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Atualizado em 09/08/2024

[TCC] TDAH – O conhecimento dos professores a respeito do assunto

Descubra como os professores estão lidando com o TDAH e como eles podem ajudar seus alunos a lidar com os desafios desta condição. Confira nossa análise sobre o assunto para obter um conhecimento profundo e direcionado sobre este tema.

Esta pesquisa mostra de maneira clara o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e a importância do professor ter conhecimento do assunto e nunca atuar sozinho. Os professores são, frequentemente, aqueles que mais facilmente percebem quando um aluno está tendo problemas de atenção, aprendizagem, comportamento ou emocionais/afetivos e sociais. O primeiro passo a ser dado na tentativa de solucionar os problemas é verificar o que realmente está acontecendo.

Essa primeira avaliação deveria ser feita por um grupo dentro da escola, levando em consideração o comportamento do aluno em várias atividades e situações. Depois, um encontro com os pais se faz necessário, onde a escola transmite suas preocupações a respeito do aluno e mostra as opções para um diagnóstico correto, que talvez necessite de avaliações de profissionais de outras áreas (saúde, psicologia, etc.).

No entanto, os professores devem ter o cuidado de não diagnosticar, mas apenas descrever o comportamento e o rendimento do aluno, propondo um possível curso de ação. Uma vez determinado o problema, outra vez se faz necessário o trabalho multidisciplinar – pais, professores e terapeutas devem fazer um planejamento quanto às estratégias e intervenções que serão implementadas para o atendimento desse aluno (modificação do ambiente, adaptação do currículo, flexibilidade na realização e apresentação de tarefas, adequação do tempo de atividade, administração e acompanhamento de medicação, etc.).

Introdução

Estamos no século XXI, momento conhecido como a “Era do Conhecimento”. Com ele, avanços, novas tecnologias, grande exposição da ciência, o conhecimento disponível às classes desfavorecidas, como também, incertezas, inseguranças, competitividade no mercado de trabalho. Com isso, a necessidade dos profissionais dos mais diversos segmentos prepararem-se para as novas demandas do mundo globalizado. Nesse cenário, focalizamos o professor, o qual lida intrinsecamente com o conhecimento no processo ensino-aprendizagem, por isso dele é exigido à busca incessante pelo saber, a capacitação contínua para que preparado, possa lidar com o novo, com os desafios, vislumbrando o pleno desenvolvimento do educando, o que assim destaca a criança com TDAH.

Este estudo surgiu com base na inquietação de uma das pesquisadoras, mãe de um aluno com TDAH que, diante de uma palestra sobre o assunto, descobriu que o filho tinha esse transtorno, não detectado por nenhum dos três professores da educação infantil nem tampouco pela professora do Ensino Fundamental. Fato que inquietou a todas nós, pois tínhamos a ideia de que uma criança com transtorno de déficit de atenção seria diagnosticada ao entrar na escola. Diante disso, fizemos o seguinte questionamento: O que os professores das séries iniciais do ensino fundamental sabem sobre o TDAH?

Inquieta-nos pensar que alguns professores dispõem de poucos conhecimentos sobre o TDAH, tendo em vista o crescente número de crianças hiperativas na sala de aula. O pouco conhecimento do educador sobre o assunto pode inibir, de alguma forma, o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança hiperativa, já que o mesmo necessita de atividades diversificadas, capazes de prender sua atenção. Isso é revelado por Rizzo.

Adotamos como objetivos para este trabalho descrever as principais características e possíveis causas do TDAH, bem como facilitar o convívio aluno-professor diante de um quadro de hiperatividade, permitir ao educador a identificação das características do comportamento do hiperativo, encontrar a melhor forma para auxiliar a criança hiperativa, permitir ao professor distinguir um comportamento hiperativo de um outro distúrbio de atenção.

Durante o estudo procura-se definir o conceito de hiperatividade, assim como, refere-se a um breve histórico da doença; suas características, classificação, diagnóstico, a diferença da hiperatividade entre meninos e meninas. Apresenta-se teorias para auxiliar a ação do professor que lida com o aluno hiperativo, ressaltando a importância do papel da escola na vida do portador de TDAH, e meios de estimular a sua auto-estima ajudando-o a encontrar o equilíbrio ao longo do seu tratamento multidisciplinar, o que vem exigir uma maior atenção por parte do professor.

Em seguida, apresenta-se os caminhos percorridos pela pesquisa e posteriormente a análise dos dados coletados.

Conhecendo o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Para Benczik e Rohde (1999) é muito importante saber que, embora TDAH seja uma perturbação grave, não se trata de uma “neurose”, desequilíbrio psicológico ou deformação de caráter, mas biológico, e é resultado de uma instabilidade do sistema de transmissão de informações entre as várias partes do cérebro. São alterações na região frontal e as suas conexões com ele. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano, sendo responsável pela inibição do comportamento, pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
Segundo Silvares (2000), esse transtorno envolve a apresentação de níveis acima da média de desatenção, impulsividade e hiperatividade.
É um transtorno de início precoce, ou seja, os sintomas geralmente se apresentam antes dos sete anos, e são notáveis na maioria dos ambientes como lar, escola e comunidade. O TDAH afeta aproximadamente 3 a 5% de uma média de aproximadamente 3:1 a 5:1 e tende a ser crônico, sendo que 50% ou mais das crianças com TDAH continuarão a apresentar sintomatologia significativa na adolescência e idade adulta. Além disso, as crianças com esse transtorno têm um risco acima da média de apresentarem problemas educacionais, comportamentais e sócio-emocionais.
Muito se tem discutido a respeito da causa do TDAH. Estudiosos concordam que não há uma causa única, e sim uma combinação de fatores, em que dentre eles, a genética aparece como fator básico na determinação do aparecimento dos sintomas.
De acordo com literaturas lidas e analisadas, o que faltam nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios), responsável pelo controle motor e pelo poder de concentração. Atua com maior intensidade nos gânglios frontais do cérebro.
Pesquisas mostram diferenças significativas na estrutura e no funcionamento do cérebro de pessoas com TDAH, particularmente nas áreas do hemisfério direito do cérebro, no córtex pré-frontal, gânglios da base, corpo caloso e cerebelo.
Isso explica o fato de os hiperativos não se concentrarem e esquecerem facilmente o que lhes é pedido. Pela alta incidência em meninos — cerca de 80% dos casos —, acredita-se que o problema possa estar relacionado também ao hormônio masculino testosterona.
O TDAH foi descrito pela primeira vez em 1902, e já recebeu diversas denominações ao longo de todos esses anos. As mais conhecidas foram: síndrome da criança hiperativa, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, transtorno hipergenético.
De acordo com ABC DA SAÚDE. (Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade). Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos.

Principais Características e possíveis causas do TDAH

Esse distúrbio é de origem genética (TOPCZWWSKU, 1999), e é causado pela pouca produção de Catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), que é uma classe de neurotransmissores responsável pelo controle de diversos sistemas neurais no cérebro, incluindo aqueles que governam a atenção, o comportamento motor e a motivação.
Uma visão de base neurológica para o TDAH é que baixos níveis de catecolaminas resultam em uma hipoativação desses sistemas. Portanto, os indivíduos afetados não podem moderar sua atenção, seus níveis de atividade, seus impulsos emocionais ou suas respostas a estímulos no ambiente tão efetivamente quanto às pessoas com sistemas nervosos normais.
O psiquiatra da infância e da adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas Ênio Roberto de Andrade (2000) explica que 30% a 70% dos indivíduos que sofrem dessa doença tomam medicamentos por toda a vida. “Como as causas e os efeitos são de difícil diagnóstico, o tratamento não é voltado para a cura da doença, mas para a remissão”, diz. Quando se pensa em TDAH, a responsabilidade sobre a causa recai sobre toxinas, problemas no desenvolvimento, problemas hereditários, familiares e outros.
Já foi sugerido que essas possíveis causas afetam o funcionamento do cérebro e, como tal, o TDAH pode ser considerado um distúrbio funcional dele. Esses estudos estruturais e metabólicos, somados a estudos genéticos e sobre a família, bem como as pesquisas sobre reação a drogas, demonstram claramente que o TDAH é um transtorno neurobiológico.
Apesar da intensidade dos problemas enfrentados pelos portadores do TDAH variar de acordo com suas experiências de vida, está claro que a genética é o fator básico na determinação do aparecimento dos sintomas do TDAH.
Algumas teorias sugerem que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) podem ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta ideia. As dificuldades familiares podem ser mais consequências do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais), problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.
A teoria da hereditariedade defende que os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de crianças com TDAH a presença de parentes também afetados com este transtorno era mais frequente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familiar).
Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo “desatento” ou “hiperativo” simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familiar era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente.
É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único “gene do TDAH”. Além disso, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais.

O TDAH nos dias atuais

O TDAH é um dos representantes de uma tendência da cultura contemporânea de tentar usar o discurso da biologia para explicar comportamentos de todo tipo. Crianças que antes eram chamadas de peraltas, desatentas, avoadas, desorganizadas estão paulatinamente sendo transferidas para uma categoria diagnóstica de TDAH – opina o psiquiatra Rossano Cabral Lima, mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Uerj com uma dissertação sobre o tema. “Talvez a grande maioria da população mundial não esteja atenta para o fato de que neste exato momento estamos vivenciando uma verdadeira revolução” (SILVA, 2003, p. 210).
É um transtorno na vida de muita gente e ganhou o nome de déficit de atenção. Até aí todos concordam. Mas de um lado estão os que veem a criança como a portadora do déficit: é ela quem não consegue prestar atenção; enquanto do outro se entrincheiram os que a percebem como uma vítima da falta de atenção – da escola, da família, das instituições. De um lado, o ritmo frenético do dia-a-dia das crianças, naturalmente superestimuladas e frequentemente com acesso a programas multimídia, desenhos premiadíssimos por sua animação, games irados (!) e celulares que só faltam fazer ligações sem tocá-lo. Comportamentos hiperativos vêm aumentando porque o mundo hoje tem outro movimento.
Hoje, com a cybercultura, a velocidade de informação, os celulares, enfim, tanta janela aberta ao mesmo tempo, é natural que as crianças precisem de ambientes interativos. Mas quando vão para a escola, elas dão um salto na pré-história: aulas maçantes de até uma hora e quarenta minutos e sem poder zapear!
Os comportamentos hiperativos vêm aumentando porque o mundo hoje tem outro movimento. Que existam entre eles casos de TDAH, é possível. Mas não é toda criança agitada que o tem – opina a educadora. – O que a escola precisa é ser mais interativa e buscar envolvimento da criança e da família no processo educacional.
A família, a escola e os professores devem estar preparados para compreender a criança dos dias atuais, pois a sociedade de hoje certamente não é igual a do passado, os desenhos animados muito mais eletrizantes, os jogos de computador bem mais elaborados. Quanto aos dias atuais devemos ter uma visão. Os profissionais devem sempre trabalhar em conjunto com outro(s) profissional(is) envolvido(s) no atendimento do aluno e sempre trocando ideias, executando Estudo de Caso, fornecendo orientações aos Mediadores, Familiares e, principalmente, ao Educador.

A criança e o TDAH

Como já foi visto, o TDAH é caracterizado por três principais sintomas: distração, impulsividade e hiperatividade. Sendo estas três características um tanto comuns na população infantil, como distinguir uma criança TDAH de uma sem o transtorno? Afinal, é típica da infância a agitação, as correrias, a falta de atenção em atividades encadeadas e um tanto prolongadas, principalmente se não tiverem algum atrativo especial.
O sinal que pode diferenciar uma criança TDAH de outra que não seja é a intensidade, a frequência e a constância daquelas três principais características do TDAH que parece estar “a mais”. Ainda mais agitada, mais bagunceira e mais impulsiva, se for do tipo de alta atividade e significantemente mais distraída, dispersa e não-perseverante.
As crianças com TDAH, em especial os meninos, são agitadas ou inquietas. Frequentemente têm apelido de “bicho carpinteiro” ou coisa parecida. Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se elétricas, movendo-se sem parar pelo ambiente, mexendo em vários objetos como se estivessem “ligadas” por um motor. Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira, falam muito e constantemente pedem para sair de sala ou da mesa de jantar.
Elas têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. Elas são facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com pensamentos “internos”, isto é, vivem “voando”. Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.). Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como “esquecidas”: esquecem recados ou material escolar, aquilo que estudaram na véspera da prova, etc. (o “esquecimento” é uma das principais queixas dos pais).
Quando elas se dedicam a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem permanecer mais tranquilas. Isto ocorre porque os centros de prazer no cérebro são ativados e conseguem dar um “reforço” no centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em níveis normais. O fato de uma criança conseguir ficar concentrada em alguma atividade não exclui o diagnóstico de TDAH. Deve-se lembrar que as crianças não fazem coisas interessantes ou estimulantes desde a hora que acordam até a hora em que vão dormir, os portadores de TDAH vão ter muitas dificuldades em manter a atenção em um monte de coisas. Elas também tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não leem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar). Frequentemente também apresentam dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer. Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual.
O TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida escolar, embora esta seja uma queixa frequente de pais e professores. É mais comum que os problemas na escola sejam de comportamento que de rendimento (notas).
Um aspecto importante, as meninas têm menos sintomas de hiperatividade – impulsividade que os meninos (embora sejam igualmente desatentas), o que fez com que se acreditasse que o TDAH só ocorresse no sexo masculino. Como as meninas não incomodam tanto, eram menos encaminhadas para diagnóstico e tratamento médicos.
Portanto, deve-se conhecer profundamente o comportamento e as características infantis de uma forma geral, e não somente daquelas que apresentam algum tipo de transtorno. E além de tudo, precisa desenvolver a fina sensibilidade de um investigador aliada ao pensamento lógico do cientista.
2.4 Formação de Professores
A evolução e a transformação da sociedade, especialmente a brasileira, colocam a necessidade de pensar a Educação como um processo no qual as diferentes situações oportunizam melhoria da qualidade devida para todos, por meio de um sistema educativo preparado para dar conta de toda a demanda escolar existente.
O que se propõe na realidade é a formação de um professor que esteja preparado para atuar além do espaço restrito da sala de aula, contribuindo para a transformação de uma realidade ainda preconceituosa e segregacionista.
A formação do professor, de um modo geral, o educador da classe comum, deve incluir programas/conteúdos que desenvolvam competências de um profissional intelectual para atuar em situações singulares. Portanto, a formação é aqui entendida.
De acordo com a citação acima, cabe aos formadores possibilitarem que todo o professor aprenda a investigar, sistematizar e produzir conhecimento, por intermédio de leituras diversificadas, trabalhos escritos, utilização de recursos tecnológicos, análise de materiais didáticos, especialmente livros, vídeos, jogos e brinquedos a serem utilizados com os alunos.
A construção progressiva desses procedimentos contribui para o desenvolvimento pessoal, potencializa a atuação pedagógica e favorece um exercício profissional mais autônomo, o que representa uma grande conquista para os futuros professores e, também para os alunos.
Cabe ao educador, conscientizar-se de que a Educação não pode continuar no caos, e que sozinho não poderá mudar definitivamente o quadro lastimável em que a mesma se encontra, porém, apenas “fazendo a sua parte”, estará dando uma grande contribuição à humanidade; estará proporcionando a todos os demais profissionais da área, o engajamento na luta por uma Educação de qualidade.
2.5 O Professor e o TDAH
É fundamental o papel do professor no diagnóstico de uma criança com TDAH, através de relatórios e dos comportamentos apresentados em sala de aula, o professor pode ajudar essa criança a se desenvolver e até mesmo a minimizar suas queixas, pois é responsável pela saúde mental e aprendizagem de crianças e adolescentes. Compreender uma criança significa ser capaz de fazer prognóstico razoavelmente preciso sobre seu comportamento. “Os professores devem ter conhecimento do conflito incompetência x desobediência, e aprender a discriminar entre os dois tipos de problema.
É preciso desenvolver um repertório de interferência para poder atuar eficazmente no ambiente da sala de aula de uma criança com TDAH. Essas influências tornam mínimo o impacto negativo do temperamento da criança. Um segundo repertório de intromissão deve ser desenvolvido para educar e melhorar as competências da criança com TDAH” (SANTOS, 2004). Podemos reforçar com uma citação de Adamuz & Moretti, quando mencionam o papel do professor frente ao TDAH.
Para não haver rotulação e não fazerem avaliações errôneas sobre o comportamento de crianças com TDAH, o que é feito frequentemente, é necessário que os educadores possuam mais conhecimento.
Ensinar traz satisfação. No entanto, quando o educador se depara com aquele aluno que não consegue “acompanhar”, ou seja, desenvolver as habilidades que conduzam à aprendizagem eficaz, necessita de uma interação com outros profissionais para discussão e avaliação das dificuldades para o desenvolvimento de um trabalho integrado e efetivo.
No decorrer da formação do educador, este nem sempre tem oportunidade de vivências práticas para um conhecimento mais aprofundado sobre as condições internas e externas, que permeiam o desenvolvimento dos educandos e das suas habilidades.
A Escola, depois da família, é o espaço primeiro e fundamental para o processo de socialização da criança. A atual política educacional brasileira inclui, em suas metas, a integração de crianças e jovens portadores de deficiência na escola regular, com apoio de atendimento educacional especializado, quando necessário.
Segundo o psiquiatra Ênio Roberto de Andrade, a hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é preciso aumentar o nível de concentração para aprender. “O diagnóstico clínico deve ser feito com base no histórico da criança”. Por isso, a observação de pais e professores é fundamental (ANDRADE, 2000, p.30).
Faz-se necessário um aprofundamento das práticas de integração dos alunos TDAH no ensino regular e para uma maior eficácia das mesmas, um trabalho de sensibilização do corpo docente, discente e dos funcionários da rede de ensino, acrescido de um programa de capacitação e aprimoramento profissional.
Assim, é fundamental um trabalho com os que dirigem e atuam no sistema de ensino, bem como com os pais que têm crianças atendidas nas escolas. Um trabalho que tenha como objetivo modificar posturas e atitudes com relação à frequência de crianças com TDAH nessas unidades, bem como difundir informações corretas sobre o tema.
É importante ressaltar que um trabalho desses, de preparação das escolas para aceitarem crianças com TDAH, contribui para um melhor atendimento às crianças em geral e também para o desenvolvimento de ações de prevenção e detecção precoce de outras deficiências.
É comum crianças apresentarem baixo desempenho na escola, não porque não tenham competência intelectual, mas porque sentem desamparo, têm baixa expectativa e negam a importância do esforço. Esse baixo desempenho as conduz a acreditarem cada vez menos nas suas capacidades e cada vez mais no poder da sorte. O que permeia tudo isso é o impacto das percepções no contexto em que elas interagem. Como os professores são indispensáveis nesse processo, a forma como as crianças são percebidas por eles afeta, sem dúvida, o sucesso da aprendizagem.
A inteligência de pessoas hiperativas não é comprometida com a doença, mas “o principal empecilho para elas é a impulsividade e a falta de atenção, ferramentas importantes para o progresso dos estudos”, afirma a psicopedagoga e psicanalista Maristane Dias.
Ao se tratar o paciente hiperativo, é notada marcante melhoria no seu rendimento escolar.
2.6 O Professor, o TDAH e a Interdisciplinaridade
O educador que trabalha com aluno com TDAH, junto com a interdisciplinaridade, tem a oportunidade de resgatar na criança com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade a criatividade. Prender a sua atenção nas tarefas aplicadas, pois quanto mais inovador e desafiador, a criança hiperativa se adapta com mais facilidade, portanto, a interdisciplinaridade é fundamental para um melhor desenvolvimento do educando, sendo ele hiperativo ou não.
O trabalho interdisciplinar tem como principal objetivo a integração e o desenvolvimento global do aluno, assim como o desenvolvimento de sua capacidade, tendências e comportamentos.
Segundo Adamuz & Moretti, (2000, p.):
A interdisciplinaridade é definida como o processo pelo qual dois ou mais professores de áreas distintas analisam o conteúdo, fixam objetivos e partem para proposta de atividade, sendo que um poderá adentrar na área do outro, sem fugirem da essência de suas disciplinas. Acontecerá quando houver trocas constantes de informações entre os professores, que visam os mesmos objetivos educacionais propostos pela escola (ADAMUZ & MORETTI, 2000, s.p.).
2.7 O TDAH e a família da criança hiperativa
Para Vasconcelos (1994 p. 38-42), a família constitui um sistema, um conjunto de membros individuais, que funciona de acordo com regras e padrões de interação que transcendem as características particulares de cada membro. A família é, portanto, um complexo maior do que a simples soma das suas partes. E reflete não apenas os modos individuais de ser, mas acima de tudo, a maneira como os diferentes membros e subsistemas interagem. Por outro lado, esse modo de funcionamento global da família influencia os padrões individuais da cada um.
Estimular o comportamento atencioso (não-hiperativo) é a chave de preparação para ir à escola. O aumento do período de atenção e a manutenção de tarefas podem ser ensinados em casa. Assim, a ideia é que os pais não esperem seus filhos alcançarem a idade escolar para o professor mudá-lo. Ele precisa de um período de atenção e de tempo para poder se adequar à escola.
A educação precisa ter cuidado na identificação dos alunos com dificuldades, de forma a evitar preconceito e discriminação. Muitos deles são rotulados como crianças problemáticas devido a expectativas irrealistas dos professores.

Considerações Finais

Ao término da elaboração desta monografia, pode-se constatar o quanto foi envolvente esta pesquisa. A escolha do tema deu-se em função da lida com muitas crianças sem limites e na tentativa de se buscar conhecimentos e a solução para saber melhor conviver com elas.

Pode-se constatar diante do exposto as dificuldades dos profissionais da educação na questão do despreparo ou da falta de conhecimento do TDAH. Indiscutivelmente deve levar em consideração que, para atender o aluno com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade devidamente no ensino globalizado, deverá passar por grandes reestruturações nos programas educacionais, nas metodologias de ensino e na criação de ensino de apoio, visando oferecer tanto para o educando quanto para o professor habilidades e potencialidade na qualidade de ensino.

Verificou-se ainda que o papel do professor é fundamental para auxiliar no diagnóstico do TDAH, visto que a hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é preciso aumentar o nível de concentração para aprender. Deste modo, é importantíssimo que o professor esteja bem orientado para distinguir uma criança sem limites de uma hiperativa.

A cada nova fonte pesquisada via-se o aguçamento da curiosidade, tamanha era a gana de informações novas que se adquiria e registrava-se passo a passo, no como proceder e agir como profissionais da educação.

Não se conseguiu mudar o mundo, mas o das possibilidades sim, pois enquanto educadores, a busca contínua por formas de educar os alunos e respeitar as diversidades do próximo, suas limitações, indiferenças enquanto pessoa passam a permear a vida dos docentes.

Pensou-se, a princípio, que muitas crianças eram hiperativas, mas ao final do estudo concluiu-se que são crianças mal-educadas onde nada é imposto ou cobrado, daí tanta “energia”.

O TDAH é realmente uma doença e como tal merece ser tratada.

E em casos mais graves, exige-se uma ação multidisciplinar: pais, professores, médicos, terapeutas e medicamentos.

O portador do TDAH precisa ter na escola um acompanhamento especial, já que não consegue conter seus instintos, tumultuando a sala de aula, a vida dos colegas e dos seus professores. É preciso aplicar uma ação didático-pedagógica direcionada para este aluno, visando estimular sua auto-estima, levando em conta a sua falta de concentração, criando atividades diversificadas para que não haja um comprometimento durante sua aprendizagem.

O professor será o elo principal entre a família e o especialista, durante o tratamento do TDAH. O seu papel não é o de dar o diagnóstico, mas sim de esclarecer aos pais que esta doença, se não for tratada, gera inúmeras complicações para seu portador no convívio social, levando-o a depressão, a busca de drogas, a insatisfação e a infelicidade; a um conflito interno por não atender as mínimas atividades banais do dia a dia, e a rejeição gerada pelos demais companheiros da escola, não é questão de disciplina apenas, é uma doença genética com consequências bem mais graves.

A escola (professor) e a família trabalhando juntas com o portador de TDAH, auxiliando no seu tratamento, na sua socialização, não esquecendo, porém, de que impor limites é necessário. Esta criança vive numa sociedade cheia de regras e não deve se prevalecer desta patologia para agredir, para complicar a vida dos outros, visto que, hoje em dia com o avanço das pesquisas sobre a hiperatividade, o tratamento ameniza bastante os sintomas, proporcionando ao portador de TDAH uma vida mais tranquila.

A partir de agora, com certeza, temos um vasto conhecimento sobre hiperatividade, o que muito vai nos ajudar em nossas salas de aula, no convívio com nossos alunos, sabendo conhecê-los e identificá-los; e que nem todos que apresentam comportamentos desajustados semelhantes são hiperativos.

Referências

  • ABC DA SAÚDE. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. 01 nov. 2001
  • ABDA – Associação Brasileira do Déficit de atenção.
  • ADAMUZ, Regina Célia; MORETTI, Lúcia Helena Tiosso. Diagnóstico e problemas de aprendizagem: uma ação multidisciplinar. Revista UNOPAR Científica, Ciências Humanas e Educação, Londrina, v. 1, n. 1, p. 91-96, mar. 2000
  • ANDRADE, Ênio Roberto de. Indisciplinado ou hiperativo. Nova Escola, São Paulo, n. 132, p. 30-32, maio 2000.
  • BENCZIK, Edyleide B.P.; ROHDE,LUÍS AUGUSTO P.Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade o que é? Como ajudar? Porto alegre: Artes Médicas sul.1999.
  • MATTOS, Paulo. No mundo da Lua. 4 ed. São Paulo: Lemos Editorial, 2004.
  • RIZZO, Gilda. Educação Pré-Escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1985. 344 p.
  • SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas. Rio de Janeiro: Napads, 2003. 224 p.
  • SILVARES, Edwiges Ferreira de Mattos (org.). Estudos de caso em Psicologia Clínica Comportamental infantil. Editora Papirus, 2000.
  • TARDIF, M. Saberes docente e formação profissional. Petrópolis – RJ: Vozes, 2002. p. 247.
  • TOPAZEWSKI, Abram. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. 89 p.

Autor: Idalina do Carmo Serrao

Para saber mais sobre a importância da diversidade de gêneros literários na alfabetização, você pode acessar este estudo.

Se você está interessado em recursos que podem ajudar na educação de crianças com TDAH, considere explorar opções de jogos educativos que podem ser benéficos.

Além disso, para uma compreensão mais profunda sobre a formação de professores, você pode consultar este artigo.

Por fim, é essencial que os educadores estejam sempre atualizados sobre as melhores práticas de ensino, e você pode encontrar mais informações sobre isso em nossa página sobre monografias.


Este texto foi publicado na categoria Educação Inclusiva e Especial.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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