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Criança com baixa visão: causas, sintomas e tratamentos

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Criança com baixa visão: causas, sintomas e tratamentos

 

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Daiane: colegas de classe já sabem de sua condição

 

Desafios da Baixa Visão

Uma das grandes dificuldades do professor, ao se deparar com um aluno que apresenta baixa visão, é considerar as complexidades de fatores que influenciam no aprendizado e na condição sensorial para compreender o mundo que o rodeia.
A baixa visão é caracterizada por uma redução do rol de informações que a pessoa recebe do ambiente, o que restringe, de forma significativa, a quantidade de dados que são importantes para a construção do conhecimento sobre o mundo exterior. Trata-se de uma perda severa de visão que não pode ser corrigida com tratamento clínico ou cirúrgico, nem com óculos convencionais, causando incapacidade funcional. Porém, diversas funções visuais podem ser comprometidas, tais como: acuidade visual – o que se enxerga a determinada distância, campo visual, adaptação à luz e ao escuro e percepção de cores e contrastes. Tudo isso vai depender da patologia apresentada, que pode ter origem em causas congênitas ou adquiridas.
A aprendizagem visual não depende apenas do olho, mas tem sua base construída também através da capacidade do cérebro de realizar suas funções. A criança que enxerga aprende muito bem por imitação. Já aquela que enxerga pouco não tem condições de imitar e então precisa desenvolver o uso da visão residual e dos outros sentidos para entender e executar as tarefas. Como o desenvolvimento dos sentidos não ocorre naturalmente, é preciso educá-los, aproveitando para isso, além dos momentos pedagógicos, as atividades de higiene, alimentação e vestuário.
Na escola, alguns sinais podem ser identificados como comportamentos indicadores de baixa visão, tais como: olhos lacrimejantes, tremor da pupila, franzir de testa e piscar com grande frequência. O andar hesitante, o tropeçar constante, dificuldade para encontrar o sentido e direção de objetos, não conseguindo desviar-se deles, a aproximação dos objetos ao rosto, algum incômodo ou intolerância à claridade ou a sensibilidade excessiva a ela, também são fatores indicativos de algum prejuízo na função visual. Nesse caso existem algumas recomendações que podem ser seguidas pelo professor. Porém, é importante conhecer o aluno com baixa visão, pois poderá apresentar grande oscilação da sua condição visual dependendo dos fatores naturais do ambiente ou de recursos oferecidos para o planejamento e a organização do trabalho pedagógico.
Por apresentar uma diminuição da percepção visual, muitas crianças com baixa visão perdem o controle do que está acontecendo e, por isso, ficam sem entender o que se passa e não conseguem se prender aos detalhes. Por isso, o professor deve incentivá-las a parar para ver, analisar as partes, observar os detalhes relevantes e entender os acontecimentos, pois quanto mais ela “aprender” olhar, mais aprenderá a ver. O professor também deve ficar atento aos maneirismos, que são manifestados por movimentos repetitivos de movimentar ou girar a cabeça, esfregar os olhos, balançar o corpo para frente e para trás seguidas vezes, mexer as mãos e os dedos diante dos olhos. Esses movimentos precisam ser substituídos por atividades interessantes que agreguem o uso da visão residual e a exploração de objetos através dos sentidos remanescentes, principalmente pelo tato. Isso significa conhecer o ambiente pelos olhos, mãos e corpo, desenvolvendo habilidades perceptivas, sensoriais e motoras.
O cansaço decorrente de um longo período de atividade precisa ser evitado, já que o “olhar” exige um grande esforço por parte da criança com baixa visão. Sempre que possível, substitua atividades, varie a brincadeira, elabore tarefas mais curtas ou, simplesmente, dê pausas para o descanso.
Antes de apresentar as atividades ou mostrar algum objeto, descreva-os, explicando o funcionamento, contando sobre as rotinas e converse bastante sobre as descobertas a serem feitas. Nesse sentido, outra dica tem relação com a organização do espaço. Para que a criança com baixa visão possa encontrar com facilidade os objetos e consiga se locomover com segurança e independência, evite as constantes trocas de mobiliários e mantenha sempre os pertences pessoais localizados em um mesmo lugar que esteja de fácil alcance.
Oriente a criança para que reconheça os ambientes de sua escola, tais como a localização de cada sala, portas, janelas, cortinas, móveis, gavetas, brinquedos, entre outros. Explique cada um deles e permita que a criança com baixa visão manipule ou toque enquanto olha. Para um melhor reconhecimento, poderá utilizar pistas sonoras e olfativas para identificar os diferentes locais, internos e externos à sala de aula. Os colegas de classe devem ser informados sobre a condição visual da criança com baixa visão e a respeito da importância do uso de recursos ópticos ou não ópticos que auxiliam na execução das tarefas, tais como lupas, óculos, telescópios, materiais com fonte ampliada, condição de luminosidade do ambiente, aproximação de objetos, explicações verbais ao invés de apontar ou gesticular, entre outros.
Para melhorar o desempenho escolar de uma criança com baixa visão recomenda-se:
– Uso de lápis 6B ou 3B, por serem bem escuros, ou caneta hidrográfica para a escrita;
– Desenhos contornados e bem destacados;
– As linhas do caderno devem ter distância ampliada e reforçadas. Num caderno comum, pode-se reforçar uma linha sim e outra não, já que as linhas claras não são percebidas com facilidade;
– A criança deve ocupar um lugar na primeira fila de carteiras, posicionada de modo que possa movimentar-se para chegar próximo ao quadro ou mudar de lugar conforme a incidência da iluminação e do que for mais confortável para enxergar;
– Estimule o aluno a olhar para aspectos como cor, forma e encoraje-o a tocar nos objetos enquanto olha, coordenando movimentos entre olho e mão;
– Uso de materiais e papel fosco para não refletir a claridade. Também orientar o uso de contraste claro e escuro entre objetos e seu fundo, com cores vibrantes e em destaque, como por exemplo, fundo azul e letras amarelas, fundo preto com letras brancas, azul, laranja, roxo;
– Utilizar lupas manuais ou de apoio, telescópios com aumento variável, luminárias com braços flexíveis que propicie maior conforto e eficiência na leitura. quando houver a prescrição de óculos, o professor deve observar e incentivar o uso dos mesmos;
– Permitir que a criança aproxime o objeto do rosto ou aproximar-se para ver algo no quadro ou na tevê. A proximidade do objeto com relação ao olho faz com que a imagem percebida seja aumentada e, consequentemente, melhor identificada;
– Nos materiais escritos, deve haver o predomínio de letras maiúsculas em bastão ou uma uniformidade na fonte utilizada. É recomendada a fonte Arial com tamanho que poderá variar de 20 a 28, ou seja, ampliada de acordo com as necessidades da criança. Para isso o professor fará uma investigação sobre qual será o melhor tamanho. Usar entrelinha dupla e espaços, assim como estar atento quanto à cor, ao brilho do papel e ao contraste;
– Usar régua ou guia de leitura. A guia de leitura pode ser confeccionada com cartolina preta com uma abertura ao centro. Na medida em que o aluno vai lendo, a guia vai sendo deslocada para a linha de baixo, evitando que se perca durante a leitura;
– Possuir uma estante de leitura para apoiar os livros de modo que fiquem mais próximos da criança e ela não precise inclinar muito o corpo para aproximar o rosto durante a leitura. Geralmente essas estantes são feitas de madeira e possuem 3 inclinações com apoio para folhas e livros;
– Uso de jogos, de figuras grandes de revistas, rótulos e embalagens também são recursos que podem ser explorados de acordo com a funcionalidade visual;
– Controlar a luminosidade do ambiente conforme a necessidade do aluno, seja pela incidência de brilho nos objetos ou pela projeção de sombra no caderno. Em alguns casos é necessário uma maior claridade, enquanto que para outros, a presença de luz causa desconforto. No segundo caso o uso de bonés ou viseiras com abas poderá diminuir o desconforto.
Conforme as orientações apresentadas, percebemos que a criança com baixa visão será capaz de realizar as atividades se lhe oferecerem recursos e ferramentas para desenvolver habilidades e comportamentos que encorajem o olhar como forma de desenvolvimento do potencial pleno de visão, pois esse sentido funciona melhor em conjunto com os demais sentidos. Deve-se evitar fazer tudo pela criança com baixa visão para que ela não se canse ou não se machuque, pois ela deve ser responsável por suas ações. Evitar tratá-la como “cega”, e assim, o ato de “olhar” se transforma numa situação agradável.

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5º- a criança com baixa visão

 

 


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