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Atualizado em 09/08/2024

Escola sem Violência: Vitória da Comunidade

Este artigo discute a importância da comunidade na redução da violência nas escolas, apresentando princípios e práticas que podem melhorar o clima educacional e promover a disciplina positiva.

Escola Sem Violência: Vitória da Comunidade

JUSTIFICATIVA

A violência é um problema que vem preocupando toda a sociedade e, em especial, os pais e os professores. Esta preocupação justifica-se pelo fato de que cada vez mais crianças e jovens são vítimas ou agentes dessa violência.

A sociedade se encontra diante de um grande dilema: “a insolência da moçada”.

Algumas perguntas necessitam de uma reflexão mais profunda para que sejam respondidas: qual deveria ser a função do adulto no processo formativo do jovem? Existe de fato o fracasso no processo educativo? É válida a afirmação: “no meu tempo o jovem não era assim”? Palmadas resolvem? Castigos ajudam? As crianças e os jovens estão mesmo indisciplinados? O que é disciplina nos dias de hoje? Os tempos mudaram mesmo ou somos iguais aos nossos pais? A exclusão social estaria entre as causas da indisciplina nas escolas?

É real e visível o confronto crescente entre adultos e jovens, professores e alunos, pais e filhos.

Nas escolas, “os professores arrancam os cabelos”. Os pais dizem que não sabem mais o que fazer.

Alguns educadores dizem que é preciso um diálogo constante e menor repressão por parte dos adultos. Outros afirmam que são necessárias regras rígidas e a imposição severa de limites. Também são apontadas as mais diversas soluções: religião, esporte, atividades culturais, amor, compreensão, castigos, repetência etc.

Estamos diante de algo que não é novo nem estranho: os jovens tentando escapar de todas as regras em busca de sua liberdade e independência.

Mas… não é tão simples assim. Hoje existe um consenso de que o mundo mudou e que são muitos os perigos que a juventude enfrenta. Os pais ficam temerosos. Até a liberdade, que foi conquistada com muita luta pelas gerações passadas, passa a ser questionada.

Pais e professores acham que estão em um “beco sem saída”. Não sabem se deveriam ser mais liberais ou mais severos. Sentem-se inseguros e gostariam de ter uma “receita pronta” sobre como lidar com essa situação, sem tantos conflitos.

Porém, a educação de nossas crianças e jovens é uma responsabilidade que deve ser compartilhada: ESCOLA/FAMÍLIA/COMUNIDADE.

É necessária uma ação urgente, onde a discussão do tema: “Indisciplina na Escola e sua Relação com a Violência”, possa envolver pais, educadores, SABs, entidades religiosas, empresários, clubes de serviço, associações classistas, imprensa e a comunidade em geral.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver um amplo debate com a sociedade no sentido de buscar maneiras de diminuir a indisciplina nas escolas, desenvolvendo um trabalho para fortalecer a solidariedade, a compreensão entre alunos e professores, entre pais e filhos, adultos e crianças e alcançar assim, o mais apreciável tipo de sucesso: a dignidade do indivíduo, através da educação.

OBJETIVO ESPECÍFICOS

  • Criar grupos de estudos junto à comunidade para discussão do tema: “Indisciplina na Escola e sua Relação com a Violência”.
  • Organizar grupos de professores, jovens, pais, padres, educadores, psicólogos, psiquiatras, dirigentes religiosos, representantes da Secretaria de Segurança Pública, Conselho Tutelar, dirigentes de instituições para crianças e jovens e a comunidade em geral, para discutir o tema: “Indisciplina na Escola e sua Relação com a Violência”.
  • Criar com grupos especializados, brincadeiras de aproximação entre adultos, crianças e jovens.
  • Estimular a convivência pacífica entre pais e filhos, alunos e professores.
  • Envolver as diversas instituições civis, no compromisso com a educação das crianças e jovens.
  • Estimular atitudes de respeito para com o meio ambiente, contrárias à violência.
  • Criar espaços para a discussão e reflexão sobre a nossa cultura e realidade social.
  • Viabilizar pesquisas que possam quantificar o número de pessoas envolvidas no projeto e avaliar as mudanças verificadas.

META

O projeto visa o envolvimento de todas as escolas públicas estaduais e municipais de São José dos Campos nos eventos do Fórum Permanente de Discussão Sobre Indisciplina Na Escola e Sua Relação com a Violência e o acompanhamento direto através da equipe pedagógica da APROESP de 10 escolas públicas ao ano, sendo 04 municipais e 06 estaduais, a serem escolhidas, de acordo com suas necessidades e interesse, no início do ano letivo.

METODOLOGIA

A metodologia se sustenta na relação teoria-prática, tendo sempre como foco a sala de aula. Utilizam-se estudos teóricos, assim como relatos de experiência, decorrentes das vivências e reflexões, que igualmente se constituem em material didático.

A equipe pedagógica da APROESP vem estudando minuciosamente o tema, através de pesquisas, estudos, análise de documentos, discussão em grupo, participação em oficinas e acompanhamento de toda a bibliografia sobre o tema.

Através desse estudo, a equipe pedagógica oferece às escolas envolvidas subsídios para discussão e aprofundamento do tema.

A equipe pedagógica reúne-se quinzenalmente para produzir documentos e criar atividades pedagógicas que possibilitem a aproximação e envolvimento de toda a equipe pedagógica das Escolas envolvidas.

São criadas atividades lúdicas para envolver a comunidade no cotidiano da escola, onde pais, alunos e professores realizam juntos atividades voltadas para a cultura da paz, através do desenvolvimento de temas sobre o amor, a cooperação, a afetividade, a solidariedade e o respeito mútuo.

Mensalmente são realizadas reuniões nas escolas envolvidas com a presença da comunidade. As atividades desenvolvidas nessa reunião podem ser realizadas em associações ou igrejas do bairro.

Quatro grandes eventos, com a presença de um palestrante convidado, envolve toda a comunidade joseense em um espaço que pode receber 500 pessoas. O tema abordado, relacionado com a questão da indisciplina na escola e sua relação com a violência é discutido pelos grupos nas escolas e levado para uma plenária nas reuniões mensais.

Durante todo o ano são aplicados questionários com a finalidade de mensurar as mudanças ocorridas durante o desenvolvimento do projeto.

Para estimular atividades criativas, é realizado um concurso que envolve toda a comunidade na qual a Escola está inserida. Neste concurso são oferecidos prêmios para as Escolas vencedoras.

ESTRATÉGIAS

  • Reunir os professores, que estejam trabalhando em sala de aula, indicados pela equipe pedagógica da escola, para que estes possam relatar como lidam com os possíveis confrontos com os alunos e apresentar alternativas de solução.
  • Reunir pais de alunos para ouvir a “fala dos pais” e fazer uma análise do pensamento dos mesmos em relação à escola.
  • Reunir alunos indicados por seus pares, para ouvir a “fala dos alunos” e fazer uma análise do pensamento dos mesmos em relação à escola e aos professores.
  • Reunir pais, alunos e professores para discutir em conjunto o tema “Indisciplina na Escola e sua Relação com a Violência”.
  • Reunir a equipe pedagógica da Escola e a comunidade do bairro em que ela está inserida, para que a equipe que dirige o projeto possa apresentar estudos atuais que vêm sendo realizados por Psicólogos da Educação, Psiquiatras, Educadores, enfim, por todos os estudiosos do assunto.
  • Realizar atividades pedagógicas, discutindo temas como ética e moral, no sentido filosófico.
  • Realizar atividades pedagógicas, estimulando atitudes de respeito, solidariedade, convivência mútua, tolerância, tornando a escola um espaço da comunidade, onde se desenvolvem relações saudáveis.
  • Promover a realização de trabalhos conjuntos, produzidos por pais, alunos, professores e comunidade.

POPULAÇÃO ALVO

Professores das redes de ensino municipal e estadual, alunos, funcionários e pais, envolvendo a comunidade em geral.

ABRANGÊNCIA

Escolas públicas estaduais e municipais de São José dos Campos.

AVALIAÇÃO

Todas as fases do projeto serão avaliadas pela equipe pedagógica da APROESP e demais profissionais envolvidos no programa.

Durante todo o ano serão colhidos dados que permitam constatar se os objetivos estão sendo atingidos e elaborados gráficos que possibilitem a verificação de mudanças positivas no relacionamento professor/aluno, refletidas em gestos de solidariedade, cooperação, afetividade e respeito mútuo. Serão levados em conta para a avaliação, depoimentos dos pais, alunos e professores, pareceres de profissionais da área, pesquisa sobre comportamento realizadas com pais, alunos e professores.

Os desvios verificados durante o desenvolvimento do projeto poderão indicar a utilização de uma nova metodologia.

CRONOGRAMA

Janeiro e Fevereiro

  • Estabelecimento de parcerias para viabilizar o projeto.
  • Estabelecimento de metas para o novo ano.

Março

  • Definição das escolas que terão acompanhamento direto da equipe pedagógica da APROESP.
  • Realização do “Fórum Permanente de Discussão sobre Indisciplina e sua Relação com Violência”.

Abril

  • Reunião com professores, pais, alunos, funcionários e membros da comunidade das escolas envolvidas.
  • Reunião num espaço indicado pela comunidade, envolvendo representantes de pais, alunos, professores e funcionários de todas as escolas envolvidas para troca de experiências.

Maio

  • Atividades pedagógicas com os professores escolhidos pelas escolas envolvidas que serão os multiplicadores.
  • Reunião com toda a equipe pedagógica da Escola e representantes de alunos escolhidos por seus pares.
  • Reunião com professores, pais, alunos, funcionários e membros da comunidade.

Junho

  • Continuidade do “Fórum Permanente de Discussão sobre Indisciplina na Escola e sua Relação com a Violência”, com realização de palestra e debate com toda a comunidade joseense, envolvendo um profissional cuja ação em trabalho com crianças e jovens tenha sido reconhecida nacionalmente.
    Local proposto: Teatro Municipal de São José dos Campos.

Agosto

  • Atividades pedagógicas com os professores escolhidos pelas equipes pedagógicas das escolas envolvidas que irão desenvolver atividades pedagógicas a serem reproduzidas em suas escolas.
  • Reunião com toda a equipe da Escola.
  • Reunião num espaço indicado pela Diretoria de Ensino, com representantes de pais, alunos, professores e funcionários de todas as escolas envolvidas para troca de experiências.

Setembro

  • Continuidade do FÓRUM PERMANENTE DE DISCUSSÃO SOBRE INDISCIPLINA NA ESCOLA E SUA RELAÇÃO COM A VIOLÊNCIA, com a realização de palestra e debate, com toda a comunidade joseense, envolvendo um profissional cuja ação em trabalhos com crianças e jovens tenha sido reconhecida nacionalmente.
    Local proposto: Teatro Municipal de São José dos Campos

Outubro

  • Reunião com pais, professores, alunos e membros da comunidade para avaliar o trabalho desenvolvido durante o ano.
  • Reunião de representantes de pais, alunos, professores, representantes da comunidade onde a Escola está inserida, Equipe Pedagógica da APROESP e todos os demais envolvidos, para a avaliação dos trabalhos.
  • Promoção de uma exposição dos trabalhos desenvolvidos pelo conjunto: pais, professores, alunos, funcionários e membros da comunidade.
  • Realização de concurso entre as escolas envolvidas, com atividades artísticas.

Novembro

  • Continuidade do FÓRUM PERMANENTE DE DISCUSSÃO SOBRE INDISCIPLINA NA ESCOLA E SUA RELAÇÃO COM A VIOLÊNCIA, com a realização de palestra e debate, com toda a comunidade joseense, envolvendo um profissional cuja ação em trabalhos com crianças e jovens tenha sido reconhecida nacionalmente.
    Local proposto: Teatro Municipal de São José dos Campos

PLANO DE TRABALHO

Reunião com os diversos segmentos da sociedade civil
Equipe que dirige o projeto + sociedade civil

A – Apresentação do projeto.
B – Elaboração de um documento de compromisso quanto ao papel da sociedade na questão da educação da criança e do jovem.
C – Discutir criticamente o projeto que a sociedade tem para a criança e para o jovem.

Reunião com os professores
Equipe que dirige o projeto + professores

A – Levantar questões que permitam fazer um diagnóstico quanto à análise que o professor faz do seu relacionamento com os alunos e a resposta que espera das crianças e adolescentes.
B – Apresentar estudos que vêm sendo realizados neste sentido.
C – Levantar questões referentes ao conceito que se tem de indisciplina.
D – Discutir a indisciplina em sala de aula fora do contexto da violência.
E – Realizar atividades lúdicas de aproximação dos envolvidos, desarmamento dos ânimos, conhecimento e reconhecimento do outro.

Reunião com os alunos
Equipe que dirige o projeto + alunos

A – Levantar questões que permitam fazer um diagnóstico quanto à análise que o aluno faz de seu relacionamento com os professores e a resposta que espera da escola.
B – Apresentar estudos que vêm sendo realizados neste sentido.
D – Discutir a indisciplina em sala de aula fora do contexto da violência.
E – Realização de atividades lúdicas para aproximação, desarmamento dos ânimos, conhecimento e reconhecimento do outro.

Reunião com os pais
Equipe que desenvolve o projeto + pais

A – Levantar questões que permitam fazer um diagnóstico quanto à análise que os pais fazem do seu relacionamento com os filhos e a resposta que espera das crianças e adolescentes, bem como seu envolvimento com a escola onde seus filhos frequentam.
B – Apresentar estudos que vêm sendo realizados neste sentido.
C – Levantar questões referentes ao conceito que se tem de indisciplina.
D – Discutir a indisciplina em sala de aula fora do contexto da violência e comparar com atitudes no lar e no relacionamento com outras pessoas.
E – Realizar atividades lúdicas para aproximação dos envolvidos, desarmamento dos ânimos, conhecimento e reconhecimento do outro.

Reunião com professores, funcionários, pais, alunos e comunidade
Equipe que desenvolve o projeto + pais, alunos, professores e comunidade

A – Leitura e discussão de textos curtos de fácil entendimento, sobre ética e moral no sentido filosófico.
B – Realizar trabalho do conjunto escola/comunidade, para promover aproximação e respeito mútuo.
C – Realizar atividades lúdicas de aproximação, autoconhecimento, conhecimento e aceitação do outro.
D – Exposição dos trabalhos realizados pelo conjunto escola/comunidade.
E – Realização de concurso entre as escolas envolvidas.

EVENTOS

ABERTURA DO FÓRUM PERMANENTE DE DISCUSSÃO SOBRE INDISCIPLINA NA ESCOLA E SUA RELAÇÃO COM A VIOLÊNCIA

PALESTRA E DEBATE

Palestrante: Dr. Julio Groppa Aquino

Mestre e Doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, professor da Faculdade de Educação da USP, organizador e co-autor de 08 livros, entre os quais: “Indisciplina na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas” e “Confrontos na sala de aula: uma alternativa institucional da relação professor-aluno”.

DEBATEDORES CONVIDADOS

DR. FRANCISCO HUMBERTO DE OLIVEIRA ROXO
PRESIDENTE DA FUNDHAS – Fundação Hélio Augusto de Souza
PROFESSOR NILSON ALEXO DA SILVA
CONSELHO TUTELAR DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
PADRE RODOLFO SERPA
PASTORAL DO MENOR DA DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

PÚBLICO PRESENTE

REDE PÚBLICA ESTADUAL

106 professores de sala de aula
50 diretores
56 coordenadores
15 membros da equipe pedagógica da Diretoria de Ensino (supervisores – ATPs)
Total: 227 educadores
73 escolas

REDE PÚBLICA MUNICIPAL

33 professores de sala de aula
44 educadores de escolas (diretores, orientadores educacionais, psicopedagogos, psicólogos)
16 membros da equipe pedagógica da SME
Total: 93 educadores
30 escolas

REDE PARTICULAR DE ENSINO

1. Escola de Educação Infantil Recreando/Criando Curumim
2. Colégio Mater Dei
3. ECOMPO
4. Escola Maria Augusta Moreira da Costa
5. Colégio Illuminati
6. Colégio Teófilo Otoni Rezende
7. Escola Monteiro Lobato
8. Instituto São José
9. Escola Natural Vivência
10. Escola Synésio Martins
11. Centro Educacional Cavalcant Lemos
12. Colégio Cassiano Ricardo – Anglo
13. Centro Educacional SESI
14. Escola SENAI – São José dos Campos
Total: 14 escolas
20 educadores

Professores aposentados: 02

INSTITUIÇÕES

1. SESI 01 (Coordenador)
2. SENAI 01 (Diretor)
3. SENAC 01 (Supervisor Educacional)
4. BANESPA 02 (bancárias)
5. DIVISÃO REGIONAL DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO VALE DO PARAÍBA 01 (Diretor Técnico)

6. POLÍCIA 01 (Delegado Seccional de Polícia)
01 (Capitão Feminino da Polícia Militar)
01 (Delegado de Polícia da Infância e Juventude)

7. IGREJA CATÓLICA 02 (Equipe do Ensino Religioso)
02 (Pastoral da Família)
01 (Serviço Paroquial de Assistência – Taubaté)
01 (Campanha da Fraternidade)
01 (Pastoral em Defesa da Vida)
01 (Pastoral da Criança)
02 (Comissão Diocesana de Pastoral Familiar)
02 (Sacerdotes)

8. CÂMARA MUNICIPAL 04 (Vereadores)

9. SABs 01 (Campo dos Alemães)
01 (Nova Michigan)
01 (Jardim da Granja)
01 (Jardim Vale do Sol)

10. SINDICATOS 01 (Sindicato dos Eletricitários de São Paulo)
01 (Sindicato das Escolas Particulares)
01 (Centro do Professorado Paulista)

11. CLUBES DE SERVIÇO 01 (Lions Esplanada – São José dos Campos)

12. EMPRESÁRIOS 01 (JAC – Editora)

13. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE 01 (Programa de Integração Integral à Saúde do Adolescente)
01 (Médica Pediatra)
01 (Projeto Casulo)
01 (Enfermeira)

14. FUNDHAS 01 (Psicóloga)
01 (Pedagoga)
01 (Psicopedagoga)
01 (Assistente Social)

OUTROS

PAIS DE ALUNOS 02
ESTUDANTES DE MAGISTÉRIO 09
FUNCIONÁRIA DE ESCOLA 01
NAP e TRIBUS – Psicopedagoga 01
PSICOPEDAGORA – Cons.Partic. 01
PROMOTOR DE EVENTOS 01
ADVOGADO 01
ASSISTENTE SOCIAL 01
MORADORA DE MINAS GERAIS 01

MUNICÍPIO DE TAUBATÉ

03 (Professores)
04 (Supervisores de Ensino)
01 (Psicóloga)
01 (Jornalista)

TOTAL: 411 pessoas preencheram a ficha de identificação

Calcula-se que uma pequena porcentagem esteve presente sem ter preenchido a ficha.

RELATÓRIO DO TRABALHO DESENVOLVIDO EM 1999 PELA EQUIPE PEDAGÓGICA DA APROESP

“OUVINDO A FALA DOS PROFESSORES”

Reunião 30/03/99
Local: SESC
Horário: das 08 às 12 horas.
Escolas envolvidas: 15
Professores ouvidos: 21

Na fala dos professores, pode-se perceber com clareza que estes sentem afeto pelos alunos e, ao mesmo tempo, demonstram uma grande dificuldade em trabalhar com estas crianças ou jovens.

Afirmam que poderiam até desenvolver um trabalho mais criativo em sala de aula, mas que uma grande parte do tempo utilizam para harmonizar a classe, uma vez que reina um “vozerio” ensurdecedor e que muitos alunos nem percebem a chegada do professor.

Reconhecem que existe uma minoria barulhenta e indisciplinada que estimula os demais a terem a mesma atitude.

Sentem que o professor precisa de mais cursos para seu aprimoramento profissional e que isso não vem ocorrendo.

Acreditam que o diálogo com as famílias dos alunos poderia ser muito importante para resolver as questões da indisciplina em sala de aula, mas que estas são totalmente distantes da escola.

Os critérios para a promoção dos alunos, impostos pela Secretaria da Educação e a maneira como são distribuídos os alunos das classes de aceleração, são apontados também como agentes geradores da indisciplina.

Um problema apontado por todos foi o excesso de alunos em sala de aula.

O caminho de punições severas não foi a escolha de nenhum professor presente, mas todos reconhecem que o Estatuto da Criança e do Adolescente dá muitos direitos aos alunos e pouca cobrança de deveres e o professor fica praticamente sem nenhum direito.

“OUVINDO A FALA DOS ALUNOS” – 1999

ESCOLAS ENVOLVIDAS: 04
ALUNOS OUVIDOS: 175
IDADE: 13 aos 21 anos.

Quatro escolas selecionaram os alunos para serem ouvidos pela equipe.

EEPG. ANGELO DE SIQUEIRA AFONSO 01/06/99
EE PROF. GERALDINA COELHO MONTEIRO 02/06/99
EEPSG. PROF. DOURIVAL MONTEIRO DE OLIVERIA 02/06/99
EEPSG. PEDRO MASCARENHAS 01/06/99

A Escola deveria adotar um critério de sua livre escolha para selecionar os alunos que seriam ouvidos pela equipe.

Em todas, o critério adotado foi a escolha de alunos que apresentavam “problemas de indisciplina”. Logo que eles se encontraram para a conversa com a equipe do projeto, perceberam e reclamaram quanto aos critérios adotados. Diziam: “Já sei porque fui escolhido. Aqui só estão os bagunceiros”.

Em uma das escolas foi utilizado pelos alunos o termo “desandado” para indicar a presença do indisciplinado. A frase comum foi: “Aqui só tem desandado… só tá faltando fulano”. E o “fulano” reclamado logo aparecia.

Os alunos ouvidos demonstraram diferenças de uma escola para outra

Escola A

Os alunos foram receptivos, mas não houve um diálogo rico. Demonstraram que querem o respeito dos professores.

Definiram como professor bom aquele que respeita o aluno e é competente. No entanto, não conseguiram identificar o que era respeito. Para eles, uma negativa significa falta de respeito.

Em geral, não demonstraram afeto pelos professores. Se referiam às professoras como “dona” e aos professores como “aquele cara”. Não aderiram às brincadeiras e demoraram para ter um entrosamento afetivo entre eles.

Foram participativos quando tocaram violão e cantaram suas músicas.

Contaram que conversavam coisas superficiais com seus colegas e que dificilmente aprofundavam uma questão.

Não foi possível fazer uma boa avaliação do encontro com estes alunos, nem por parte da equipe nem por parte dos alunos.

Escola B

Os alunos demonstraram um grande afeto e respeito pelos professores. Foram extremamente receptivos, participaram de todas as brincadeiras. Enriqueceram o diálogo falando de suas experiências com droga, álcool e sexo.

Se posicionaram com clareza quanto aos seus anseios em relação à escola.

Reclamaram da prisão que a escola parece ser e dos “olheiros”, que segundo eles a direção adota. Não aprovam a presença da polícia dentro da escola. Consideram um professor bom aquele que respeita o aluno e explica bem o que está ensinando.

Pediram o retorno da equipe para continuar o diálogo e se despediram carinhosamente.

Escola C

Os alunos demonstraram gostar muito de alguns professores e repudiar outros. Dos professores que gostavam, falavam com muito afeto e respeito.

Participaram das discussões, foram receptivos e aderiram às brincadeiras propostas pela equipe.

Pela amostra dos mais indisciplinados, pode-se notar que a Escola não tem grandes problemas com indisciplina, pois foram educados e a equipe pode ter com eles uma conversa saudável.

Consideram um professor bom aquele que tem bastante conhecimento e que respeita os alunos.

Fizeram uma boa avaliação do encontro com a equipe e pediram um novo encontro.

Escola D

Os alunos foram receptivos e inicialmente o diálogo foi rico. Após o intervalo que tiveram, retornaram completamente diferentes, com olhos vermelhos, distraídos, sonolentos e com uma grande fome. Devoravam com avidez o lanche que lhes foi oferecido.

Consideram o Diretor “sangue bom” e demonstraram afeto para com os professores e a direção.

Despediram-se educadamente da equipe e pediram um novo encontro para discutir outras questões.

CONCLUSÃO DA EQUIPE 1999

As escolas precisam aprofundar a discussão sobre a indisciplina em sala de aula como um obstáculo para o aprendizado. Este problema precisa ser encarado de frente por toda a equipe pedagógica das escolas. Neste processo, é imprescindível que se ouça o aluno e as famílias.

É recomendável que a Escola pare para rever seu papel. Se o problema está na competência profissional dos professores, há necessidade de se utilizar todos os recursos da escola em cursos de capacitação profissional. Se a questão está nos critérios para promoção dos alunos, há que se discutir a questão da avaliação. Se está preso a práticas pedagógicas condenáveis para o momento atual, precisa haver uma atuação mais competente da coordenação pedagógica. Enfim, existe um erro, e de nada adianta buscar culpados. É preciso sim, buscar soluções. É necessário também que a Escola tenha claro o que é indisciplina.

A escola terá que decidir quais os caminhos irá percorrer, tendo em vista a obtenção de uma meta, um objetivo: o fim da indisciplina em sala de aula como obstáculo para o aprendizado.

A realidade imediata é a questão da indisciplina. É preciso questionar esta realidade. Deixar de ver este problema de maneira mecânica e sim, olhar o problema através de uma análise. Só assim irá mudar sua prática social/pedagógica.

A Escola, refletindo este problema mediada por uma análise, certamente mudará seu posicionamento.

Neste momento é que irá ver quais são suas possibilidades e quais são seus limites.

A equipe constatou que os alunos ouvidos, se posicionaram muito bem quanto colocavam suas questões oralmente. Quanto foi solicitado que escrevessem sobre o que pensam da questão, demonstraram uma grande dificuldade em se manifestar. Frases mal formuladas, sem nenhuma organização do pensamento e uma grande pobreza de vocabulário, além de erros ortográficos em palavras simples e conhecidas.

OBSERVAÇÕES: (1999)

1. Esta análise não foi aprofundada com as escolas envolvidas.
2. As famílias dos alunos não foram ouvidas.
3. Esta análise está incompleta, uma vez que os professores e os alunos não foram chamados para sua elaboração. Foi elaborada apenas pela equipe que dirige o projeto, após as observações feitas. Servirá para provocar futuras discussões e levantar algumas questões.
4. As equipes pedagógicas das Escolas envolvidas não receberam cópia deste relatório para leitura e análise crítica.
5. Os professores representantes das escolas envolvidas, ao lerem os relatórios das 04 escolas, sem que estas fossem identificadas, reconheceram na “fala dos alunos”, sem qualquer dúvida, que aquela fala era dos seus alunos. Não houve um erro sequer.
6. A Dirigente de Ensino, Profª. Sonia Maria Silva, também soube identificar com precisão a qual escola o relatório se referia, sem que esta fosse nominada.
7. O trabalho foi suspenso temporariamente devido à dificuldade de participação das escolas.
8. A APROESP irá buscar a parceria com a SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO e DIRETORIA DE ENSINO DA REGIÃO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.

Em reunião realizada em 25/11/99 na Secretaria Municipal de Educação foi firmada a seguinte parceria:

PODER PÚBLICO E SOCIEDADE CIVIL: PARTILHANDO RESPONSABILIDADE

APROESP – Associação de Professores e Servidores Públicos do Estado de São Paulo

Presidente: Elias Rahal Neto
Secretaria Municipal de Educação de São José dos Campos
Secretária Municipal:
Juana Blanco
Diretoria de Ensino da Região de São José dos Campos
Dirigente de Ensino:
Sonia Maria Silva

COMISSÃO

APROESP:
Presidente Elias Rahal Neto
Aucélia Barbosa Rosa
Dalva d’Ávila
Maria Emília Galvão Almeida Alves
Nicéa Barbosa Rosa

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

SECRETÁRIA: Juana Blanco
Maria Emília Lopes Carvalho

DIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

DIRIGENTE DE ENSINO: Sonia Maria Silva
Katia Cristina Albino
Lázara Mascarenhas

DECISÕES TOMADAS PELA EQUIPE EM REUNIÃO REALIZADA EM 02/12/99

Realização de um evento no início do ano letivo de 2000.
Data: 15/03/2000 (indicativa)
Hora: 08 às 18 horas
Local: Teatro Municipal de São José dos Campos
Nº de participantes: 500

Professores de 129 escolas públicas de São José dos Campos: (89 est. + 30 mun.)
APMs, SABs, Entidades de classe, vereadores, igrejas, imprensa e demais cidadãos interessados em discutir a educação.
Palestrante: (algum estudioso do tema violência/indisciplina, preparado para falar com grande público)
Distribuição de material de apoio para o acompanhamento do evento.
Apresentação do Coral “Os meninos da Zona Sul”
Mesa Redonda com mediador
Elaboração de um documento para ser enviado a todas as escolas.
Acompanhamento de 10 escolas durante todo o ano letivo, estudando, avaliando, reformulando.
06 ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS e 04 ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS

APOIO

Prefeitura Municipal de São José dos Campos que cederá material gráfico e recursos humanos:
Material gráfico: folder, textos de apoio, convites, pastas.
Recursos humanos: mestre de cerimônias, recepcionistas, mediador

PROJETO

ESCOLA SEM VIOLÊNCIA = VITÓRIA DA COMUNIDADE

  • Projeto
  • Cronograma
  • Plano de trabalho
  • Relatório do Fórum Permanente de Discussão sobre Indisciplina na Escola e sua Relação com a Violência
  • Relatório do ano 2000
  • Fases da formação de Parceria
  • Relatório do ano de 1999
  • Resultados obtidos

RELATÓRIO DO ANO 2000

No ano 2000 foram realizados 03 eventos com a presença da comunidade joseense. A abertura do Fórum Permanente de Discussão sobre Indisciplina na Escola e sua Relação com a Violência foi um momento importante para o projeto, pois contou com a presença de todos os segmentos da sociedade.

O evento gerou um tipo de discussão na Escola, com um enfoque diferenciado, onde o palestrante fez com que o Professor despertasse de uma certa letargia que o envolvia para refletir sobre sua atuação profissional, como agente transformador do processo educacional e não como “vítima do sistema”. A discussão, de início, suscitou até mesmo a ira dos professores, mas foi um ponto de partida para uma nova maneira de enxergar o seu papel de educador.

A partir desse evento, a discussão nas escolas tomou novo rumo. O interesse pelo tema levou os diretores a desenvolver um estudo sobre a indisciplina na escola levando em conta a maneira de pensar e viver das crianças e adolescentes, a nova postura frente à questão da liberdade, as novas relações entre adultos e jovens e a necessidade de um posicionamento também novo por parte da Escola resultando numa mudança de práticas pedagógicas.

No segundo evento, em continuidade ao FÓRUM PERMANENTE DE DISCUSSÃO SOBRE INDISCIPLINA NA ESCOLA E SUA RELAÇÃO COM A VIOLÊNCIA, foi o momento em que os jovens foram chamados ao Teatro Municipal para ouvir e discutir seus anseios e expectativas sobre a escola.

Ouviram um palestrante que enfocou a necessidade da afetividade nas relações escolares. Falou sobre drogas sem contudo fazer censura ou assustar, mas sim levando à reflexão.

Os jovens tiveram espaço para falar de seus sonhos, seus anseios, sua insegurança, dando possibilidade para que um documento refletisse seu pensamento e fosse encaminhado aos professores.

424 jovens compareceram ao evento. O comportamento desses jovens durante os trabalhos demonstrou uma postura diferente daquela que normalmente se vê entre adolescentes. Não foram em nenhum momento insolentes ou indisciplinados. Foram participativos, interessados e atentos a tudo que se dizia.

A avaliação que fizeram do evento demonstrou que eles estavam precisando dessa chamada para que sua fala fosse ouvida e levada em consideração.

Em continuidade ao FÓRUM PERMANENTE DE DISCUSSÃO SOBRE INDISCIPLINA NA ESCOLA E SUA RELAÇÃO COM A VIOLÊNCIA, num terceiro momento foram ouvidos os pais.

Com a presença de pais e professores, houve um certo momento de tensão. Algumas acusações mútuas foram trocadas. Os professores cobravam um envolvimento maior dos pais e os pais acusavam os professores de atitudes autoritárias e falta de compreensão para com seus filhos.

Com a fala da palestrante, houve um entendimento, pois a mesma diferenciava o espaço público do espaço privado, mostrando o papel de cada um dos envolvidos no processo educacional.

Mais uma vez, houve uma chamada para refletir sobre a atuação dos adultos frente à educação das crianças e jovens e a necessidade do envolvimento da comunidade para que as mudanças possam ser realmente vivenciadas.

Em um concurso entre as escolas envolvidas nos meses de setembro, outubro e novembro, foram desenvolvidas atividades artísticas sobre temas como: “Valorização da Vida”, “Despertando a palavra Irmão”, “A arte de amar”, “O ato de compartilhar”, “O respeito às diferenças”, “Aprender a ouvir”, “Zelar uns pelos outros”, “Assumir Responsabilidade”.

Foram atividades com forte envolvimento da comunidade que marcaram momentos de muita beleza, criatividade e respeito mútuo entre os jovens.

O evento para entrega dos prêmios foi chamado de: “ESCOLA MOSTRA A TUA CARA”. Esta apresentação dos alunos concretizou as práticas desenvolvidas junto às escolas durante todo o ano pelo Projeto “Escola Sem Violência = Vitória da Comunidade”.

Alunos, professores, funcionários e comunidades refletiram a sua prática e a sua atuação em busca de novos caminhos para não permitir que a Escola seja um palco de violência, mas que se torne de fato um espaço do aluno cidadão.

No ano de 2000 a APROESP trabalhou em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação e Diretoria de Ensino da Região de São José dos Campos. O Projeto acompanhou nove escolas públicas da cidade.

ESCOLAS ENVOLVIDAS:

REDE ESTADUAL
EE Engº Edgar de Mello Mattos de Castro
EE Profº Jorge Barbosa Moreira
EE Profª Lourdes Maria de Camargo
EE Profº Pedro Mazza
EE Profª Ruth Coutinho Sobreiro

REDE MUNICIPAL
EMEF Dom Pedro de Alcântara
EMEF Profº Moacyr Benedito de Souza
EMEF Profª Maria Nazareth de Moura Veroneze
EMEF Possidônio José de Freitas

Equipe Pedagógica da Aproesp

ORÇAMENTO DO PROJETO

A APROESP – Associação de Professores e Servidores Públicos do Estado de São Paulo, está dando as condições para o início dos trabalhos, promovendo os estudos necessários; as pesquisas, preparando a equipe, pagando as horas de estudo da equipe, a aquisição de livros e materiais necessários para o início do projeto. Para o andamento do projeto, procura parcerias possíveis, uma vez que não dispõe de verba necessária para todo o desenvolvimento do projeto.

AVALIAÇÃO DO PROJETO

Para que possamos verificar o cumprimento dos objetivos e das metas, temos o propósito de mensurar, através de questionários que serão formulados e tabulados por um profissional designado para tal fim, com formação própria para este tipo de trabalho, que utilizará métodos e instrumentos próprios para a avaliação. Esta avaliação com metodologia científica será feita em cada bimestre. A avaliação será feita paralelamente pela equipe que desenvolve o projeto, estudando e analisando mudanças no relacionamento professor/aluno/pais/filhos através de depoimentos colhidos durante o desenvolvimento dos trabalhos.

APROESP
Associação de Professores e Servidores Públicos do Estado de São Paulo – Vale do Paraíba
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Este texto foi publicado na categoria Metodologias e Inovação Pedagógica.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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