A Educação Linguística na Sala de Aula
Todo professor, em especial de linguagens, deve saber que a língua (fala) é um sistema heterogêneo, variável, mutável e a sua principal função é estabelecer a interação entre os indivíduos. Isso quer dizer que cada ser humano traz consigo uma peculiaridade em sua fala. E, mesmo sendo de variações de dialetos, é possível que a mensagem do falante seja totalmente entendida pelo ouvinte.
Contudo, é perceptível que nas salas de aula, o domínio da gramática prevaleça. A maneira como esta gramática é passada aos estudantes como sendo a certa motiva o chamado preconceito linguístico. Este tipo de preconceito é sustentado pelos meios de comunicação em massa, em livros, manuais de como escrever bem, e principalmente pela já mencionada gramática normativa e os livros didáticos.
Certamente, vemos reportagens que retratam a violência nas escolas. Até mesmo em novelas abordam a polêmica do bullying em seus espaços comunicativos, levantando a bandeira para combatê-lo.
No entanto, essas campanhas não mostram que o preconceito linguístico é uma forma de bullying. Iremos destacar um exemplo: um jovem da zona rural muda-se para a cidade. Ele traz consigo o seu dialeto regional. Matricula-se em uma Unidade de Ensino cuja clientela estranha o seu modo de falar e começa o sarcasmo, zombaria. Se não acontecer uma intervenção pedagógica, ou seja, do professor em conscientizar os alunos que a fala do jovem não é errada, mas diferente; possivelmente, sentindo-se ridicularizado diante daquela sociedade, o jovem abandonará seus sonhos e seus estudos. O professor deve assumir uma postura que contribuirá para combater esse preconceito e, em especial, o bullying, que é uma violência gravíssima contra o ser humano.
Cabe ao professor discutir os valores sociais atribuídos a cada variante linguística, mostrando aos seus alunos a existência dessas variações e prepará-los, tanto para a oralidade quanto para a escrita. Assim, estarão preparados para enfrentar cada situação em que exigirá o uso da norma padrão ou não padrão. Para mais informações sobre a importância da oralidade na educação, consulte A Importância da Relação Escola-Família.
Autora: Nicolina Alves da Cunha, 43 anos, brasileira, nascida no Município de Poconé.
Formada em Letras (português, inglês e espanhol) – Pós-graduação: Leitura e Produção de Texto.
Para enriquecer a prática pedagógica, considere utilizar recursos como brinquedos educativos que podem facilitar a aprendizagem e a interação entre os alunos.
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