– Olha o bilhete que “D” (8 anos) entregou para “J” (8 anos)…
– “N” está passando as mãos nas meninas… (6 anos)
– “M” está se masturbando na sala de aula… (8 anos)
– A mãe de “H” veio reclamar porque “B” está entrando no banheiro das meninas…
– Preciso que você converse com “M”, “JV”, “AC” e “W”, eles estão se beijando na boca na sala de aula… (9 anos)
– “K” chegou hoje com as pulseirinhas do sexo…
O QUE EU FAÇO? pergunta o professor angustiado…
Esta é uma das queixas mais constantes que se apresentam em todas as séries iniciais do Ensino Fundamental, pelo professor à Equipe de Apoio Pedagógico: a sexualidade precoce das crianças.
A complexidade da questão ultrapassa os limites dos portões da escola, pois envolve todas as formações, informações, interações sociais, enfim, tudo o que constitui a vida destes alunos; o que a escola pode fazer, ou desfazer, é um desafio que possivelmente a longo prazo possa trazer resultados significativos, enquanto que o desempenho escolar, mais uma vez, é prejudicado, uma vez que as condições de aprendizagem exigem também a dinâmica do comportamento. Para entender melhor sobre a dinâmica do comportamento infantil, você pode conferir o artigo sobre distúrbios comportamentais na infância.
Na sexualidade infantil surgem os primeiros “impulsos sexuais” denominados pela psicanálise de “impulsos parciais”, por estarem ainda indiferenciados.
A puberdade está também acontecendo precocemente, quando as transformações fisiológicas estão ligadas à maturação sexual.
Uma série de fatores de ordem fisiológica e emocional, sejam por fatores externos provenientes do tipo de cultura, da sociedade.
Os estímulos externos dirigidos às crianças através da publicidade, da mídia, dos modelos de beleza, da cultura da beleza física, impulsionados pelos interesses empresariais; outros estímulos direcionados à sexualidade, em maior grau às meninas, em menor grau aos meninos, com vistas ao consumo, não demonstrando a menor preocupação com as distorções que poderão causar, invadem os lares, os espaços sociais infantis, incitando-os a se apropriarem de roupas, de cosméticos, músicas com letras e danças sensuais, criando um mini-adulto, estereotipado, deixando-os muitas vezes expostos ao ridículo, que os provedores, os pais, não percebam.
A título de “liberdade de expressão”, em países como o Brasil, cujas leis são tão permissivas a ponto de crianças de qualquer idade terem livre acesso à pornografia, impressa, televisiva e agora através da Internet.
Aquele desenvolvimento normal da sexualidade infantil detalhado por Freud ficou perdido em meio ao avanço da tecnologia numa velocidade difícil até de se acompanhar e a falta de leis que regulem o uso destes recursos tecnológicos, principalmente por crianças e adolescentes.
É uma linguagem que vem de fora totalmente inadequada ao desenvolvimento natural das crianças e adolescentes.
Apelos à sexualidade de forma atrativa e provocativa, deixando a libido alterada antes de seu momento certo, cujas repercussões futuras na vida destas crianças são imprevisíveis, pois uma visão deturpada do que seja sexualidade, relacionamento e vida é o que lhes aguarda. Para mais informações sobre a importância da educação sexual, você pode acessar o artigo sobre educação da autoestima e autoconfiança.
E ninguém pode prever o futuro destas crianças tão expostas pelos próprios responsáveis às condições de conflitos psíquicos.
è… muito interessante esse texto, nos mostra a realidade do Brasil…
essa liberdade escancarada posta para qualquer um ver e ‘viver’ e nossas crianças brasileiras cada dia mais curiosas acabam deixando de ser criança para experimentar um mundo que elas acham ser magico.. um mundo adulto maquiado pela publicidade! mas, o que fazer??? nos podemos melhorar essa liberdade né!