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Atualizado em 02/08/2023

A Importância da Afetividade para o Desenvolvimento Pessoal e Relacionamentos

Descubra os benefícios da afetividade e como ela pode ajudar a melhorar o seu bem-estar. Aprenda como ter uma vida mais feliz e saudável por meio do autoconhecimento, do autocuidado e da valorização das relações. Venha para o AFETIVIDADE!

1. INTRODUÇÃO

Mais do que uma profissão, ser professor é ser pai, mãe, amigo… O sentimento de afeto é algo inato no ser humano. Mas ele precisa ser desenvolvido desde os primeiros anos de vida do indivíduo. E essa foi a nossa preocupação: como desenvolver a afetividade na criança, como lidar com possíveis problemas ou situações que ocorrem no cotidiano das instituições de educação infantil?

Portanto apresentamos o resultado de uma ampla pesquisa, onde encontram-se questões bastante próximas às situações que qualquer educador enfrenta dentro da sua sala de aula, e, o mais importante, sugestões de maneiras como solucionar tais dificuldades.

O resultado de nossa pesquisa também deixa clara que a teoria sobre o presente assunto é facilmente colocada em prática e acaba por converter em bons resultados.

  2. PROBLEMATIZAÇÃO

2.1 Relações afetivas

Os vínculos afetivos fazem parte do desenvolvimento do ser humano. Na instituição de educação infantil, o ambiente precisa ser saudável e incentivar a autoestima das crianças.

Isto ajuda o fortalecimento da autonomia. O educador deve acolher cada criança de forma individual e afetiva, o que é um desafio permanente, principalmente quando se trata de maternal. É preciso ter em mente que o cuidado com cada aluno deve estar integrado ao cuidado com a turma. O educador não deve impedir os impulsos de ação das crianças por medo de que ela se machuque. Ao contrário, deve oferecer oportunidades diárias de exercícios ao ar livre, em brinquedos como o escorregador e gangorra, sempre dando aos alunos materiais com diferentes desafios.

É importante ,também, desmontar os berços o mais cedo possível, substituindos por colchonetes e almofadas. Além disto, mesmo para os bebês, deve se dividir a sala de aula em vários cantos organizados com materiais diversos. Estes dois cuidados dão liberdade de ação às crianças e lhes oferecem a chance da interação com seus companheiros, dois dos principais objetivos da educação infantil. O desenvolvimento destas e de demais aptidões, dar-se-ão com a eficiência da aplicação da prática. Certamente uma prática pedagógica fundamentada na afetividade possui maiores condições de atender aos objetivos educacionais, que cabe a instituição de educação infantil, que uma prática que ignora tal critério. Para tanto, o que questionamos é : “Como integrar a afetividade à prática pedagógica da educação infantil ?”

  3. JUSTIFICATIVA

Ao respondermos a questão: “Como integrar a afetividade à prática pedagógica da educação infantil?”, visamos deixar claro a importância da afetividade no desenvolvimento do indivíduo e demostrar como inclui-lo na pratica pedagógica de maneira eficiente.

Procuramos, dessa maneira, auxiliar com o resultado da pesquisa, não só aos educadores da área, mas às instituições de educação infantil, assim como os docentes que procuram a formação da área da Pedagogia. Lembrando que é extremamente importante levar a conhecimento dos pais a importância da afetividade na formação da criança, fazendo com que os mesmos contribuam para tal formação.

  4. COMO TRABALHAR COM A AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

4.1 Com os pés no cotidiano

Começa o período da tarde. A professora entra na sala. Bagunça. Várias crianças falam ao mesmo tempo. Cadernos voam. Um aluno bate com a carteira no chão. A professora grita: “Vamos fazer silêncio, gente!”.

Ruidosamente, os alunos tomam seus lugares. No meio da baderna, a professora nota que apenas duas crianças permaneceram sentadas e quietas desde que ela entrou na sala. A professora pede silêncio novamente. Dá uma bronca. Manda que peguem o caderno. Alguém diz “Fessora” e começa a contar um episódio qualquer acontecido em sua casa. Ela se esforça para demonstrar interesse. Faz perguntas. Ao mesmo tempo, outro aluno também quer contar uma história. A professora percebe que ele tem dificuldade para encadear as idéias de seu relato. Ela, meio atordoada, tenta dar atenção a ambos. Olha o relógio. Quase quinze minutos da aula já se foram. Vira-se para a classe e pergunta quem não fez a tarefa. A gritaria é geral: “Eu fiz, eu fiz, eu fiz, fessora”. Cadernos surgem de todos os lados. Eles são quase esfregados em seu rosto. “Vê o meu, vê o meu!”

Essa história com certeza se parece muito com as cenas cotidianas de uma sala de aula. A professora percebe que seus alunos exigem que ela atue de formas diversas para atender necessidades diferentes. Essas necessidades afetam a professora, e seus alunos são afetados por sua atuação. E é por isso que nosso olhar precisa estar bidirecionado. Precisamos perceber essa comunicação de mão dupla, entre aluno e professor. Tudo o que acontece com o aluno também nos afeta e vice-versa. É importante ter consciência de que a atuação dos alunos é uma decorrência da nossa própria atuação.

Quando esse fato não é percebido, nossa tendência é considerar o espírito baderneiro de uns e o isolamento de outros como algo cuja origem está exclusivamente fora da classe.

A irritação, a impaciência, o desgosto e o estresse são o resultado da não compreensão e da má administração do processo ensino-aprendizagem.Olhando reflexiva e bidirecionalmente, podemos nos perguntar o que sente nosso aluno em função daquilo que ele percebe em nós? Quais os efeitos dessa indagação nas nossas ações e nas ações dos alunos, em nossa relação de sala de aula?

Essas perguntas são básicas e precisam ser consideradas ao analisarmos o que está acontecendo em uma dada relação entre professor e alunos. As respostas que encontrarmos nos permitirão identificar em que precisamos investir para transformar as relações que estiverem prejudicando o processo ensino e aprendizagem.

No esforço de intervir para transformar, o professor tem duas principais direções de atuação. A primeira direção leva-o ao desenvolvimento de ações de planejamento e de estruturação de condições psicossociais que favorecem efetivamente o processo de ensino e aprendizagem. A segunda direção vai encaminhá-lo no sentido de conhecer e aplicar adequadamente as ações didático-pedagógicas propriamente ditas.

Estaremos, aqui, tratando da primeira. Consideramos as ações de planejamento e de estruturação de condições psicossociais como pré-condição para o processo ensino e aprendizagem, pois é por meio delas que lidamos com aquilo que se constitui no “ambiente” no qual manifestam-se as necessidades acadêmicas de nossos alunos.

4.2 Compreendendo o contexto

É fundamental conhecer nossos alunos e refletir sempre sobre as relações interpessoais que ocorrem na classe (professor x alunos e alunos x alunos). É normal, em todo agrupamento humano, haver pessoas com quem conseguimos estabelecer laços de empatia e outras com as quais o relacionamento é mais difícil. É frequente também que tentemos nos livrar de quem nos incomoda. As pessoas muito diferentes de nós ou que não correspondem às nossas expectativas são geralmente os alvos desse processo de exclusão.

As diferenças entre as crianças não são, em geral, respeitadas nem nas famílias, onde os pais costumam estabelecer comparações entre os filhos, nem no sistema educacional, onde os programas e estratégias são rígidos, preestabelecidos. Espera-se que o aluno seja capaz de aprender o que o professor lhe transmite, ao invés de receber instrumentos para construir o seu próprio conhecimento, de acordo com suas possibilidades de aprendizagem.

As crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem acumulam repetências, não conseguem se alfabetizar, acabam abandonando a escola ou sendo rotuladas de deficientes e encaminhadas para classes especiais.

Já as crianças com alguma deficiência mais evidente (física/motora, sensorial e outras) são segregadas em instituições especializadas, perdendo a chance de conviver e participar da sociedade em geral. Em ambos os casos as crianças recebem um rótulo do qual dificilmente conseguirão se livrar.

Contudo, embora a tendência do sistema educacional seja excluir aqueles que não estão adequados às expectativas da escola, o professor pode romper com esse modelo de educação. O primeiro passo é deixar de classificar e rotular, negando-se a ordenar e explicar o mundo pela mera atribuição de nomes, “diagnósticos” que só servem para justificar “cientificamente” a exclusão realizada pela escola. A simples atribuição de um “diagnóstico” não ajuda compreender a complexidade de um indivíduo, quer seja isoladamente ou em relação ao grupo. E isto é ainda mais verdadeiro se considerarmos que estamos falando de um grupo pertencente a uma instituição normatizada e normatizadora como é a escola. Para iniciar um processo de mudança de filosofia no sistema educacional precisamos:

  • Ver antes o aluno e depois suas dificuldades, avaliar seus aspectos positivos, e não só os negativos. O aluno é muito mais do que aparenta ser na escola. Ele freqüenta outros ambientes e é sempre esclarecedor saber como ele é fora da classe.
  • Verificar a origem do aluno, como é sua família e se ele apresenta problemas também no lar. É importante indagar sobre as vivências escolares dos pais e que valor dão à escola. Devemos tomar cuidado ao abordá-los, falar amistosamente, sem julgá-los nem culpá-los pelos problemas apresentados pelo aluno. É importante envolver-se e também envolvê-los para que participem desse processo.
  • Observar as dificuldades e os comportamentos inadequados e descobrir como eles são desencadeados.
  • Identificar as causas das dificuldades de nossos alunos, observando-os no cotidiano da sala de aula, ao longo do tempo. – Conversar com familiares, trocar idéias com os demais colegas.
  • Consultar outros profissionais que podem ajudar a compreender nossos dados de observação do cotidiano em classe e propor dicas de procedimento.
  • Criar situações em classe.
  • Considerar o comportamento do aluno em relação ao grupo maior (aluno muito tímido, por exemplo, pode se intimidar ainda mais num grupo muito ativo, por exemplo.)
  • Refletir, nesse processo de investigação, se o incômodo que sentimos em relação às falhas do nosso aluno não é causado pelo fato de ele apresentar problemas que percebemos em nós mesmos e que não aceitamos. É preciso deixar claro que o diagnóstico de uma doença ou deficiência não deve nunca ser usado para impor um rótulo a um aluno. O diagnóstico serve para identificar as reais capacidades e dificuldades do aluno, para que o professor possa auxiliá-lo em sua adequação na escola. Esse processo diagnóstico tem início na própria sala de aula, com dados colhidos pelo professor. O encaminhamento a profissionais de outras áreas não nos isenta da responsabilidade de educadores desse aluno.

A família, primeiro núcleo do qual a criança faz parte, e a escola, extensão dessa família, constituem os espaços onde o aluno vive a maior parte do seu tempo. As pessoas com as quais os alunos convivem são aquelas que melhor os conhecem. Portanto, a opinião dessas pessoas é fundamental para se compreender esse aluno.

4.3 Aprendendo a conviver com as com as diferenças

A convivência torna-se insuportável quando somos obrigados a partilhar nosso cotidiano com alguém que nos irrita ou nos agride constantemente. O desconforto também existe quando somos nós que irritamos ou agredimos outra pessoa com freqüência. Também não é bom conviver com alguém que nos ignora, ou que fazemos sempre questão de ignorar,

É muito importante identificar o motivo da agressão ou da irritarão. Os professores assumem, diante dos alunos, papel de modelos. As visões de homem e de sociedade que o aluno construirá, assim como suas vivências sociais, serão fortemente influenciadas pelos relacionamentos desenvolvidos na escola, na qual a figura do professor é sem dúvida a mais destacada.

Existem alunos cujas características nos afetam emocionalmente e, por isso, às vezes fica difícil lidar profissionalmente com esse problema, no entanto, por isso mesmo, é fundamental buscar a causa desses comportamentos e adotar os procedimentos mais apropriados para atender às necessidades do nosso aluno, quer seja intervindo diretamente ou solicitando ajuda de pessoas especializadas.

4.4 Vamos ver alguns exemplos

No mundo da lua

Nádia leciona numa escola pública para uma classe de segunda série.

O aluno Paulo Roberto causa preocupação. Ele tem aparência boa, é bem-comportado e parece vir de uma família bem-estruturada. Pelo menos é essa a impressão que Nádia tem quando o vê à porta da escola com a mãe, uma moça tranqüila, simpática e afetiva com ele e com o outro filho menor, que costuma acompanhá-los. Paulo Roberto presta atenção às aulas, mas, às vezes, ele parece desligado. A professora o chama e ele não responde. De repente, parece voltar à r realidade e age como se nada houvesse. Nádia está muito intrigada com o comportamento de Paulo Roberto.

Alunos desligados e distraídos são aqueles que parecem viver no “mundo da lua”. Esquecem as coisas, são dispersivos. Muitas vezes, ficam entretidos com uma mosca que passa voando, o movimento dos galhos de uma árvore visível pela janela etc. Este tipo de comportamento pode ser provocado por crises de ausência, que podem ser rápidas e passarem despercebidas, causadas por fatores orgânicos de origem neurológica. A causa do “desligamento” pode ser uma diminuição na audição ou visão, que, às vezes, pode ser difícil de ser detectada, mas que dificulta a chegada de estímulos ambientais ao aluno. Embora inteligentes, os alunos que apresentam essas características têm dificuldades para responder aos estímulos relevantes no contexto da aprendizagem.

Há casos de alunos mais sensíveis que, para fugir de realidades duras e sofridas, refugiam-se no devaneio e na fantasia, dando a impressão de desligamento ou distração. Na verdade, trata-se de um mecanismo de defesa.

O que podemos fazer para auxiliar esses alunos?Se o problema for de origem orgânica, urge encaminhá-los para profissionais habilitados (neurologistas, oftalmologistas, otorrinolaringologistas) para uma avaliação e tratamento adequado. Se a dificuldade tiver fundo emocional, é importante ouvir o aluno, oferecer apoio e amizade e, se possível, contatar a família e encaminhá-lo a algum recurso da comunidade que possa atender às suas necessidades.

Algumas estratégias podem ser utilizadas em sala de aula para que o aluno esteja mais propenso a prestar atenção, tais como:Pedir-lhe que se sente em local onde possa enxergar melhor a lousa. Além de ver e ouvir bem o professor nesse local, é importante que os estímulos alheios à aprendizagem tenham menor interferência.

  • Dar-lhe instruções de forma clara e passo-a-passo, certificando-se de que as informações foram bem-compreendidas,
  • Ter a certeza de que o nível de dificuldade da tarefa solicitada seja condizente com o nível de desenvolvimento e conhecimento do aluno.

Nada Importa

Na primeira semana de aula, Gilda, professora com grande experiência profissional, percebeu que um de seus alunos era muito diferente. Apesar de seus oito anos, Jair era um menino franzino, pálido, com semblante triste, só falava quando muito solicitado e parecia não ter vontade de fazer nada.

Mantinha-se sentado, quietinho, sem ânimo. No recreio não participava das brincadeiras, ficava de cócoras num canto, observando os outros e passou a ser chamado de “lesma” e ‘tartaruga”.

Alunos apáticos parecem não se interessar pelo que acontece no ambiente.

A sensação que nos causam é a de cansaço, tristeza, depressão. Em geral são esses alunos que costumamos considerar, em classe, como “bonzinhos”, pois não incomodam. Mas, aí está um grande perigo: eles não incomodam, mas também não aprendem!

Esta apatia pode ser fruto de fatores orgânicos como a desnutrição, a subnutrição, a verminose e a falta de estímulos na primeira infância. Daí a importância dos programas de suplementação alimentar ou de alimentação alternativa junto às populações mais carentes.

Se for transitória na vida da criança, a apatia pode ser causada por fatores orgânicos que se tratados podem ser minorados. Mas a apatia também pode ser resultado de fatores sócio-emocionais, como a falta de vínculos afetivos na primeira infância, que causaram prejuízo ao seu desenvolvimento biopsicossocial. Um dos estudos mais significativos sobre os efeitos danosos da carência afetiva é a experiência feita por Spltz com bebês institucionalizados. Por terem sido privados de vínculos afetivos, os bebês recusavam-se a comer e acabavam morrendo de inanição e apatia.

Pode, ainda, haver predisposição genética. Nesse caso, o comportamento de apatia aparece diante de um fator ambientar desagradável, como agressividade excessiva dos pais ou professores, disciplinas punitivas, discórdia marital e rejeição na família ou na escola.

É importante estarmos atentos a esses alunos, mantendo diálogo constante, chamando-os à participação e elogiando qualquer iniciativa, por menor que seja. Também podemos solicitar o auxílio de outros alunos da classe, para que se chequem a ele e peçam a sua participação em jogos e brincadeiras. O tratamento das causas orgânicas e o estabelecimento de vínculos de afeto e confiança entre professor e aluno podem minorar bastante a dificuldade.

No canto da sala

Maria Lúcia tem oito anos e está na segunda série do primeiro Grau. Na primeira série, sentava-se na frente e, apesar de certas dificuldades, conseguiu se alfabetizar Era uma criança tranqüila, que procurava se adequar ao grupo. Como cresceu muito, este ano passou a sentar-se no fundo da sala.

O seu rendimento caiu e ela passou a se isolar Quase não participa das brincadeiras no recreio, parece querer passar desapercebida. Rita, a professora, começou a perceber que Maria Lúcia sã responde quando ela a chama em voz alta ou quando está mais próxima a ela.

Conversando com a mãe, Rita soube que Maria Lúcia havia sido um bebê muito doente, com infecções de ouvido constantes. A mãe era solteira, trabalhava para sustentar a si mesma e a filha, e não tinha muita informação, nem condição de cuidar da menina.

Qual será a causa da dificuldade de Maria Lúcia?

A criança que tende ao Isolamento, que prefere se manter afastada de grupos, com dificuldades para se relacionar e parecendo temer a reação dos outros a sua presença, pode ser portadora de algum problema emocional. A criança muito reprimida e pouco estimulada desde o nascimento, ou até mesmo rejeitada, pode-se sentir insegura, com uma auto-desvalorização muito grande. Por isso prefere isolar-se quando em presença de um grupo maior.

Mas esse comportamento também pode surgir quando o aluno não escuta normalmente e por isso apresenta dificuldades para falar e se desenvolver bem. Também uma alteração do desenvolvimento, como o distúrbio autista (no qual o isolamento aparece como apenas um dos sinais), pode ser a causa do distanciamento do aluno.

Nesses casos, é preciso observar se ele tem preferência por algum colega de classe com quem consiga estabelecer laços de confiança e amizade. Esse amigo pode servir de intermediário entre ele e os outros. É importante fazer o aluno sentir-se aceito para que desenvolva segurança e confiança. As tarefas propostas a ele devem ser sempre adequadas ao seu nível de conhecimento e de realização, para que não se sinta ainda mais frustrado. As instruções devem ser dadas de forma clara e simples, passo a passo, dando a ele tempo para refletir e absorver o que está sendo dito. Também é preciso observar as condutas mais positivas do aluno, ou seja, os momentos em que ele se encontra mais disponível para ouvir, ser ouvido e ajudado, aproveitando-os para estimulá-lo à participação.

Falando “elado”

Fabiana é professora de uma escola pública estadual Ela costuma dar carona para seu vizinho João, de oito anos, que freqüenta a mesma escola, embora não seja seu aluno. João era filho único, muito mimado e superprotegido pelos pais. A mãe tinha dificuldade para engravidar outra vez. Fez vários tratamentos e, quando já havia desistido de ter outros filhos, engravidou e deu à luz uma linda menina. João tem demonstrado muito ciúme e agora deu para falar errado, de forma infantilizada, o que vem prejudicando o seu rendimento escolar e tem tomado João alvo de gozação para os colegas.

A fala é uma das formas pelas quais o ser humano se expressa e estabelece relações com aqueles que o cercam. É muito freqüente encontrarmos crianças em idade escolar com distúrbios de faia prejudiciais ao seu rendimento. Alterações como trocas de letras, gagueira, mudez, entre outras, podem ter causas variadas e, em muitos casos, estas se apresentam de forma inter-relacionada. A maioria dos casos (cerca de setenta e cinco por cento) pode ser devido a fatores orgânicos como deficiência auditiva, mental (por Síndrome de Down e outras) e alterações neurológicas (provocadas por meningites; encefalites; problemas durante o período de gestação, como a rubéola; traumas de parto e outros). A criança convulsiva também pode vir a apresentar distúrbios da linguagem.

Com relação ao ambiente, a interação da criança com as pessoas que a cercam, principalmente a mãe ou pessoa que cuida dela, é de extrema importância para o desenvolvimento da linguagem. É Muito freqüente o adulto não falar com a criança, porque acha que ela não entende. É comum adultos falarem de forma infantilizada, inadequada e errada, trazendo com isso prejuízos à criança, Também podemos receber em classe alunos vindos de outros locais, utilizando uma linguagem diferente da nossa (regionalismos).

Dificuldades na fala podem aparecer em crianças não desejadas; em crianças que não correspondem às expectativas dos pais; e em crianças mais sensíveis, que se sentem rejeitadas após a vinda de um irmão ou a separação dos pais. Esses distúrbios são freqüentes em crianças que vêm de lares muito rígidos, nos quais têm seus sentimentos recalcados etc. A gagueira, por exemplo, pode ser é produto dessas situações citadas.

O que fazer para ajudar esses alunos a superar sua dificuldade?

Em caso de perda auditiva, alguns sinais dessa limitação deveriam ter sido percebidos anteriormente, principalmente na fase em que a criança deveria

Ter começado a falar. E esta informação deve ser obtida junto aos pais ou responsáveis. Se for o caso, recomenda-se o encaminhamento para exames especializados que permitirão verificar o grau de surdez e se o aluno se beneficiará ou não de um aparelho de amplificação sonora.

Em se tratando de trocas e omissões de letras, é recomendável uma avaliação fonoaudiológica. Além disso, em sala de aula ou em casa, é importante não repetir a faia errada da criança mas, isto sim, falar sempre de forma correta. É interessante incentivar o aluno a falar frases simples para descrever suas atividades e sentimentos. Demonstre satisfação quando ele tentar lhe comunicar algo e nunca faça exigências ou imponha castigos quando falar errado. Deve-se estimular a verbalização do aluno, por meio de dramatizações e brincadeiras verbais que lhe propiciarão maiores oportunidades de perceber e adquirir o significado da linguagem.

“Meio esquisito”

Ricardo parece ser um menino normal, muito bonito, bem arrumado. No primeiro dia de aula, chegou de mãos dadas com a mãe. Na hora de separar-se dela, resistiu e chorou muito. Maria José, a professora, pediu que a mãe entrasse junto com ele, para que o menino fosse acostumando-se com a situação e passasse a sentir-se mais seguro. Ao final da primeira semana, ele já permanecia na escola sem a mãe e parecia ter incorporado a rotina diária.

Mas falava pouco, palavras sem sentido aparente e sem relação com o que estava acontecendo. Apresentava tiques, comportamentos repetidos como abrir e fechar o estojo, fazer girar a borracha na carteira. Às vezes, parecia alheio, não se relacionava com as outras crianças e muito pouco com ela.

Como ajudar Ricardo?

Em sala de aula, é importante que o professor tente estabelecer uma relação verdadeira com o aluno, falando claramente o que pensa e sente em relação às suas atitudes. O professor deve dizer-lhe porque considera aquele comportamento “inconveniente” e prejudicial ele.

É preciso observar e refletir sobre as dificuldades do aluno, e descobrir formas de aproximação. Pode ser útil verificar se o aluno tem preferência por alguém da classe e solicitar a essa criança que sirva de intermediária entre o colega e o mundo que o cerca. É importante traçar os limites de forma bem clara, para que o aluno saiba exatamente o que pode, o que não pode às vezes, e o que não pode nunca fazer.

Aproveitar os momentos (em geral de curta duração) em que o aluno está mais disponível a ouvir. Então, é interessante propor tarefas simples e de execução rápida. Quando apresentar comportamentos repetitivos, o melhor é tirá-lo da situação, oferecendo-lhe algum tipo de atividade. Elogiar sempre que o aluno apresentar atitudes adequadas.

Ele chuta e arrebenta!

Paulo é o sexto filho de uma família de baixo poder aquisitivo. A mãe já tinha quarenta anos quando engravidou dele e sua gestação foi muito rejeitada. Além das dificuldades econômicas, o marido começou a beber e a tomar-se agressivo com ela e com os filhos. Paulo cresceu nesse ambiente violento. Quando entrou na escola, sua professora teve muita dificuldade para lidar com ele, pois por qualquer motivo ele agredia física e verbalmente os colegas. Chegou a ser suspenso por duas vezes e agora, caso provoque outra briga, será expulso da escola.

Como ajudar Paulo?

Aluno agressivo é aquele que vivencia sentimentos de raiva, que ele dirige contra pessoas, coisas (heteroagressividade) e, às vezes, contra si mesma (auto-agressividade). Ele pode expressar esses sentimentos através de comportamentos como morder, cuspir, chutar, bater, destruir etc.

A agressividade é um dos componentes do desenvolvimento afetivo humano, e pode ser uma forma de defesa. A pessoa que não possui agressividade também sofre por não saber se defender quando necessário. A agressividade só deve ser considerada patológica quando constituir-se na única forma de comportamento do aluno.

Quando a agressividade é causada por fatores orgânicos, um tratamento medicamentoso pode minorar os sintomas, mas nem sempre soluciona o problema.

Mas a agressividade pode ter sua origem em causas ambientas, isto é, em famílias muito rígidas e controladoras, nas quais a criança ou jovem nada pode, ou então em famílias muito permissivas, nas quais tudo é permitido.

Quando os pais têm pouca afetividade e mantêm um relacionamento agressivo entre si e/ou com os filhos, esse comportamento acaba servindo como um exemplo inadequado.

O ambiente social de onde a criança provém também pode apresentar um grau de agressividade maior do que aquele sentido como normal pelo professor e pelos outros alunos.

Em sala de aula, geralmente os alunos agressivos tornam-se líderes negativos ou são temidos e evitados. É importante que o professor observe como e quando surgem as situações agressivas e procure, por meio do diálogo e, em particular, descobrir suas finalidades. Se o objetivo for chamar a atenção do professor, esse deve dar-lhe uma responsabilidade que o aluno julgue importante. Nos momentos de agressão, é preciso contê-lo fisicamente, falando em voz baixa e tentando acalmá-lo, chamando-o à razão. Converse sempre com os colegas agredidos, procurando saber o motivo da briga ou discussão, mostrando a co-responsabilidade na situação (ação x reação). Solicite a presença de familiares para verificar se o aluno apresenta este tipo de conduta no lar e, de comum acordo, pode-se estabelecer uma estratégia única de ação.

“Ele não aprende, não adianta”

José morava na roça, em local isolado, com os pais e um irmão mais novo.

O pai era muito bravo e rígido com a mulher e os filhos, e todos o temiam.

Quando José fez sete anos, a família veio morar em São Paulo e ele foi matriculado numa escola perto de sua casa. Sentiu muita dificuldade para se acostumar na cidade grande e na escola. Tinha medo de tudo e não conseguia aprender nada. Após repetir dois anos a primeira série, foi encaminhado para a Classe Especial. Regina, sua professora, era tranqüila, afetiva e conversava muito com José. Começou a perceber que ele tinha condições de freqüentar a classe comum e começou a incentivá-lo. Após dois anos, Regina conversou com o diretor, dizendo que José estava apto a voltar para a classe comum.

José resistia, por temer fracassar outra vez, mas acabou aceitando e continua seus estudos normalmente.

A criança pode ter dificuldades para aprender por vários motivos. Às vezes, a dificuldade pode ter origem orgânica e estudos em neurologia infantil têm sugerido alterações em regiões do cérebro. Também pode acontecer de a criança ter uma dislexia (problema de coordenação entre pensamento e ação gerando problemas na alfabetização) ou um leve déficit sensorial, que passe despercebido.

Mas, a causa pode ser de fundo emocional, quando a criança provém de família problemática, apresentando carências afetivas e de estimulação.

Essas crianças, além das dificuldades de aprendizagem, podem também necessitar de maior tempo para se adaptar ao novo ambiente.

É preciso que o professor esteja atento, ainda, às diferenças culturais, regionais e de classe social, que muitas vezes implicam em vivência e valores diferentes daqueles apresentados por ele mesmo e pelos outros alunos.

A pessoa do professor, a forma pela qual ele se relaciona com seus alunos, também pode auxiliar ou prejudicar o processo de aprendizagem, ou seja, caso não haja compreensão e empatia entre professor e aluno, o aprendizado pode se tornar mais difícil. É mais fácil aprender quando o afeto permeia o processo.

Outro fator causal da dificuldade de aprendizagem são os procedimentos pedagógicos, que nem sempre atendem às necessidades individuais dos alunos. O professor, em nossa realidade, acostuma-se a repassar informações prontas aos alunos. Segundo Rogers (in Vayer),- o adulto não confia na capacidade da criança de aprender por si; o mestre é o detentor do saber, o aluno é o receptáculo, aquele que obedece.

O ideal é o professor funcionar como mediador, ensinando os alunos a pensar, colher dados e construir o seu próprio conhecimento. Nesse papel, o professor deve se permitir a liberdade de criar e experimentar várias estratégias, de acordo com cada criança, independentemente das teorias ou normas que lhe tenham sido impostas.

É importante que o professor detecte as áreas de maior dificuldade do aluno e que lance mão de várias estratégias, partindo de aspectos mais simples que ele já domina. Permitir que traga suas dúvidas, incentivando-o a encontrar as respostas adequadas, sem resolvê-las pelo aluno. Falar em linguagem simples, com frases curtas e poucas ordens de cada vez; dividir tarefas mais complicadas em etapas; incentivar trabalhos em grupo nos quais os alunos com maior facilidade de compreensão auxiliam o colega.

Às vezes, os alunos não aprenderam a se organizar para o trabalho, o que resulta em perda de tempo, prejuízo para a construção dos conhecimentos propostos, frustração e desmotivação. É importante que o professor converse com os alunos sobre as estratégias que pensa adotar. É essencial explicar e demonstrar ao aluno o que é pré-requisito, e como isso é importante para a realização de tarefas ou para a compreensão de informações. Crie um clima de compreensão e aceitação na classe para que o aluno com maior dificuldade para aprender possa evoluir dentro de suas possibilidades.

Um dia de furacão

Maria José assumiu a classe de primeiro ano. Iniciou o dia com uma brincadeira em que os alunos e ela mesma apresentavam-se ao grupo. Após a brincadeira, percebeu que André – que ao se apresentar falou algumas palavras erradas – não parava quieto em seu lugar. Levantava a toda hora, ia bisbilhotar nas mesas dos colegas, derrubou o seu estojo algumas vezes.

Quando ela lhe pedia para se sentar, ele ficava em seu lugar por breves instantes, e logo depois, como que movido por uma mola, reiniciava suas ações inadequadas. No recreio, percebeu que os colegas de classe gozavam dele e houve até um início de briga, que ela oportunamente presenciou e apartou. Maria José chegou ao final do período exausta e irritada e percebeu que as outras crianças já haviam apelidado André de “furacão”. O que fazer?

A hiperatividade, muitas vezes, nos provoca intensa irritação, especialmente se não sabemos como intervir porque desconhecemos suas causas.

Existem alunos que se movimentam constantemente. Mexem em tudo e com todos, perturbam o ambiente, não aceitam interferências e, para eles, parece que não existem limites. Não têm noção de perigo, e quando sofrem agressões, não as interpretam como tal. Tornam-se agressivos quando provocados ou quando são contidos à força. Seu comportamento é impulsivo e a sensação que se tem diante dessas crianças é a de que elas teriam perdido o controle sobre si mesmas.

Elas podem, ainda, aparentar uma Inabilidade motora, sendo consideradas pelos pais como desastradas ou desajeitadas. A fala pode aparecer tardia e lentamente, com trocas, omissões e distorções fonêmicas que, se não tratadas precocemente, podem acarretar dificuldades ou alterações no processo de alfabetização da criança.

Em geral, essas crianças têm mau aproveitamento escolar devido à falta de concentração. É importante verificar se ela tem o mesmo comportamento em casa, como é o comportamento dos outros elementos da família em relação a ela, se há punição, rejeição, rótulos, apelidos, etc.

Esse comportamento está mais ligado a fatores constitucionais e orgânicos.

Geralmente a inteligência está preservada e, não raro, está acima da média. A hiperatividade não é uma doença, mas um estado ou condição.

Algumas síndromes e alterações metabólicas e neurológicas podem causar hiperatividade e, nesses casos, pode haver um comprometimento da inteligência. Quando houver suspeita de causa neurológica, é interessante contatar a família e solicitar uma consulta com o neurologista. Na maioria dos casos, entretanto, a excessiva atividade não produtiva do aluno é resultado das condições existentes no próprio contexto escolar.

É atenção o que ele busca? Que tal, então, dar-lhe atenção sistematicamente, nos poucos momentos em que ele se envolve produtivamente com a atividade esperada? Já conversou com ele sobre isso?

Por que não fazê-lo? (É claro que nunca aos berros, em frente à classe.

Mas, talvez, em um bate-papo individual, com calma, atenciosa e firmemente). Já experimentou dar-lhe alguma responsabilidade especial que ele considere importante?

Além disso, mudar seu lugar na sala para limitar a influência de estímulos alheios à aprendizagem pode ser uma providência auxiliar, de grande importância. A utilização de exercícios de relaxamento, no início de cada período, também pode ser útil, principalmente para diminuir a excitação após as brincadeiras do recreio. Outras providências ainda podem ser tentadas. O importante é observar o contexto e buscar sempre formas criativas e viáveis para a situação em que nos encontramos.

Eu! Eu! Eu!

Jane é professora há quatro anos e adora o que faz. Costuma assumir a primeira série porque é paciente, afetiva e consegue uma boa adaptação à escola da maioria de seus alunos. Este ano, porém, recebeu uma criança que a está preocupando. Seu nome é Angélica e seu comportamento vem prejudicando a dinâmica da classe. Quando a professora pede auxílio, ela é sempre a primeira a se oferecer Quando algum aluno não consegue responder a alguma questão, ela se apressa em fazê-lo sem que lhe tenha sido solicitado. Na hora do recreio, quer sempre impor as regras nas brincadeiras.

Na saída, fica abraçando e beijando a professora efusivamente. Jane está ficando irritada com Angélica e não sabe que atitude tomar.

Ao contrário de crianças isoladas e apáticas, a criança que gosta de aparecer dificilmente passa despercebida, pois desde os primeiros dias do ano letivo está sempre fazendo algo para chamar a atenção do professor e dos colegas. Suas atitudes, em geral inoportunas, tanto podem ser positivas como negativas, pois o que lhe interessa é ser o centro das atenções. Essa criança solicita constantemente a ajuda do professor para a realização de qualquer tarefa, e às vezes pode apresentar comportamento de aproximação com os outros de forma viscosa, pegajosa, que causa irritação nos que a cercam.

Este tipo de comportamento pode ter por origem causas orgânicas, como em algumas alterações neurológicas e metabólicas. Um exemplo é a epilepsia. Mas, esse comportamento pode surgir também devido a causas afetivo-ambientais, como no caso de crianças com carência afetiva e/ou rejeitadas desde o nascimento; ou então em crianças muito mimadas e superprotegidas, que não receberam limites em casa.

É preciso conhecer as possíveis razões desse comportamento para uma intervenção bem-sucedida. Na eventualidade de ser o caso de necessidade de atenção, converse sobre isso com a criança, proponha outras formas socialmente mais aceitas para a obtenção dessa atenção. É possível, também, que essa criança não tenha segurança e coragem para realizar tarefas sem a participação de alguém que ela considere mais capaz. Nesse caso, devemos começar com atividades que ela já domine, auxiliando-a a perceber o que está sendo solicitado e os passos que deve percorrer para atingir os objetivos propostos. Caso se mostre insegura, podemos oferecer-lhe ajuda total de início, de forma a garantir êxito na execução da tarefa. A retirada da ajuda deve ser gradativa, sempre assegurando-se de que o aluno percebe e se veja reconhecido em sua autonomia e independência. Dessa forma, estaremos ajudando a criança a construir novos conceitos e a alcançar a independência desejada.

Caro Professor

As sugestões de intervenção aqui mencionadas representam quase nada diante da multiplicidade de possibilidades que se abre quando paramos, observamos nosso contexto de atuação e percebemos as peculiaridades que o caracterizam. São essas peculiaridades que devem nortear nossa ação. É importante, além da observação e da reflexão, buscar soluções criativas.

Não importa se ninguém ainda usou determinada estratégia. O importante é que planejemos como agir em função daquilo que encontramos em nossa realidade. o melhor parâmetro para avaliação da eficácia de nossa ação, então, é analisar os seus efeitos, em função dos objetivos a que nos propusemos alcançar.

4.5 A Questão da deficiência

Você acha que as pessoas são todas Iguais? Dificilmente podemos dizer que sim, não é? Todos temos peculiaridades que fazem com que, embora sejamos semelhantes a muitas outras pessoas, em muitos aspectos (idéias, posições, classe social, cor dos olhos e da pele, reações emocionais, formas de manifestar afetividade etc.), somos diferentes. É esse conjunto de características individuais e as diversas formas de pensar, sentir e agir que nos fazem únicos e singulares. Dessa forma, a sociedade é constituída por indivíduos diferentes entre si, que se identificam no anonimato do grupo.

Os alunos de uma sala de aula, membros da sociedade como qualquer um de nós, também guardam semelhanças entre si, quando olhados como grupo, mas apresentam muitas diferenças em suas peculiaridades individuais. Isso indica que, embora a seqüência das etapas do desenvolvimento seja a mesma para todos e o processo de construção do conhecimento envolva princípios e leis comuns a todos, o ritmo e a forma de vivência desse processo são peculiares a cada aluno. Sabemos, portanto, que somos diferentes uns dos outros, temos preferências diferentes e temos necessidades diferentes. Tais diferenças dependem e são produto da interação das características biológicas com que cada um de nós vem equipado (genéticas, hereditárias e adquiridas após o nascimento), do nível de desenvolvimento real em que cada um de nós se encontra e do significado que atribuímos às situações que vivemos em nosso cotidiano.

As características individuais

O resultado do histórico de vida e da tela de relações sociais que permeiam a existência de cada um de nós – é o responsável, então, pelas necessidades específicas e peculiares de cada pessoa. Ao olharmos para o grupo constituído por nossos alunos, constatamos que algumas diferenças destacam aquele aluno em relação aos demais, seja pela aparência física, seja pela forma e/ou pelo ritmo de desenvolvimento na sala de aula.

Embora já tenhamos apontado para o fato de que todos somos diferentes uns dos outros, a presença de tais diferenças tende – em virtude dos mitos e preconceitos existentes em nossa realidade social que incorporamos no nosso pensar acrítico – a nos levar a atribuir ao aluno “diferente” a posição de “inferior”, de “menor valia”, de “mais incapaz”, de cidadão de segunda categoria.

Desenvolvimento

Ora, todos podem se desenvolver, todos podem aprender, desde que ensinados e mediados nesse processo. Entretanto, para que isso ocorra, temos que garantir igualdade de condições. No caso da sala de aula, isso significa que é imprescindível que conheçamos as necessidades e as características do “funcionamento” de cada aluno para, a partir delas, fundamentar nossos pianos de ação e nossa ação propriamente dita. Caso Contrário, estaremos favorecendo somente aqueles alunos que por acaso estejam “prontos” para ações que objetivamos para o grupo, pressupondo, irrealisticamente, uma homogeneidade absoluta.

Para que possamos melhor exercer nosso papel de educadores junto a esse aluno diferente, é fundamental conhecer, saber identificar e lidar com vários tipos de deficiências visando a tirar o máximo proveito de suas eficiências.

Em geral, quando a criança portadora de algum tipo de deficiência mais evidente, como cegueira, paralisia cerebral, surdez etc., chega à idade escolar, ela já deve ter tido um atendimento especializado anterior, e a professora pode ser orientada sobre a sua evolução e como poderá auxiliá-la em seu desenvolvimento. Mas há muitos casos de deficiências leves, que passam despercebidos pelos familiares, mas que podem prejudicar o rendimento da criança em sala de aula. Por isso, é importante a professora conhecer algumas dicas que lhe permitam detectar, encaminhar e/ou auxiliar esse aluno em suas dificuldades.

4.6 Alunos com deficiência visual

Geralmente, os alunos portadores de deficiência visual apresentam:

irritação constante nos olhos; aproximação do papel junto ao rosto quando escrevem ou lêem; dificuldade para copiar bem da lousa à distância; olhos franzidos para ler o que está escrito na lousa; a cabeça entortada para ler ou escrever, como se pró- curassem um ângulo melhor para enxergar; dificuldade para encaixes ou atividades que exijam boa coordenação olho/mão; tropeços freqüentes por não enxergar pequenos obstáculos no chão.

Em caso de observação de alguma dessas atitudes, o professor deve:

       entrar em contato com os pais para uma troca de informações; posicionar melhor a criança em classe; aplicar o teste de acuidade visual na própria sala (Teste do E), e caso haja algum problema, encaminhar o aluno para algum serviço da comunidade que disponha de um oftalmologista, acompanhado de um relatório de observação. muitos de nossos alunos apresentam deficiências visuais, que podem vir a impor limitações funcionais cada vez maiores, bem como produzir atrasos no seu desenvolvimento mental. Essa condição desfavorável será mais prejudicial quanto maior for o grau de deficiência apresentada e quanto mais demorada ou inadequada for a atuação do professor, especialmente para que o aluno aprenda a usar os demais sentidos no desenvolvimento de sua capacidade perspectiva.

O prejuízo ou a perda da visão pode (se não substituída enquanto via de acesso ao conhecimento) impedir que o aluno portador de deficiência perceba e se relacione com o mundo de maneira adequada. Entretanto, podemos atender às suas necessidades proporcionando lhe os meios para que possam usar seus outros sentidos no processo ensino-aprendizagem.

Um primeiro ponto importante é a utilização do tato e da audição.

Lembremos que, desde o nascimento, muito do aprendizado da criança se dá por meio da imitação. A criança com limitações visuais severas não disporá desse mecanismo para absorver informações. A exploração tátil do ambiente físico e social, orientada e acompanhada pela interação verbal, propiciará condições suficientes para que a criança apreenda conceitos e saiba como agir.

É importante identificar o nível de visão que a criança tem. Para isso, faz-se imprescindível que conversemos com a família e com o aluno, buscando identificar suas possibilidades e seus limites atuais, tanto de locomoção, como de manipulação e de utilização do espaço e dos objetos.

A melhor fonte de informação a respeito de suas necessidades é própria,

Entretanto, o próprio aluno algumas vezes, ela nem sabe o que, nem como informar. Daí, a necessidade de olharmos o contexto e solicitarmos as informações que percebermos relevantes.

Ajudando o aluno

É importante, também, que ajudemos o aluno a se familiarizar com o espaço escolar em geral, e o da sala de aula em particular. Para tanto, precisamos percorrer com ele os ambientes de utilização mais constante, descrevendo-os e monitorando-a em sua exploração tátil. A classe que conta com algum aluno portador de deficiência visual precisa ser estável e confortável em sua configuração. Isto facilita para o aluno sua mobilidade e locomoção, como também evita o risco de acidentes. No caso de modificações estruturais serem decididas, é necessário que ele participe da modificação, sendo necessária novamente a exploração tátil, monitorada, da nova configuração. Pequenas alterações do espaço físico, que para o vidente passam despercebidas, podem se tornar grandes perigos para o deficiente visual. Além disso, deve-se sempre prever espaço suficiente para a movimentação de qualquer aluno, sem empecilhos ou detalhes físicos que possam prejudicar sua livre locomoção em sala de aula. Uma outra ação importante é discutir com a classe o procedimento mais adequado para guiar o deficiente visual severo. Oferecer-lhe o braço flexionado, de forma que ele possa segurar o guia pelo cotovelo, é a forma correta de conduzido com segurança. É também interessante buscar, no grupo, colegas que se disponham a ajudá-lo nos momentos de necessidade. A conversa clara e tranqüila sobre as peculiaridades de suas necessidades é sempre aconselhável para que a ajuda de fato seja útil e não num estorvo.

No que se refere ao material didático, faz-se necessário garantir o acesso às informações por outros meios que não o uso exclusivo da visão.

Gravações em fita cassete, por exemplo, são de grande ajuda. A exploração tátil dos objetos de estudo, mediada verbalmente, deve ser viabilizada e enfatizada sempre que possível, de forma que o aluno possa construir os conceitos e incorporá-los ao conjunto de seus conhecimentos.

Tendência ao isolamento

Muitos dos alunos portadores de deficiência visuais tendem a se isolar por não se sentirem suficientemente confiantes para a locomoção e a participação em atividades de grupo, cuja configuração visual não dominam, ou mesmo por não encontrarem a acolhida que precisam para integração no grupo.

Daí, a importância de se investir, primeiramente, na aquisição da autonomia da locomoção, seja buscando profissional especializado para efetivar o treino de locomoção independente, seja provendo guias dentre os seus próprios parceiros sociais. No caso de alunos que apresentam limitações visuais grandes, mas que não impedem totalmente a visão, a utilização de cores fortes e contrastantes para demarcar e sinalizar espaços, degraus e direção pode ser de grande utilidade para prevenir acidentes. Uma característica que prejudica a integração do deficiente visual no grupo é a ausência de expressões faciais em sua comunicação. Estudos têm mostrado que os videntes – além de não estarem habitualmente expostos à convivência com diferenças mercantes e por isso não saberem lidar com elas – sentem-se ainda inseguros e incomodados quando seu interlocutor não emite uma sinalização não verbal que, para os que vêem, é parte integrante e muito importante para a decodificação das mensagens de toda comunicação.

Por isso é muito importante a estimulação precoce das crianças que nascem ou ficam cegas em tenra idade, para que aprendam a imitar as expressões faciais de alegria, tristeza, perplexidade, etc. Atividades de expressão corporal, além de serem agradáveis, favorecem um maior conhecimento e domínio do próprio corpo, dando-lhe maior confiança e facilidade para movimentar-se no espaço.

E, finalmente, estimule seu contato social, inicialmente monitorando o aluno portador deficiência e dando-lhe acompanhamento integral, e retirando-se gradativamente do cenário, à medida que a integração vai se instalando e a criança portadora de deficiência vai adquirindo confiança.

4.7 Alunos com deficiência auditiva

Geralmente, o aluno portador de deficiência auditiva:

   não responde a um chamado em voz normal; quando de costas, não se volta para a pessoa que lhe dirige a palavra; às vezes, pode responder mais prontamente quando o chamam de um lado, o que demonstra maior perda no outro ouvido; entende melhor as ordens Quando elas vêm acompanhadas de gestos; durante atividades em grupo, com muitos falando ao mesmo tempo informações, basicamente pode parecer perdido, desorientado; pode apresentar comportamento mais irritadiço devido ao excesso de esforço que faz para ouvir e entender situações do meio ambiente; às vezes, apresenta trocas e omissões de fonemas na fala e na escrita.

Em caso de observação de alguma dessas atitudes, a professora deve:

      entrar em contato com os pais para troca de informações; encaminhar para um médico otorrinolaringologista e uma fonoaudióloga que poderão realizar testes mais específicos e dar seguimento ao caso.

O prejuízo auditivo permanente é um quadro que pode prejudicar em muito o aluno, caso as medidas necessárias para garantir o desenvolvimento desse aluno não sejam tomadas o mais brevemente possível. Sabemos que a audição é essencial para a aquisição da linguagem que, por sua vez, é essencial para a comunicação e a construção do conhecimento sobre a realidade.

Um aluno surdo ou hipoacústico necessita que alguns cuidados específicos sejam tomados para favorecer sua aprendizagem e seu desenvolvimento. Um aluno que não apresenta, ainda, a capacidade de comunicação necessita de ensino especializado para que possa se Integrar à sala de aula regular.

Dependendo de como adquiriu a deficiência e em que nível de capacidade de comunicação se encontra, decisões diferenciadas podem ser tomadas.

Caso sua deficiência tenha sido detectada, tenha havido uma intervenção precoce (ainda no primeiro ano de vida) e a criança já esteja sendo estimulada a se comunicar globalmente, é possível integrá-la em classe regular desde a pré-escola ou desde a alfabetização.

Cuidados específicos

Infelizmente, como esta não é uma situação freqüente em nossa realidade, de maneira geral tem-se recomendado que o portador de deficiência auditiva seja primeiramente encaminhado ao ensino especializado e, assim que adquirir condições mínimas de comunicação (por sinais, leitura labial, ou uma combinação de estratégias), passe também a freqüentar, no período alternado, a classe regular, até que possa nela permanecer.

O professor que tiver em sua sala de aula um aluno portador de deficiência auditiva, deve familiarizar-se com os aparelhos auditivos (próteses, ou outros meios auxiliares) que possam estar sendo usados por ele. É importante certificar-se de que os equipamentos estão funcionando apropriadamente na sala de aula, e saber detectar, com o aluno, quando eles apresentarem problemas. Para tanto, é importante manter contato com o professor da sala de recursos, ou mesmo solicitar orientação do médico que atende ou tenha atendido o aluno.

Na relação professor-aluno portador de deficiência auditiva, é essencial que sejamos verbais e visuais em nossas interações. Isto implica, primeiramente, em garantir que o aluno se sente em lugar de onde possa ver o restante da classe, com facilidade. Se ele depende da leitura labial, faz-se essencial garantir-lhe a possibilidade de visão dos lábios do professor e dos colegas. Quando houver um residual auditivo é importante que o aluno se posicione o mais próximo possível do professor. E, claro, não adianta nada gritar.

Instruções curtas

Devemos nos assegurar de que esse aluno saiba o que está acontecendo o tempo todo. Para tanto, devemos apresentar, sempre, instruções curtas, claras, bem-pronunciadas, solicitando ao aluno que nos relate o que entendeu, antes de iniciar qualquer atividade. Obviamente que falar com a classe enquanto escreve na lousa, ou seja, de costas para ele, impede que o portador de deficiência perceba que alguma coisa está acontecendo. É interessante, portanto, contar com um colega que possa informar-lhe individualmente o que está ocorrendo, quando o professor estiver ocupado com outra atividade.

Uma outra ação, que facilita o acesso do aluno ao que está acontecendo no ambiente da sala de aula, é escrever na lousa o que você disse.Isso ajuda a tirar qualquer dúvida que ele tenha.

Ao introduzirmos conceitos novos, é interessante usar representações gráficas, figuras, desenhos, etc., como meios auxiliares à comunicação verbal. Isto torna o conteúdo da informação mais acessível ao portador de deficiência auditiva. O atendimento individual também deve ser utilizado Quando for preciso para atender às suas necessidades peculiares.

É importante também que, ao escrever, sejam usadas sempre frases completas, favorecendo-lhe a compreensão de como as palavras funcionam juntas.Outra ação importante é estimular a interação dos alunos ouvintes com o portador de deficiência auditiva, ensinando-os a estarem sempre no ângulo de visão do colega, antes de começar a falar. Deve-se evitar o contato físico para obter a atenção do aluno surdo, pois isto pode criar problemas de relacionamento. Além disso, não é bom para o aluno habituar-se a depender do toque, pois este nem sempre lhe estará disponível fora da escola.

A utilização da língua de sinais, da mímica, da dramatização facilita a compreensão do conteúdo curricular pelo aluno surdo, A presença de intérprete da língua de sinais / português é um recurso que já se faz presente em algumas instituições de ensino.

4.8 Alunos com deficiências físicas

Para detectar deficiências físicas observe se o aluno:

   tem dificuldade para correr e costuma cair com freqüência (pé chato, genuvalgo, etc);

não consegue pular obstáculos, chutar bola, etc;queixa-se de dores nas pernas e pés;não tem força ou direção quando arremessa uma bola para um colega; segura o lápis com muita força ou pouca força; não consegue fazer círculos ou letras redondas; tem dificuldade para realizar encaixes e atividades que exijam coordenação motora fina.tem grande dificuldade para andar, pular, correr ou mesmo não consegue realizar essas atividades; tem problemas motores que dificultam ou impedem as atividades em classe; apresentam amputações e/ou seqüelas de: poliomielite, paralisia cerebral, ou traumatismos que ocasionam monoplegia, diplegia, hemiplegia, paraplegia e Quadriplegia.

Nesses casos a professora deve:

       entrar em contato com os pais e verificar se essas dificuldades também ocorrem no lar; se necessário, encaminhar para ortopedista em caso de problema no aparelho locomotor; em casos de problemas com a coordenação motora fina realizar, em sala de aula ou no lar, atividades que auxiliem o aluno a superar essas dificuldades.

A deficiência física é um quadro constituído por limitações funcionais da mobilidade e da locomoção do aluno. Dependendo de sua natureza e grau, pode significar também diminuição da capacidade de manipulação de objetos e mesmo de comunicação.

É importante ressaltar que mesmo nos casos de deficiência física onde há um comprometimento da fala não há necessariamente deficiência mental.

Nos casos de paralisia cerebral por exemplo, a deficiência mental pode ou não estar associada.

Tendo origens diferentes, é necessário informar-se quais as limitações específicas que cada aluno apresenta e quais as implicações decorrentes desses impedimentos para a vida do aluno em casa e na escola.

Além das deficiências, há, ainda, aquelas doenças (como a Aids, a epilepsia, o diabetes, o enfisema pulmonar, etc.) que provocam limitações físicas não aparentes, mas que exigem cuidados específicos não só para a preservação da saúde e do bem-estar do aluno, mas também para prevenir complicações mais sérias. É preciso estar informado para adotar as medidas adequadas em proveito do aluno.

O próprio aluno é sempre a melhor fonte de informações sobre si mesmo.

Não devemos subestimar a sua capacidade de saber o que é bom ou não para ele. Mas os pais também devem ser procurados para complementar essas informações. Caso há a necessidade, pode-se pedir um contato com o médico do aluno, para saber mais detalhes sobre as suas condições físicas e Quais suas possibilidades e limitações, sempre visando a obter sua participação produtiva no processo ensino-apredizagem.

O aluno e as informações

Basicamente, as informações que devemos buscar dizem respeito aos medicamentos que o aluno toma (caso o faça); quais os horários de medicação; se tem horário estabelecido para ir ao banheiro; que tipo de ajuda física necessita; quanto de autonomia tem para a locomoção; qual o seu nível de funcionamento físico para as diferentes atividades desenvolvidas na escola; se tem crises, quais os procedimentos recomendados para atendê-la nesses momentos; enfim, todas as informações que nos parecerem necessárias para que possamos planejar sua introdução na sala seguros Quanto aos procedimentos adequados.

Mas o mais importante é ter sempre em mente que esse nosso cuidado em relação ao aluno com deficiência deve ter a finalidade de ajudá-lo a se sentir Seguro e confortável. A superproteção é tão danosa para o aluno quanto o não-atendimento.

Um outro aspecto importante é o de estarmos atentos à postura do aluno.

Tanto aqueles usuárias de equipamentos auxiliares, como os que usam membros artificiais podem se utilizar das carteiras comuns que temos em nossa sala de aula.

Entretanto, é importante conversar com o aluno para saber se há alguma dificuldade e como ela pode ser sanada. Muitas vezes a utilização de carteiras que têm um braço alargado para servir de suporte para a escrita (carteiras universitárias) resolve facilmente a questão. Mas, pode acontecer de esse modelo não apresentar segurança suficiente para o aluno se apoiar nela ao levantar-se ou sentar-se. Pergunte e o aluno lhe dirá o que acha que é melhor.

A postura sentada também deve ser observada, para prevenir o agravamento de algumas limitações. Por isso é interessante informar-se sobre qual postura é mais adequada para cada aluno.

Os usuários de cadeira de rodas, geralmente, precisam mudar de posição regularmente, para evitar problemas de coluna, de circulação e renais. O cansaço e o desconforto causados por uma longa permanência na mesma posição precisam ser evitados. Pode ser que o aluno precise de ajuda para mudar sua postura. Pergunte a ele como ajudar.

Conversar com a turma sobre as necessidades de cada um e desse aluno em particular é um procedimento que promove a consciência e a cooperação.

É importante que o grupo conheça as necessidades específicas desse aluno e como é importante colaborar para que ela se sinta bem em classe. Caso seja necessário, podemos sempre conseguir, no grupo, colegas amadurecidos e responsáveis, que podem nos auxiliar nos cuidados e assistência às peculiaridades do colega portador de deficiência física.

No que se refere à adaptação de objetos para a atividade escolar, existem muitos equipamentos que beneficiam o aluno portador de deficiência física em sala de aula. A observação das dificuldades e a discussão com o aluno sobre o que tornaria suas atividades confortáveis podem originar novas e criativas adaptações úteis. Connor (1982) oferece, dentre muitas, algumas sugestões para as atividades de leitura e de escrita:

   utilizar réguas ou mercadores de linhas, para facilitar a leitura dos alunos que apresentam distúrbios motores e de equilíbrio; utilizar cartões com fendas, para deixar visível uma linha de cada vez, para os mesmos casos; utilizar quadros grandes, contendo os textos escritos com letras grandes, para os alunos que apresentam ataxia, o que freqüentemente lhes provoca náuseas e tonturas, quando da leitura de um livro colocado sob os olhos; fixar a folha ou caderno com uma moldura de fita adesiva, ou colar apenas os cantos, de forma a fixar a superfície sobre a qual o aluno vai escrever; dobrar a folha ao longo das linhas, ou de duas em duas linhas, de forma a permitir uma orientação pelo tato, para os que tiverem problemas de orientação espacial, ou de coordenação fina; permitir ao aluno que apresenta movimentos voluntários que escreva sobre uma fina camada de argila, o que certamente será mais fácil do que escrever no papel; permitir e viabilizar o uso de máquina de escrever elétrica para os alunos que apresentam pouca força muscular.

Além destes exemplos, muitas outras coisas podem ser feitas, tais como engrossar a largura de um lápis enrolando-o com esparadrapo, para aumentar a superfície de contato com a mão e favorecer a coordenação. Para a proteção do material escolar, que muitas vezes é rasgado por movimentos involuntários ou manchado pela baba não controlada, faz-se interessante trabalhar com folhas soltas, ao invés de caderno, mantendo-as em saquinhos de plásticos individuais.

Muitos apresentam o comprometimento da fala, o que torna a manifestação em público difícil, tanto para quem fala, como para quem ouve.

Isto também precisa ser discutido com a classe. É importante ouvir com paciência o aluno que apresenta essa dificuldade, sem procurar “ajudá-lo”, Terminando as frases para ele, por meio da adivinhação. Dizer “não entendi, tente falar de novo” quantas vezes for necessário (desde que com calma e sem recriminação) permite que a criança se sinta mais à vontade para exercitar a comunicação.

A participação consciente e responsável dos demais alunos é muito importante para a integração social do aluno portador de deficiência física.Para que isso ocorra, entretanto, precisamos dar-lhes as oportunidade para falar a respeito da deficiência, explicitar suas fantasias e mitos, confrontando tudo isto com as características peculiares da realidade do colega deficiente.

Dessa forma, estaremos atuando educacionalmente, pois já está mais do que demonstrado que a convivência regular e saudável com portadores de deficiências resulta e benefícios mútuos para portadores e não portadores de deficiência.

4.9 Alunos com deficiência mental

O aluno portador de deficiência mental, geralmente apresenta algumas características:

Observe se o aluno:

consegue entender ordens simples, mas apresenta mais dificuldades quando se dão duas ou mais ordens complexas; possui pouca iniciativa, pouca criatividade e pouco espírito crítico; pode ter maior dificuldade para se expressar e para controlar emoções; apresenta ritmo de aprendizagem mais lento, necessitando de repetidas explicações; tem maior dificuldade em abstrair e generalizar; pode apresentar problemas para se adaptar a novas situações.

Nesses casos, a professora deve:

entrar em contato com os pais e verificar se essas atitudes também ocorrem no lar; encaminhar a criança, caso julgue necessário, com relatório de observação, para um psicólogo que possa realizar um diagnóstico diferencial.

O aluno portador de deficiência mental é um aluno como qualquer outro, cujo processo de desenvolvimento se dá através das mesmas fases e da mesma seqüência. A maior diferença, em geral, reside no seu ritmo de aprendizagem. Pode exigir mais tempo de contato e maior diversidade de formas de apresentação dos conteúdos do que a maioria dos alunos. Na maioria das vezes, ele não aprende porque não respeitamos seu nível de desenvolvimento. Para que o aluno portador de deficiente mental aprenda, é fundamental fazer uma avaliação objetiva e segura do que ele já sabe, de que tipo de operações mentais ele já consegue se utilizar, de que conceitos (natureza e tipo de relações entre eles) ele já dispõe. Com base nisso podemos planejar nossas ações adequadamente. Caso contrário, o ensino será feito em bases artificiais e, conseqüentemente, este não terá sucesso. E nesses casos, é comum culpar a criança colocando-lhe um rótulo que será totalmente prejudicial.

O que fazer então?

Primeiro, devemos agir exatamente como fazemos com qualquer de nossos alunos, ou seja, identificar em que nível de desenvolvimento o aluno portador de deficiência se encontra, o que ela já sabe e como se utiliza daquilo que já sabe. A partir daí, devemos elaborar nosso planejamento.

Aprendendo e assimilando

Da mesma forma como fazemos com todas as crianças, no que diz respeito aos alunos com deficiência mental, é Importante que iniciemos com conceitos e operações simples e concretas, construindo gradativamente a complexidade e a abstração. Sempre devemos nos assegurar de que nosso aluno realmente aprendeu e assimilou o conhecimento anterior. Trabalhe várias vezes com os mesmos conceitos, por períodos mais curtos de tempo, associando-os a diferentes instâncias da realidade.

Como o aluno portador de deficiência mental apresenta grande facilidade para se distrair com estímulos alheios à aprendizagem, é interessante que ele se sente em local onde esses estímulos sejam menores. É importante explicitar verbal e constantemente os conteúdos em questão, de forma que o aluno possa sempre estar exposta visual e auditivamente à situação de ensino.

Devemos sempre elogiar os sucessos do aluno e compreender afetuosamente as suas dificuldades, buscando minorá-las.

Como vemos, a aprendizagem do aluno deficiente mental não exige do bom educador ou nada de muito diferente daquilo que ele está habituado a fazer com todos os seus alunos, exceto, talvez, o uso mais freqüente da prática monitorada, da utilização de maior diversidade de material e de mais tempo que o comumente usado para a construção do conhecimento.

Atividades integradas

A participação do aluno portador de deficiência nas atividades extracurriculares de forma integrada com seus colegas é muito importante, pois beneficia a percepção mais ampla da realidade social e favorece o desenvolvimento geral do aluno. Essas atividades integradas devem ser incentivadas. Para evitar posturas inadequadas, devemos refletir com a classe, clara e respeitosamente, sobre as peculiaridades do colega com deficiência, para que compreendam que ele faz parte do grupo e será beneficiado com sua participação em todas as atividades.

Os assuntos que aqui compartilhamos são simplesmente uma rápida pincelada do muito que poderíamos e gostaríamos de conversar. Nossas sugestões sempre poderão ser complementadas pela criatividade do professor interessado e afetuoso, que deseja construir uma relação professor-aluno produtiva, construtiva e transformadora de nossa realidade.

Sempre é bom lembrar a importância da participação da família. Por mais simples que sejam, os parentes mais próximos, como pais e irmãos, podem, querem e devem participar. E os professores devem ajudá-los nessa tarefa, prestando-lhes informações, orientações, e fazendo-os sentirem-se partes integrantes e indispensáveis do processo.

É importante saber que existem diversos profissionais de diferentes áreas do conhecimento que podem nos ajudar quando tivermos esgotado todos os nossos recursos e, mesmo assim, sentirmos que é preciso fazer mais para ajudar nosso aluno com deficiência. Basta buscar na sua comunidade, e certamente você encontrará a assessoria de que precisa.

  5. METODOLOGIA

Para adquirir o resultado pretendido, pesquisamos sobre o assunto em livros e pela Internet. Sendo que os livros traziam o assunto numa linguagem bastante técnica deixando com isso a desejar. Pela Internet encontramos um acervo bastante interessante.

Outro método que contribuiu para chegarmos ao nosso resultado final, foi a realização de uma entrevista entre os educadores e a pedagoga de uma escola de educação infantil. Tais entrevistas proporcionaram uma análise sobre a teoria e a prática referente ao tema em questão.

  6. ENTREVISTA

Profissão: Pedagoga

Cargo que ocupa na escola: Diretora e Coordenadora Pedagógica

Formação: Pedagogia pela UFPR

1 – Para a escola, qual é a importância da afetividade na prática educativa?

A parte afetiva está totalmente ligada com o cognitivo, ou seja, se a criança está com problemas na parte afetiva, cognitivamente ela não conseguirá se desenvolver perfeitamente.

2 – Como lidar com crianças agressivas?

Tentamos descobrir, primeiramente por qual motivo a criança está desenvolvendo hábitos ou atitudes agressivas e depois trabalhamos com a criança, sempre através do diálogo.

3 – Que medidas a escola costuma tomar quando percebe que a criança está enfrentando problemas de ordem afetiva em casa e refletindo-os na escola?

Entramos em contato com os familiares para tentarmos juntos resolver os problemas.

4 – Como desenvolver a afetividade entre os colegas, proporcionando a socialização?

Através de brincadeiras e atividades em grupo.

5 – Como acolher as crianças nos primeiros dias de aula do ano?

Fazer com que a criança conheça primeiro o novo ambiente, as “novas pessoas” e depois fazer com que a criança sinta-se segura e amada, assim ganhará confiança na escola e seu aproveitamento será completo (tanto no aspecto afetivo quanto no cognitivo).

6 – Como acolher uma criança que começa, pela primeira vez, freqüentar a escola e que chora a ausência de um parente ou conhecido?

Geralmente quando a criança chora ela recebe uma maior atenção de uma determinada pessoa com a qual criará um vínculo afetivo e nos próximos dias a situação será outra.

7 – É necessário que o profissional obtenha alguma preparação pra desenvolver a afetividade na prática pedagógica da educação infantil? Que preparação seria essa?

Todo profissional, principalmente de educação infantil, deve estar preparado para trabalhar com a afetividade. Esta preparação deve ser adquirida através de livros, cursos, mas principalmente na realidade do dia a dia.

8 – É possível que o excesso de afetividade faça com que a professora perca sua autoridade? Justifique.

Não, pois as crianças só respeitam as pessoas as quais admiram e amam.

6.1 ENTREVISTA

Profissão: Professora

Cargo que ocupa na escola: Professora do Nível I

Formação: Magistério e Pedagogia (cursando 1º na PUC).

1 – Para a escola, qual é a importância da afetividade na prática educativa?

Um dos principais objetivos da educação infantil é desenvolver a autoconfiança para só então desenvolver as outras potencialidades. Não vejo como uma escola conseguirá desenvolver essa autoconfiança e proporcionar o desenvolvimento infantil se não ter como base a afetividade.

2 – Como lidar com crianças agressivas?

Se a criança está agindo agressivamente é porque existe um motivo, portanto é necessário descobrir a origem do problema para só então estudar a solução para o mesmo, que na maioria das vezes se dá através do diálogo ou uma simples demonstração de carinho. Mas é válido lembrar que determinadas atitudes fazem parte do estágio pela qual a criança está passando (como por exemplo a criança de dois anos que morde), é claro que deve-se trabalhar para que tais atitudes não tornem-se um problema. A questão é não considerar a criança problemática.

3 – Que medidas a escola costuma tomar quando percebe que a criança está enfrentando problemas de ordem afetiva em casa e refletindo-os na escola?

Levar a questão ao conhecimento dos pais, orientá-los e propor um trabalho em conjunto afim de solucionar o problema. É importante estudar a maneira como será exposto o problema ao pais, para que não se sintam culpados e/ou constrangidos.

4. Como desenvolver a afetividade entre os colegas, proporcionando a socialização?

Através de trabalhos em grupos e atividades dirigidas, como por exemplo: ao sair ao pátio cada criança pegará na mão de um colega diferente.

5. Como acolher as crianças nos primeiros dias de aula do ano?

É importante que a escola tenha um ambiente familiar, onde a criança possa sentir-se em casa. Deixar que ela traga objetos de casa (como brinquedos ou travesseiro ou cobertor), para que ela sinta-se mais segura. Dar abertura para que ela conheça a escola, utilizar atividades lúdicas, inclusive para que conheçam-se.

6. Como acolher uma criança que começa, pela primeira vez, freqüentar a escola e que chora a ausência de um parente ou conhecido.

Da mesma maneira citado acima. É válido lembrar que nesse caso não deve-se obrigar a criança a ficar em sala e/ou fazer atividade. O importante é que ela crie um vínculo com um funcionário da escola, com o qual provavelmente passará os primeiros dias e logo perceberá o quanto é interessante participar das atividades com sua turma.

7. É necessário que o profissional obtenha alguma preparação pra desenvolver a afetividade na prática pedagógica da educação infantil? Que preparação seria essa?

Sim. Primeiramente deve-se ter conhecimento sobre o desenvolvimento infantil para que de repente não ache anormal determinadas atitudes da criança, quando na verdade é normal. Depois, através de leituras, cursos, pesquisas, descobre-se maneiras lúdicas e interessantes de se trabalhar o assunto em questão. O sentimento é o que deve ser inato e não a maneira como será trabalhado para desenvolve-lo na criança.

8. É possível que o excesso de afetividade faça com que a professora perca sua autoridade? Justifique.

De maneira alguma. Na verdade eu não diria “autoridade”, e sim respeito, o qual também deve ser trabalhado. Trabalhando o sentido do respeito, a criança saberá o momento no qual deve usá-lo.

6.2 ENTREVISTA

Profissão: Professora

Cargo que ocupa na escola: Professora do Maternal

Formação: Magistério e Pedagogia (cursando o 4º ano, na Unicenp)

1 – Para a escola, qual é a importância da afetividade na prática educativa?

É tudo.

2 – Como lidar com crianças agressivas?

Com amor carinho e paciência. Mostrando sempre o certo e o errando.

3 – Que medidas a escola costuma tomar quando percebe que a criança está enfrentando problemas de ordem afetiva em casa e refletindo-os na escola?

Procurar chamar os pais, saber o que está acontecendo, fazendo assim um elo: escola x casa.

4 – Como desenvolver a afetividade entre os colegas, proporcionando a socialização?

Proporcionando sempre atividades de interação e de preferência utilizando materiais alternativos como sucata, brinquedos, etc… Fazendo também com que o lúdico esteja sempre presente.

5 – Como acolher as crianças nos primeiros dias de aula do ano?

Com muito amor, paciência e carinho.

6 – Como acolher uma criança que começa, pela primeira vez, freqüentar a escola e que chora a ausência de um parente ou conhecido.

Como já disse, com muito amor, paciência e carinho e procurar intretê-la oferecendo vários objetos e vários meios de distração, conversar e cantar também.

7 – É necessário que o profissional obtenha alguma preparação pra desenvolver a afetividade na prática pedagógica da educação infantil? Que preparação seria essa?

Creio que não, pois carinho não se aprende.

8 – É possível que o excesso de afetividade faça com que a professora perca sua autoridade? Justifique.

Não, pois só temos a ganhar com a afetividade.

6.3 ENTREVISTA

Profissão: Professora

Cargo que ocupa na escola: Professora do Nível II

Formação: Magistério e Pedagogia (cursando o 3º ano, na UTP)

1 – Para a escola, qual é a importância da afetividade na prática educativa?

Em uma escola que coloca a questão afetiva como uma das suas metas mais importantes, relacionando-a coma os demais objetivos, obtém um grande sucesso nos resultados finais.

2 – Como lidar com crianças agressivas?

Em primeiro lugar, deve-se descobrir o porque dessa agressividade para depois estudar como lidar com essa criança. Podendo ser com amor, carinho, e outras atitudes que mostrem para ela que a agressividade nem sempre é necessário.

3 – Que medidas a escola costuma tomar quando percebe que a criança está enfrentando problemas de ordem afetiva em casa e refletindo-os na escola?

Procurar ter uma conversa franca com os pais e descobrir os motivos que estão levando a agressividade. Propor então um trabalho mútuo: escola x família.

4 – Como desenvolver a afetividade entre os colegas, proporcionando a socialização?

Colocar em prática a afetividade professor x criança e depois propor atividades de socialização, integração, que envolvam o grupo, com olhares, toques e gestos de carinho.

5 – Como acolher as crianças nos primeiros dias de aula do ano?

Mostrando carinho com a mesma, para que ela perceba que mesmo longe de seus pais, pode se sentir acolhida, protegida e cercada por pessoas amigas.

6 – Como acolher uma criança que começa, pela primeira vez, freqüentar a escola e que chora a ausência de um parente ou conhecido.

Da mesma maneira sugerida na questão anterior.

7 – É necessário que o profissional obtenha alguma preparação pra desenvolver a afetividade na prática pedagógica da educação infantil? Que preparação seria essa?

Não. Basta o educador gostar do que faz e se sentir satisfeito com o seu trabalho.

8 – É possível que o excesso de afetividade faça com que a professora perca sua autoridade? Justifique.

Não. Afetividade é algo que não interfere na autoridade dentro de uma sala de aula

6.4 ENTREVISTA

Profissão: Professora

Cargo que ocupa na escola: Professora do Nível III

Formação: Magistério e Pedagogia (cursando o 3º ano na PUC)

1 – Para a escola, qual é a importância da afetividade na prática educativa?

A afetividade é fundamental para um desenvolvimento integral do aluno.

2 – Como lidar com crianças agressivas?

Mostrar que existem outras formas de lidar com as situações que não necessitam da agressividade como, por exemplo, o diálogo.

3 – Que medidas a escola costuma tomar quando percebe que a criança está enfrentando problemas de ordem afetiva em casa e refletindo-os na escola?

Procurar conversar com a criança e com os pais para descobrir o motivo de problema, para só então poder orientá-los.

4 – Como desenvolver a afetividade entre os colegas, proporcionando a socialização?

Proporcionando ao alunos um ambiente de respeito entre os colegas e com o educador e principalmente sem discriminação.

5 – Como acolher as crianças nos primeiros dias de aula do ano?

Tornando a escola um ambiente acolhedor, onde a criança possa confiar no educador.

6 – Como acolher uma criança que começa, pela primeira vez, freqüentar a escola e que chora a ausência de um parente ou conhecido?

Ajudar a criança a perceber que só de passa parte do dia na escola, onde é seguido uma certa rotina e ao final de determinada atividade seus pais irão buscá-la.

7 – É necessário que o profissional obtenha alguma preparação pra desenvolver a afetividade na prática pedagógica da educação infantil? Que preparação seria essa?

Não, pois essa habilidade já está presente no educador, que tem a consciência da importância da afetividade.

8 – É possível que o excesso de afetividade faça com que a professora perca sua autoridade? Justifique.

Autoridade não deve ser confundida com afetividade. Pois na sala de aula terá momentos em que o professor terá que ser autoritário e momentos em que deverá fazer um carinho ou um gesto de amor em seus alunos.

  7. CONCLUSÃO

Através de toda nossa pesquisa abordando o assunto da afetividade na Educação Infantil, através da literatura consultada, não resta dúvida da sua importância no processo educativo e na formação pessoal.

Percebemos, no entanto, que mesmo que a escola tenha uma prática pedagógica baseada na afetividade, expressa no projeto pedagógico, alguns problemas de ordem afetiva podem ocorrer, uma vez que a escola é um dos meios de interação e não único, no cotidiano da criança.

A partir de então nossa preocupação passou a ser voltada à maneiras de como resolver tais problemas utilizando, principalmente, a afetividade. Diante de exemplos muitas vezes semelhantes aos que encontramos em nossas escolas de educação infantil, podemos obter soluções plausíveis, prevista na literatura e utilizada no contexto do nosso referencial.

A formulação das questões da entrevista revisa uma contribuição de maneiras de agir diante de determinadas situações como pro exemplo, os primeiros dias de aula da criança.

Podendo-se concluir que a teórica não se distancia em nada da realidade escolar, porque esta segue os ensinamentos previstos na literatura. A teoria e a pratica estão relacionadas mo que diz respeito a este assunto.

Esperamos ter contribuído com o resultado da presente pesquisa, para a aplicação de uma prática pedagógica baseada na afetividade. E esperamos que a presente pesquisa sirva de referencial aos pedagogos, professores e enfim a todos ligados a educação infantil.

  REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

www.entreamigos.com.br/temas/educa/edu5.htm

Revista Nova Escola

Autor: ROSSANA, ISIS DE FÁTIMA KLECHOVICZ e JULIANA LOPES

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