Reserva Natural da Vale do Rio Doce
Quando aqui chegaram os primeiros colonizadores, o litoral brasileiro era formado por majestosas árvores e habitado por centenas de espécies de animais. A Mata Atlântica estendia-se por 3.500 quilômetros de comprimento, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. A selva era fechada, com um milhão de quilômetros quadrados, que em sua parte mais larga chega a alcançar o nordeste da Argentina e o Paraguai. A floresta se situava ao longo do litoral, área que os primeiros colonizadores escolheram para viver. Ao longo dos anos, a floresta pagou o preço do progresso: hoje, está reduzida a 4% de seu tamanho original.
A Mata Atlântica é hoje um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo. Algumas espécies que nela viviam, como a arara vermelha, praticamente já não existem mais. Outras espécies, como o mutum, estão ameaçadas de extinção. Há 20 anos, o Espírito Santo ainda tinha 30% de seu território coberto por florestas tropicais e hoje elas sobrevivem em apenas 1,5% da área do Estado.
A Reserva se formou a partir de 1951, quando a Companhia Vale do Rio Doce adquiriu as primeiras propriedades na região. O objetivo desta aquisição era formar um estoque de madeira para a produção de dormentes, que seriam utilizados na estrada de ferro Vitória a Minas, de sua propriedade. Havia plena consciência de que, num curto espaço de tempo, as florestas desapareceriam e, portanto, estaria comprometida a fabricação de dormentes.
Ao longo dos anos, diversas alternativas de uso da Reserva foram apresentadas, mas nenhuma efetivada. Desta forma, a cobertura florestal observada é a mesma da época de aquisição das propriedades. As formações originais foram quase que totalmente dizimadas, com exceção à região da Reserva Biológica de Sooretama. Elas foram substituídas por pastagens e plantios de cana-de-açúcar na forma tradicional, onde nem mesmo as matas ciliares foram protegidas. As grandes dificuldades no início da administração da Reserva foram as invasões de terras e a existência de quadrilhas especializadas no roubo de Jacarandá.
No ano de 1973, a partir de um convênio entre a CVRD e o Ministério das Minas e Energia, foi instalada a primeira pesquisa silvicultural com as espécies ocorrentes. O objetivo era conhecer espécies aptas à recuperação das áreas de empréstimos às margens dos lagos construídos para a produção de energia elétrica.
Em 1978, a CVRD adotou uma política ambiental rígida e dinâmica, que tinha como finalidade a pesquisa e a manutenção.
Em 1998, a CVRD, em conjunto com o Banco Mundial, concluiu o Plano Diretor de Uso da Reserva, que estabeleceu as diretrizes para a proteção ambiental e auto-sustentação econômica.
Atualmente, a Reserva tornou-se um referencial obrigatório para os que estudam e lidam com o ecossistema tropical, servindo como base de treinamento para agricultores e profissionais dessa área. Estima-se que a CVRD tenha investido cerca de US$14 milhões na Reserva até os dias de hoje.
A Reserva localiza-se ao norte do Estado do Espírito Santo, predominantemente no Município de Linhares, nos arredores de Sooretama e de Jaguaré. Geograficamente, situa-se entre os paralelos 19° 06 – 19° 18 de latitude sul e entre os meridianos 39° 45 – 40° 19 de longitude. A Reserva tem aproximadamente 22 mil hectares e está inserida em um dos mais importantes ecossistemas do mundo em termos de biodiversidade. No centro, há uma exposição permanente sobre a Mata Atlântica. Pela floresta, pode-se conhecer a trilha do Pequi Vinagreiro, sinalizada, com acompanhamento de um monitor treinado. Com aproximadamente mil metros de extensão, a trilha é um bom exemplo da exuberância da Mata de Tabuleiro, um dos ecossistemas que compõem a Mata Atlântica.
O seu relevo se caracteriza por uma sequência de colinas tabulares, com uma altitude variável entre 28 e 65m, entre vales amplos e rasos. Mais próximo ao litoral, existem as planícies aluviais, onde misturam-se os sedimentos. Barreiras contornam essas planícies, com pequenas escarpas que constituíram falésias antes da linha da costa.
O clima é quente e úmido, e a temperatura média é de 24 graus.
O solo predominante é o podzólico vermelho-amarelo de caráter distrófico.
Os cursos d’água existentes na área da reserva fazem parte da bacia do Rio Barra Seca, cujo expoente principal é o Rio de mesmo nome, o qual apresenta o maior volume d’água que deságua no Oceano Atlântico.
APRESENTAÇÃO:
O ensino de História e Geografia apresenta uma proposta que, partindo do tempo pessoal do aluno e dos lugares do seu cotidiano, busca levá-los a ampliar as experiências do tempo e do espaço e a representá-las, como atividades exploratórias no processo de compreensão das relações sociais, das instituições, das regras de convivência, da pluralidade cultural, das implicações e da intervenção humana nos processos naturais, permitindo ao aluno apreender significativamente realidades mais abrangentes e complexas.
Cabe ao professor – pessoa mais experiente e munida de instrumental pedagógico adequado – acompanhar o aluno nesse processo, proporcionando oportunidades de vivências que lhe permitam avaliar criticamente as noções do senso comum com as quais chega à escola e, a partir daí, construir o conhecimento e assumir os valores inerentes ao exercício da cidadania e ao convívio social.
O nosso objetivo, através das atividades que iremos propor, é levar o aluno a perceber, analisar e avaliar a sua realidade imediata, constituída pelos seus contatos sociais e pelos espaços que ocupa, como forma de prepará-lo para conhecer pessoas e realidades distantes no tempo e no espaço e tornar-se capaz de intervir nos ambientes social e natural de maneira reflexiva e crítica.
Atividades para turmas de 4º e 5º ano
1. Organizar uma excursão na Reserva Florestal da CVRD, em Linhares, pedindo que os alunos observem com bastante atenção. Após a efetivação da atividade, solicitar que os alunos façam um relatório oral sobre as observações feitas nos aspectos físicos, tais como desmatamento, reflorestamento e mudança no curso dos rios. Aproveitar esse conhecimento para propor uma campanha de preservação ao meio que os cerca. Explore na campanha tópicos como a importância da vegetação para a purificação do ar, a formação geográfica da Reserva, entre outros. O professor, partindo do conhecimento e das observações do aluno, fará um círculo de debate, vendo a posição dos alunos, a favor ou não das transformações causadas pelo homem, despertando a consciência ecológica e fazendo uma integração em outras disciplinas (experimentos de ciências, leitura e interpretação de textos de jornais, revistas, etc.).
2. Mostrar aos alunos fotografias de diferentes paisagens e permitir que eles as descrevam livremente. Depois, chamar a atenção para aquilo que não perceberam, e só então começar a trabalhar com significados geográficos e históricos que podem ser atribuídos às imagens. Identifique no mapa do Brasil, em anexo, como era a Mata Atlântica no início e compare com a atual, baseado na visita feita na reserva florestal da CVRD. (Esse é um exercício básico para desenvolver a capacidade de observação e análise).
3. Organizar uma dramatização com os alunos, usando o texto apresentado:
Leia o texto abaixo e discuta as perguntas com seus colegas: (texto retirado do livro Caça ao Tesouro: uma viagem ecológica, escrito por Liliana e Michele Iacocca)
As pessoas que trabalhavam olharam assustadas para aquela máquina estranha.
– Socorro! – gritou uma mulher. – Seres de outro planeta estão invadindo a nossa plantação.
– Nós não somos de outro planeta – explicou Alexandre – Só pensamos que aqui fosse a floresta.
Um homem se aproximou, olhou bem para cada um deles, olhou muito bem para a máquina e falou:
– Aqui era a floresta, mas não é mais! Agora nesta terra cresce arroz, feijão, batata, mandioca, cana, café e muitas outras coisas.
Se é mato o que vocês querem, lá adiante tem bastante mato.
O que aconteceu com a floresta?
O que você acha mais importante, a floresta ou a plantação? Por quê?
O fogo era tanto que eles tiveram que levantar vôo.
– Por que estão queimando a floresta, professor? – perguntou Dudu.
– Com certeza para fazer outro pasto ou outra plantação.
– E o que acontece com os bichos?
– Bem, aqueles que conseguem fugir, é lógico que fogem. Mas aqueles que não conseguem, coitados, não quero nem pensar.
– Quer dizer que não existe mais florestas e que nós não vamos encontrar o tesouro?
– Tem que existir floresta. Ela é tão importante na vida de todos os seres, homens e animais, que se ela tivesse acabado, o mundo não seria mais o mesmo e até nossas vidas correriam perigo.
Você também acha que o mundo não seria mais o mesmo e as nossas vidas correriam perigo se não existissem as florestas? Por quê?
Autora: Soraya M. Marques
A importância da água é um tema que se conecta diretamente com a preservação ambiental e a conscientização sobre o uso sustentável dos recursos naturais.
Atividades sobre meio ambiente podem ser uma excelente forma de engajar os alunos na discussão sobre a preservação da Mata Atlântica e a importância da biodiversidade.
Explore kits de plantio que podem ajudar a promover a educação ambiental e a prática de reflorestamento.
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