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Atualizado em 02/08/2023

Escolas e Escolas

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Durante muito tempo as professoras de Educação Infantil desempenharam várias funções: trabalhavam os conteúdos de sala de aula, cantavam nas rodinhas, contavam histórias, ensaiavam dramatizações de final de ano, desciam para o pátio para a recreação dirigida, desenvolviam atividades plásticas, enfim, eram ecléticas e muitas delas demonstravam bastante competência e paixão ao transitar por todas essas atividades.

A professora, neste contexto, tinha a possibilidade de estreitar de maneira prazerosa vínculos de confiança e reciprocidade com seus alunos, pois tinha todo um período para estar com as crianças ensinando, aprendendo, ouvindo, brincando, pintando… As aulas não eram interrompidas abruptamente para que as crianças caminhassem da sala principal até as salas de artes, biblioteca, informática, música e até a quadra de esportes.

A criança tem necessidade de ser escutada, de contar sobre suas coisas, mas atualmente quase não tem mais tempo para ser ouvida, pois as atividades atropelam-se e os conteúdos programados são prioridade. Uma discussão calorosa sobre um determinado tema é interrompida, pois chegou a hora de formar uma fila para ir para a aula de informática; o aluno está quase vencendo o desafio para mudar de fase em um joguinho, mas a aula de informática termina para que as crianças possam ir para aula de música e assim por diante.

Hoje, uma grande parte das escolas particulares de ensino infantil tem o seu corpo docente composto pela professora de sala e os professores das chamadas atividades extras. No Brasil, esta tendência ganhou força no final da década de 80 com o “boom” dos livros de Gardner apresentando a teoria e as propostas para o desenvolvimento das múltiplas inteligências. Como ocorre com toda mudança de paradigmas, tivemos perdas e ganhos. Penso ser muito positivo que a criança desde  pequena entre em contato com seus diversos potenciais e desenvolva diferentes habilidades com a intermediação de professores especialistas.

Ficamos felizes e orgulhosos ao vermos nossos filhos e alunos interpretarem um personagem no teatro da escola com desenvoltura, jogar bem futebol, tocar flauta doce, ler fluentemente, apresentar destreza ao utilizar o computador; mas, em contrapartida, é senso comum que na vida, de maneira geral e na escola, em particular, as relações estão mais difíceis. Cenas de indisciplina, desrespeito, individualismo e “bulling” acontecem a todo  momento.

Sem querer ter um olhar reducionista para uma situação tão complexa, penso que a escola, ao reproduzir em seu cotidiano os modelos valorizados por uma sociedade extremamente consumista, individualista e competitiva, cujas  crianças têm agendas tão lotadas quanto a dos  pais, contribui de alguma maneira para que ocorram esses eventos negativos.

Algumas escolas oferecem diversas atividades, mas de modo tão estanque não havendo conexão entre disciplinas e professores. Assim descontextualizadas, muitas vezes fica difícil para a criança encontrar significado e motivação naquilo que realiza. Mas felizmente, também existem escolas que contam com professores especialistas que trabalham de maneira harmoniosa.  As atividades extras estão inseridas num contexto pedagógico consistente que privilegia um trabalho interdisciplinar e cooperativo com frequentes relações de trocas afetivas e de conhecimento, no seu dia-a-dia, na prática pedagógica, nos grupos de estudos…

Enfim, quando os professores e a coordenação trabalham em sintonia, o “ensinar” e o “aprender” são vividos pelos coordenadores, professores e alunos com alternância dinâmica. Esse modelo ou essa atmosfera de cumplicidade é tão ou até mais importante que os conteúdos e conceitos passados em sala de aula sobre cidadania e boa convivência, pois há coerência entre discurso e prática.

Autor: André Luís Oliveira

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