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Atualizado em 03/07/2021

Separação Conjugal e o Estresse em Crianças na Relação Pais e Filhos

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O ambiente social no qual os indivíduos convivem é repleto de ocasiões que conduzem a um estado de tensão, ansiedade e medo. O estresse não é um mal que atinge só os adultos, ele também atinge as crianças. Quando mais cedo for detectada uma situação de estresse em crianças mais facilmente essa superação vai acontecer.

Escolheu-se trabalhar com o tema Estresse em Crianças na relação pais-filhos após a Separação Conjugal por ser uma questão social e um tema de grande importância para a sociedade. O estresse é uma reação natural do organismo diante de um estimulo ou situação especial de tensão ou de intensa emoção, que pode ocorrer em qualquer pessoa, independente de idade, raça, sexo e situação socioeconômica (LIPP, 1991). As circunstâncias que enfrentam no cotidiano podem se configurar em agentes estressores externos. Já os estressores internos se caracterizam pelas dificuldades emocionais do individuo.

De acordo com a pesquisa feita em (2007) pelo IBGE em (89%) dos divórcios, a responsabilidade pela guarda dos filhos ficou com a mulher. O pai de modo geral fica com os filhos em finais de semana. Sendo assim, muitas mulheres sentem se sobrecarregadas, visto que a divisão de papeis não sucede na prática, colaborando para que ela se veja sozinha nas funções diárias.

A importância da família para o desenvolvimento da criança é essencial, mesmo que os pais estejam separados, pensar na educação dos filhos, oferecer proteção, carinho é de suma importância para a criança.

A pesquisa pode ser importante tanto no nível social como institucional, como base dos estudos referentes ao tema que envolve estresse e separação conjugal mostra a necessidade da população estar ciente sobre o bom relacionamento que as crianças precisam com os pais após a separação conjugal, que será de grande importância para seu desenvolvimento futuro. Portanto seria necessário os pais pensarem em uma divisão  igualitária de papeis, (Dantas, Jablonski e Féres-Carneiro, 2004). È preciso o envolvimento de ambos os pais, pensar em condições de um bom convívio para que exista uma relação positiva após divorcio, para que as crianças possam ter um crescimento saudável.

Após desenvolver um trabalho sobre o, Nível de Estresse em Crianças que foram Abandonadas e que estão Institucionalizadas, considerou-se a possibilidade de continuar a pesquisa na área, pois apresentou como um assunto de grande importância. E houve interesse de pesquisar sobre separação conjugal por ser um fator que atinge as crianças, notando que hoje no Brasil pesquisas mostram índices elevados de divórcios.

Introdução

O estresse é uma reação natural do organismo diante de um estímulo ou situação especial de tensão ou de intensa emoção, que pode ocorrer em qualquer pessoa, independente de idade, raça, sexo e situação socioeconômica (Lipp, 1991).

Segundo Carroles (1995, apud FALCONE, 1997 p. 97) “o estresse constitui, antes de tudo, um fenômeno ou uma reação emocional natural, biologicamente adaptativa e fundamental para sobrevivência dos organismos”. Ao longo de seu desenvolvimento as crianças são submetidas a varias mudanças, conduzindo a um estado de tensão, insegurança, medo, abandono entre outras que estabelecem adaptação física e psicológica.

Lipp (1991) considera que a criança estressada será muito provavelmente um adulto estressado, tornando se muito importante tratar o estresse na infância ou na adolescência, não somente a fim de preservar a saúde e o bem-estar nessa fase especial da vida, mas também para garantir uma sociedade com adultos mais capazes, mais bem ajustados. E assim como o adulto a criança também necessita de um pouco de estresse para ter maior produtividade, mas não pode passar do nível adequado. A criança precisa aprender a lidar com as tensões e se tornar apta para fugir de situações que importem ameaça ao seu bem estar.

Segundo Lipp e Romano (1987), são considerados como possíveis efeitos psicológicos do estresse infantil à ansiedade, o terror noturno, os pesadelos, as dificuldades de relação interpessoal, a introversão repentina, o desânimo, a insegurança, a agressividade, o choro excessivo, a angústia, a depressão, a hipersensibilidade, a birra e o medo excessivo. E as reações físicas observadas em uma maior frequência são dores na região abdominal, diarreia, tique nervoso, dor de cabeça, náusea, dificuldade para respirar, enurese noturna, gagueira, tensão muscular, bruxismo, distúrbios do apetite e hiperatividade.

No caso de estresse infantil Lipp (1999) considera que as maiores fontes de estresse são família, escola e relacionamentos interpessoais. Segundo a autora, a família oferece proteção, carinho e o estresse gerado pelo mundo externo ou mesmo pelas dificuldades emocionais do ser humano são reduzidos quando uma família existe. Os membros de uma família que entendem e aceitam uns aos outros, tornam-se a maior fonte de alívio para o estresse.

O divórcio legaliza um estado de discórdia entre o casal, leva a uma liberação do clima de disputa e cria novas estruturas de convívio (Schabbel, 2005). Existe muita frustação, pois é o fim de uma escolha de um sonho de um final feliz. Quando há existência de filhos a questão pode se complicar já não se trata apenas do fim de uma relação a dois que fracassou, mas também o inicio da relação de pais divorciados. (Grzybowskie Wagner, 2010).

O divorcio deixou de ser um fenômeno de exceção para tornar-se quase um acontecimento do cotidiano das famílias. Desde sua aprovação no Brasil, em 1977, o número de divórcios tem aumentando gradativamente, e cada vez mais casais buscam essa alternativa para solucionar a insatisfação conjugal (Grzbowski, 2007).

Segundo IBGE em 2007 embora tenham sido realizados 916.006 casamentos no Brasil, 2,9% a mais do que em 2006 (889.828), o número de dissoluções (soma dos divórcios diretos sem recurso e separações) chegou a 231.329, ou seja, para cada quatro casamentos foram registrados uma dissolução. O aumento do número de divórcios pode ser explicado não só pela mudança de comportamento na sociedade brasileira, mas também pela criação da Lei 11.441, de 04 de janeiro de 2007, que desburocratizou os procedimentos de separações e de divórcios consensuais, permitindo aos cônjuges realizarem a dissolução do casamento, através de escritura pública, em qualquer tabelionato do país. Ainda de acordo com o estudo, no ano passado, em 89% dos divórcios, a responsabilidade pela guarda dos filhos ficou com a mulher.

Os efeitos psicológicos de um divórcio costumam exacerbar em decorrência de graves efeitos de ordem econômica, especialmente no caso das mulheres. Essas não costumam carecer de um poder aquisitivo, mas ainda retêm a custódia dos filhos, com custos adicionais (BEE, 1996).

Além de ficarem com a guarda dos filhos acabam arcando com os cuidados infantis, a educação, os afazeres domésticos. Diante desta circunstância, muitas mulheres sentem-se sobrecarregadas, visto que as divisões igualitárias dos papeis não acontece na prática, contribuindo para que ela se veja sozinha nas funções diárias com a criança, (Dantas, Jablonski e Féres-Carneiro, 2004).

A separação de um casal quando mal conduzida, pode desajustar toda a família e extinguir relacionamentos futuros. Quando uns dos pais não aceitam a separação, não conseguem desvincular-se do relacionamento o filho fica no meio de uma briga indeterminada, causando muito estresse para essa criança, que muitas das vezes sentem pivô da separação. Diante da separação, os filhos têm que enfrentar o medo de também serem separados: perder o contato com uma das figuras parentais. (Souza e Ramires, 2006, p. 199). A criança em frente a este fato pode vir ficar muita ansiosa, e se a criança não tiver ajuda de alguém pode vir a ficar muito estressada e perder a vontade de fazer algumas coisas que antes era prazerosa para ela.

“Quem se separa é o par amoroso, o casal conjugal. O casal parental continuará para sempre com as funções de cuidar, de proteger e de prover as necessidades materiais e afetivas dos filhos… Costumo afirmar que o pior conflito que os filhos podem vivenciar, na situação da separação dos pais, é o conflito de lealdade exclusiva, quando exigida por um ou por ambos os pais.” (Féres-Carneiro,1998, p.387).

Embora os pais estejam passando por um momento difícil é preciso às definições  dos papeis que cada um vai ter após a separação. Precisam tomar consciência da necessidade de ajuda e compreensão que os filhos precisam nesse momento. Para que as brigas do casal não influenciem no relacionamento e não venha prejudicar o desenvolvimento de seus filhos.

Segundo Teyber (1995)  numa visão retrospectiva de sua infância, a maioria dos adultos filhos de divorciados relata o período inicial da separação dos seus pais como o período mais estressante de sua vida,  não entendeu o que estava acontecendo e ficaram assustados e surpresos com a noticia.

Considerando o sofrimento da criança após a separação conjugal, essa situação provoca ansiedade decorrente da ameaça que sente ao seu próprio lar e por muitas vezes ter a percepção distorcida de que é o culpado da separação, esse sentimento pode acarretar um nível elevado de estresse. O convívio com pais estressados aumenta a possibilidade dos filhos também serem estressado. Quando a criança vive em um ambiente cheio de brigas, é um fator que também podem conduzir a um quadro de estresse infantil, (Robles e  Moretto, 2009).

De acordo com Souza (2000) as particularidades da experiência infantil identificadas descortinam a necessidade de se desenvolver uma “cultura do divórcio”, permitindo à sociedade como um todo e, particularmente, aos equipamentos de socialização das crianças como as escolas, creches, e outros, compreenderem o estresse e mudanças de vida pelas quais elas estão passando.

A sociedade deve trabalhar em conjunto com seus profissionais da saúde para identificar os sintomas de estresse que possam estar afetando as crianças em sua maneira de demonstrar seus sentimentos, atitudes diferenciadas que a criança esteja tendo, buscando tratar o estresse para que as crianças possam ter um desenvolvimento saudável e adequado.

O objetivo dessa pesquisa é avaliar a ocorrência e o nível de estresse em crianças que tiveram seus pais separados e como é a relação pai e filho após a separação conjugal. Especificamente pretende-se avaliar o nível de estresse das crianças após a separação, identificar os motivos de estresse vividos pela criança e a interação dessas crianças com os pais após a separação.

Método

PARTICIPANTES

Serão avaliadas 50 crianças entre 7 e 14 anos de ambos os sexos, que estudam em uma escola na cidade de São Paulo e  que vivenciaram  a separação conjugal de seus pais.

MATERIAL

Pretende utilizar se o teste ESI (Escala de Estresse Infantil) (LUCARELLI e LIPP, 2005) em todas as crianças e adolescentes.

Segunda as autoras (LUCARELLI e LIPP, 2005), esse teste visa avaliar o estresse infantil em crianças de 6 a 14 anos de ambos os sexos nessas quatro dimensões: 1) Física: refere-se às respostas do estresse associada á dimensão física experimentada pela criança, quando esta está sob o efeito do estresse; 2) Psicológica: observa-se a existência de respostas psicológicas comuns que podem ser experimentados pela criança quando esta está sob o efeito de estresse; 3) Psicológica com Componentes Depressivos: refere-se a conteúdos ligados a dimensão psicológica associada a um componente depressivo e 4) Psicofisiológica: refere-se às reações físicas do estresse tendo em comum aspecto psicofisiológicos.

O instrumento é composto por 35 itens aos quais os sujeitos respondem, utilizando uma escala Likert de cinco pontos, referentes ao nível de estresse experimentado pelo individuo. A apuração dos resultados é feita através da contagem dos pontos atribuídos á escala Likert, sendo que cada quarto de círculo equivale a um ponto.

Também será utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

PROCEDIMENTO

Primeiramente se entrara em contato com o diretor da escola, será explicado o objetivo da pesquisa disponibilizando-se aos pesquisadores os esclarecimentos de duvidas. Será explicado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Será pedida a permissão para os professores, para usar um horário da sua aula, para a explicação da pesquisa e se estes aceitar também será preciso um horário da aula disponível para a aplicação do teste ESI.

Serão convidados voluntariamente os alunos que quiserem participar da pesquisa, esses também que quiserem participar da pesquisa vão levar para os pais o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Será combinado data e horário para a realização e entrega da pesquisa. Sendo combinado e sendo aceito o Termo de Consentimento começara a aplicação da pesquisa. Será feita a aplicação do teste ESI nas crianças e adolescentes, após aplicação será feita a tabulação dos resultados e sua analise.

Aurora: Keila de Oliveira Paulin

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