Fichamento do texto
Ter ou não literatura infanto-juvenil no currículo de acadêmicos de língua portuguesa.
O que a história nos mostra a respeito do papel da literatura infanto-juvenil na formação do professor? Qual é a história da formação do professor e da literatura infanto-juvenil na tradição educacional brasileira? Em que ponto tais histórias se cruzam?
Citação de textos do final do séc. retrasado em que retrata pouco caso com o curso fundamental, com o magistério em todos os aspectos. “Os educadores que nos falam pelos textos transcritos, contam que somos herdeiros de uma tradição educacional pobre e improvisada, a qual precisa ser o contexto de qualquer avaliação do que se tem feito ou dito até agora”.
Hipóteses para o pré-requisito da formação de valores, práticas e conteúdos essenciais ao professor: noção ampla de linguagem, familiarizado com a literatura de forma extensa, particularmente a portuguesa, africana de expressão portuguesa, e principalmente a brasileira. Conhecer todos os clássicos. Familiarizado com a história do ensino da língua portuguesa no Brasil, com a história da alfabetização, da leitura, e da literatura na escola brasileira.
No que se diz respeito à literatura infanto-juvenil, não é isoladamente a sua inclusão nos currículos de formação de professores, ou no curso de letras, que resolverá os problemas nas escolas brasileiras.
Mas para que a inclusão da literatura infanto-juvenil em currículos escolares cumpra eficientemente tal papel, outras providências se fazem igualmente necessárias, por exemplo, compreender que a literatura infanto-juvenil é um produto tardio da pedagogia escolar, e que se entenda que a noção de criança altera-se com o tempo.
Historizada a criança, falta ainda historizar o jovem.
De novo, a resposta aponta para as construções. A noção de jovem se constrói da mesma forma que a noção de criança. É histórico, mutante e social.
A literatura tanto gera comportamentos, sentimentos e atitudes, quanto, prevendo-os, dirige-os, reforça-os, matiza-os, atenua-os; pode revertê-los, alterá-los.
É na esteira dessa especialização progressiva de mercadorias e de mercados que adquire nitidez maior a noção de literatura juvenil, e que se entende a dimensão sobre tudo mercadológica dos livros voltados para jovens: qual é a imagem de jovem em circulação nos meios que consomem a literatura juvenil? Entre os espelhos que refletem essa imagem, destacam-se os catálogos das editoras, as bibliografias, as resenhas, capas, orelhas e similares.
São assim, múltiplas e insubstituíveis as lições dos catálogos. Estuda-los e discuti-los não conduz, evidentemente, a terçar armas contra a indústria editorial. Trata-se, sim e urgentemente, de entendê-la e aprender a lidar com ela, entre outras razões, por que ela já é agora necessária.
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