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Atualizado em 09/08/2024

Fundamentos Teóricos da Proposta Pedagógica

Toda proposta pedagógica deve ter uma fundamentação teórica que abarca diversas áreas do conhecimento, como história, sociologia, antropologia e psicologia, para garantir uma educação de qualidade.

 

Toda proposta pedagógica é sempre orientada por pressupostos teóricos que explicitem as concepções de criança, de educação e sociedade.

Recorre-se sempre para sua formulação à: história, sociologia,

antropologia e psicologia, pois indicam o delineamento da proposta.

Bases Teóricas

Situando a educação de crianças de 4 a 6 anos no Brasil.

Contribuição da visão histórica – Nos últimos 50 anos, a educação passou a ser encarada como dever do Estado e direito de todos os cidadãos, situando-se nesse aspecto a educação elementar de 4 a 6 anos de duração (antiga escola primária).

– Criação da L.D.B.

– Década de 70 – reconhecimento da educação para crianças de 4 a 6 anos, mas não assegurada pela legislação.

Atual momento histórico: Necessidade de ampliação da oferta de educação para crianças de 0 a 6 anos, garantindo acesso e permanência.

Contribuições da Sociologia

Contribuições da Sociologia: Há uma estreita relação entre educação e sociedade.

O trabalho pedagógico precisa se orientar por uma visão das crianças como seres sociais, indivíduos que vivem em sociedade, cidadãs e cidadãos.

Recomenda-se trabalhar em grupos com as crianças para que tenham uma ação construtiva, desenvolvendo a autonomia, cooperação e solidariedade com as demais. Valorização dos jogos e da formação ética e moral.

Para mais informações sobre a importância da educação, consulte Educação: meio de disseminação da cultura.

Contribuição da Psicologia

Contribuição da Psicologia: Os estudos provenientes da psicologia têm dado contribuições bastante relevantes que nos permitem conhecer o desenvolvimento infantil nas diferentes áreas (sensório-motora, sócio-afetiva, simbólica e cognitiva).

Permitem compreender de que modo e forma as crianças constroem seu conhecimento como sujeitos ativos do ponto de vista sócio-afetivo, cognitivo, linguístico, psicomotor etc.

É responsabilidade da proposta pedagógica oferecer ambiente para os respectivos desenvolvimentos.

Contribuições Antropológicas

Contribuições Antropológicas: Os estudos antropológicos exigem que levemos em conta o contexto de vida mais imediato das crianças e as próprias características específicas dos professores e da escola como instituição.

Compreendendo cada criança a partir de suas experiências e condições concretas de vida.

Colaboração da família no conhecimento e colaboração na montagem da proposta pedagógica, prezando pelo critério único como requisito para uma educação democrática.

DAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS À EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

A prática pedagógica é contrária e de difícil adaptação e está sempre em movimento. Está sempre referenciada em alguns princípios.

A educação se alimenta de várias ciências, norteadas por um eixo político e movida pela história.

Várias são as fontes de influências às teorias educacionais e as tendências pedagógicas nelas fundamentadas.

A tendência romântica: A pré-escola é um jardim, as crianças são as flores ou sementes, a professora é a jardineira – A educação deve favorecer o desenvolvimento natural.

Essa tendência se identifica com o próprio surgimento da educação pré-escolar. Nasce no século XVIII, num contexto em que os princípios do liberalismo, no plano filosófico.

Fundamentos da Escola Nova (século XIX e XX)

  • Valorização dos interesses e necessidades das crianças;
  • Defesa da ideia do desenvolvimento natural/ênfase no caráter lúdico das atividades infantis/crítica à Escola Tradicional (aquisição de conteúdos);

Froebel (1782-1852) defendia a ideia da evolução natural da criança e enfatizava a importância do lúdico simbolismo infantil. Sua proposta – currículo de atividades. Jardim de infância – lugar de agrupar as crianças.

Decroly (1871-1932) destacava o caráter global das atividades infantis e a função de globalização do ensino. Sua proposta (pedagógica) organiza a escola por “centros de interesse”, onde a criança possa ter três momentos: observação/associação/expressão.

– Para Decroly “a sala de aula está em toda parte”. O objetivo do trabalho escolar é a aquisição do conhecimento.

Destes princípios derivam as diretrizes metodológicas de Montessori, que estão calcadas na importância da escola ativa, na visão de que a criança “absorve” o meio, na noção de “silêncio” e autocontrole (para Montessori uma conquista), capacidade de concentração e disciplina.

Este autor deu grandes contribuições, mas observa-se seu limite por não levar em consideração a heterogeneidade social e o papel político que a pré-escola desempenha no contexto mais amplo da educação e da sociedade brasileira.

Tendência Cognitiva

A criança é o sujeito que pensa e a pré-escola o lugar de tornar as crianças inteligentes – A educação deve favorecer o desenvolvimento cognitivo. A aprendizagem é construída por estágios que devem ser respeitados.

Discípulos – Jean Piaget (fontes inspiradoras). Para Piaget, o desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio.

Interacionismo: (organização interna e adaptação ao meio) Piaget – os estágios evoluem como uma espiral, de maneira que cada estágio engloba o anterior e amplia.

Principais objetivos da educação: formação de homens “críticos, inventivos e descobridores”. Desenvolvimento da inteligência (prioridade no trabalho).

Emília Ferreiro: (pesquisadora argentina) sua obra pode ser considerada continuadora de Piaget, na área da construção da linguagem escrita. Ferreiro tem conferido grandes contribuições extremamente relevantes à questão da alfabetização.

A Tendência Crítica

A pré-escola é um lugar de trabalho, a criança e o professor são cidadãos, sujeitos ativos, cooperativos e responsáveis. A educação deve favorecer a transformação do contexto social.

– Proposta muito recente no Brasil. Uma das propostas pedagógicas que mais tem trazido contribuições a essa discussão é a de Celestin Freinet.

Freinet foi criador, na França, do movimento da escola moderna, que atinge atualmente professores dos vários graus (da pré-escola à universidade). Seu objetivo básico era desenvolver uma escola popular.

Críticas de Freinet à “Escola Tradicional”: denuncia as práticas, os manuais e os prédios escolares como os produtores de “doenças” escolares graves, tais como a dislexia, anorexia escolar etc.

– Crítica à proposta da Escola Nova (Decroly e Montessori).

Freinet constrói uma pedagogia, não cria um método como calminho fechado, mas técnicas construídas lentamente como base na experimentação e documentações, que fornecem à criança instrumentos para aprofundar seu conhecimento e desenvolver a ação.

Freinet destaca a extrema importância da participação e integração entre famílias/comunidade e escola.

Proposta pedagógica de Freinet: centra-se em técnicas, dentre as quais pode-se citar: aulas passeio, desenho livre, etc.

Currículo da Pré-escola: elaborado levando em conta as características específicas das crianças e do momento em que vivem (seu desenvolvimento psicológico).

Conclusão

Mais importante do que adotar uma metodologia pré-elaborada é construir na prática pedagógica aquela metodologia apropriada às condições, necessidades e objetivos formulados.

Para saber mais sobre a formação de professores, acesse Formação de professores na teoria histórico-crítica de Saviani.

Se você está em busca de materiais pedagógicos, considere explorar opções de materiais educativos que podem enriquecer sua prática.


Este texto foi publicado na categoria Legislação e Políticas Educacionais.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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