Planos de Aula BNCC

A família como instituição

Explore a evolução da família como a principal instituição humana e sua influência no desenvolvimento individual e no bem-estar social. Entenda como a família molda o futuro de seus membros e da sociedade.

A família como instituição

Família como Instituição


1. Histórico da família

Famílias organizadas em torno da figura do pai – patriarcal – modelo europeu de colonização.

Famílias organizadas em torno da mãe – matriarcal – modelo dos negros.

Pesquisa de Szymanski 1988 – Conflitos entre o modelo de família versus escolha de vida em virtude das dificuldades vividas pela família.

Quadro encontrado na pesquisa (p.16):

Família se estabelece “a partir da decisão de algumas pessoas conviverem, assumindo o compromisso de uma ligação duradoura entre si, incluindo uma relação de cuidado entre os adultos e deles para com as crianças que aparecem nesse contexto”.

“Esse compromisso era cumprido independentemente de formalidades legais da nossa sociedade civil que regem casamento, separação, adoção de crianças”.

O cuidado das crianças recaía sobre a mulher, sendo essa a figura forte.

Algumas famílias matrifocais, homens entraram e saíram das famílias e o núcleo de responsabilidade continuou com a mulher. Contudo, quando a figura do homem está presente, ele é o responsável pela manutenção material da família.

Há hierarquia entre mais velhos e mais novos. A relação era de mandar/obedecer.

Os filhos participam da manutenção do lar de diferentes formas, dependendo do sexo e idade.

Demonstravam desejo de participar de uma família nuclear.

Há um conflito entre a família vivida e a família pensada.

Família pensada (p. 19)

Comparação de sua família com outra, boa, certa e desejável. Com condições diferentes dessa “pensada”, era necessário “malabarismos” para realizar a encenação dessa família desejada. Ex: (p.19)

(p. 20) A “família pensada” pode interferir tanto na vida da família que ameaça a sobrevivência das pessoas. Pode ainda dar a sensação de diferente e isso não significa melhor.

Outro aspecto: pressão social que é exercida para que o modelo ideal seja seguido. “Agir coerentemente com o modelo preserva socialmente a própria imagem” p. 21.

Esse modelo é impessoal – foi criado por outros, não foi refletido e decidido pela pessoa, contudo ele é poderoso. Ele direciona as escolhas e decisões das pessoas, influencia papéis e valorização de si e da família.

Não se adequar ao modelo acaba sendo sinônimo de incompetência, o que gera angústia. (p.22)

Mudanças na sociedade – criação de um novo núcleo familiar, muito da cultura é repetida, modificada e novos aspectos incorporados (p.24).

Além da influência social no modelo de família, existe a influência pessoal – crenças, valores, interpretações próprias do sujeito.

Vertentes da formação dessa família pensada (p.25):

  • O cultural e social mais amplo;
  • O cultural e o social mais restrito;
  • O individual.

Esse pensado passa a ser “tirânico” – não considera condição social, tempo, características individuais. (p.25)

(p. 26 e 27). O pensamento tirânico traz insatisfação no relacionamento familiar. Ou por sentimento de incompetência ou pela ideia de “se eu pudesse tudo seria diferente”.

Família vivida (p.27)

“Família vivida refere-se ao modo de agir habituais dos membros de uma família. É a que aparece no agir concreto do cotidiano e que poderá ou não estar de acordo com a família pensada”.

A família vivida é uma solução – são os arranjos adotados diante das necessidades – ela tem caráter da realidade vivida. (p.28) Realizado de acordo com a realidade do momento. Caminhos não idealizados. Exemplos (p.29).

O vivido como repetição de padrões aprendidos. (p.30)

Agir aprendido por imitações ou incorporações. (Exemplo p.30).

Agir cotidiano que leva a ser modelo ou antimodelo (filho rebelde que vira pai conservador) dos papéis que o indivíduo vai experienciar.

É necessária a ajuda de alguém para interpretar essas condutas, auxiliar a pensar em novas formas de se relacionar com o mundo e com as pessoas.

Como conhecer a família. (p.34)

É necessário um respeito constante com sua individualidade, crenças e valores. (p.34-37).

Presupostos para a intervenção em famílias. (p.37)

Modos de relações são aprendidos e podem ser modificados quando se propõe mudar as interpretações das experiências vividas. Olhar de outro ângulo a situação. (Ex: mãe bater na menina teimosa, p. 37).

Ao longo do tempo, as pessoas desenvolvem “teorias” que são interpretações e avaliações que foram se organizando – família pensada. E vão escolhendo maneiras específicas de viver no cotidiano – família vivida. Essas construções são feitas nas relações com os outros e têm interferência das emoções.


2. Um Método de trabalho com famílias

Cuidado com as inferências – uma expressão séria não significa infelicidade.

Contatando e conhecendo a família

OBSERVAR – Olhar (p.43)

  • Olhar não é julgar;
  • Olhar não é inferir;
  • Olhar sem modelos “prontos”;
  • Olhar envolve paciência.

Observação

  • Descrição – registrar o que se viu;
  • Identificar os aspectos que mais chamaram a atenção (p.45);
  • Seleção de aspectos comuns (47).


3. Possibilidades e limites no trabalho com famílias

– Se a família não tem condições materiais, essa situação não justifica a retirada da criança do convívio familiar, mas o encaminhamento da família a um programa oficial de auxílio.

– Necessário atentar que a interferência se dá em maior ou menor grau dependendo da intensidade que se desrespeita o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A- Programas de formação de cunho preventivo ou orientação. (p. 51)

– Pressupõe possibilidades da família adotar novas formas de convivência que favoreçam o desenvolvimento pessoal de todos os membros.

– É um trabalho aberto, voltado para a formação e informação, exigindo continuidade.

B- Programas dirigidos para famílias e/ou grupos de famílias com problemas semelhantes.

– Grupos realizados em caso de alcoolismo, violência, toxicomania, além de atender os sujeitos que apresentam o problema, oferecem suporte aos outros familiares.

C- Retirada da criança do convívio familiar.

– Uma criança retirada da convivência familiar, sem dúvida, ficará privada de experiências de relacionamentos em que ela poderá receber e expressar amor e que são essenciais para a formação de uma imagem de si como tendo valor.

– A criança necessitará de um suporte para a elaboração dessa situação.

– As opções de acolhimento dessa criança seriam a família substituta ou as instituições.

A importância da interação entre família e escola na solidificação de valores morais é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças. Para saber mais sobre esse tema, acesse a importância da interação entre família e escola.

Autor: Carlos Alexandre Constantino

Se você está buscando maneiras de melhorar a dinâmica familiar, considere explorar opções de recursos que podem ajudar na dinâmica familiar.


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