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O pedagogo em espaços não escolares

Descubra como o pedagogo pode ajudar a melhorar a educação em ambientes não formais. Aprenda como o pedagogo pode melhorar o ensino em parques, museus, zoológicos, entre outros.

O pedagogo em espaços não escolares

O novo cenário da educação se abre no século XXI com novas perspectivas para o profissional que se insere no mercado de trabalho, sob diversas abrangências, como nos mostra a própria sociedade, que vive um momento particular de discussões sobre globalização, neoliberalismo, terceiro setor, educação on-line. Enfim, uma nova estrutura se firma na sociedade, a qual exige profissionais cada vez mais qualificados e preparados para atuarem neste cenário competitivo.

A educação em espaços não escolares vem confirmar esta discussão que vivenciamos. O pedagogo sai então do espaço escolar, que até pouco tempo era seu espaço (restrito) de trabalho, para se inserir neste novo espaço de atuação com uma visão redefinida da atuação deste profissional.

Empresas, hospitais, ONGs, associações, igrejas, eventos, emissoras de transmissão (rádio e TV), e outros formam hoje o novo cenário de atuação deste profissional, que transpõe os muros da escola para prestar seu serviço nesses locais que são espaços até então restritos a outros profissionais. E esta atual realidade vem, com certeza, quebrando preconceitos e ideias de que o pedagogo está apto para exercer suas funções apenas na sala de aula. Onde houver uma prática educativa, existe aí uma ação pedagógica.

PALAVRAS-CHAVE: Educação formal, não-formal e informal, sociedade, RH, Globalização, neoliberalismo, terceiro setor, educação on-line, atuação.

Desenvolvimento

 Convivemos até bem pouco tempo com a visão de uma pedagogia inserida no ambiente escolar, na sala de aula, do profissional da educação envolvido com os problemas da educação formal, uma ideia falsa de que o pedagogo é o profissional capacitado e devidamente treinado para atuar somente em espaços escolares. Ele é o responsável pela formação intelectual das crianças, sempre se envolvendo no cotidiano escolar, com os problemas relacionados à educação formal, propriamente dita. A vida escolar, a educação formal, não deixa de ser um foco importante para o pedagogo, mas deixa de ser o único.

Diante da atual realidade em que se encontra a sociedade, a educação tem se transformado na mola mestra para enfrentar os desafios que se articulam dentro dela e em todos os seus segmentos, desafios gerados pela globalização e pelo avanço tecnológico na atual era, a tão inovadora e desafiadora era da informação.

A educação é também a mola mestra para transformar a situação de miséria, tanto intelectual quanto econômica, política e social do povo, promovendo acesso à sociedade daqueles que são vistos como os excluídos. Possibilitando assim a transformação da sociedade em uma sociedade mais justa e igualitária. “Os efeitos da crise econômica globalizada e a rapidez das mudanças na era da informação levaram a questão social para o primeiro plano, e com ela o processo da exclusão social, que já não se limita à categoria das camadas populares” (Gohn, 2001, p. 09).

Dessa forma, a educação sofre mudanças em seu conceito, pois deixa de ser restrita ao processo ensino-aprendizagem em espaços escolares formais, se transpondo aos muros da escola, para diferentes e diversos segmentos como: ONGs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes, etc. Abre-se aqui um novo espaço para a educação, dando uma estrutura interessante à educação não formal.

Com toda esta nova proposta e possibilidade de atuação, o profissional pedagogo também se transforma, se adequando a esta nova realidade, se posicionando como profissional capacitado para caminhar junto a esta transformação da sociedade. O pedagogo deixa de ser, neste novo contexto, o mesmo pedagogo do século XVIII, XIX e até mesmo século XX. Apresentando-se agora como agente de transformação para atuar nesta nova realidade. Hoje, o profissional pedagogo está sendo inserido em um mercado de trabalho mais amplo e diversificado, porque a sociedade atual exige cada vez mais profissionais capacitados e treinados para atuarem nas diversas áreas. Não é comum um profissional ser qualificado apenas para exercer uma determinada função, mas sim para atuar nas diferentes áreas existentes no mercado de trabalho, seja ele qual for.

As linhas de pensamento relacionadas ao profissional pedagogo possibilitam uma reflexão mais aprofundada sobre a sua atuação, pois hoje se pensa muito mais detalhadamente a dinâmica do conhecimento e as novas funções do educador como mediador deste processo. Dessa forma, não podemos mais nos deter somente no universo da educação formal, mas buscar novas fontes de formação e de informação para adequar este profissional no mundo globalizado e competitivo.

Toda transformação relacionada à atuação do pedagogo se dá ao fato de que, hoje, vivemos o processo que reflete a transformação de valores e pensamentos de uma sociedade voltada para valores mais específicos, como a cultura de seu povo, valor diferente daquele que até pouco tempo se primava pelo valor econômico. Ou seja, a cultura hoje tem o seu papel melhor definido e mais importante para a sociedade do que a situação econômica, propriamente dita.

Nesta perspectiva de mudança e viabilizando uma atuação deste profissional, abrimos espaço para esta discussão, pautando nosso estudo na atuação do pedagogo em espaços não escolares, suas habilidades e competências para atuação nesses espaços, o leque de possibilidades que hoje se abre, deixando para trás a ideia primária de que este profissional está preparado somente para atuar em espaços escolares e que pouco ou quase nada pode aproveitar de suas habilidades para atuar em outros espaços.

Assim, este profissional que atravessa séculos, executando o seu papel de preceptor, de transformador do conhecimento e do comportamento humano, chega ao século XXI com uma nova proposta: sua efetiva atuação em espaços também não escolares, que, no entanto, visam a aprendizagem e a transformação do comportamento humano, tanto quanto dentro da educação formal.

Este assunto tornou-se desafiador a partir do momento em que verificamos, através de discussões realizadas em sala de aula, seminários, mesas redondas e leituras compartilhadas, um horizonte se abrindo para esta área do conhecimento, discussões que estão fundamentadas em teóricos conceituados e pela própria sociedade que chega ao século XXI com novas perspectivas para a educação formal e também para a educação não formal, discussão que até bem pouco tempo era desconhecida para a maioria de nossas escolas de formação e também dos profissionais.

Como hoje o pedagogo está sendo inserido em um mercado de trabalho cada vez mais diversificado e amplo, nosso estudo se justifica pela necessidade de compreender a dinâmica que levou a sociedade a chegar onde estamos hoje, com um discurso voltado para a inclusão social, para o voluntariado, para projetos de pesquisas, para educação formal, não formal e informal, observando o processo de ensino-aprendizagem não somente como processo para dentro da escola, da sala de aula ou do cotidiano escolar, mas um processo que acontece em todo e qualquer segmento da sociedade, seja ele qual for. E também como o pedagogo se insere neste novo contexto social, percebendo a sua relação em diferentes espaços. “… Verifica-se hoje uma ação pedagógica múltipla na sociedade. O pedagógico perpassa toda a sociedade, extrapolando o âmbito escolar formal, abrangendo esferas mais amplas da educação informal e não-formal” (Libâneo, 2002, p.28).

É importante ressaltar aqui como a educação formal e a não formal caminham paralelamente e, portanto, a necessidade de agregar ao ensino formal, ministrado nas escolas, conteúdos da educação não-formal, como os conhecimentos relativos às motivações, à situação social, à origem cultural, etc. Por isso, esta nova perspectiva de atuação do pedagogo, sua qualificação vem filtrando cada vez mais, buscando uma relação estreita entre as diferentes propostas de educação existentes na sociedade. “… uma nova cultura escolar que forneça aos alunos instrumentos para que saibam interpretar o mundo” (Touraine, 1997, citação da autora).

Este assunto tornou-se relevante para este projeto, à medida que foi se descortinando as grandes possibilidades de pesquisas durante as discussões realizadas e também por apresentar um assunto que vem transformando a ideia de uma educação restrita em uma educação ampla e sem fronteiras. Este tem se tornado um assunto desafiador para tantos quanto se inteiram do mesmo.

REFERÊNCIAS:

Gohn, Maria da Gloria. Educação não formal e cultura política: impactos sobre o Associativismo do terceiro setor. 2ed. São Paulo, Cortez, 2001.

Holtz, Maria Luiza Marins. Lições de Pedagogia Empresarial. MH Assessoria Empresarial Ltda. 1999.

Ribeiro, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia Empresarial: Atuação do Pedagogo na Empresa. Rio de Janeiro. Wak.

Chiavenato, Idalberto. Gestão de Pessoas. São Paulo.

Libâneo, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática.

_________________ Pedagogia e pedagogos para quê? São Paulo, Cortez, 2002.

Luck, Heloisa. Metodologia de Projetos. Petropolis, R. J.: Vozes, 2003.

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Além disso, a material didático pode ser uma excelente ferramenta para o pedagogo em sua atuação fora da sala de aula.

Para saber mais sobre a atuação do pedagogo em diferentes contextos, você pode conferir a importância da educação infantil.

Para entender melhor as novas metodologias de ensino, explore metodologias ativas que podem ser aplicadas em diversos ambientes.

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