Neste texto, especificamente, comenta-se sobre as vantagens e desvantagens do Ensino Fundamental de nove anos, qual a importância e responsabilidade da escola, dos pais e professores, perante o próprio sistema educacional.
Palavras chave: ensino fundamental, criança, educação infantil, dificuldade, mudança,
Lei nº 10. 172, de 9 de janeiro de 2001 – Aprovou o Plano Nacional de Educação(PNE) • O Ensino Fundamental de 9 anos se tornou meta progressiva da educação nacional.
A proposta do Ministério da Educação (MEC) é assegurar que todas as crianças passem mais tempo no ambiente escolar e proporcionar uma educação de qualidade. A partir dos 06 anos a criança começa então no 1º ano, e, ao término do 9º ano o aluno estará com 14 anos. Uma das ideias dessa proposta é diminuir os índices de evasão escolar e repetência.
O ensino Fundamental com duração de nove anos foi introduzido no contexto educacional brasileiro, em termos de legislação educacional, em dois momentos relativamente próximos, porém distintos. Inicialmente, por meio da Lei nº 11.114, de 16 de Maio de 2005, modificando o art. 6º da Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDB), determinado que fosse diminuída de sete para seis anos a idade mínima da criança para o ingresso no ensino fundamental e mantendo o dever dos pais ou responsáveis de efetuar a matrícula das crianças dessa idade. Nove meses depois foi sancionada a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, determinando que o ensino Fundamental no Brasil passasse a ter duração de nove anos (BRANDÃO,p.17).
A ampliação do período da escolaridade obrigatória, que assegura o acesso da criança de seis anos de idade ao ensino fundamental, além de viabilizar um tempo maior de convívio escolar, pretende desenvolver e qualificar suas oportunidades de aprendizagem. Esta ampliação requer uma organização maior e criteriosa nos currículos, na proposta pedagógica, no material didático e nos recursos, uma vez que a faixa etária dessas crianças exige uma didática diferenciada, respeitando suas especificidades.
Podemos considerar uma desvantagem se compararmos que o Ensino Fundamental é metodológico, a obediência e o silêncio são meios considerados fundamentais para o desenvolvimento do trabalho, e a disposição das carteiras, em que a criança senta atrás da outra. O ritmo é bem diferente da Educação Infantil. A questão é que simplesmente arriscar em colocar uma criança de seis anos no Ensino Fundamental, nessas condições é expô-la, ainda mais cedo ao fracasso escolar.
…quando a expressão lúdica da criança é mediada de maneira a intervir no seu processo ensino-aprendizagem, essa expressão pode garantir seu direito a uma educação que respeite seu processo de construção do pensamento, permitindo-lhe a vivência nas linguagens expressivas do jogo como instrumento simbólico da leitura e da escrita de mundo. Assim, a utilização do lúdico como recurso pedagógico, apoiado nas dimensões reflexiva e estética da construção do conhecimento infantil, possibilita ao educador a melhoria do trabalho pedagógico em sala de aula (RAU,2011,p.100).
A criança de seis anos aprende por meio da fantasia, da imaginação, das brincadeiras, dos jogos, de forma lúdica. A criança não deveria entrar para o sistema do Ensino Fundamental sem que isso fosse levado em conta. Pensando nessas questões, fica a dúvida se essa ideia não vai acabar trazendo mais prejuízo para a qualidade do ensino.
O problema não está na quantidade de anos, mas na qualidade dos mesmos. Seria necessária uma ampla reestruturação na forma de ensino e na qualificação dos professores. Enquanto continuarmos tratando todos como iguais, num contexto em que todos são muito diferentes, estaremos cometendo os mesmos erros, independente da quantidade de anos. De tal maneira, seria adequado classes com menos alunos e que tivessem todos praticamente o mesmo “nível” intelectual para que pudessem aproveitar melhor o que é ensinado. Na Educação Infantil, mesmo a criança estando no processo de aprendizagem, ela não é obrigada a aprender a ler e escrever, mas, com a entrada no Ensino Fundamental, ela terá mais atividades que irão sobrecarregá-la, com obrigações que ainda não são para sua faixa etária. Com tanta cobrança à criança de seis anos, poderá vir a sentir-se desmotivada ou fracassada e perder a vontade de aprender, não se pode exigir da criança de seis anos uma conduta semelhante à de uma criança de sete anos completos.
É preciso que haja, de forma criteriosa, com base em estudos, debates e entendimentos no âmbito de cada sistema de ensino, a reelaboração da Proposta Pedagógica das secretarias de Educação e dos Projetos Pedagógicos das escolas de modo a assegurar que a matrícula das crianças de seis anos de idade na instituição escolar permita o pleno desenvolvimento no aspecto físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo, com vista a alcançar os objetivos do Ensino Fundamental. Agora com duração de nove anos (BRANDÃO,p.32).
Essa mudança afeta diretamente as crianças, então é preciso cuidado por parte dos educadores, elas precisam de mais tempo para brincar, desenhar, cantar músicas, interagir com o outro, ir ao parque, ouvir histórias, e isso deve ser levado em conta ao serem ingressadas no Ensino Fundamental. Ainda há muito que planejar e estudar para que, com esta medida, se melhorem as condições de igualdade e de qualidade da educação.
Referências bibliográficas
RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A Ludicidade na Educação: uma atitude pedagógica -2.ed.rev.,atual. e ampl.- Curitiba: Ibpex, 2011.
BRANDÃO, Carlos da Fonseca Paschoal, Jaqueline Delgado (organizadores). Ensino fundamental de nove anos: teoria e prática na sala de aula. São Paulo: Avercamp, 2009.
Autor:
Érica Cristina Firmino Marcondes Noélia Mendes dos Anjos Silva
Clécia Nascimento Souza Simone Barbisan Balioni Natalice Campos
Fonte:ensinofundamentaldesafios.blogspot.com.b
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