas a sua decodificação, mas procura através da leitura crítica construir seu próprio texto. A perspectiva é que o educando seja capaz de construir a sua leitura e não apenas confirmar a leitura do professor, porque a leitura do aluno é a manifestação de sua leitura de mundo e de sua leitura de vida. Como se vê, a leitura crítica é geradora de expressões.
Ler é realmente fascinante, é desvendar segredos, é estimular pensamentos, é transformar ideias, por isso, não se deve esquecer que a leitura não é uma prática neutra, pois entre o leitor e o texto estão envolvidos questões culturais, políticas, históricas e sociais, como afirma ORLANDI (1988, p.11):
“Isso mostra como a leitura pode ser um processo bastante complexo e envolve muito mais habilidades que se resolvem no imediatismo da ação de ler. Saber ler é saber o que o texto diz e o que não diz.”
Portanto, cabe aos professores maior interesse em formar leitores pensantes e não apenas decodificadores. No entanto, o aprendizado da leitura ainda é um grande desafio para muitos educadores que precisam de respostas para tantas indagações referentes à formação de leitores, assunto que trabalharemos a seguir.
4. A formação do leitor
Constantemente os educadores envolvidos no ensino de leitura são confrontados pelas seguintes indagações: Como formar leitores? Como estimular na criança o gosto e o hábito de ler?
Essas questões são importantíssimas e estão intimamente ligadas aos problemas enfrentados por todos os envolvidos na formação de leitores nas primeiras séries do Ensino Fundamental. Quando temos respostas claras a elas, a tarefa de tornar possível o aprendizado da leitura fica muito mais fácil e adequada. No entanto, encontrar resposta torna-se difícil se não houver uma reflexão prévia sobre outras duas perguntas: Como formar leitores? Para que os formamos? Consequentemente, para se compreender como formar leitores é necessário saber que tipo de leitores pretende-se formar e com que finalidade.
Para se ter respostas a tantas questões acerca do ensino de leitura, é necessário saber que essas questões não são tão atuais. Deve-se, portanto, discutir o que outros educadores fizeram em outros momentos da história do ensino da leitura, para que não se cometa os mesmos erros do passado, levando ao fracasso a tentativa de formar cidadãos leitores.
Percebe-se então que em outros tempos as coisas se deram de modo diferente, que não se compreendiam a formação de leitores do mesmo modo que entendemos hoje. Que eram atribuídas finalidades diferentes daquelas que hoje atribuem à prática da leitura. Quando um educador adota certas práticas e metodologias para ensinar leitura, poderá estar dando continuidade a antigas concepções e formação de leitores, com as quais muitas vezes ele mesmo não concorda.
Busca-se aqui colocar em foco essa prática antiga de ensino da leitura para então chegar ao momento atual. Acredita-se que, refletindo sobre o nosso passado, é possível dar àqueles envolvidos no ensino da leitura, uma oportunidade para refletir sobre nosso presente e futuro, levando-os a se questionarem como formar leitores nos dias de hoje, e para que os formem.
O alvo das preocupações docentes é o produto da leitura e como estão sendo trabalhadas as suas estratégias. As pesquisas e os estudos têm-se voltado para a focalização desse processo.
As estratégias de leitura, em algumas escolas, estão sendo deixadas em segundo plano, por serem tratadas como uma espécie de enigma. O número de alunos que lêem sem saber o que estão lendo é considerável dentro das instituições educativas. Isto porque a leitura torna-se extremamente essencial ao desenvolvimento social do homem, primando para sua liberdade de ir e vir. Ela é o alicerce da própria formação para a cidadania. É a base para aquisição de outros conhecimentos, de novas conquistas e saberes exigidos pelo mundo globalizado.
Tantas mudanças científicas e tecnológicas conduzem para a necessidade de poder desenvolver-se e a partir daí, desenvolver a competência de aprender a aprender, adequando os métodos de ensino a essa necessidade, garantindo assim, uma auto-aprendizagem, para uma educação permanente e contínua.
A escola, por outro lado, deve ajudar o desenvolvimento das atitudes relativas aos múltiplos saberes, estimulando o estudante a aguçar o seu espírito crítico, ensinando-lhe o respeito pelas diferenças das coisas, ideias, culturas, histórias e, principalmente o respeito às potencialidades originais de cada um.
O grande objetivo da escola é a formação do homem. Contribuir seguramente com a tarefa da construção da personalidade humana devendo assumir o papel de revalorização do saber. Para isso, necessita dispor de meios que sejam eficazes para a eficácia dos objetivos: a aprendizagem. Garantindo a todos a democratização da verdadeira educação.
A formação do professor é um dos passos seguidos como forma de transformar a escola em novo espaço, aberto para a construção do indivíduo com disposição, coragem, dedicação, preparo pedagógico e, sobretudo, amor. Sim, amor pelos livros, alunos, escola, por aquilo que faz diariamente na sua profissão docente. E desta forma ele estará garantindo um resultado satisfatório nesse jogo de descobertas.
Formar leitores competentes não é mais um sonho impossível de se concretizar. Muito pelo contrário, ele está cada dia mais real; motivar o prazer pela leitura não é uma das tarefas mais fáceis, contudo, é uma das muitas gratificantes que podem existir, através dela compartilhamos de um clima de cumplicidade com o aluno <-> texto <-> professor <-> aluno.
O professor é um dos principais agentes de mudanças nesse processo de leitura. Ele deve assumir o desafio trazendo à tona sempre novas propostas de ação pedagógica, amparando-se, por exemplo, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de acordo com as necessidades dos estudantes de sua escola.
Nos tempos recentes, observa-se a escolarização da literatura infantil e o incentivo a uma dinamização do ato de ler, através da diversidade dos modos de leitura e dos gêneros dos textos infantis.
Hoje a formação de leitores é vista como ato de desenvolver um sujeito apto a ler, compreender, criticar e participar da construção de um mundo melhor. Formar um leitor é formar um co-participante do texto. No tocante à cumplicidade entre professor e aluno, no processo educativo, afirma FOUCAMBERT (1994):
“O ato educativo fundamental é aquele que estabelece, entre o professor e seus alunos, a busca conjunta de uma situação que favoreça o avanço da produção de conhecimento para todos”.
Vê-se, portanto, que a formação de leitores é resultado da união de todos os interessados na educação. FOUCAMBERT (1994) afirma também que toda a atuação para a formação do leitor inicia-se e é constantemente acompanhada por um conjunto de informações sobre a natureza da leitura e o que a ela está relacionada. Ninguém se torna leitor sem querer, mas somente através de um processo voluntário, amparado por diversas tomadas de consciência sobre as condutas de leitura e a importância dessa leitura para a vida de cada um.
A formação do leitor tem viabilidade a partir de um processo de caráter libertador onde o educando é conscientizado sobre o material escrito, sendo que este material deve ser do seu agrado e fácil à sua compreensão. Levando-se em consideração para se formar um leitor, deve-se motivar neste o gosto pelo material escrito, para que o ato de ler seja uma prática prazerosa, como afirma CLEIMAN (1993 p 116):
“Nenhum indivíduo gosta de fazer aquilo que é difícil demais nem aquilo do qual não se consegue extrair o sentido ( … )”
Assim, é a leitura para a maioria dos alunos. Uma atividade “maçante, cansativa, travando o caminho até o prazer”.
Ensinar a ler implica também ensinar o alfabetizando a fazer uso de suas hipóteses com relação ao texto e formular o seu próprio texto. Não deve jamais ser um ato obrigatório que de certa forma aprisiona, pois o próprio ato de aprender a ler deve ser visto como um caminho aberto para a liberdade, caminho este que será trilhado mais facilmente pela criança quando ela possui um estímulo familiar que lhe mostre os benefícios do ato de ler.
A escola atual não deve esquecer de sua função principal que é a de formar cidadãos conscientes, por isso, o correto seria que ela fosse o ambiente onde se aprende a ler e a escrever, formando o leitor crítico capaz de buscar em um texto os múltiplos sentidos que ele possui. O ideal seria que a escola fosse o espaço privilegiado da construção de leitores críticos e abertos às várias possibilidades de sentido existentes em um discurso.
A formação de um leitor competente é também a formação de um ser sensível, inteligente e aberto para aprendizado constante que tem como forte ponto de sustentação o espaço escolar.
No momento em que a escola passa a ser um ambiente favorável ao ato de ler, a tarefa de formar aluno / leitor se torna mais fácil. Portanto, é de suma importância que as instituições de ensino tenham uma infraestrutura adequada no sentido de promover a leitura entre as crianças.
Grande parte dos estudantes, das classes sociais mais baixas, só consegue entrar em contato com materiais de leitura, quando frequentam a escola. Mas, infelizmente, muitas instituições de ensino não têm funcionado como ponte de ligação entre o aluno e o livro, pois algumas não possuem livros e nem um espaço para que os estudantes possam ler, entusiasmar-se, alegrar-se no contato com um livro que seja.
4.1 A leitura na família
Não é tarefa fácil despertar na criança o interesse pela leitura, pelo fato de ser um processo lento e que exige dedicação e participação não apenas da escola e do professor, mas também da família.
Para que o ato de ler seja uma prática agradável e costumeira na vida de cada indivíduo, ela precisa ser incentivada, e os primeiros responsáveis no processo de iniciação do leitor devem ser os pais, pois é com eles que a criança começa a ter contato com o mundo da palavra, através das cantigas de ninar e das histórias infantis que a ela são contadas, como afirma SANDRONE & MACHADO (1983, p. 12).
“Ao conversar com os filhos, os pais estarão preparando para explorar verbalmente o mundo ao seu redor. O som das palavras é muito importante: as cantigas de ninar, as rimas antigas, as brincadeiras de ‘dedo mindinho, seu vizinho,’ o ritmo e a melodia das frases ajudam o bebê a identificar ou perceber significados, e a expressar-se usando o mesmo código.”
Não se pode pensar em formar leitores desvinculando a prática da leitura da vida cotidiana da criança. Disso extrai-se a importância da família na vida de todo leitor. É em casa, com a família, que a criança aprende a gostar de ler acompanhando exemplos dados pelos pais. Deste modo, se no seio familiar existem livros e um ambiente de leitura, a criança terá maiores condições de se tornar um leitor, pois é no contato com o livro que descobrirá um mundo novo que é impulsionado a desvendar. Segundo afirma SANDRONE & MACHADO (1993 p 11):
“[…] A criança percebe, desde cedo, que o livro é uma coisa boa, que dá prazer”.
A família jamais deverá se descuidar da educação de seus filhos, nem repassar exclusivamente para a escola a tarefa do estímulo à leitura, pois a criança aprende com o exemplo dos pais.
O interesse pela leitura é algo que se adquire, sendo assim, é importante que os pais leiam livros de literatura infantil a seus filhos quando estes ainda não são alfabetizados, dessa forma ajudarão a criança a descobrir a imensa riqueza que os livros têm a oferecer. É conveniente então que o livro entre para a vida da criança antes da idade escolar e passe a fazer parte de seus brinquedos e atividades cotidianas.
A criança que cresce em um ambiente cercado por histórias, contos de fadas e canções de ninar está, de certa forma, sendo estimulada a manter contatos com os livros no decorrer de sua vida.
Na medida em que a família toma consciência de sua importância na formação do leitor, os problemas na prática da leitura serão em parte solucionados. Pois quando a criança, na presença da família, começar a ter seus primeiros contatos com o livro, ela passará a amá-lo, coisa essencial para que se adquira o hábito de ler.
Mas, infelizmente, a maioria das famílias não aprecia o hábito da leitura, isto ocorre devido a vários motivos, tais como: problemas sócio-econômicos, disponibilidade de tempo e até mesmo uma má conscientização sobre a importância da leitura na vida de todo ser humano.
O ideal seria que os pais buscassem juntamente com os filhos oportunidades de contato com os textos literários e outros materiais de leitura, deste modo estariam contribuindo e fazendo o seu papel na boa formação do leitor crítico e consciente de sua realidade.
O fato dos pais contarem histórias infantis aos seus filhos tem despertado neste o interesse e a sensibilidade, contribuindo para a formação do seu pensamento e da aptidão literária. Pois, escutar história é uma das primeiras experiências literárias que certamente levará à competência lingüística, condição prévia para desenvolvimento posterior.
Os livros, nesse momento, passam a fazer parte de um mundo muito especial, onde a fantasia se apresenta de maneiras diversas e fascinantes, por meio de palavras e desenhos. Olhando as figuras de uma revista, jornal ou livros, as crianças começam a reconhecer coisas familiares e a tentar se expressar verbalmente. É preciso, então, que ela tenha acesso a figuras simples e coloridas, de objetos conhecidos que ela identifique mesmo sem saber o nome, apresentadas em páginas brilhantes, cores fortes e desenhos bem feitos. Por muito tempo ela desejará olhar aquelas figuras que falam dela e do seu mundo. Ela começa a curtir os livros. Estes, frequentemente, são amassados ou rasgados. A criança deve ser ensinada a ter cuidado com os livros, sem que eles sejam tirados do seu alcance. É importante que ela possa manusear e ter um contato íntimo com o objetivo do seu interesse.
Muitas vezes os pais deixam de aproveitar momentos de alegria e prazer de ver os filhos crescerem por dentro, simplesmente porque acham que eles ainda não entendem… Surpreendem-se com as palavras novas que aparecem em seus vocabulários, a cada novo dia. Esta também é a hora de aparecerem os livros, impressos ou feitos em casa, pela própria criança, ou pelas crianças mais velhas da família. Livros para colorir, os quais ela possa retomar sempre, conversando, ouvindo e repetindo, estabelecendo relações, álbuns de figurinhas e assim por diante.
É função dos pais auxiliarem os filhos, ainda não leitores, a escolher um objeto portador de texto que pode ser um livro, uma revista em quadrinhos etc. Este será um momento de ajudá-lo a relacionar textos. De conhecer personagens e de comparar a fantasia com a realidade. Os livros, além de auxiliarem na aprendizagem do mundo, são capazes de aperfeiçoar o gosto do leitor. Formar o gosto do leitor e possibilitar escolhas são coisas fundamentais na vida adulta. A maioria dos leitores adultos tem na lembrança historinhas que aprenderam com os pais na infância, isto prova a importância da leitura infantil para a formação de todo leitor.
Quando a criança escuta um conto, a sua mente está a produzir outro, isto vem fortalecer a ideia de que, por um lado, a narrativa oral atua como veículo de emoções e, por outro lado, inicia a criança na palavra, no ritmo, nos símbolos e na memória, despertando a sensibilidade e o gosto pelo material escrito.
Desta forma, a família estará participando da educação de seus filhos e contribuindo para sua formação como leitora.
4.2 A leitura na escola
As questões relativas à leitura e aos gestos de ler vêm sendo muito discutidas, já há mais de duas décadas.
O ato de ler antes restrito a ambientes fechados, hoje acontece em todos os lugares. Lê-se em casa, mas lêem-se também nos bancos das praças, nas ruas, no ônibus, no metrô, nos aviões etc. E além de textos nas mãos, o indivíduo recebe outras mensagens escritas: placas, avisos luminosos, outdoors.
Nos últimos dois séculos, a leitura passou a estar indissociavelmente ligada à escrita. E a história de vida do homem, na era moderna e contemporânea, é toda ela pontuada por documentos escritos.
São muitos os gestos de leitura e diferentes os textos que circulam nas instruções e grupos sociais. Obras teóricas, menos e mais complexas, juntam-se em estantes de residências e até em bibliotecas escolares, a manuais didáticos. Textos literários refinados acabam convivendo com escritos voltados ao puro entretenimento. Versões simplificadas de obras clássicas dividem o mesmo espaço com os originais que lhe deram vida. Além de revistas, quadrinhos e jornais, os textos que aparecem na mídia eletrônica estreitam mais seus laços com os produtos “tradicionais”.
Diante de tal visão caleidoscópica, é preciso administrar diferenças e proceder às escolhas cuidadosas para orientar as múltiplas leituras possíveis.
É função primordial da escola ensinar a ler. É função essencial da escola ampliar o domínio dos níveis de leitura e escrita e orientar a escolha das matérias de leitura. Cabe formalmente à escolha desenvolver as relações entre leitura e indivíduo, em todas as suas interfaces.
A escola pode e deve trabalhar, desde as séries iniciais, com textos de diversas naturezas, com textos que surjam do cruzamento de linguagens variadas e, evidentemente, com os textos dos livros paradidáticos que criam a possibilidade de o indivíduo explorar dimensões não usuais do imaginário coletivo e pessoal. Crianças de séries iniciais podem ir desenvolvendo, desde cedo, seus gestos de leitura, gestos que não se separam nessa fase. E tal trabalho só irá ocorrer se houver participação e presença contínua do professor, que deverá atuar também como um mediador, para que a leitura se desenvolva com todo o vigor entre os pequenos?
O professor tem que ser, antes de tudo, um leitor. Um professor que não leia, jamais trabalhará com a leitura. Ele precisa ler muito, gostar de ler e fazer com que os pequenos leiam, precisa ler para eles, ler com eles e saber ouvir a leitura, ainda tímida e descompassada, que seus alunos fazem do texto lido. É tarefa do professor selecionar os textos nas séries iniciais, textos de boa qualidade, não importando a diversidade de suas naturezas. Textos ficcionais e poemas devem ser de teor narrativo, quando se trabalha com crianças de séries iniciais. Até mais ou menos a idade de quatro anos, a criança ainda não é capaz de ler os textos, mas faz uma leitura de imagem muito bem. As crianças gostam de contar fatos, acontecimentos, histórias, mas que estejam centrados na sua própria vida, nas suas experiências pessoais do dia a dia. A partir de 5-7 anos, os pequenos já podem trabalhar em interação com os colegas da classe. O trabalho de construção coletiva de um texto ajuda os alunos de séries iniciais a interagir, realizando ações de pensamento cada vez mais complexas. O papel do grupo, na formação de uma história, é justamente o de ampliar os níveis e os limites da competência narrativa, já que para narrar é preciso que os grupos organizem os dados em uma determinada ordem, que recuperem ações passadas e antecipem algumas outras futuras. E nesse caso, as noções de espaço e tempo precisam ir se desenvolvendo e se compondo pouco a pouco.
Em séries iniciais, o professor deve trabalhar com textos predominantemente narrativos e a análise das ilustrações que acompanham uma história é fundamental para o estudo do texto. O professor deve ir descobrindo, juntamente com as crianças, aquelas áreas onde se dão os cruzamentos entre texto e ilustração, bem como deve levá-los a reconhecer os distanciamentos e oposições que existem entre essas duas dimensões.
Quando as crianças passam a conviver no espaço escolar, aprendem muitas coisas. De algumas, já ouviram falar muito antes de entrarem na escola, outras, vão conhecer ao frequentar as aulas, através das tarefas escolares planejadas e organizadas pelo professor. São muitos e variados os conteúdos com os quais a criança se defronta no dia a dia da escola e são muitas as formas que encontram para se relacionar com eles. A mais usual na didática das disciplinas escolares é o uso de livros para apoiar as atividades planejadas pelo professor. Os livros didáticos e paradidáticos funcionam como suporte para a estruturação das atividades de classe.
No entanto, quando abrimos os livros que chegam às salas de aula, quando olhamos os paradidáticos, vemos que eles são portadores de muito mais do que apenas textos escritos. Vemos desenhos, fotografias, páginas impressas com tipos e tamanhos diversos de letras, cores variadas, o que nos indica que as crianças precisam aprender a ler esses outros portadores e significados.
Embora hoje em dia pesquisadores e professores reconheçam na leitura seu papel do instrumento fundamental de aprendizagem, sabe-se que é raro que desse aprendizado os alunos venham a descobrir o prazer de ler. No entanto, num enfoque amplo do ensino da leitura, o ensinar a ler para aprender deve ir acompanhado do ensinar a ler para ler. É importante que os alunos aprendam que a leitura dos paradidáticos também é um instrumento para o ócio e diversão, uma ferramenta lúdica que nos permite explorar mundos diferentes dos nossos, reais ou imaginários, que nos aproxima de outras pessoas e de suas ideias, que nos converte em exploradores de um universo que construímos com nossa imaginação.
Em todos os níveis de escolaridade deve haver tempo e espaço programado para ler por ler, ler para si mesmo, sem outra finalidade que a de sentir o prazer de ler. Fomentar o prazer da leitura não é algo independente de ensinar a ler. Ser capaz de ler e também saber caminhar pelas trilhas imaginárias dos paradidáticos, das bibliotecas do mundo inteiro, é conhecer as afinidades entre estilos e escritores, e principalmente ter informações acerca das obras e, dos contos e seus autores. E para garantir a qualidade da aprendizagem de leitura, os professores devem garantir que os alunos se sintam motivados para aprender, já que aprender requer esforço pessoal. Para aprender a ler, as crianças precisam ver a leitura como algo interessante, que os desafia, porém que poderão alcançar com ajuda do professor. Os alunos devem dar-se conta que a leitura dos paradidáticos é interessante e divertida, e que esse aprendizado lhes permitirá serem mais autônomos, também se deve perceber como pessoas competentes que, com ajuda e recursos necessários, poderão ter êxito. E, nesse sentido, o trabalho deve contemplar o conjunto bastante amplo de estratégias complementares que os alunos utilizam em sua aproximação à leitura.
4.3 O papel do professor na formação do leitor
A aprendizagem, salvo algumas, é vista como ação que reúne a necessidade de paciência e em alguns casos de submissão. Entretanto, o professor deve estar persuadido da precisão e da importância do seu papel como mediador neste processo de aprendizagem.
Logo, o que temos em mente é que todo professor comprometido com a função pedagógica deve ter como meta principal o exercício competente dessa função que lhe cabe. Torna-se extremamente necessário que o educador faça um grande esforço para alcançá-la.
Atualmente, a formação dos professores ganhou um novo perfil. O professor-informador e aluno-ouvinte foram substituídos pelo professor-animador e aluno-pesquisador e esta mudança exige do professor um novo posicionamento frente ao exercício de sua profissão, com uso de novos instrumentos sem, no entanto, esquecer-se de que:
“A principal ferramenta de trabalho do professor é a sua pessoa, sua cultura, a relação que instaura com os alunos, individual ou coletivamente. Mesmo que a formação esteja centrada nos saberes, na didática, na gestão de classe e nas tecnologias; não se deve esquecer da pessoa do professor” (PERRENOUD, 2002, p.49).
O que diferencia a prática docente são a criatividade e motivação por parte desses profissionais. É fundamental que isto ocorra, pois se poderia minorar a evasão, a inadaptação infantil na escola, entre outras mazelas que contribuem para a ineficácia da educação no Brasil.
São inúmeros os profissionais de educação que convivem da relação absoluta ensino/aprendizagem, tornaram-se elementos do passado, porque acreditam que a nova geração repete a anterior. Mas, enganam-se, as novas gerações superam cada vez mais a outra.
A escola, por sua vez, não está isolada do mundo, devendo estar aberta ao universo que a cerca para a sociedade exigente. Proporcionando à clientela a promoção da interação das funções sociais e fornecendo subsídio aos profissionais com motivação material e moral. Exigindo dos nossos educadores, competência e determinação para que possam estabelecer com méritos o processo ensino/aprendizagem.
Dessa forma, a leitura exerce funções primordiais, oferecendo aumento das capacidades criativas na formação de futuros leitores competentes.
Com isso, faz-se iminente o surgimento de um leitor crítico e, de certa forma, novas posturas pedagógicas de transformação de professor que vive na busca incansável da construção do seu próprio conhecimento.
A ideia de ensino será substituída por uma auto-aprendizagem, com o professor criando situações animadoras de modo a despertar o interesse do aluno. Fazer com que, por exemplo, uma “simples” aula de leitura, se torne uma inesquecível viagem a novas e fantásticas descobertas.
“Interesse discente passa a ser vital para a existência do professor.
É o aluno, pois, quem oferece continuidade e vitalidade ao lugar do docente. Sim, parece não restar prazer no lugar docente, tornando um deserto sem a materialidade da presença do aluno.
E inúmeros são as referências a este abandono operado pelo aluno em qualquer etapa do contexto escolar” (PERRENOUD, 2002, p.135).
Professor e aluno estão intimamente ligados. Um não consegue realizar-se sem o outro. Estabelecem uma interação muitas vezes, compartilhada de muito afeto, amizade e companheirismo. Estar em família é tão precípuo para o desenvolvimento de uma aula, dos textos escolhidos para leitura, para formação das habilidades que o educador poderá a partir de então, desenvolver.
No caso da leitura, o professor é responsável pela sua função e formação de leitores ativos. O primeiro passo deve ser de trabalho com textos significativos, assim os alunos poderão relacioná-los às suas realidades, futuras e com o seu próprio cotidiano. São dados assim, condições para que esses aprendizes possam lidar com o texto, interpretando-o, trocando sugestões, assumindo e debatendo frente aos fatos narrados. Criando um universo de situações diferentes daquelas que estão escondidas nas entrelinhas do texto original.
“As mais elementares tarefas da vida cotidiana exigem o recurso ao escritor, tomar o ônibus. Fazer compras em um supermercado, procurar uma rua na cidade, cozer alimentos, telefonar, utilizar em casa um microcomputador, tudo isso requer atividades de leitura”.
O educador ao manejar esses textos, deve ter consciência de que a leitura está viva no dia-a-dia do aluno: em casa com os pais, na escola, na rua, nas brincadeiras, na televisão, no entretenimento, nos gestos, nos acontecimentos, nas paisagens, no sorriso, enfim na maneira em que é concedido a cada um, dentro do seu próprio mundo, como observa CHARMEUX (2000, p.34):
O corpo docente necessita entender que a leitura não é um ato passivo, mecânico, ela está sempre interagindo com o mundo e com o homem. Caso contrário, o texto seria apenas um produto acabado e não um ato de interação que assim dispomos: AUTOR <-> LEITOR <-> TEXTO <-> LEITOR <-> MUNDO.
A palavra-chave é motivação. Dar vitalidade às aulas de leitura, estimula sempre o gosto por esta atividade tão benéfica na vida do homem, “por ordem em casa”, ter participação ativa e dinâmica na sala de aula, contribuir para o desenvolvimento integral do educador, valorizando e respeitando as potencialidades de cada aluno. Ser um incentivador, ser artista, ser poeta, ser psicólogo ou terapeuta, ser um pouco de pai ou mãe, ser amigo, ser um mestre, este é o perfil do professor formador leitor.
5. A Importância dos livros paradidáticos na descoberta do prazer de ler
A importância dos livros paradidáticos na vida de uma criança que inicia sua formação como leitora é inegável, pois é durante a infância que se têm os primeiros contatos com os materiais escritos, e quando esses materiais estão ao alcance da compreensão da criança, ela terá motivos a mais para gostar de leitura.
Portanto, a opção pelo livro infantil como material didático a ser usado no processo de formação do leitor deu-se pelo fato de termos verificado, durante poucos anos como docente na rede de ensino municipal, que o material usado pelo professor no ensino e prática da leitura nas primeiras séries do Ensino Fundamental é basicamente o livro didático.
Tal observação nos permitiu concluir que o trabalho realizado na escola, numa perspectiva tradicional, em nada tem despertado o gosto pela leitura, pelo fato de ser uma atividade obrigatória, contribuindo muito pouco para o desenvolvimento do aluno como cidadão-leitor. Além de despertar o prazer da leitura enquanto prazer de descoberta, o trabalho se reveste de um caráter nefasto de cobranças, impedindo que o aluno veja a leitura como uma atividade prazerosa.
Deste modo, não se pode afastar a criança do livro infantil, pois ele é de fato importante para a formação do pequeno leitor, não apenas devido à fácil leitura que nele pode ser feita pela criança, mas também pelas histórias que dele podem ser contadas às crianças ainda não alfabetizadas, pelos debates e opiniões que eles proporcionam e mesmo pelos jogos rítmicos que estimulam o gosto e o hábito de ler.
É com a ajuda dos livros paradidáticos que se pode influir sobre a vida afetiva e estética da criança, iniciando-a no mundo literário e servindo como instrumento para sensibilização da consciência, para a ampliação da disposição e o interesse de analisar o mundo, pois ela procura mostrar à criança, o homem, as aventuras, as culturas das sociedades, o ambiente, os comportamentos e atitudes. Para isso, ela se serve da fantasia que estimula a imaginação da criança, levando-a a se sentir participante da história do momento da leitura. A leitura que se baseia no desejo de ler identifica-se com o apaixonado ou místico. É ser um pouco clandestino, é abolir o mundo exterior, deportar-se para uma ficção, abrir o parêntese do imaginário.
O livro infantil ocupa um lugar privilegiado, pois nele podem-se encontrar duas estratégias, a da palavra (texto) e da forma (ilustração), de forma a facilitar o entendimento e o interesse pelo livro. Pois toda criança dá mais atenção às coisas que lhes agradem, e o livro infantil é um material atraente e agradável. Como diz MEIRELES (1984, p.61):
“O livro é de moral prática, e o infante acredita na aprendizagem do exemplo. Vai mais longe sua visão pedagógica: as pessoas seguem, na aprendizagem, o caminho que lhes parece mais agradável …”.
O leitor em início de formação deve ser estimulado à leitura dos textos literários em sala de aula e fora dela para que esta habilidade incentivada pelo professor transforme-se em hábito durante toda sua vida.
A leitura de bons livros criativos, estimulantes, instigantes gera no aluno uma predisposição natural ao hábito de ler. Isto se dá pelo fato de ser consequência de um processo de incentivo, provocado pelo próprio material de leitura. Quando o elemento de “incentivação” se coloca fora do nível de interesse do aluno, a consequência é o desinteresse pela leitura.
Além da adequação que a leitura deve realizar no gosto da criança, o que, de modo óbvio, não é nem pode ser seu objetivo exclusivo, é necessário que cada educador se proponha a oferecer através dela um alimento saudável à imaginação infantil. Pois segundo afirma JESUALDO (1993, p.25):
“Religar uma literatura poética que traz em seus relatos maravilhosos, o encanto do novelesco e não compreender a intimidade espiritual da criança, pois para ela as coisas existem, ou não na medida que sua imaginação, aberta à claridade poética do conhecimento as aceita como reais ou imaginárias”.
Os livros paradidáticos têm diversas finalidades na vida da criança que se inicia no mundo da leitura, a finalidade de instruí-la, educá-la, diverti-la, ou as três coisas ao mesmo tempo. Mas não se deve esquecer que para o alcance dessas finalidades, deve-se estar atento a algumas questões importantes, como: a qualidade dos textos, o caráter lúdico que deve revestir as atividades de leituras, sem com isso perder finalidades básicas, como o desenvolvimento da linguagem e a formação do leitor.
A adequação à faixa etária da criança é outro ponto a ser observado, pois como já foi dito anteriormente, o gosto costuma mudar com a idade. A criança de um a três anos prende-se ao movimento, ao tom de voz, e não ao conteúdo do que é contado, por isso a importância de se contar histórias curtas e com muito ritmo e entonação. Os livros devem ter somente uma gravura em cada página, mostrando coisas simples e atrativas visualmente. O predomínio das gravuras e ilustrações deve continuar nos livros para as crianças de quatro a seis anos, mas com textos brevíssimos, para que ela passe a ter contato com o mundo da palavra escrita.
“Nessa idade a criança já passa a se interessar pelos contos de fadas, tais como: “O pequeno Polegar”, “João e Maria”, “Rapunzel”, “Chapeuzinho Vermelho”, “O Soldadinho de Chumbo”, “Cinderela”, e outros.
5.1 A Leitura de contos de fadas, Fábulas e Lendas.
As crianças são mergulhadas no maravilhoso mundo dos contos de fadas desde muito pequenas, antes de entrarem para a escola. Através deles, antes de se iniciarem no universo da palavra escrita, as crianças desfrutam da liberdade típica da língua oral, onde uma mesma história pode ser recontada de diversas formas, ao sabor do momento.
O conto de fadas se mantém: acontecem num lugar distante, sem nome, obviamente imaginário, são contados por um narrador anônimo que jamais se apresenta ao leitor, seus protagonistas são heróis e vilões claramente caracterizados (uma linda princesa, uma terrível bruxa, um valente camponês) e terminam a maior parte das vezes com finais felizes.
Descrevendo-as desta forma, estas histórias parecem simples e até previsíveis. Mas não são e não há quem não se emocione com um conto de fadas bem contado e ilustrado, isso porque, embora os contornos dos contos de fadas sejam claramente delineados, tudo acontece num espaço onde tudo pode acontecer. Isto é, natureza e as pessoas formam um único corpo, os personagens facilmente se transformam em animais e plantas, assim como qualquer ser do universo pode conter um jovem encantado preso a um feitiço. Trata-se de um universo de metamorfose constante onde o jogo das aparências, do tempo linear, da verdade abertamente declarada formam texto cheio de surpresas e sutilezas.
Nos contos de fadas, tudo está e é muito vivo. Daí a grande fascinação é o não cansar-se com a repetição desejada das sempre mesmas histórias. O universo, a um só tempo, grave e lúdico desse conto envolve definitivamente o leitor. Os contos de fadas, os contos maravilhosos encantam, comovem e educam indiretamente. Devem, pois, ter presença constante nos trabalhos escolares, principalmente nas séries iniciais. Mas sem pensar em um resultado pedagógico automático. A importância maior está no prazer que os contos despertam. Nessas histórias, há situações que sempre se repetem: há obstáculos a serem vencidos, rivalidades, perseguições, disfarces, dilemas diante de opções a serem feitas entre prazer e dever, por exemplo: os heróis precisam cumprir uma tarefa, vencer um desafio. Há então pessoas coadjuvantes que impedem, ajudam à ação do herói. E o final é sempre feliz e glorioso.
O professor pode, pois, preparar seu trabalho a partir do conhecimento que tiver sobre a organização dos contos de fadas, que são histórias lindas, capazes de povoar o imaginário infantil de ricas fantasias, permitindo ainda que os pequenos liberem seus sonhos. E como tudo nos contos maravilhosos tem muitos sentidos, ou tem, no mínimo, duplo sentido, o professor deve ir mediando o trabalho das crianças, criando possibilidades para que elas levantem hipóteses sobre as histórias e apontem as relações entre os acontecimentos.
Quando a criança é alfabetizada, muitas vezes o professor se pergunta: E agora? O que será que posso oferecer a eles? Afinal, já passaram da idade do conto de fadas!
Na verdade, o professor comete um equívoco porque não existe verdadeiramente uma idade certa para se ler um conto de fadas ou outro tipo de narrativa. O bom livro não é como um sapato velho, que quando o pé cresce, é posto de lado. Uma história bem contada pode e deve ser relida ao longo de toda a vida. Vejamos a magistral obra de Monteiro Lobato “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”. Nela a história se passa dentro de um sítio, os personagens têm nomes e idades claramente enunciadas. Que tipo de narrativa será esta?
Ora, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, dentro do universo criado por Lobato, é um espaço tão atemporal quanto qualquer floresta encantada. Tudo pode acontecer naquele espaço, o imaginário do mundo todo cabe nos recônditos daquelas terras mágicas. Uma boneca pode falar, uma espiga de milho se transforma em gente, todas as viagens místicas são possíveis e o tempo, em diversos momentos, pára de exibir.
O homem é dotado de uma curiosidade constante. Vem daí o contínuo progresso do ser humano, sempre evidenciado pelas grandes descobertas, invenções que têm marcado o tempo e a história do mundo.
As grandes perguntas sobre questões ligadas à origem do universo, ao aparecimento do homem, aos fenômenos da natureza, à existência de outros planos espirituais, são indagações que continuam a ser feitas e refeitas pelo ser humano na busca contínua de conhecimento do espaço em que vive e de si próprio.
Se o progresso nos der respostas científicas para interrogações diversas, mesmo assim, explicações outras, mas ligadas ao domínio do imaginário e do sonho, continuam convivendo com as invenções e as descobertas de grandes pensadores, sábios e pesquisadores.
Se a literatura infantil é um dos caminhos para a formação do leitor, é preciso que os educadores estejam atentos às obras que estão sendo utilizadas em sala de aula. A literatura infantil contemporânea, que se distancia dos contos tradicionais, traz em suas narrativas questões sociais, emocionais e éticas que são fundamentais para a formação do cidadão.
6. Reflexão sobre questões sociais subjacentes nos livros didáticos: a literatura infantil dos anos 70.
Dos anos 70 para cá, a literatura infantil tem sido um aspecto social de lazer e ao mesmo tempo educativa ao contrário das clássicas histórias infantis de Andersen ou dos irmãos Grimm, ideologia maniqueísta, de luta entre o bem e o mal: ao contrário ainda de autores nacionais como Monteiro Lobato, cuja obra possuía fins didáticos moralistas, a literatura infantil dos anos 70 mostrou-se uma literatura de vanguarda, cujos objetivos iam muito além do mero moralismo ou do intuito didático. Ela sugeria uma revisão de valores comportamentais, propondo temas éticos, filosóficos, políticos e, principalmente dando grande relevo aos aspectos sociais subjacentes nas histórias infantis que surgiram nessa época e que estão em vigor até os dias de hoje. Estas produções, além do seu caráter lúdico, contribuem para a formação do cidadão-leitor. Nesta modalidade, ressaltam-se autores de peso como Ruth Rocha, Ziraldo, Maria Clara Machado, Elias José, Cecília Meireles, dentre outros.
Essa literatura contemporânea atrai as crianças para um mundo já não mágico quanto “O Patinho Feio” ou “Branca de Neve”, mas não menos atraente pela emoção e prazer da descoberta de um mundo parecido com o próprio leitor, um mundo quase real recheado de diferenças, preconceitos e sonhos não satisfeitos.
Em “A abelha Abelhuda”, por exemplo, a autora Eliane Barriga fala de uma abelhinha diferente das outras que só vivia para tirar o mel das flores. Ela, abelhinha, além da sua polinização natural da uma condição de abelha, adorava se enfeitar, fazia amizade com flores, suas amigas. E por ser diferente despertava a inveja das outras abelhas.
Textos como esses despertam na criança uns olhares diferentes para o outro, levando-a a refletir que nem todos são iguais e que as diferenças devem ser respeitadas. O professor das séries iniciais pode levar o aluno a descobrir no seu mundo real quem se aproximaria da abelha metaforizada do texto: O travesti, a prostituta, a menina que optou por ‘ ficar’ com vários meninos ao invés de namorar ‘sério’, o coleguinha de turma que não segue um comportamento padrão.
Ruth Rocha, em “O reizinho mandão”, questiona, através do lúdico, do engraçado, o autoritarismo, presente nas nossas casas, na escola, no ambiente de trabalho. Em “O piquenique do Catapimba”, a autora Ruth Rocha fala dos preparativos em casa para um piquenique e os desacertos e encontros de duas turmas de garotos alegres. Este ponto aborda a desigualdade social, a rivalidade entre grupos de jovens ou entre famílias que não se entendem.
Ana Maria Machado, em “Beijos Mágicos”, aborda questões referentes às questões familiares. A separação amigável dos pais, os ciúmes da nova namorada – bruxa do pai e o casamento dos pais.
Cristina Porto, em “Marco e Apolo”, mostram a percepção de que ninguém faz nada sozinho e precisa das providências carinhosas da família.
Flavio Sousa, em “A mãe da menina e a menina da mãe”, dá ênfase à inversão dos papéis entre mãe e filha, a descoberta de que mãe também foi criança e que guarda dentro de si a menina que foi a ponto de ganhar um presente no dia das crianças.
Já Sylvia Orthof, em “O bisavô e a dentadura”, aborda comilança mineira e grande brincadeira de uma família com bisavô e dele com os seus bisnetos. Esses cinco contos da literatura infantil contemporânea questionam o bem escrever de Ana Maria Machado, a crítica aguçada de Ruth Rocha, a irreverência e o humor de Sylvia Orthof, as personagens bem desenhadas, a sensibilidade envolvente Flavia de Souza, a linguagem terna, carinhosa e aguçada de Cristina Porto. Abordam as questões familiares, a presença ativa de irmãos maiores e menores, ainda nascimento de um irmão mais novo de avós e bisavós atuantes e afetuosos.
O importante em leituras como essa é o aspecto formação. Mas do que forma o leitor, forma-se aí o cidadão, entendendo e refletindo o mundo que o cerca.
7. Considerações Finais
O tema estudado e apresentado neste trabalho remete a uma conjuntura de concepções mais variadas quanto à pertinência da literatura no contexto do processo da alfabetização, provocando, inclusive, uma série de questionamentos relacionados à significação do ato de ler para a criança logo no início da sua vida escolar.
Assim é que, através de investigações bibliográficas sobre o assunto, fez-se notar o quanto à literatura infantil, quando bem orientada, poderá servir de norte à prática educativa em geral, e, mais precisamente, à alfabetização, oferecendo contribuições significativas à articulação pedagógica na construção de saberes imprescindíveis às aprendizagens subsequentes.
Nesse sentido, o conhecimento prévio no ângulo da aprendizagem serve como subsídio à dureza de aspectos relacionados à formação continuada de leitores. Compreender-se, portanto, que a leitura não se dá de maneira taxativa num só período: ao contrário, é um processo que se desenvolve por toda a vida.
Contudo, no que se refere aos primeiros anos escolares em que indiciam as atividades relacionadas à alfabetização, o fazer pedagógico precisa de um encaminhamento favorável, observando-se a metodologia que melhor atenda às características do pequeno leitor, considerando suas peculiaridades, a fim de que melhor sejam conduzidas as ações educacionais.
Formar leitores competentes não é mais um sonho impossível de se concretizar. Muito pelo contrário, ele está cada dia mais real; motivar o prazer pela leitura não é uma das tarefas mais fáceis, contudo, é uma das muitas gratificantes que podem existir, através dela amos de um clima de cumplicidade com o aluno <-> texto <-> professor <-> aluno.
O professor é um dos principais agentes de mudanças nesse processo de leitura. Ele deve assumir o desafio trazendo à tona sempre novas propostas de ação pedagógica, amparando-se, por exemplo, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de acordo com as necessidades dos estudantes de sua escola.
O profissional da educação não pode ser apenas um orientador da aprendizagem. Torna-se fundamental que ele reaja, busque possibilidades nunca apresentadas, ouse e não se permita ser influenciado pelos entraves que possam lhe aparecer na escola. Precisa mostrar com muita personalidade, a possibilidade de práticas alternativas e concretas. Necessita também, fazer parte dos problemas tanto dentro como fora da escola, dando sua parcela de contribuição para ajustar, adaptar, modificar, enriquecer o ensino.
Nesse raciocínio é que se elaborou este trabalho monográfico que, para o pesquisador, representa o início de uma caminhada com perspectivas de aprofundamento sobre a temática em questão. Portanto, é bem convincente, em termos individuais, a opção feita por este estudo, pois, embora a pretensão não tenha sido de esgotar o assunto, muito contribuiu na clareza de aspectos que antes foram nebulosos pela falta de considerações teóricas para desvendá-los.
Daí a importância da leitura dos livros paradidáticos nas séries iniciais do Ensino Fundamental, é na medida em que se pretende formar não apenas o gosto, mas também o hábito de ler.
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Autor: Davi Brandão de Jesus