Patologias Psicológicas
1. Transtornos Depressivos (Depressão)
O termo Depressão pode significar um sintoma que faz parte de inúmeros distúrbios emocionais, sem ser exclusivo de nenhum deles. Pode significar uma síndrome traduzida por muitos e variados sintomas somáticos ou ainda, pode significar uma doença, caracterizada por marcantes alterações afetivas.
Sendo a sintomatologia depressiva muito variada e diferente entre as diversas pessoas, a psicopatologia recomenda como válida a existência de apenas três sintomas depressivos básicos e suficientes para sua detecção. No entanto, estes sintomas básicos darão origem a infinitas manifestações desta alteração afetiva. Trata-se da:
1 – Inibição Psíquica,
2 – Estreitamento do Campo Vivencial e,
3 – Sofrimento Moral.
A Inibição Psíquica é um dos sintomas básicos da Depressão e se manifesta como uma espécie de freio ou lentificação dos processos psíquicos em sua globalidade, uma lasidão generalizada de toda a atividade mental que pode começar na infância. Em graus variáveis, esta inibição geral torna o indivíduo apático, desinteressado, lerdo, desmotivado, com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda na capacidade de tomar iniciativas. O campo da consciência e da motivação estão seriamente comprometidos, daí a dificuldade em manter um bom nível de memória, de rendimento intelectual, da atividade sexual e até da agressividade necessária para tocar adiante o dia a dia.
O Estreitamento Vivencial não pode ser diferenciado totalmente da Inibição Psíquica. A palavra mais adequada para designar este fenômeno é ANEDONIA, ou seja, a incapacidade de sentir prazer.
O universo vivencial do deprimido vai sendo cada vez menor e mais restrito, e a preocupação com seu próprio estado sofrível toma conta de todo seu interesse vivencial. Não há ânimo suficiente para admirar um dia bonito, para interessar-se na realização ocupacional, para degustar uma boa bebida, para deleitar-se com um filme interessante, para sorver uma boa companhia, para incrementar sua discoteca; enfim, em seu rol de ocupações só existe a preocupação consigo próprio. Nada mais lhe dá prazer, nada mais pode motivá-lo.
O Sofrimento Moral, ou sentimento de menos-valia, é o fenômeno mais marcante e desagradável na trajetória do depressivo. É um sentimento de auto-depreciação, auto-acusação, inferioridade, incompetência, pecaminosidade, culpa, rejeição, feiúra, fraqueza, fragilidade e mais um sem-número de adjetivos auto-pejorativos. Evidentemente, tais sentimentos aparecem em grau variado; desde uma sutil sensação de inferioridade até profundos sentimentos depreciativos.
Depressão Anaclítica
A Depressão Anaclítica é uma depressão infantil precoce que representa um severo prejuízo no desenvolvimento físico e psíquico das crianças vítimas de abandono e/ou negligência. Esse tipo de depressão infantil e precoce foi descrita pela primeira vez por Spitz, que a via como um quadro de perda gradual de interesse pelo meio, perda ponderal (de peso), comportamentos estereotipados (tais como balanceios) e, eventualmente, até a morte.
É devido a esses trabalhos sobre abandono e negligência que Winnicott chega a dizer que “Sem ter alguém dedicado especificamente às suas necessidades, o bebê não consegue estabelecer uma relação eficiente com o mundo externo. Sem alguém para dar-lhe gratificações instintivas e satisfatórias, o bebê não consegue descobrir seu próprio corpo nem desenvolver uma personalidade integrada”.
Depressão Endógena – Exógena
A Depressão Endógena é a denominação antiga para a depressão constitucional e biológica (endo=dentro), ou seja, que vem de dentro da pessoa. Seria a Depressão que não depende, exclusivamente ou nada, da situação vivencial da pessoa, mas sim, dos elementos de personalidade. Em contrapartida, teríamos a Depressão Exógena (ou Neurótica), dependente das circunstâncias de vida, aparecendo como uma reação depressiva da pessoa contra a situação na qual se encontra, ou seja, que vem de fora da pessoa.
Hoje em dia, não se faz essa distinção (endógena/exógena) com o entusiasmo de antigamente; entretanto, para fins culturais, é bom que se tenha noção da sinonímia das depressões conforme abaixo:
Depressão Endógena | Depressão Exógena |
Depressão Biológica Depressão Constitucional Depressão Maior Depressão Psicótica |
Depressão Neurótica Depressão Reativa Depressão Menor Reação Depressiva |
2. Transtorno de Ansiedade Generalizada (Neurose de ansiedade)
A ansiedade é frequentemente persistente. A pessoa vive em constante estado de alerta, esperando que algo aconteça. A sensação de morte é muito comum. A ansiedade afeta diretamente a vida da pessoa. Há dificuldade de concentração e o raciocínio fica prejudicado. O indivíduo tem uma preocupação excessiva com as mais diversas atividades que precisa realizar no seu cotidiano e considera extremamente difícil controlar essa preocupação.
A ansiedade e a preocupação estão associadas a três ou mais dos seguintes sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias durante os últimos seis meses):
- Inquietação, ou sensação de estar com os nervos à flor da pele;
- Fatigabilidade;
- Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco na mente”;
- Irritabilidade;
- Tensão muscular;
- Perturbação do sono (dificuldades em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto).
3. Transtorno Dissociativo ou Conversivo (Neurose Histérica)
O paciente converte algum conflito intra-psíquico para o corpo, pois é algo que propicia extremo sofrimento para o indivíduo, que se vê incapaz de lidar com tamanha dificuldade. Ao evitar entrar em contato com seu sofrimento, o indivíduo histérico realiza esse processo de conversão e geralmente consegue chamar a atenção das pessoas que estão à sua volta. Ele recebe então, atenção, carinho, cuidados… Esse mecanismo denomina-se Ganho Secundário. As principais manifestações conversivas referentes ao corpo são:
- Grande Ataque Histérico – Esta manifestação se assemelha muito à Epilepsia, mas com algumas características que as diferenciam, tais como: na histeria a queda é lenta, os movimentos são amplos, assimétricos e desorganizados, as crises são barulhentas com gritos, gemidos e choro, existe controle esfincteriano, pode sair da crise por sugestão, ao passo que na epilepsia a queda é brusca e a pessoa costuma machucar o rosto ou a cabeça, os movimentos são generalizados, apresenta apenas o grito inicial, depois o silêncio, não há controle esfincteriano e o epiléptico não sai da crise com estímulos.
- Paralisias – No paciente histérico, um membro ou parte dele pode ficar paralisado sem existência de causa orgânica. Pode apresentar monoplegia ou paraplegia. Estas paralisias podem vir acompanhadas de tremores, contrações musculares e câimbras, e podem desaparecer subitamente.
- Estupor Dissociativo – É quando o paciente perde qualquer contato com o mundo exterior. Não fala nada, apresenta apatia e abulia. No entanto, mantém suas funções fisiológicas normais.
- Conversão Sensorial – O paciente converte para os órgãos sensoriais. Os sintomas mais comuns se relacionam à visão: cegueira histérica e diplopia. Na cegueira, o paciente sente como se estivesse com a visão borrada. No caso da diplopia, o paciente vê uma coisa, mas enxerga duas. Outros podem ocorrer com menos frequência, como a surdez histérica e a anosmia (perda de olfato). Outro fator observado também é a anestesia, na qual o paciente perde a sensibilidade e, por isso, não sente dor.
- Amnésia Dissociativa – Está relacionada a situações traumáticas vividas pelo indivíduo. Tem o objetivo de “apagar” tudo o que é doloroso, que causa sofrimento. Essa amnésia pode aparecer e desaparecer subitamente. Normalmente é seletiva, ou seja, esquece-se os períodos da vida que estão relacionados ao sofrimento. Essa seleção é inconsciente.
- Transtorno de Transe e Possessão – Algumas manifestações histéricas podem ter sintomas muito estranhos, semelhantes a sintomas psicóticos, o que dificulta às vezes o diagnóstico. No transe de possessão, é como se a pessoa tivesse uma dissociação de sua própria identidade e se comportasse como outra pessoa. Fala coisas sem sentido e pode tornar-se agressiva.
- Fuga Histérica – De uma hora para outra, o indivíduo desaparece de seu ambiente normal de convívio. Não dá nenhum sinal, nenhum aviso. Durante o período de fuga, a pessoa não se dá conta do que está acontecendo. Quando passa, acontece uma amnésia no indivíduo. Ele não se lembra de como foi parar naquele lugar, quando foi e como foi.
- Personalidades Múltiplas – O paciente pode assumir várias personalidades sem haver relações entre elas. Há sempre uma amnésia de uma personalidade para outra.
4. Transtorno Fóbico-Ansioso (Neurose Fóbica)
Fobia é um estágio acentuado de medo. Para que seja caracterizado como fobia, é necessário que ocorram alguns sintomas físicos denominados autossômicos, como por exemplo sudorese, taquicardia e tremores.
Toda vez que o indivíduo entra em contato com o objeto e/ou situação fóbicos, há uma crise de ansiedade. Se o indivíduo não entrar em contato com o objeto e/ou situação, a fobia não se manifesta. A fobia é um medo irreal, desproporcional ao real perigo que o objeto e/ou situação pode oferecer.
Um mecanismo de defesa bastante utilizado pelos fóbicos é o mecanismo da evitação. Simplesmente evitam o objeto e/ou situação. Mas, se precisam enfrentá-los, tal atitude é realizada sob intenso sofrimento.
Outro mecanismo de defesa utilizado é o da tranquilização. Muitas vezes, a ansiedade ao enfrentar o objeto e/ou situação pode diminuir quando há alguém em sua companhia.
Os tipos de fobia são:
- Agorafobia – O medo e a angústia se relacionam a espaços amplos ou com muitas pessoas, à possibilidade de estar em locais onde possa ser difícil escapar, ou onde o auxílio ou presença de pessoas conhecidas não seja rapidamente possível.
- Fobia Simples ou Específica – caracteriza-se por medo intenso, persistente, desproporcional e irracional de objetos simples ou de animais (barata, sapo, cobra, passarinho, cachorro, cavalo, etc.), medo de ver objetos como seringas, sangue, faca, vidros quebrados, etc. também pode estar relacionado aos meios de transporte, como por exemplo andar de avião, trem, etc. Esses indivíduos reconhecem o caráter irracional e desproporcional de seus medos.
- Fobia Social – Caracteriza-se por um medo intenso e persistente de situações sociais que envolvam expor-se ao contato interpessoal, a demonstrar um certo desempenho ou situações competitivas de cobrança. O indivíduo sente angústia e ansiedade ao ter que falar em público, ler em voz alta para outras pessoas, ou mesmo comer ou escrever em público. Teme ser ridicularizado, de cometer alguma gafe, enfim, de se expor.
5. Transtorno Obsessivo Compulsivo (Neurose Obsessivo Compulsiva)
As obsessões são ideias, pensamentos, impulsos ou imagens persistentes, que são vivenciados como intrusos ou inadequados e causam acentuada ansiedade e sofrimento. O indivíduo é capaz de reconhecer que as obsessões são um produto de sua própria mente, e não impostas a partir do meio exterior (como na Psicose). As obsessões mais comuns são pensamentos acerca de contaminação (por ex., ser contaminado em apertos de mãos), dúvidas repetidas (por ex., imaginar se foram executados certos atos como ter deixado a porta destrancada), uma necessidade de organizar as coisas em determinada ordem (por ex., ocorre intenso sofrimento quando os objetos estão desordenados ou assimétricos), impulsos agressivos ou horrorizantes (por ex., de machucar o próprio filho ou gritar uma obscenidade na igreja) e imagens sexuais (por ex., uma imagem pornográfica recorrente vindo à mente).
Esses pensamentos ou imagens não são meras preocupações acerca de problemas da vida real e não tendem a estar relacionados a um problema da vida real. O indivíduo com obsessões, em geral, tenta ignorar ou suprimir esses pensamentos ou impulsos ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação (isto é, uma compulsão).
Um indivíduo com dúvidas repetidas de ter desligado o gás do fogão, por exemplo, procura neutralizá-las verificando repetidamente para assegurar-se de que o fogão está desligado.
As compulsões são comportamentos repetitivos (por ex., lavar as mãos, ordenar, verificar) ou atos mentais (por ex., orar, contar, repetir palavras em silêncio) cujo objetivo é prevenir ou reduzir a ansiedade ou sofrimento, e não prazer ou gratificação.
6. Transtorno do Pânico (Síndrome do Pânico)
Ataque de Pânico – A característica essencial de um Ataque de Pânico é um período distinto de intenso medo ou desconforto acompanhado por pelo menos 4 dos 13 sintomas que serão descritos a seguir, que desenvolveram-se abruptamente e alcançaram pico máximo em 10 minutos:
01- Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado;
02- Sudorese;
03- Tremores ou abalos;
04- Sensações de falta de ar ou sufocamento;
05- Sensações de asfixia;
06- Dor ou desconforto torácico;
07- Náusea ou desconforto abdominal;
08- Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio; Desrealização (sensações de irrealidade) ou Despersonalização (estar distanciado de si mesmo);
09- Medo de perder o controle ou enlouquecer;
10- Medo de morrer;
11- Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento);
12- Calafrios ou ondas de calor.
Depois de ter uma crise de pânico, a pessoa pode desenvolver medos irracionais (chamados fobias).
7. Transtornos Psicóticos (Esquizofrenias Paranóide, Hebefrênica ou do Tipo Desorganizado, Catatônica, Transtorno Delirante ou Paranóia)
Os Transtornos Psicóticos caracterizam-se por sintomas típicos como delírios e alucinações, pensamento desorganizado e comportamento claramente bizarro, como fala e risos imotivados. Alguns sintomas são muito comuns, como ideias delirantes de cunho persecutório, alucinações visuais, auditivas, etc.
Sintomas Positivos: São manifestações novas, “floridas” e produtivas do processo Esquizofrênico. Entenda-se produtivas, não como algo útil, proveitoso, mas sim no sentido da produção. O paciente produz, constrói estes sintomas. São eles:
- Alucinações auditivas e visuais são mais frequentes, mas também podem haver outras como olfativas e gustativas, por exemplo.
- Idéias delirantes de conteúdo paranóide, auto-referente, de influência ou de outra natureza. A título de exemplo, podem ser dadas as ideias delirantes persecutórias (achar que alguém o está perseguindo).
- Comportamento bizarro, atos impulsivos.
- Agitação psicomotora.
- Produções linguísticas novas. O paciente pode inventar idiomas.
Sintomas Negativos: Caracterizam-se pela perda das funções psíquicas (na esfera da vontade, do pensamento, da linguagem, etc.), por empobrecimento global da vida psíquica e social do indivíduo. Os principais sintomas são:
- Distanciamento afetivo em graus variáveis até o completo embotamento afetivo. Trata-se da perda da capacidade de sintonizar afetivamente com as pessoas, de demonstrar ressonância afetiva no contato com as outras pessoas.
- Retração social. O paciente vai se isolando progressivamente do convívio social.
- Empobrecimento da linguagem e do pensamento. O pensamento vai ficando desarticulado, lentificado, e a quantidade de palavras tende a diminuir.
- Diminuição da vontade (avolição) e apragmatismo, ou seja, dificuldade ou incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos minimamente organizados, que exijam um mínimo de iniciativa e persistência.
- Auto-negligência que se revela pelo descuido consigo mesmo, pela falta de higiene, por desinteresse pela própria aparência, etc.
- Lentificação psicomotora e empobrecimento da esfera gestual. Os movimentos vão ficando cada vez mais raros e lentos, o semblante não expressa vitalidade.
Esquizofrenia Paranóide
Não significa a mesma coisa que Paranóia (vide Transtorno Delirante mais abaixo). Pode se instalar aos 15 anos, mas é mais comum que ocorra por volta dos 25 anos de idade. Os Sintomas Negativos são menos evidentes, pois as emoções e sentimentos, apesar de estarem um pouco prejudicados, continuam a ser manifestados. Apesar dos delírios e das alucinações, a pessoa ainda consegue manter um discurso organizado. O início dos sintomas pode ser súbito ou gradual. As principais manifestações clínicas são:
- Alucinações auditivas: vozes que dialogam entre si e falam do paciente. É muito comum que escutem barulhos, ruídos, risadas e assobios.
- Alucinações gustativas e olfativas: são menos frequentes do que as auditivas, mas não são raras. Pode chegar em casa a afirmar sentir “cheiro de homem” e acusar sua esposa de traição.
- Alucinações cenestésicas: alucinações que se referem aos órgãos (vísceras). Ex: sente que tem um bicho dentro de seu estômago.
- Alucinações cinestésicas: alucinações ligadas aos movimentos corporais. Ex: sente que seu corpo está levitando.
- Alucinações visuais: pode enxergar coisas e pessoas que na realidade não estão presentes.
- Ilusões: o paciente pode olhar para determinada pessoa ou objeto, por exemplo, e enxergá-la deformada, de outra cor, de outro tamanho.
- Delírios persecutórios: pensa que está sendo perseguido.
- Delírios de auto-referência: o indivíduo pensa que tudo o que acontece à sua volta está relacionado a ele. Pensa que os outros estão falando dele, que tudo acontece por causa dele.
- Delírios de Ciúme: o indivíduo pode apresentar convicção de que está sendo traído.
- Delírios de Missão Especial: o indivíduo pode pensar que tem alguma missão importante no planeta Terra, como por exemplo, descobrir a cura da AIDS.
- Delírios de Descendência Nobre: pode pensar, por exemplo, que é descendente de príncipes, rainhas, condes, etc.
Esquizofrenia Hebefrênica ou do Tipo Desorganizado
Esquizofrenia CatatônicaA incidência mais comum é na adolescência. As alterações mais evidentes são as psicomotoras. Delírios e alucinações podem estar presentes, mas não são fundamentais para se realizar o diagnóstico. As principais alterações são:
- Estupor: o indivíduo pode ficar muito tempo na mesma posição. Por exemplo, se o colocamos em uma posição “com as costas curvadas”, ele pode permanecer assim por horas e horas.
- Agitação: de uma hora para outra pode ficar extremamente agitado. Pode ficar violento, quebrando tudo o que encontra pela frente.
- Negativismo: o indivíduo não obedece a nenhuma solicitação. Se pedirmos para a pessoa se assentar, por exemplo, ela nega.
- Obediência automática: é o inverso do negativismo. Tudo que lhe é solicitado, o indivíduo faz.
- Ecolalia ou Ecopraxia: o paciente acaba de falar uma palavra e repete a última sílaba como se fosse um eco.
Paranóia ou Transtorno Delirante
A Paranóia se instala em uma faixa de idade a partir dos 40 anos. Não representa um tipo de Esquizofrenia. A característica principal deste Transtorno é a presença de um ou mais delírios não-bizarros que persistem por pelo menos um mês. Alucinações auditivas ou visuais, se presentes, não são proeminentes. Alucinações táteis ou olfativas podem estar presentes (e ser proeminentes), se relacionadas ao tema do delírio. Exceto pelo impacto direto dos delírios, o funcionamento psicossocial não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento não é obviamente estranho ou bizarro. Embora seja especialmente importante se os delírios são bizarros para a distinção entre Transtorno Delirante e Esquizofrenia, este caráter bizarro pode ser difícil de julgar, especialmente entre diferentes culturas. Os delírios são considerados bizarros quando claramente implausíveis, incompreensíveis e não extraídos de experiências comuns da vida (por exemplo, ser seguido, envenenado, infectado, amado à distância ou traído pelo cônjuge). O funcionamento psicossocial é variável. Alguns indivíduos podem parecer relativamente intactos em seus papéis interpessoais e ocupacionais. Em outros, o prejuízo pode ser substancial e incluir baixo ou nenhum funcionamento ocupacional e isolamento social.
8. Transtorno de Personalidade Anti-Social (Sociopatia ou Psicopatia)
A característica essencial do Transtorno de Personalidade Anti-Social é um padrão invasivo de desrespeito e violação do direito dos outros, que se inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta.
Este padrão também é conhecido como Psicopatia, Sociopatia ou Transtorno da Personalidade Dissocial. Uma vez que o engodo e a manipulação são aspectos centrais deste Transtorno, pode ser de especial utilidade integrar as informações adquiridas pela avaliação clínica sistemática a partir de fontes colaterais.
Para receber este diagnóstico, o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos de idade e ter tido uma história de alguns sintomas de Transtorno de Conduta antes dos 15 anos. O Transtorno de Conduta envolve um padrão de comportamento repetitivo e persistente, no qual ocorre violação dos direitos básicos dos outros ou de normas e regras sociais importantes e adequadas à idade. Os comportamentos específicos do Transtorno de Conduta ajustam-se a uma dentre quatro categorias: agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade, defraudação ou furto, ou séria violação de regras.
O padrão de comportamento anti-social persiste pela idade adulta. Esses indivíduos não se conformam às normas pertinentes a um comportamento dentro de parâmetros legais. Eles podem realizar repetidos atos que constituem motivo de detenção (quer sejam presos ou não), tais como destruir propriedade alheia, importunar os outros, roubar ou dedicar-se à contravenção. Essas pessoas desrespeitam os desejos, sentimentos ou desejos alheios. Frequentemente enganam ou manipulam os outros, a fim de obter vantagens pessoais ou prazer (por exemplo, para obter dinheiro, sexo ou poder). Esses indivíduos também tendem a ser extremamente irresponsáveis. O comportamento laboral irresponsável pode ser indicado por períodos significativos de desemprego, apesar de oportunidades disponíveis, ou pelo abandono de vários empregos sem um plano realista de conseguir outra colocação.
9. Bibliografia:
Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud Vol.III. Rio de Janeiro. IMAGO 1988.
Webgrafia:
Internet
Outras Fontes:
Aulas de Psicofarmacologia – Profª. Frida (USU)
Autor: Luciana Araujo
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Providências devem ser postas em prática com intuito de se evitar que o indivíduo acometido de tal patologia transforme-se num grave problema social ou venha a sentir-se pejoso nas suas relações pessoais e interpessoais.