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Atualizado em 10/08/2024

Alfabetização de alunos com defasagem de aprendizagem: processo e estratégias

Esta é a sua chance de ver como os alunos com defasagem de aprendizagem são alfabetizados. Saiba como a nossa metodologia de ensino oferece um programa eficaz para ajudar no processo. Garantimos sucesso e resultados positivos na alfabetização dos seus alunos.

O Processo de Alfabetização em alunos com Defasagem de Aprendizagem


SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO
2- PROBLEMA
3- QUESTÕES NORTEADORAS
4- DEFINIÇÃO DOS TERMOS
5- REFERENCIAL TEÓRICO
6- METODOLOGIA
7- OBJETIVOS
8- CRONOGRAMA
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo discutir um assunto que ocupa, hoje, o lugar central na discussão da educação escolar no mundo: a alfabetização. Seja porque o nível de letramento apresentado pela população não é considerado satisfatório para que uma sociedade continue a se desenvolver, seja porque ainda grande parte da população é analfabeta.

A literatura que será apresentada irá relatar sobre as várias tentativas de se processar a alfabetização, nos chamados Métodos Tradicionais de Ensino, quais foram suas vantagens e desvantagens.

Mostrará também alguns pensadores e teóricos como Emília Ferreiro, Piaget, Cagliari e Moll, que, através de seus trabalhos muito bem fundamentados, apresentam uma nova visão de como ver o mundo da criança dentro do contexto da alfabetização, repensando o papel do professor e do aluno no processo ensino/aprendizagem, buscando alternativas para um trabalho de qualidade.

Sabemos que a criança lê o mundo que a rodeia muito antes de sua entrada na escola. Entender o mundo das letras é, para a criança, a possibilidade de começar a decifrar alguns códigos do mundo adulto, bem como dar significados consistentes às inúmeras grafias com as quais ela se defronta todos os dias. Esse aspecto é percebido facilmente quando da escrita de histórias, livros diversos, notícias de jornais, receitas de cozinha, bilhetes, cartas, cartazes, propagandas, etc. Sem dúvida, é um processo muito rico e envolvente que pode ser explorado na escola.

Neste sentido, a criança não está sendo alfabetizada por alguém, mas está, sim, alfabetizando-se ao interagir com o meio e com as pessoas que a cercam.

Deve-se considerar a criança como um sujeito que está desenvolvendo um processo de construção de conhecimento referente ao sistema alfabético de escrita.

A alfabetização, numa perspectiva de transformação, é um processo interativo de construção que envolve o alfabetizando e o objeto de conhecimento, a língua escrita. Nesse processo, o sujeito vai formular e comprovar hipóteses, compreendendo como funciona o sistema de representação da língua.

2- PROBLEMA

O uso do método de silabação para o atendimento de crianças com déficit de aprendizagem na Fase III de aprendizagem.

3- QUESTÕES NORTEADORAS

– Quais as vantagens e desvantagens do método silábico?
– O que os autores em alfabetização discursam a respeito dos métodos tradicionais de alfabetização?
– Como favorecer uma aprendizagem a alunos com déficit de aprendizagem?

4- DEFINIÇÃO DOS TERMOS

Jaqueline Moll (1996) diz que a alfabetização é um processo mecânico, no qual ‘alfabetizar-se’ está vinculado a habilidades de codificação (ou representação escrita de fonemas em grafemas) e decodificação (ou representação oral de grafemas em fonemas). Ou seja, a representação da fala oral em escrita, e o inverso, a representação da fala escrita em oral. Tanto a leitura quanto a escrita são vistas como decifração de códigos.

As alfabetizações nos dias atuais persistem na repetição excessiva de exercícios visando à memorização de letras, sílabas para formação de palavras, frases e textos, e a assimilação da criança de que há uma ligação correspondente entre fala e a escrita.

Sabe-se que a alfabetização é muito mais que decodificação e codificação de códigos; a alfabetização é a relação entre aluno e seu conhecimento de mundo.

O processo de alfabetização se inicia muito antes da criança entrar na escola, pois antes disso ela já possui contato com seu meio social, que lhe permite adquirir conhecimentos como a própria linguagem verbal, entre outros.

Enfim, alfabetização é aprender a ler e escrever para fazer parte do meio social.

Com a necessidade de saber como se dá o processo de aprendizagem de leitura e escrita, surgiram os métodos de alfabetização, que impõem regras que devem ser seguidas pela criança a ser alfabetizada.

Os métodos de alfabetização evoluem fazendo o avanço do conhecimento de acordo com as necessidades sociais, pois com a evolução da sociedade, cada vez mais vai se exigindo um tipo de letrado diferente.

E com todas as evoluções surgiram vários métodos de alfabetização, como: o método tradicional que incorpora o método sintético e analítico e, por fim, o método construtivista.

Alguns desses métodos colocam em risco o processo e a capacidade de aprendizagem do aluno, por passar insegurança tanto para o aluno quanto para os professores. Por isso, se percebe que, apesar de ser muito usado e de uma certa forma ter alfabetizado milhões de pessoas, esses métodos de alfabetização consistem na memorização do que é ensinado, colocando em dúvida a qualidade do aprendizado do aluno.

5- REFERENCIAL TEÓRICO

Nos estudos pedagógicos, a metodologia do ensino ocupa um lugar muito importante e, em consequência disso, tem-se produzido uma vasta literatura a respeito. Talvez por isso mesmo, algumas pessoas tenham certa dificuldade de perceber o essencial em meio à complexidade dos detalhes.

O método tradicional volta-se exclusivamente para o processo de ensino. Nesse caso, a situação inicial do aprendiz é interpretada como um começo absoluto de tudo, o marco zero de uma caminhada, uma página em branco onde se vai começar a escrever sua vida escolar. No começo do ano, o professor programa o que vai ensinar, sem sequer conhecer seus alunos, porque o que vai ensinar é um começo absoluto que não precisa de pré-requisito, é um ponto de partida considerado ideal para todos os alunos, independentemente da maneira de ser e de saber de cada um.

Nesse quadro, os envolvidos acham que ninguém pode reclamar do professor, porque ele começou do começo e de maneira igual para todos, dando chances iguais para todos. Obviamente, isso é muito conveniente para quem ensina.

A técnica da silabação, na alfabetização, consiste na atividade do desmonta-e-monta da linguagem, em todos os seus níveis, de todas as formas possíveis. O método considera que a melhor maneira de ensinar alguém é desmontando e remontando, ou montando coisas novas a partir de pedaços. Nesse caso, parte-se sempre de um modelo exemplar ou uma palavra-chave. Depois, desmonta-se a palavra em pedaços, em seguida desmonta os pedaços em letras ou sons. Desse modo, CAGLIARI (1998) nos diz:

A alfabetização trabalhada no “método tradicional” tem como ponto de sustentação uma sistematização a priori e um material (cartilha) que desenvolve um método, seja ele global, silábico ou fonético. Esse processo é organizado por um adulto (professor), que geralmente utiliza uma linguagem padronizada e irreal. Esse fato, associado ao treino excessivo de ortografia e de gramática, leva a criança a acreditar que a linguagem da escola é diferente da linguagem cotidiana (p:43).

Para a visão tradicional, a aprendizagem é considerada como técnica, onde a criança aprende a técnica da cópia e do decifrado. Aprende a sonorizar texto e a copiar formas.

O uso das cartilhas, permitindo que os alunos simplesmente sigam exemplos clássicos exercidos, repitam famílias silábicas ou decorem a cartilha, pode trazer alguns perigos:

  • O de que crianças com habilidade para decorar tornem-se “papagaios de repetição” e não interiorizem a aprendizagem;
  • A falta de significação das palavras escritas também torna difícil sua interiorização.

Quando a cartilha insiste em um determinado tipo de exercício, os alunos acabam executando-o mecanicamente, sem atenção, sem interesse, sem terem o mínimo de desafio à sua capacidade.

Bruno Bettelheim e Karen Zelan, em “Psicanálise da Alfabetização”, fazem um estudo psicanalítico do ato de ler e aprender. De modo geral, eles não são contra o uso das cartilhas, mas sim questionam seu conteúdo, advertindo quanto ao vocabulário extremamente limitado e à simplicidade das proposições que não encorajam o investimento de energia mental na leitura.

A preocupação docente com os métodos de ensino na questão da alfabetização revela uma postura epistemológica que, segundo Paulo Freire, transforma a educação em um ato de depositar, no qual o educando é o depositário e os educadores o depositam.

Segundo Paulo Freire (1993), a narração, de que o educador é sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em “vasilhas”, em recipientes a serem enchidos pelo educador. Quanto mais vai enchendo os recipientes com seus depósitos, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente encher, tanto melhores educandos serão.

O método silábico enfatiza a aprendizagem de conhecimentos acabados, de saberes absolutos, transmitidos como tais, pelo possuidor dos mesmos, a alguém, neste caso, o aluno, que carece deles ou os desconhece. O mestre ou o professor ocupa o lugar de quem sabe, de guardador da verdade e de tudo o que merece ser aprendido.

A eficácia deste ensino é validada na medida em que estes conteúdos possam ser reproduzidos tal qual foram ensinados. O erro é, assim, um desvio do aceito ou do verdadeiro, uma resposta inapropriada que adia ou atrasa a resposta correta, tão desejada neste modelo de ensino.

Consciente de seu papel no processo de alfabetizar, o educador pode realizar um trabalho de ação pedagógica com enfoque no desenvolvimento e construção da linguagem. Ao deixar de lado uma metodologia imposta por uma cartilha e partindo da leitura de mundo das crianças, o educador passa a medir e participar no processo espontâneo de conceituação da língua escrita.

Cócco (1996), citando a afirmação de Paulo Freire:

O indivíduo humano (…) interage simultaneamente com o mundo real em que vive e com as formas de organização desse real dadas pela cultura. Essas formas culturalmente dadas serão, ao longo do processo de desenvolvimento, internalizadas pelo indivíduo e se constituirão no material simbólico que fará a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento (p.13).

O processo de ensino/aprendizagem da alfabetização deve ser organizado de modo que a leitura e a escrita sejam desenvolvidas numa linguagem real, natural, significativa e vivenciada. A assimilação do código lingüístico não será uma atividade de mãos e dedos, mas sim uma atividade de pensamento, uma forma complexa de construção de relações.

Diante de práticas pedagógicas observadas e destas considerações é que se desenvolve esta pesquisa sobre os desafios da alfabetização e suas implicações.

As dificuldades que se enfrenta hoje na alfabetização são agravadas tanto pelo passado (a herança do analfabetismo e das desigualdades), quanto pelo presente (a ampliação do conceito de alfabetização e das expectativas da sociedade em relação a seus resultados).

Para FERREIRO (1991),

Tradicionalmente, a alfabetização inicial é considerada em função da relação entre o método utilizado e o estado de “maturidade” ou de “prontidão” da criança. Os dois pólos do processo de aprendizagem (quem ensina e quem aprende) têm sido caracterizados sem que leve em conta o terceiro elemento da relação: a natureza do objeto de conhecimento envolvendo esta aprendizagem (p.9).

Neste sentido, percebe-se que a alfabetização inicial através de um único método pode não estar paralela com a prontidão da criança para a aprendizagem naquele momento. Sabe-se que a silabação deixa de relacionar a aprendizagem com o objeto do conhecimento, sendo movida apenas por atividades repetitivas e descontextualizadas. Escolher um único método para se trabalhar em turma de alfabetização inicial é, certamente, excluir o aluno que não consegue acompanhá-lo, pois este não interpreta toda a necessidade do aluno, principalmente dos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

6- METODOLOGIA

Os integrantes da pesquisa a serem analisados serão alunos da Fase III, isto porque o trabalho de alfabetização nesta escola é sistematicamente realizado no ano de escolaridade anterior. Farão parte do estudo aqueles alunos que, embora estejam cursando a Fase III, ainda não se encontram alfabetizados e apresentam grandes dificuldades em acompanhar a turma de origem. O trabalho cuja participação direta como professora dessa turma acontecerá num período de três meses.

Serão observados alguns alunos da Fase III, que passarão, a partir do momento da pesquisa, a formar um grupo para acompanhamento do trabalho de alfabetização.

7- OBJETIVO

* Analisar a eficácia do método de silabação.

8- CRONOGRAMA

Revisão da Literatura

9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CÓCCO, Maria F. e HAILER, Marco Antônio. Didática da alfabetização: decifrar o mundo. Alfabetização e Socioconstrutivismo. São Paulo: Ed. FTD, 1996.

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. Editora Cortez. São Paulo. 1991.

MOLL, Jaqueline. Alfabetização possível: reinventando o ensinar e o aprender. Porto Alegre: Ed. Mediação, 1996.

Autor: Marlene Aparecida Viana Abreu

Para entender melhor sobre os métodos de alfabetização, veja este artigo.

Explore materiais didáticos que podem auxiliar no processo de alfabetização.


Este texto foi publicado na categoria Educação Inclusiva e Especial.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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